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A atividade orientadora de ensino, pressupostos teóricos

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1. APRENDIZAGEM AUTÔNOMA PRESENCIAL E ONLINE

1.2 A atividade orientadora de ensino, pressupostos teóricos

De acordo com Astudillo (2015), a importância de se estudar a Teoria da Atividade é por oferecer uma visão integrada como método, para analisar e compreender a aprendizagem através das intenções e dos incentivos da atividade.

A Teoria da Atividade reconheceu a importância das influências culturais em que atividades se reproduzem dentro de um sistema social, proporcionando reflexão aos contextos reais do uso das ferramentas tecnológicas, assim sendo um ótimo conceito para integrar pessoas tecnologia e comunidades virtuais nos processos de aprendizagem. Cada grupo ou turma de uma disciplina é uma comunidade de aprendizagem, podendo ser presenciais ou online, teremos a presença de ferramenta (todas envolvidas no processo educativo), normas e divisão do trabalho.

Assim, de forma prática, é organizar uma atividade formativa a partir do objeto (currículo) no qual diremos todas as ações para conseguir o resultado esperado, utilizando as ferramentas e o conhecimento cultural de toda a comunidade através da interação (Astudillo, 2015).

Assim de forma prática é organizar uma atividade formativa a partir do objeto (currículo) qual diremos todas as ações para conseguir o resultado esperado utilizando as ferramentas e o conhecimento Cultural de toda a comunidade através da interação (Astudillo, 2015).

Surge a partir da interdependência entre o conteúdo de ensino, as ações educativas e os sujeitos que fazem parte da atividade educativa, apropriação da cultura humana e o coletivo na constituição dos sujeitos. Atividade Orientadora de Ensino (AOE) uma proposta de organização da atividade e da aprendizagem, conforme declarou Moura (2010). Assim, é fundamentada no pressuposto que a relação do sujeito com seu entorno, em com meu físico é mediado por instrumentos e signos que se processam no desenvolvimento cognitivo.

O objetivo e a atividade são fundamentados no conceito do trabalho de Marx e Engels, que declaram que ao transformar a natureza, o homem também se transforma. Então já por Leontiev aprendizagem, não ocorre espontaneamente ela é a soma da parte das condições biológicas e das condições sociais em que esse indivíduo está presente.

Essa atividade específica do homem que tem por fim direto aprendizagem se chama de estudo Itelson, (1979, p. 20, apud Moura et al, 2010). Davidov (1987 apud Moura et al, 2010), relata que a unidade fundamental da atividade de estudo é a própria “tarefa de estudo”, transformando o sujeito intra psicologicamente através de práticas, conhecimentos, ensino do professor e atividades coletivas.

Continuando, as operações a serem realizadas são as próprias ações de estudo que permitem aos estudantes identificar ideias, procedimentos, aprofundamento do conhecimento e a auto avaliação, que são medidas pelo professor de forma sistematizada e intencional.

Então, as fases seriam: as tarefas de estudo (objetivo de estudo), as ações de estudo (atividades, aulas e trabalho), e a auto avaliação (alcançou os objetivos). Para a formação do pensamento teórico do estudante, o professor organiza os processos de ensino com a formação do pensamento. A atividade de estudo é intencionalmente sistematizada e organizada, o que objetiva a formação do pensamento teórico.

Não podemos negar a importância do papel do professor no processo de aprendizagem. Dessa forma, atividade realizada em comum, coletiva âncora para

o desenvolvimento das funções psíquicas superiores ao configurar-se como um espaço entre atividade física superior, ao configurar-se no espaço entre atividade Inter psíquica e atividade intrapsíquica dos sujeitos (Moura, et al, p. 88, 2010).

Nessa perspectiva de coletividade Rubtnov (1996) tem como os seguintes características e elementos

Repartição das ações e das operações iniciais, segundo as condições da transformação comum do modelo construído no momento da atividade;

troca de modos de ação, determinada pela necessidade de introduzir diferentes modelos de ação, como meio de transformação comum do modelo;

compreensão mútua, permitindo obter uma relação entre, de um lado, a própria ação e seu resultado e, de outro, as ações de um dos participantes em relação a outro;

comunicação, assegurando a repartição, a troca e a compreensão mútua;

planejamento das ações individuais, levando em conta as ações dos parceiros com vistas a obter um resultado comum;

reflexão, permitindo ultrapassar os limites das ações individuais em relação ao esquema geral da atividade (assim, é graças à reflexão que se estabelece uma atitude crítica dos participantes com relação às suas ações, a fim de conseguir transformá-las, em função de seu conteúdo e da forma do trabalho em comum). (Rubtsov, 1996, p. 136).

Atividade de ensino que a atividade do professor é uma práxis pedagógica, que permite a transformação da realidade escolar por meio da transformação dos sujeitos (professor e estudantes). Esta é a constante articulação entre a teoria e a prática com o intuito de favorecer a aprendizagem. É nesta intenção que o professor planeja sua própria atividade (orientação, organização e avaliação) e é na “atividade de aprendizagem” que o estudante se desenvolve.

Segundo Vygotsky (2002 apud Moura et al 2010):

O aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança interage com as pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus companheiros. (Vygotsky, 2002 apud Moura et al, 2010, p. 117-118)

Complementando dentro da teoria histórico-cultural, e isso só será possível se o objeto se constituir como uma necessidade para a turma, ou seja, se é

significativo e que a teoria é ao mesmo tempo objeto e necessidade para atividades de aprendizagem, Leontiev, na Teoria da Atividade, declarou que a necessidade materializa no objeto. Algo importante é confirmado por Bogoyaulensky; Menchiskaya (2003, p. 48) “é necessário conhecer como é assimilado material escolar, ou seja, que operação de pensamento se utiliza”.

