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ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIAS NO GRUPO ROSÁRIO DO SUL, TRIÁSSICO DA BACIA DO PARANÁ

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Academic year: 2020

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(1)ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIAS NO GRUPO ROSÁRIO DO SUL, TRIÁSSICO DA BACIA DO PARANÁ. Robert Sauer 1 Igor Magalhães Clemente 2. Resumo: Na porção central do estado do Rio Grande do Sul afloram as unidades sedimentares do Grupo Rosário do Sul, compreendido do Eotriássico ao Neotriássico na Bacia Sedimentar do Paraná. O Grupo Rosário do Sul sobrepõe o Grupo Passa Dois, do Neopaleozoico, e é sobreposto pelo Grupo São Bento, do Neojurássico ao Eocretáceo da Bacia do Paraná. O grupo é dividido em três formações distintas, da base para o topo: (a) Formação Sanga do Cabral; (b) Formação Santa Maria; e (c) Formação Caturrita. O Período Triássico caracterizou-se pelo baixo nível eustático, pela profusão da sedimentação continental e uma progressiva desertificação. Do Eotriássico ao Mesotriássico ocorreu o início da fase de estiramento, rifteamento e consequente quebra do Supercontinente Pangea. A Bacia do Paraná durante o Triássico esteve confinada ao interior continental, motivo pelo qual ela é amplamente estudada pela estratigrafia clássica, considerando-se apenas aspectos litológicos, paleontológicos e cronológicos. O objetivo deste trabalho foi aplicar a estratigrafia de sequências, tradicionalmente usada em bacias de margem continental, em ambientes continentais de bacias sedimentares interiores. Conjuntamente, buscou interpretar o arcabouço estratigráfico do Grupo Rosário do Sul em alta resolução, estabelecendo tratos de sistemas no registro estratigráfico, e demarcando superfícies estratigráficas limitantes. Para isso, foi necessária a revisão bibliográfica sobre o tema, utilizando trabalhos anteriores e pesquisas feitas na área de estudo. Foram feitos levantamentos de campo em afloramentos na região de São Pedro do Sul, utilizando a técnica de sucessões verticais de fácies e análise de fácies sedimentares. Foram utilizadas ferramentas essenciais de campo, como trena métrica, bússola geológica e martelo petrográfico. Os dados coletados foram organizados no software SedLog, o qual gerou a representação visual dos perfis verticais. Desse modo, foi possível identificar padrões de empilhamento sedimentar, tanto progradacionais como retrogradacionais, e demarcar as principais superfícies estratigráficas, delimitadoras dos tratos de sistemas. Com este trabalho, a aplicação da estratigrafia de sequências foi enfatizada na análise do arcabouço estratigráfico da Bacia do Paraná, e foi possível entender as variações do nível de base estratigráfico dos ambientes sedimentares, recorrentes ao longo do tempo de preenchimento da bacia..

