w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
de
Revisão
Lesão
de
cartilagem
e
osteoartrose
do
tornozelo:
revisão
da
literatura
e
algoritmo
de
tratamento
夽
Alexandre
Leme
Godoy
Santos
a,∗,
Marco
Kawamura
Demange
a,
Marcelo
Pires
Prado
b,
Tulio
Diniz
Fernandes
a,
Pedro
Nogueira
Giglio
ae
Beat
Hintermann
caInstitutodeOrtopediaeTraumatologia,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil bCentrodeOrtopediaeReabilitac¸ão,HospitaldoCorac¸ão,SãoPaulo,SP,Brasil
cDepartamentodeOrtopedia,Kantonsspital,Liestal,Suíc¸a
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo: Recebidoem21deoutubrode2013 Aceitoem21deoutubrode2013 On-lineem28deoutubrode2014 Palavras-chave: Osteoartrite Tornozelo Osteotomia Artroplastia Artrodeser
e
s
u
m
o
A principal etiologia da osteoartrose (OA) do tornozelo é pós-traumática e sua maior prevalência estáentreindivíduosjovens;assim,essadoenc¸aapresentagrandeimpacto socioeconômicoesignificativoprejuízonaqualidadedevidadospacientes.Oobjetivodo tratamentoéeliminaradoremanterospacientesativos.Dessaforma,otratamentodeve serestagiadodeacordocomograudeevoluc¸ãodadegenerac¸ão,aetiologia,alocalizac¸ão articular,acondic¸ãosistêmica,aqualidadeóssea,oalinhamentodomembroinferior,a estabilidadeligamentareaidade.Oalgoritmodetratamentoédivididonasmodalidades deterapianãocirúrgicasenasopc¸õesdetratamentocirúrgico.Ascirurgiasdepreservac¸ão articular,ascirurgiasdesubstituic¸ãoarticulareasartrodesesapresentamindicac¸ões pre-cisas.Opresenteartigoapresentaumarevisãosobreotemaeumapropostadealgoritmo detratamentoparaessadoenc¸a.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.
Cartilage
lesions
and
ankle
osteoarthrosis:
review
of
the
literature
and
treatment
algorithm
Keywords: Osteoarthritis Ankle Osteotomy Arthroplasty Arthrodesis
a
b
s
t
r
a
c
t
Themainetiologyofankleosteoarthrosisispost-traumaticanditsprevalenceishighest amongyoungindividuals.Thus,thisdiseasehasagreatsocioeconomicimpactandgives rise tosignificantlosses ofpatients’qualityoflife.Theobjective ofitstreatment isto eliminatepainandkeeppatientsactive.Therefore,thetreatmentshouldbestaged accor-dingtothedegreeofdegenerativeevolution,etiology,jointlocation,systemiccondition, bonequality,lower-limbalignment,ligamentstabilityandage.Thetreatmentalgorithm
夽TrabalhodesenvolvidonoInstitutodeOrtopediaeTraumatologia,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo, Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:alexandrelemegodoy@gmail.com.br(A.L.G.Santos).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2013.10.022
0102-3616 ©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.
Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND
isdividedintonon-surgicaltherapeuticmethodsandoptionsforsurgicaltreatment.Joint preservation,jointreplacementandarthrodesissurgicalprocedureshaveprecise indicati-ons.Thisarticlepresentsareviewonthistopicandaproposalforatreatmentalgorithm forthisdisease.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.
Introduc¸ão
AOAéumasíndromecaracterizadapordegenerac¸ãoda car-tilagem articular,alterac¸õesdoosso subcondral, alterac¸ões inflamatóriasintra-articulares ecrescimentoósseo periarti-cularecausadoreperda funcionaldomembroafetado.1–3 Atualmente,essasíndromeaindanãoapresentacuraefetiva pormeiodosmétodosdeprevenc¸ão,dediminuic¸ão desua progressãooudetratamentosintomáticopropostos.1,2,4,5
AOAafeta15%dapopulac¸ãomundialadulta,oqueatorna umadoenc¸adealtoimpactosocioeconômicoparaoindivíduo, bemcomoparatodaasociedade.6IssorepresentanosEstados Unidos,porexemplo,custode60bilhõesdedólares/anopara otratamentodireto.1,6,7
Osfatoresderiscouniversaismaisimportantessão:idade, sobrecargaarticularexcessivaelesõesarticulares–fraturase lesõesligamentares.1,6
AOAdaarticulac¸ãotíbio-társicaestápresenteem4,4%dos pacientesqueprocuramatendimentoortopédicoporcausada OAdosmembrosinferiores.
Diferentementedadegenerac¸ãoarticulardoquadril(58%) edojoelho (67%),aOA dotornozeloéde origem primária emapenas9%doscasos.Ascausassecundárias–artrite reu-matoide,hemocromatose,hemofiliaouosteonecrose–estão presentesem13%doscasos.Aetiologiapós-traumáticaéa principalcausaerepresenta78%dosmotivosdedegenerac¸ão articulartibio-társica,62%porcausadefraturasaoredordo tornozeloe16%porcausadelesõesligamentares.7–9
Pessoas com artrose do tornozelo tendem a ser mais jovensdoqueosdemaispacientescomdegenerac¸ãoarticular dosmembrosinferioreseapresentamperdafuncionalmais acelerada,comprogressãoparaosestágiosfinaisdadoenc¸a entre10a20anosapósoiníciodalesão.9
Fisiopatogenia
Diversas características anatômicas e biomoleculares do tornozelosãofatoresdeterminantesparaentendera suscep-tibilidadedadegenerac¸ãodacartilagemdessaarticulac¸ão.