O professor é o responsável em concretizar os objetivos sociais esperados no currículo escolar, assim ele consegue organizar o ensino definir ações, eleger instrumentos e avaliar o processo de aprendizagem do estudante, deve também se autoavaliar como docente, coparticipante do processo de ensino. Assim será apresentada a Atividade Orientadora de Ensino, com o objetivo de organizar a práxis pedagógica, assim ela potencializa os fundamentos de Leontiev.

De acordo com Moura (1996, 2002 apud Moura et al, 2010), a AOE, mantém a estrutura de atividade proposta por Leontiev, ao indicar uma necessidade (apropriação do conhecimento histórico), objetivos (ensinar e aprender) e propor ações que consideram as condições objetivas da “instituição”

escolar que é a divisão do trabalho e a cooperação. Veja figura 07.

Figura 7 - Esquema da organização da AOE.

Fonte: Adaptado de Moura et al (2010).

A necessidade do professor é de ensinar e do estudante é de aprender.

Kuzmina (1997) declara que nesse sentido, conseguir êxito na aprendizagem a

partir do currículo escolar o estudante este também é o objeto na atividade de ensino do professor sendo sujeito e objeto, pois o estudante é o principal motivo da atividade do professor, sendo produto do trabalho do professor

Algo importante é sobre o “espaço de aprendizagem”, é o lugar da realização e concretização da aprendizagem dos sujeitos que são orientados de forma intencional de quem ensina, sendo um espaço que proporcionam trocas e interações (Cedro, 2004). Na AOE, o professor e o estudante se veem como portadores do conhecimento valores e afetividade. A forma em que irão trabalhar esses conhecimentos e a grande chave do sucesso no ensino e na aprendizagem, pois ambos se modificam.

A figura 08, a seguir, proposta por Moura et al (2010, p.116), sintetiza os componentes centrais da AOE, a relação entre atividade de ensino, atividade de aprendizagem e os elementos estruturantes da atividade.

Figura 8 - Componentes centrais da AOE.

Fonte: Moura et al (2010).

Aqui, consta como estão as atividades de ensino atividade de aprendizagem e os elementos estruturantes da AOE, que são necessidades, motivos, ações e operações (Moura, et al 2010).

De acordo com Moura et al (2010) o AOE não é um objeto, mas é um ensino dinâmico sendo um processo e é voltado para “apropriação dos conhecimentos teóricos”, assim como a dialética, são constantes processos de ação reflexão. A atividade é orientadora, no sentido em que se aprofunda a relação entre professor e estudante, no qual por questão de avaliação o professor está em constante reflexão da sua atividade, comparando os objetivos com as ações e resultados atingidos.

Ainda sobre o motivo Leontiev (1978 apud Moura et al, 2010), no caso de uma atividade de aprendizagem, os “motivos’ eficazes que possibilitam ao estudante estabelecer relação entre motivo-objeto e a ação desenvolvida para aprender o que fazer para adquirir um determinado conhecimento, ou seja deve ter uma motivação significado. É como se tudo iniciasse a partir de uma situação desencadeadora de aprendizagem, os objetivos se traduzem em conteúdo pelo professor e aprendido pelos estudantes.

As ações do professor visam inicialmente a solução da situação desencadeadora de aprendizagem. Essas por sua vez ao serem desencadeadas as condições para o desenvolvimento das atividades, os recursos metodológicos, os sujeitos (aprendiz), o conteúdo, o contexto cultural, as interações socioafetivas, o desenvolvimento das ações que visam ao objetivo da atividade, a ação da aprendizagem (Moura, et al, 2010, p. 103).

Os indivíduos interagem a partir das ações de acordo com suas potencialidades, visando chegar a outro nível de compreensão do conceito, uma aproximação do ZDP. A solução da situação-problema possibilita a prática educativa, é como se para o estudante pudesse vivenciar solução de problemas significativos para ele, assim é possível criar situações desencadeadoras

“materializadas por diferentes recursos metodológicos”.

Vygotsky declara que a atividade de estudo dos educandos vai se realizar dentro de um coletivo, busca concretizar o princípio ou a lei de formação das funções psíquicas superiores, fundamentada pela teoria histórico-cultural, no qual

no processo de desenvolvimento social. Por meio das formas de colaboração, o estudante assimila conceitos durante a interação sobre o meio social que o rodeia.

O estudante aprende através das experiências proporcionadas e depois consegue “andar com suas próprias pernas”, confirmando que o conhecimento ocorre no primeiro momento no social (interpessoal) para se transformar em individual (intrapessoal), originado por atividades coletivas de interação. Assim está fundamentada a teoria metodológica da AOE:

Estão ancorados na teoria histórico-cultural e na Teoria da Atividade, são indicadores de um modo de organização do ensino, para que a escola cumpra sua função principal, que é possibilitar a apropriação dos conhecimentos teóricos pelos estudantes (...) profissionais e pesquisadores, podem utilizar estrutura para identificar (necessidades, motivos, ações desencadeadoras e sentidos, atribuídos pelos sujeitos nos processos de ensino.

(Moura, et al, 2010, p. 109)

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