(2) Palavras-chave: Bacia do Paraná; Triássico; Grupo Rosário do Sul; Estratigrafia de Sequências;. Modalidade de Participação: Iniciação Científica. ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIAS NO GRUPO ROSÁRIO DO SUL, TRIÁSSICO DA BACIA DO PARANÁ 1 Aluno de graduação. rsauer17@gmail.com. Autor principal 2 Docente. igorclemente@unipampa.edu.br. Orientador. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa | Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(3) ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIAS NO GRUPO ROSÁRIO DO SUL: UM ESTUDO SOBRE O ARCABOUÇO ESTRATIGRÁFICO DO TRIÁSSICO DA BACIA DO PARANÁ 1 INTRODUÇÃO Ao longo da porção central do estado do Rio Grande do Sul afloram as unidades sedimentares do Grupo Rosário do Sul, compreendido do Eotriássico ao Neotriássico na Bacia Sedimentar do Paraná. O Grupo Rosário do Sul sobrepõe o Grupo Passa Dois, do Neopaleozoico, e é sobreposto pelo Grupo São Bento, do Neojurássico ao Eocretáceo da Bacia do Paraná. Ele abrange o final da Supersequência Gondwana I, com a discordância Eotriássica, e toda a Supersequência Gondwana II (MILANI et al., 2007). O Grupo Rosário do Sul é dividido em três formações distintas, da base para o topo: (a) Formação Sanga do Cabral; (b) Formação Santa Maria; e (c) Formação Caturrita (SOARES et al., 2014). O Triássico foi o período de máximo desenvolvimento do Pangea, ocorrendo um soerguimento generalizado da massa continental. O período caracterizou-se pelo baixo nível eustático e pela profusão da sedimentação continental. Do Eotriássico ao Mesotriássico ocorreu o início da fase de estiramento, rifteamento e consequente quebra do Pangea (ZERFASS, 2003). A Bacia do Paraná, por ser uma bacia intracratônica na qual prevaleceram os sistemas deposicionais continentais (MILANI et al., 2007), foi e ainda é amplamente estudada e analisada sob os fundamentos. da. estratigrafia. clássica,. apenas. considerando. aspectos. litológicos,. paleontológicos e cronológicos. Sendo assim, este trabalho enfatizou o uso da estratigrafia de sequências em ambientes continentais, bem como analisou o arcabouço estratigráfico do Grupo Rosário do Sul em alta resolução. Assim, o objetivo principal deste trabalho é reconhecer pacotes de 3ª a 5ª ordens no arcabouço estratigráfico do Grupo Rosário do Sul com o uso da estratigrafia de sequências. Além disso, objetiva-se reconhecer em campo as feições geológicas demarcadoras das superfícies limítrofes dos tratos de sistemas, e assim alcançar uma proposta de interpretação baseada nas variações do nível de base estratigráfico na bacia durante o Triássico. 2 METODOLOGIA Na primeira fase do trabalho, foi necessária a revisão bibliográfica prévia da área de estudo, pesquisa em trabalhos anteriores publicados e dados de materiais virtuais, como imagens de satélite e carta topográfica do município que abriga o local de estudo. Já para a fase seguinte Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(4) de trabalho, as técnicas utilizadas se referem aos princípios fundamentais da estratigrafia aplicada à geologia de campo, no que diz respeito às rochas sedimentares. Dentre as principais técnicas, destacam-se: (a) observação e análise de afloramentos; (b) descrição dos atributos litológicos das rochas; (c) definição de fácies sedimentares; (d) construção de sucessões verticais de fácies; e (e) medidas de paleocorrentes, mergulho e direção de camadas. Na medição dos pacotes de rocha e geometria de camadas foi necessário o uso de trena métrica. Na análise dos atributos petrológicos das rochas, utilizou-se martelo geológico para obtenção de amostras, analisando a rocha em maior detalhe. Para a medição de paleocorrentes, mergulho e direção de camadas, utilizou-se a bússola geológica. Então foi aplicada a análise de fácies sedimentares, que caracterizam uma rocha pelos atributos texturais, estruturais, geométricos, paleontológicos e paleocorrentes. As fácies representam a variação lateral dos ambientes deposicionais em uma mesma fração no tempo geológico. 3 RESULTADOS e DISCUSSÃO Os dados coletados foram organizados no software SedLog, o qual gerou a representação visual das seções colunares. Desse modo, foi possível identificar padrões de empilhamento sedimentar, tanto progradacionais como retrogradacionais, e demarcar as principais superfícies estratigráficas, delimitadoras dos tratos de sistemas. Obteve-se que o intervalo estratigráfico estudado representa inicialmente, na Formação Sanga do Cabral (Fig. 1), um trato retrogradacional delimitado no topo por uma superfície de inundação máxima. Este trato é evidenciado pelo progressivo afinamento do tamanho do grão, saindo de pacotes conglomeráticos para pacotes areníticos e pelíticos. A porção superior da Formação Sanga do Cabral corresponde a um trato progradacional, verificado pelo aumento do tamanho das camadas e aumento do tamanho do grão, gerando pacotes areníticos e conglomeráticos. Este trato se estende até a Formação Santa Maria, Membro Passo das Tropas, onde ocorrem pacotes conglomeráticos mais grossos. Este trato é delimitado no topo por uma superfície de regressão máxima. Posteriormente, segue-se um trato retrogradacional, com progressivo afinamento do tamanho do grão, verificado nos pacotes de arenitos finos, siltitos e lamitos do Membro Alemoa. Uma superfície de inundação máxima delimita este trato no topo, e a partir de então se inicia um novo trato progradacional que corresponde à Formação Caturrita. Nesta porção, os pacotes de rocha são areníticos a conglomeráticos, e são delimitados no topo por uma superfície de regressão máxima.. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(5) Figura 1 ± Formação Sanga do Cabral, com a seção colunar ao lado direito.. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se constatar que as variações do nível de base estratigráfico geram padrões marcantes no regristro sedimentar da bacia, evidenciados tanto no tamanho de grão quanto no tamanho das camadas de rocha. A Formação Sanga do Cabral corresponde a um sistema deposicional fluvial entrelaçado, com desembocadura em um sistema lacustre raso (SOARES et al., 2008). Neste caso, o assoreamento do lago representa os períodos de inundações e enxurradas, verificados nos pacotes areno-pelíticos, e que corresponde à subida no nível de base. A Formação Santa Maria corresponde a um sistema flúvio-lacustre, no qual o Membro Passo das Tropas representa canais com descarga num lago (SOARES et al., 2008). O lago corresponde ao Membro Alemoa, verificado pelos pacotes pelíticos. Vale ressaltar que a grande quantidade de fósseis recorrentes no Membro Alemoa pode ser explicada através de grandes inundações, que aprisionariam animais e plantas em depressões, contribuindo para a fossilização com os processos de preservação. Finalmente, a Formação Caturrita corresponde a um sistema flúvio-eólico, verificado no aumento do tamanho de grão e de camadas. Estes pacotes seriam a resposta a uma queda do nível de base, e da progressiva aridez que reinaria no interior continental mesozoico. REFERÊNCIAS MILANI, E. J; MELO, J. H. G; SOUZA, P. A; FERNANDES, L. A; FRANÇA, A. B. Bacia do Paraná. Boletim de Geociências da Petrobras, vol. 15, nº 2, p. 265-287, 2007. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(6) SOARES, A. P; SOARES, P. C; HOLZ, M. Correlações Estratigráficas Conflitantes no Limite Permo-Triássico no Sul da Bacia do Paraná: O Contato Entre Duas Sequências e Implicações na Configuração Espacial do Aqüífero Guarani. Revista Pesquisas em Geociências. Instituto de Geociências, UFRGS. Porto Alegre, P. 115-133, 2008. SOARES, P. C; SOARES, A. P; BETTÚ, D. F. Formação da Sequência TriássicoJurássica na Bacia do Paraná. Boletim Geociências Petrobras, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 135-160, jan./jun. 2014. ZERFASS, H. História Tectônica e Sedimentar do Triássico da Bacia do Paraná (Rio Grande do Sul, Brasil) e comparação geológica com as bacias de Ischigualasto e de Cuyo (Argentina). Tese de Doutorado. Instituto de Geociências, UFRGS. Porto Alegre, 191 p, 2003.. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

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Figura 1 ± Formação Sanga do Cabral, com a seção colunar ao lado direito.

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