Aáreaarticulartotaldatíbio-társicaéde350mm2eestá
submetidaa500Ndeforc¸a,enquantooquadrileojoelho,com áreasarticularesderespectivamente1.100mm2e1.120mm2,
sãosubmetidosàmesmaforc¸a;10–12assim,apressãosobrea cartilagemarticulardotornozelopodeseratétrêsvezesmaior doquenasdemaisarticulac¸õesdosmembrosinferiores.De todaforma,adistribuic¸ãodecarganasarticulac¸ões congru-entes,comootornozeloeoquadril,diferedadistribuic¸ãode carganojoelho,distribuiasforc¸ascompressivasemumaárea
maiore,possivelmente,permitequecartilagemdotornozelo sejamaisfinadoqueadojoelho.Aespessuradacartilagem articularnotornozelovariade1a1,62mmeémaisfinado quenoquadril(1,35a2mm)enojoelho(1,69a2,55mm).13
Os estudos biomoleculares comparativos em humanos mostramacartilagemdotornozelocommaiordensidadede sulfatodeglicosaminoglicanosemenoresmódulode equilí-brio,rigidezdinâmica,componentedeáguaepermeabilidade hidráulica doque acartilagem do joelho. Essas proprieda-desinfluenciamacapacidadededeformac¸ãoacompressão durante ociclodecarga.14,15 Aorganizac¸ãodocolágeno da cartilagem do tornozelo e do joelho se assemelha, porém adistribuic¸ãodoscondrócitosédiferente. Notornozelo,na camadasuperficialdacartilagem,oscondrócitosse apresen-tamagrupados.16
Associadoaessascaracterísticas,otecidodecartilagemdo tornozelosubmetidoalesãomostraaumentodasíntesede colágeno.Oscondrócitosdotornozelosãometabolicamente mais ativosdoque osdo joelho eapresentammaior vira-gemdeaggrecan,maiorsensibilidadeaestímulosanabólicos, seguidosporremoc¸ãodeinterleucina-1,emenorrespostado condrócitoaestímulosinflamatórios.17–20
Somam-secomofatoresdeterminantesnafisiopatogenia: maus alinhamentos estruturais ou adquiridos do membro inferior, desequilíbrio e fraqueza muscular ao redor da articulac¸ãotíbio-társica,idade,gênero,etniaepredisposic¸ão genética.2,6
Diagnóstico
e
sistema
de
classificac¸ão
Aapresentac¸ãoclínicaédornaregiãodainterlinhaarticular. associadaounãoaaumentodevolume(derramearticular) elimitac¸ãodaamplitudedemovimentoarticular,dafunc¸ão, dotrabalhoedasatividadesdelazer.Talcondic¸ãopode dimi-nuiraqualidadedevidacomdoenc¸ascomoOAdoquadril, insuficiênciarenaldialítica,insuficiênciacardíacacongestiva ouradiculopatia.21Outrasalterac¸õesclínicasassociadassão atrofiamusculardapernaealterac¸õesdopadrãodemarcha, principalmentemudanc¸asnacinemáticaenacinética.22–25
Ainvestigac¸ãoinicialporimageméfeitacomradiografias comcargaquepodemmostrardiferentesgrausdediminuic¸ão doespac¸oarticulareformac¸ãodeosteófitos,escleroseecistos subcondrais.OSistemadeClassificac¸ãoMorreyeWiedeman ébaseadonessesachadosradiográficos.26,27
Aressonânciamagnética(RM)correspondeaoexamede imagemnãoinvasivomaissensíveleespecíficoparaavaliar acartilagemarticulare,pormeiodeprotocolosdeaquisic¸ão eanálisedeimagemespecíficos,tambémpermiteacessara morfologiaeacomposic¸ãobioquímicadessetecido.28
A localizac¸ão precisa, o tamanho da área acometida eaprofundidadedalesãocartilaginosasãofundamentaispara aselec¸ãodaopc¸ãodetratamento;dessaforma,protocolosde ressonânciavoltadosparaacartilagemeequipamentoscom maiorescamposmagnéticos,detrêsaseteTesla,melhorama visualizac¸ãodacartilagemedaslesõesassociadas.29–32
NovastécnicasdeRMparaestudodacartilagem,comoa análisequantitativavolumétrica,omapeamentodGEMRIC,o mapeamentoT1-rho,omapaT2eaRMcomsódio-23, per-mitemacessara microestrutura e,indiretamente,aspectos funcionaisdacartilagemdotornozeloemelhoraro diagnós-ticoeotratamentodaslesõescondraiseosteocondrais.30–33
Recentemente, a técnica de SPECT possibilitou associar asinformac¸õesmorfológicasebioquímicasnainvestigac¸ão da OA do tornozelo e mostrou-se útil para localizac¸ão da degenerac¸ão ativa, especialmente em áreas nas quais o númeroeaconfigurac¸ãodaarticulac¸ãosãocomplexos.34–36
Algoritmo
de
tratamento
estagiado
A decisão sobre qual tratamento depende da intensidade da dor, da limitac¸ão funcional, do grau de degenerac¸ão articular, da etiologia, da localizac¸ão articular, da condic¸ão sistêmica, da qualidade óssea, do alinhamento domembroinferior,da estabilidade ligamentar eda idade segue os estágios propostos pelo algoritmo de tratamento (fig.1).
EstágioI.Tratamentonãocirúrgico
PrincipalmenteindicadoparapacientescomOAlevea mode-rada,dorleveenãodiária,pequenalimitac¸ãofuncional,de qualquer etiologia, boa qualidade óssea, adequado alinha-mento do membro inferior e com articulac¸ão estável em qualquerfaixaetária.
Os objetivos são melhorar a sintomatologia, manter a amplitude de movimento articular remanescente e prover situac¸ãoparaadequadotratamentocirúrgicofuturo.
Órtesesepalmilhas
Devematuarnamanutenc¸ãodaarticulac¸ãoemposic¸ão neu-tra durante amarcha.Algumas órtesestambém limitam a mobilidadedotornozelonoplanosagitale,assim,reduzem a instabilidade articular ea sobrecarga sobre a cartilagem lesada.37
Apesardeestudosmostraremresultadossatisfatórioscom ousodepalmilhascorretivasnotratamentodaOAdojoelho (comdeformidadeemvaro),38,39omesmonãofoiobservado notratamentodaOAdotornozelo.37,40
Analgésicoseanti-inflamatórios
Apresentamefeitoscomprovadosparaador,osegundo mos-traaindaalívioadicionalnaOAativa.
No entanto, por causa de vários efeitos colaterais sis-têmicos e, também, pelo fato de não evitar a progressão da degenerac¸ão,sãomedicamentos nãousados como uma soluc¸ãoemlongoprazo.
Estágio I
Estágio II
Estágio III
Estágio IV
Tratamento não cirúrgico
Palmilhas
modificações das características do calçado analgésicos e anti-inflamatórios
condroprotetores
Osteotomias corretivas: simples ou combinadas reparo e reconstrução ligamentar
tenoplastia e transferéncia tendinea cirurgia correção de lesão osteocondral artrodiastase
Cirurgia de preservação articular
3 componentes
constricta ou não constricta transplante heterólogo
Astroplastia total do tornozelo
Aberta ou artroscópica isolada ou combinada haste intramedular retrógrada placa
parafusos
Astrodese do tornozelo
Figura1–Algoritmodetratamentoestagiado.
Fisioterapia
Nos casos de OA do tornozelo leve e moderada, a fisi-oterapia pode ajudar na preservac¸ão da amplitude de movimento e aumentar a estabilidade articular dinâmica por meio dofortalecimento muscular, o que é útil até no tratamentofuturocomartroplastiatotaldotornozelo.8
Viscossuplementac¸ão
Atualmentehá umaumentosignificativono interessepela viscossuplementac¸ãointra-articulardeácidohialurônicono tornozelo como opc¸ão de tratamento para degenerac¸ão articular.41
Em pacientes com OA, os condrócitos, assim como as célulassinoviais,produzemníveisaumentadosdecitocinas inflamatórias, como a interleucina 1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral alfa(TNF-␣), que, porsua vez, diminuem asíntesedecolágenoeaumentammediadorescatabólicos, como metaloproteinases(MMPs)eoutrosmediadores infla-matórios, como interleucina 8 (IL-8), interleucina 6 (IL-6), prostaglandinaE2(PGE2)eóxidonítrico(NO).42,43 Uma pro-teínachavenoprocessopatológicodaOAéaCD44,encontrada na superfície de condrócitos, sinovioblastose macrófagos. Écapazdeinibirasíntesedecitocinasinflamatóriasquando ligadaaoAH.44
O ácido hialurônico é um importante modulador, prin-cipalmente por meio da interac¸ão com receptores CD44 presentes nos sinoviócitos fibroblast-like.45 Portanto, além dosefeitos mecânicosde promovermelhordistribuic¸ãode forc¸as, diminuir a pressão sobre os condrócitos46 e recu-perar as propriedades reológicas do líquido sinovial,47 o ácidohialurônicoatuabioquimicamenteediminuia expres-sãogênica dascitocinas edas enzimasassociadasàOA, a produc¸ãodeprostaglandinaseaconcentrac¸ãointra-articular demetaloproteinases.46,48
Mei-Danetal.49estudaram16pacientescomOAno torno-zelosintomáticoquereceberaminjec¸õesintra-articularesde 25mgdehialuronatodesódiodurantecincosemanas conse-cutivas.Houveumamelhoriade20%naamplitudede movi-mentoeumareduc¸ãosignificativanador,avaliadapelaescala visualanalógicaeporpontuac¸õesdotornozeloedoretropé.
Sunetal.50observarammelhoria dadoreda func¸ãodo tornozeloemumasériede50pacientescomartrosedo tor-nozelotratadoscomtrêsinjec¸õesintra-articularessemanais deácidohialurônico.Outrasériedecasos,prospectiva, reve-louqueHylanGF20eraeficazemreduzirsignificativamente adorassociadacomOAdotornozelo.Esseefeitoparecedurar mesmodepoisdeseisasetemesesapósotratamento.51
A seguranc¸a parece ser semelhante à das aplicac¸ões amplamente executadas no tratamento de OA de diversas articulac¸ões,taiscomojoelho,quadril,ombroemão.51–56
Achados de metanálises sugeremque a viscossupleme-ntac¸ãoHAintra-articularpodereduzir significativamente a dorempacientescomOAdetornozeloemcomparac¸ãocom oestadoantesdotratamentoequeessaopc¸ãodetratamento é superior a outras terapias conservadoras em pacientes sintomáticos.Contudo,nãoháconsensoquantoaonúmero totaldeinjec¸õeseovolumepordoseemrelac¸ãoaoresultado terapêutico.57
EstágioII.Cirurgiadepreservac¸ãoarticular
Principalmenteindicadopara pacientescomOA moderada, dordiáriadeintensidadesignificativa,pequenaamoderada limitac¸ãofuncional,deetiologiapós-traumáticaouprimária, comboaqualidade óssea,comassimétricadealinhamento dosmembrosinferiores,instabilidade articular,faixa etária nãoidosaesemcomorbidadessistêmicas.
Os objetivossão reestabelecer a biomecânica,o alinha-mento e a estabilidade articular, desacelerar a evoluc¸ão da degenerac¸ão articular e postergar procedimentos mais invasivos.
Desbridamentoarticular
Hácontrovérsiasobreovalordedesbridamentoarticularno tratamentodeOAdetornozelo.58Estudosfeitosem pacien-tescomartrosedojoelhoindicamquealavagemarticulareo desbridamentonaausênciadecausasmecânicasque justifi-quemoprocedimentoproporcionamalíviodadorapenasem curtoprazo.59,60Assim,hámaiorevidênciadequeo desbri-damentocomabordagemdetodososfatoresconcomitantes envolvidosnaetiologiadaOA–remoc¸ãodeosteófitosecorpos soltos,ressecc¸ãodetecidoscicatricialesinovialhipertróficoe
técnicasdereparodedefeitososteocondraiscartilagemfocais –apresentamelhoriadador,doedemaedarigidezemcurto emédioprazos.58,61,62
Desbridamentoarticularartroscópico
Lesões específicas associadas à OA, como osteófitos, cor-pos soltos e defeitos condrais, podem ser tratadas com artroscopia. No entanto, apresentam resultados piores em comparac¸ãocomoutrosdiagnósticos.60,61
Artrodiastase
Acredita-se que a aplicac¸ão de trac¸ãoem umaarticulac¸ão possaaprimoraranutric¸ãoeaspropriedadesdereparac¸ão,por meiodaretiradadacarga.Issoéfeitocomfixadoresexternos, quepermitemadistrac¸ãonalinhaarticular,commanutenc¸ão domovimentoarticular,oquetemefeitospositivosna pres-são do fluido articular. Aldegheri et al.62 descreveram em 1979esseprocedimentoparaotratamentodelesões degene-rativasdoquadrilempacientesjovens.
Alguns trabalhos mostram resultados satisfatórios com esse tipo de abordagem em pequenas sériesde casos,63–66 porém essa opc¸ão deve serentendida como procedimento nãodefinitivo,comoobjetivodepostergaraartroplastiaoua artrodesedotornozelo,eéindicadaparapacientesjovens.
Osteotomias
Empacientescomassimétricadealinhamentodosmembros inferiores(varoouvalgo)associadosàOAdetornozelo,a cirur-giaderealinhamentoéumtratamentoopcionalàfusãoouà artroplastiaemcasosselecionados.
As osteotomiaspodem sersimples– tíbia efíbula– ou combinadas –pernaecalcâneo–,associadasounãoa pro-cedimentosdepartesmoles.67
Osobjetivossãotransferiracargadeáreascomcartilagem danificada paraasáreas com boaqualidade decartilagem, melhoraracongruênciaarticular,desaceleraraprogressãoda OAereduzirador.
Pagenstertetal.67encontrarammelhoriadoescoreAofas noseguimentodecincoanosem35pacientesconsecutivos comOApós-traumáticatratadoscomrealinhamentodaperna edoretropé.
A selec¸ão precisa dospacientes ea adequada correc¸ão do ângulo de alinhamento articular são cruciais para o sucesso.68,69
Tratamentodelesãoosteocondral
Reparodedefeitososteocondraiscartilagemfocais.
Microfraturas
O procedimento de microfraturas consiste em pequenas perfurac¸õesnoossosubcondralapósaregularizac¸ãodalesão associadaàremoc¸ãodacamadacalcificadadacartilagem arti-cular.Esseprocedimentotemcomoprincípioaobtenc¸ãode
umcoáguloformadoporcélulasmesenquimaisprovenientes damedulaóssea.
Mais recentemente, alguns centros seguem a mesma linhaderaciocíniodoprocedimentodemicrofraturasetêm usadoconcentradosdeaspiradomedular(quecontêmcélulas mesenquimais),porémsemagrediroossosubcondral.Esses procedimentos encontram-se em desenvolvimento e em estudo.Alógicadessesprocedimentosbaseia-senaobtenc¸ão deumconteúdodecélulaspluripotentesteoricamentenuma concentrac¸ãosuperioràmicrofraturasemagrediroosso sub-condral.Estudosemanimaistêm demonstradoaformac¸ão deumtecidodereparosuperior70ecomparamousode con-centradodeaspiradomedularcommicrofraturas.Alémdisso, diversosestudosclínicosdescrevemincidênciadealterac¸ões significativasdoossosubcondral(comocistosósseose osteó-fitosintralesionais)apósprocedimentosdemicrofratura.71,72
Os fatoresde mauprognóstico desse procedimentosão o tamanho da lesão, acimade 1,5cm2, o quesignifica um
diâmetro maior do que 1,2cm,73 lesões não contidas e a presenc¸adelesõescísticasassociadasàlesãoosteocondral.74
Transferênciaosteocondralautóloga
Atransferênciaosteocondralbaseia-senousodeumcilindro osteocondralobtidodeumaáreadebaixademanda, usual-mentedojoelho–daregiãointercondilar,daporc¸ãolateral datrócleaimediatamenteproximalàáreadecargadocôndilo lateraloudacristalateralproximaldatróclea.
Esseprocedimentoéindicadoparalesõesdeaté2cm2de
área,comacometimentoda cartilagemisoladamenteouda cartilagem com o osso subcondral, como nas osteocondri-tesdissecantes.Oprincipalfatorlimitantedatransferência osteocondralconsistenamorbidadedaáreadoadora,que res-tringeaquantidadeeotamanhodoscilindrosaseremusados.
Implanteautólogodecondrócitos
Consistenumaterapiacelularparaotratamentodelesõesda cartilagemarticularemqueinicialmentesefazumabiópsia de cartilagem para cultivo dos condrócitos. Essaexpansão celular é feita em laboratório por aproximadamente seis semanas. Num segundo procedimento cirúrgico, fazem-se odesbridamentodalesãoeoimplantedecondrócitos.Nas primeirasgerac¸ões,esseimplanteerafeitocomusodeuma membranadeperiósteo,masatualmenteusa-semembrana decolágeno(semeadaduranteacirurgiaoucomascélulas previamentecultivadasnamembrana).
Estágio3.Artroplastiatotaldotornozelo(ATT)
Principalmenteindicada para pacientes com OA grave,dor diária de intensidade importante, elevada limitac¸ão funci-onal,de qualqueretiologia,com boaqualidade óssea,com adequadoalinhamentodosmembrosinferioresouassimetria leve,articulac¸ãoestável,faixaetárianãoidosaeausênciade comorbidadessistêmicasgraves.
Osobjetivossãorestauraroarcodemovimentofuncional, eliminaradoremelhoraraqualidadedevida.
Os desenhos iniciais das próteses totais de tornozelo comec¸aramnosanos1970.Apesardaselevadastaxasde insu-cesso vividascom asprimeiras gerac¸õesde prótesestotais do tornozelo,75 váriosgrupos seguiram napesquisa ehoje dispomosdediferentesimplantes,queseaproximamdas exi-gênciasanatômicasefuncionaisdessaarticulac¸ão.
Essaevoluc¸ãoresultounamelhorianosresultadosclínicos etornouesseprocedimentomaispopularnotratamentoda OAdotornozelo.76
Aanálisedaliteraturaapontacomoprincipalavanc¸oo con-ceitodo«apoiomóvel»,noqualoscomponentesprostéticos serelacionamcomváriosgrausdeliberdade,semqueocorra constric¸ão da articulac¸ão. As prótesesde terceira gerac¸ão, dotadasdetrêselementos–componentestibial,talare inter-mediário–sãoasmaisbem-sucedidasatéomomento.77–79
Contudo, a ATT ainda apresenta elevadas taxas de complicac¸ãoemcomparac¸ãocomasartroplastiasdojoelho e doquadril.80 As complicac¸ões intraoperatóriasdevem-se àsdificuldadesdealinhamentodoscomponentes,aoscortes ósseoseàsfraturasdosmaléolos;enoperíodopós-operatório estão relacionadas à deiscência da incisão cirúrgica e à infecc¸ão.78,81 Emlongoprazo amaiorcomplicac¸ãoéa sol-tura asséptica dos componentes tibial ou talar, seguida de fratura por estresse, retrac¸ão capsular e tecidos moles periarticulares.82
Assim,aselec¸ãoprecisadepacienteséfundamentalpara osucessodesseprocedimento.
Ascontraindicac¸õesincluemosteonecrose,doenc¸a vascu-larperiféricagrave,neuropatiaperiférica, infecc¸ãoarticular recente ou prévia, instabilidade ligamentar grave, grande desalinhamentodomembroinferioremáqualidadeóssea.8
Há,ainda,aopc¸ãodesubstituic¸ãoarticularcompletapor meiodoenxertobipolardaarticulac¸ãotibio-társicaafresco, procedimento que representa uma opc¸ão útil em doentes cuidadosamenteselecionados,principalmenteempacientes jovenseativos.Permitealíviodadoremanutenc¸ãoda mobi-lidade articular funcional. Contudo, são necessários mais estudossobreocomportamentoimunológicodacartilagem transplantadanessetipodeprocedimento.83–85
Estágio4.Artrodese
Principalmente indicadoparapacientes com OA grave,dor diária de intensidade importante, elevada limitac¸ão funci-onal, dequalquer etiologia,comboa qualidadeóssea, com adequadoalinhamentodosmembrosinferioresouassimetria leve,articulac¸ãoestável,faixaetáriaidosaeadultajoveme ausênciadecomorbidadessistêmicasgraves.
Osobjetivossãorestabeleceroalinhamentodomembro inferioreeliminarador.
Tíbio-társicaetíbio-talo-calcaneana
PacientescomOAdetornozeloavanc¸adasemindicac¸ãopara artroplastiatotaldotornozeloeaquelesqueapresentamfalha daATTrepresentamaparcelaquepodesebeneficiardesse procedimento de salvamento. Muitas técnicas cirúrgicas e materiaisdefixac¸ãojáforamdescritosnaliteratura.86–88
Aopc¸ãoentreartrodesetíbio-talaroutíbio-talo-calcaneana dependerádacondic¸ãodedegenerac¸ão,dadoredo alinha-mentodaarticulac¸ãosubtalar.
Esseprocedimentotemgeralmentebomresultado funcio-naleelevadataxadealíviosintomático.Semdúvida,o posi-cionamentoadequadodafusãoarticular,nointraoperatório, temimpactodiretonosresultadosclínicosalcanc¸ados;dessa forma,asangulac¸õesde5◦ emvalgoede5◦-10◦ darotac¸ão externaeaposic¸ãoemneutronaflexoextensão da dordo tornozelodevemseralcanc¸adas.89
Comodesvantagens:tempoderecuperac¸ãopós-operatória até atingir a consolidac¸ão, índices de não união dolo-rosa, discrepância de comprimento entre os membros inferiores, edema crônico, soltura do implante e fratura peri-implante.88,89
Considerac¸ões
finais
AOAdotornozelorepresentadoenc¸adiferentedas demais artrosesdos membrosinferiores;apresentacomo principal fator etiológicoo trauma articular,em especial asfraturas maleolares,ainstabilidadecrônicadotornozeloeas fratu-rasdistaisdatíbia.Acometeindivíduosjovensemfaixaetária produtiva,o queresultaemaltos custospessoaisesociais relacionadosaotratamentodiretodessadoenc¸a,que habitu-almenteédelongotempo.
Asestratégiasterapêuticasbaseiam-senumalgoritmode tratamento estagiado e dependem de um amplo espectro defatoresrelacionados.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1. BuckwalterJA,SaltzmanC,BrownT.Theimpactof
osteoarthritis.ClinOrthopRelRes.2004;427Suppl:S6–15.
2. DivisionofAdultandCommunityHealth,NationalCenterfor ChronicDiseasePreventionandHealthPromotion.Disponível em:http://www.cdc.gov/arthritis/basics/osteoarthritis.htm
3. LawrenceRC,FelsonDT,HelmickCG,ArnoldLM,ChoiH,
DeyoRA,etal.Estimatesoftheprevalenceofarthritisand
otherrheumaticconditionsintheUnitedStates.PartII
ArthritisRheum.2008;58(1):26–35.
4. Martel-PelletierJ,BoileauC,PelletierJP,RoughleyPJ.Cartilage
innormalandosteoarthritisconditions.BestPractResClin
Rheumatol.2008;22(2):351–84.
5. DeLange-BrokaarBJ,Ioan-FacsinayA,vanOschGJ,Zuurmond
AM,SchoonesJ,ToesRE,etal.Synovialinflammation,
immunecellsandtheircytokinesinosteoarthritis:areview.
OsteoarthritisCartilage.2012;20(12):1484–99.
6. FelsonDT.Theepidemiologyofosteoarthritis:prevalence
andriskfactors.In:KuettnerKE,GoldbergVM,editors.
Osteoarthritisdisorders.Rosemont,IL:AmericanAcademyof
OrthopaedicSurgeons;1995.p.13–24.
7. BrownTD,JohnstonRC,SaltzmanCL,MarshJL,Buckwalter
JA.Posttraumaticosteoarthritis:afirstestimateofincidence,
prevalence,andburdenofdisease.JOrthopTrauma.
2006;20(10):739–44.
8.HorisbergerM,ValderrabanoV,HintermannB.Posttraumatic
ankleosteoarthritisafterankle-relatedfractures.JOrthop
Trauma.2009;23(1):60–7.
9.ValderrabanoV,HorisbergerM,RussellI,DougallH,
HintermannB.Etiologyofankleosteoarthritis.ClinOrthop
RelatRes.2009;467(7):1800–6.
10.ChangKV,HsiaoMY,ChenWS,WangTG,ChienKL.
Effectivenessofintra-articularhyaluronicacidforankle
osteoarthritistreatment:asystematicreviewand
meta-analysis.ArchPhysMedRehabil.2013;94(5):
951–60.
11.KimizukaM,KurosawaH,FukubayashiT.Load-bearing
patternoftheanklejoint:contactareaandpressure
distribution.ArchOrthopTraumaSurg.1980;96(1):45–9.
12.IhnJC,KimSJ,ParkIH.Invitrostudyofcontactarea
andpressuredistributioninthehumankneeafterpartialand
totalmeniscectomy.IntOrthop.1993;17(4):214–8.
13.BrownTD,ShawDT.Invitrocontactstressdistributionsin
thenaturalhumanhip.JBiomech.1983;16(6):373–84.
14.ShepherdDE,SeedhomBB.Thicknessofhumanarticular
cartilageinjointsofthelowerlimb.AnnRheumDis.
1999;58(1):27–34.
15.TreppoS,KoeppH,QuanEC,ColeAA,KuettnerKE,
GrodzinskyAJ.Comparisonofbiomechanicaland
biochemicalpropertiesofcartilagefromhumankneeand
anklepairs.JOrthopRes.2000;18(5):739–48.
16.KuettnerKE,ColeAA.Cartilagedegenerationindifferent
humanjoints.OsteoarthritisCartilage.2005;13(2):
93–103.
17.HendrenL,BeesonP.Areviewofthedifferencesbetween
normalandosteoarthritisarticularcartilageinhumanknee
andanklejoints.Foot(Edinb).2009;19(3):171–6.
18.AurichM,SquiresGR,ReinerA,MollenhauerJA,KuettnerKE,
PooleAR,etal.Differentialmatrixdegradationandturnover
inearlycartilagelesionsofhumankneeandanklejoints.
ArthritisRheum.2005;52(1):112–9.
19.EgerW,SchumacherBL,MollenhauerJ,KuettnerKE,ColeAA.
Humankneeandanklecartilageexplants:catabolic
differences.JOrthopRes.2002;20(3):526–34.
20.KangY,KoeppH,ColeAA,KuettnerKE,HomandbergGA.
Culturedhumanankleandkneecartilagedifferin
susceptibilitytodamagemediatedbyfibronectinfragments.
JOrthopRes.1998;16(5):551–6.
21.ColeAA,KuettnerKE.Molecularbasisfordifferencesbetween
humanjoints.CellMolLifeSci.2002;59(1):19–26.
22.SaltzmanCL,ZimmermanMB,O’RourkeM,BrownTD,
BuckwalterJA,JohnstonR.Impactofcomorbiditiesonthe
measurementofhealthinpatientswithankleosteoarthritis.
JBoneJointSurgAm.2006;88(11):2366–72.
23.ValderrabanoV,vonTscharnerV,NiggBM,HintermannB,
GoepfertB,FungTS,etal.Lowerlegmuscleatrophyinankle
osteoarthritis.JOrthopRes.2006;24(12):
2159–69.
24.ThomasR,DanielsTR,ParkerK.Gaitanalysisandfunctional
outcomesfollowinganklearthrodesisforisolatedankle
arthritis.JBoneJointSurgAm.2006;88(3):526–35.
25.NüeschC,HuberC,PagenstertG,vonTscharnerV,
ValderrabanoV.Muscleactivationofpatientssufferingfrom
asymmetricankleosteoarthritisduringisometric
contractionsandlevelwalking–Atime-frequencyanalysis.J
ElectromyogrKinesiol.2012;22(6):939–46.
26.NüeschC,ValderrabanoV,HuberC,vonTscharnerV,
PagenstertG.Gaitpatternsofasymmetricankleosteoarthritis
patients.ClinBiomech(Bristol,Avon).2012;27(6):613–8.
27.MorreyBF,WiedemanGPJr.Complicationsandlong-term
resultsofanklearthrodesesfollowingtrauma.JBoneJoint
28.MuehlemanC,FogartyD,ReinhartB,TzvetkovT,LiJ,NeschI.
In-laboratorydiffraction-enhancedX-rayimagingfor
articularcartilage.ClinAnat.2010;23(5):530–8.
29.LangP,YoshiokaH,SteinesD,Nöbauer-HuhmannIM,Imhof
H.Magneticresonancetomography(MRI)ofjointcartilage
Currentstatusofknowledgeandnewdevelopments.
Radiologe.2000;40(12):1141–8.
30.LinkTM,StahlR,WoertlerK.Cartilageimaging:motivation,
techniques,currentandfuturesignificance.EurRadiol.
2007;17(5):1135–46.
31.WelschGH,MamischTC,HughesT,ZilkensC,QuirbachS,
SchefflerK,etal.Invivobiochemical7.0Teslamagnetic
resonance:preliminaryresultsofdGEMRIC,zonalT2,andT2*
mappingofarticularcartilage.InvestRadiol.
2008;43(9):619–26.
32.StricklandCD,KijowskiR.Morphologicimagingofarticular
cartilage.MagnResonImagingClinNAm.2011;19(2):229–48.
33.ForneyM,SubhasN,DonleyB,WinalskiCS.MRimagingof
thearticularcartilageofthekneeandankle.MagnReson
ImagingClinNAm.2011;19(2):379–405.
34.JazrawiLM,AlaiaMJ,ChangG,FitzgeraldEF,RechtMP.
Advancesinmagneticresonanceimagingofarticular
cartilage.JAmAcadOrthopSurg.2011;19(7):420–9.
35.PagenstertGI,BargA,LeumannAG,RaschH,Müller-BrandJ,
HintermannB,etal.SPECT-CTimagingindegenerativejoint
diseaseofthefootandankle.JBoneJointSurgBr.
2009;91(9):1191–6.
36.KnuppM,PagenstertGI,BargA,BolligerL,EasleyME,
HintermannB.SPECT-CTcomparedwithconventional
imagingmodalitiesfortheassessmentofthevarusand
valgusmalalignedhindfoot.JOrthopRes.2009;27(11):1461–6.
37.NathanM,MohanH,VijayanathanS,FogelmanI,
GnanasegaranG.Theroleof99mTc-diphosphonatebone
SPECT/CTintheankleandfoot.NuclMedCommun.
2012;33(8):799–807.
38.JohnS,BongiovanniF.Bracemanagementforanklearthritis.
ClinPodiatrMedSurg.2009;26(2):193–7.
39.PhamT,MaillerfertJF,HudryC,KieffertP,BourgeoisP,
LechevalierD,etal.Laterallyelevatedwedgedinsolesinthe
treatmentofmedialkneeosteoarthritis:atwo-year
prospectiverandomizedcontrolledstudy.Osteoarthritis
Cartilage.2004;12(1):46–55.
40.TodaY,TsukimuraN.A2-yearfollow-upofastudyto
comparetheefficacyoflateralwedgedinsoleswithsubtalar
strappingandin-shoelateralwedgedinsolesinpatientswith
varusdeformityosteoarthritisoftheknee.Osteoarthritis
Cartilage.2006;14(3):231–7.
41.KitaokaHB,CrevoisierXM,HarbstK,HansenD,KotajarviB,
KaufmanK.Theeffectofcustom-madebracesfortheankle
andhindfootonankleandfootkinematicsandground
reactionforces.ArchPhysMedRehabil.2006;87(1):130–5.
42.PelletierJP,Martel-PelletierJ,AbramsonSB.Osteoarthritis,an
inflammatorydisease:potentialimplicationfortheselection
ofnewtherapeutictargets.ArthritisRheum.
2001;44(6):1237–47.
43.DiBattistaJA,Martel-PelletierJ,WosuLO,SandorT,AntaklyT,
PelletierJP.Glucocorticoidreceptormediatedinhibitionof
interleukin-1stimulatedneutralmetalloproteasesynthesis
innormalhumanchondrocytes.JClinEndocrinolMetab.
1991;72(2):316–26.
44.YasudaT.HyaluronaninhibitsprostaglandinE2production
viaCD44inU937humanmacrophages.TohokuJExpMed.
2010;220(3):229–35.
45.WangCT,LinYT,ChiangBL,LinYH,HouSM.Highmolecular
weighthyaluronicaciddown-regulatesthegeneexpression
ofosteoarthritis-associatedcytokinesandenzymesin
fibroblast-likesynoviocytesfrompatientswithearly
osteoarthritis.OsteoarthritisCartilage.2006;14(12):1237–47.
46.PeyronJG,BalazsEA.Preliminaryclinicalassessmentof
Na-hyaluronateinjectionintohumanarthriticjoints.Pathol
Biol(Paris).1974;22(8):731–6.
47.BaggaH,BurkhardtD,SambrookP,MarchL.Longtermeffects
ofintraarticularhyaluronanonsynovialfluidinosteoarthritis
oftheknee.JRheumatol.2006;33(5):946–50.
48.SasakiA,SasakiK,KonttinenYT,SantavirtaS,TakaharaM,
TakeiH,etal.Hyaluronateinhibitsthe
interleukin-1beta-inducedexpressionofmatrix
metalloproteinase(MMP)-1andMMP-3inhumansynovial
cells.TohokuJExpMed.2004;204(2):99–107.
49.Mei-DanO,KishB,ShabatS,MasarawaS,ShterenA,MannG,
etal.Treatmentofosteoarthritisoftheankleby
intra-articularinjectionsofhyaluronicacid:aprospective
study.JAmPodiatrMedAssoc.2010;100(2):93–100.
50.SunSF,HsuCW,SunHP,ChouYJ,LiHJ,WangJL.Theeffectof
threeweeklyintra-articularinjectionsofhyaluronateonpain,
function,andbalanceinpatientswithunilateralankle
arthritis.TheJournalofBoneandJointSurgeryAmerican
volume.2011;93(18):1720–6.
51.WitteveenA,GianniniS,GuidoG,JeroschJ,LohrerH,Vannini
F,etal.Aprospectivemulti-centre,openstudyofthesafety
andefficacyofhylanG-F20(Synvisc)inpatientswith
symptomaticankle(talo-crural)osteoarthritis.FootAnkle
Surg.2008;14(3):145–52.
52.BlaineT,MoskowitzR,UdellJ,SkyharM,LevinR,Friedlander
J,etal.Treatmentofpersistentshoulderpainwithsodium
hyaluronate:arandomized,controlledtrial.Amulticenter
study.JBoneJointSurgAm.2008;90(5):970–9.
53.SilversteinE,LegerR,SheaK.Theuseofinta-articularHylan
GF-20inthetreatmentofsymptomaticosteoarthritisofthe
shoulder:apreliminarystudy.AmJSportsMed.
2007;35(6):979–85.
54.FigenAyhanF,UstunN.Theevaluationofefficacy
andtolerabilityofHylanGF-20inbilateralthumbbase
osteoarthritis:6monthsfollow-up.ClinRheumatol.
2009;28(5):535–41.
55.SaliniV,DeAmicisD,AbateM,NataleMA,DiIorioA.
Ultrasound-guidedhyaluronicacidinjectionin
carpometacarpalosteoarthritis:short-termresults.IntJ
ImmunopatholPharmacol.2009;22(2):455–60.
56.DeCamposGC,RezendeMU,PailoAF,FrucchiR,CamargoOP.
Addingtriamcinoloneimprovesviscosupplementation:
arandomizedclinicaltrial.ClinOrthopRelatRes.
2013;471(2):613–20.
57.Ogilvie-HarrisD,Sekyi-OtuA.Arthroscopicdebridement
fortheosteoarthriticankle.Arthroscopy.1995;11(4):
433–6.
58.JacksonR,GilbertR,SharkeyPF.Arthroscopicdebridement
versusarthroplastyinosteoarthroticknee.JArthroplasty.
1997;12(4):465–70.
59.ChengJ,FerkelR.Theroleofarthroscopyinankleand
subtalardegenerativejointdisease.ClinOrthopRelatRes.
1998;(349):65–72.
60.LoongTW,MitraAK,TanSK.Roleofarthroscopyinankle
disorder–Earlyexperience.AnnAcadMedSingapore.
1994;23(3):348–50.
61.HassounaH,KumarS,BendallS.Arthroscopicankle
debridement:5-yearsurvivalanalysis.ActaOrthopBelg.
2007;73(6):737–40.
62.AldegheriR,TrivellaG,SalehM.Articulateddistractionofthe
hipConservativesurgeryforarthritisinyoungpatients.Clin
OrthopRelatRes.1994;(301):94–101.
63.PaleyD,LammBM.Anklejointdistraction.FootAnkleClin.
2005;10(4):685–98.
64.IndaDJ,BlyakherA,O’MalleyMJ.Distractionarthroplasty
fortheankleusingtheIlizarovframe.TechFootAnkleSurg.
65.PloegmakersJJ,vanRoermundPM,vanMelkebeekJ,
LammensJ,BijlsmaJW,LafeberFP,etal.Prolongedclinical
benefitfromjointdistractioninthetreatmentofankle
osteoarthritis.OsteoarthritisCartilage.2005;13(7):582–8.
66.PagenstertG,HintermannB,BargA,LeumannA,
ValderrabanoV.Realignmentsurgeryasalternativetreatment
ofvarusandvalgusankleosteoarthritis.ClinOrthopRelatRe.
2007;(462):156–68.
67.PagenstertG,LeumannA,HintermannB,ValderrabanoV.
Sportsandrecreationactivityofvarusandvalgusankle
osteoarthritisbeforeandafterrealignmentsurgery.Foot
AnkleInt.2008;29(10):985–93.
68.ChengY,HuangP,HongS,LinSY,LiaoCC,ChiangHC,etal.
Lowtibialosteotomyformoderateanklearthritis.Arch
OrthopTraumaSurg.2001;121(6):355–8.
69.KreuzPC,SteinwachsMR,ErggeletC,KrauseSJ,KonradG,Uhl
M,etal.Resultsaftermicrofractureoffull-thicknesschondral
defectsindifferentcompartmentsintheknee.Osteoarthritis
Cartilage.2006;14(11):1119–25.
70.MithoeferK,WilliamsRJ3rd,WarrenRF,PotterHG,SpockCR,
JonesEC,etal.Themicrofracturetechniqueforthetreatment
ofarticularcartilagelesionsintheknee.Aprospectivecohort
study.JBoneJointSurgAm.2005;87(9):1911–20.
71.FortierLA,PotterHG,RickeyEJ,SchnabelLV,FooLF,ChongLR,
etal.Concentratedbonemarrowaspirateimproves
full-thicknesscartilagerepaircomparedwithmicrofracturein
theequinemodel.JBoneJointSurgAm.2010;92(10):1927–37.
72.FurukawaT,EyreDR,KoideS,GlimcherMJ.Biochemical
studiesonrepaircartilageresurfacingexperimentaldefects
intherabbitknee.JBoneJointSurgAm.1980;62(1):79–89.
73.CutticaDJ,SmithWB,HyerCF,PhilbinTM,BerletGC.
Osteochondrallesionsofthetalus:predictorsofclinical
outcome.FootAnkleInt.2011;32(11):1045–51.
74.HintermannB.Historyoftotalanklearthroplasty.In:Total
anklearthroplasty:historicaloverview,currentconcepsand
futureperspectivesNewYork:Springer-Verlag.2005:53–63.
75.HaddadS,CoetzeeJ,EstokR,FahrbachK,BanelD,NalysnykL.
Intermediateandlong-termoutcomesoftotalankle
arthroplastyandanklearthrodesis.Asystematicreview
oftheliterature.JBoneJointSurgAm.2007;89(9):1899–905.
76.HintermannB.Shortandmid-termresultswithStartotal
ankleprosthesis.Orthopade.1999;28(9):792–803.
77.HintermannB,ValderrabanoV,DereymaekerG,DickW.The
Hintegraankle:rationaleandshort-termresultsof122
consecutiveankles.ClinOrthopRelRes.2004;(424):
57–68.
78.NeryC,FernandesTD,RéssioC,FuchsML,Godoy-SantosAL,
OrtizRT.Totalanklereplacement:Brazilianexperiencewith
theHintegraprosthesis.RevBrasOrtop.2010;45(1):
92–100.
79.GougouliasN,KhannaA,MaffulliN.Howsuccessfulare
currentanklereplacements?:asystematicreviewofthe
literature.ClinOrthopRelatRes.2010;(468):199–208.
80.LeeK,ChoS,HurC,YoonT.Perioperativecomplicationsof
Hintegratotalanklereplacement:ourinitial50cases.Foot
AnkleInt.2008;29(10):978–84.
81.KarantanaA,HobsonS,DharS.TheScandinaviantotalankle
replacement:survivorshipat5and8yearscomparable
tootherseries.ClinOrthopRelatRes.2010;(468):951–7.
82.BugbeeWD,KhannaG,CavalloM,McCauleyJC,GörtzS,Brage
ME.Bipolarfreshosteochondralallograftingofthetibiotalar
joint.JBoneJointSurgAm.2013;95(5):426–32.
83.GianniniS,BudaR,GrigoloB,BevoniR,DiCaprioF,RuffilliA,
etal.Bipolarfreshosteochondralallograftoftheankle.Foot
AnkleInt.2010;31(1):38–46.
84.PimentaR,CarvalhoP,AmadoP.Freshbipolarosteochondral
allograftoftheankleReviewoftheliteratureandcasereport
ofayoungpatientwithbilateralpost-traumatic
osteoarthritis.RevEspCirOrtopTraumatol.2012;56(2):120–6.
85.DemetriadesL,StraussE,GallinaJ.Osteoarthritisofthe
ankle.ClinOrthopRelatRes.1998;(349):28–42.
86.CulpanP,LeStratV,PiriouP,JudetT.Arthrodesisafterfailed
totalanklereplacement.JBoneJointSurgBr.
2007;89(9):1178–83.
87.CoesterL,SaltzmanC,LeupoldJ,PontarelliW.Long-term
resultsfollowinganklearthrodesisforpost-traumatic
arthritis.JBoneJointSurgAm.2001;83(2):219–28.
88.FuchsS,SandmannA,SkwarA,ChylareckiC.Qualityoflife
20yearsafterarthrodesisoftheankle:astudyofadjacent
joints.JBoneJointSurgBr.2003;85(7):994–8.
89.BuchnerM,SaboD.Anklefusionattributableto
posttraumaticarthrosis:along-termfollowupof48patients.