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Tolerância ao calor de caprinos e ovinos sem-lã em Sobral

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FRANCISCO DE ASSIS V. ARRUDA2 e KANT PRASAD PANT3

RESUMO - Caprinos das raças Canindé, Anglo-Nubiana e Bhuj e ovinos sem-lã Morada Nova e Santa Inês foram comparados quanto às temperaturas retais e taxa respiratória, antes e imediatamente após o exercício e durante o período de uma hora de repouso após o exercício, para avaliação da toleráncia ao calor ambiental. Resultados mostraram que a temperatura retal inicial não foi diferente entre as cinco raças; após exercício, elevou de 1,250C até 1,950C nas diferentes raças; não houve diferença da elevação da temperatura corporal entre espécies. Após exercício, a recuperação foi rápida nos caprinos Bhuj e Canindé. A recuperação foi mais lenta na Anglo-Nubiana e nos ovinos. A variação inicial no ritmo respiratório apresentou-se elevada na Anglo-Nubiana em comparação com as outras raças de caprinos e ovinos. Depois do exercício,os ovinos apresentaram menor elevação no ritmo respiratório do que os caprinos. isto pode explicar o grau de recuperação mais rápida da temperatura corporal dos caprinos Bhuj e Canindé, os quais tiveram distintamente os mais elevados ritmos respiratórios após o exercício. O ritmo respiratório da Anglo-Nubiana voltou ao normal dentro de 15 minutos após o exer-cício; somente o da Bhuj continuou elevado após os 15 minutos de descanso. Todas as espécies volta-ram ao ritmo respiratório normal, após os trinta minutos de descanso.

Termos para indexação: temperatura retal, taxa respiratória, região tropical quente, Nordeste do Brasil, exercício -

HEAT TOLERANCE OF GOATS AND WOOLLESS SHEEP IN SOBRAL BRAZIL ABSTRACT - Breeds of goat (Canindé. Anglo-Nubian, Bhuj) and of woolless sheep Morada Nova and Santa Inés were usod in the tropical Northeast Brazil to compare their rectal temperatures and respiratory ratos before and after exercise and thereafter upto one hour to evaluate tolerance to environmental heat. Resulta showed that initial body temperature was not different among the tive breeds and ef ter exercise it rose by 1.250C te 1.950C in breeds. There was no species difference in riso te body temperature. After exercise, most rapid recovery was made by Bhuj and Canindé goats. Recovery was slower in Anglo-Nubian and the two sheep breeds. Initial resplratory rate appeared to be high in Anglo-Nubian in comparison te other broeds of sheep and goats. After exercise, sheep breeds showed smaller rise in respiratory rato than goats. This may explain the faster rato of recovery of body temperature by Bhuj and Canmndé which had distinctly higher post-exercise respiratory ratos. The respiratory rate of Anglo-Nubian had returned to pre-exercise leveI within 15 minutos of termina-tion of exercise and it was oniy in case of Bhuj that fite respiratory rato continued to be high at 15 minutes after exercise. Thirty-mmnutes after exercise ali breeds had returned to their normal pre--exercise rales of respiration.

Index terma: rectal temperature, respiration rato, hot tropical region, Northeast Braril, exercise.

INTRODUÇÃO

A reação ao calor ambiental é um dos fatores limitantes na introdução de raças mais produtoras de regiões temperadas, em regiões tropicais. Isto é mais importante em animais como ovinos e Capri-nos Capri-nos trópicos, os quais normalmente são manti-dos em extensas pastagens, tendo de percorrer lon-gas distâncias para obter o alimento necessário à

1 Aceito para publicação em 6 de fevereiro de 1984. 2 Eng9 - Agr9, M.Sc., EMBRAPA/Centro Nacional de

Pesquisa de CSprinos (CNPC), Caixa Postal 10, CEP 62100 Sobral, CE.

Méd. - Vet, PhD., Consultor do IICA/EMBRAPA/ CNPC.

manutenção, durante as estações secas e quentes. Portanto, as raças melhoradas, que são mais. tole-rantes ao calor ambiental, podem ser mais bené-ficas em projetos de cruzamento de raças nas áreas tropicais. Não é fácil expressar e medir a magni-tude de tolerância ao calor d05 animais e os índices de variação que se tenciona levantar periodicamen. te (Rhoad 1944, McDowell et ai. 1953, Benezra

1954, Bonsma 1955, Yecic & iCibler 1958), dada a limitação dos métodos utilizados (Symington

1960). Dowling (1956) propós uma modificação destes métodos, registrando o tempo necessário para a temperatura corporal voltar ao estado nor-mal, após exercícios intenso. Com base nestes conhecimentos, este trabalho se propôs a estudar as raças de caprinos e ovinos sem-lã, em Sobrai,

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CE, no que diz respeito às suas reações fisiológicas ao exercício e, em seguida, obter algumas teorias de possíveis diferenças genéticas.

MATERIAL E MÉTODOS Animais e manejQ

Selecionou-se um total de 29 fêmeas de caprinos e ovi-nos do projeto "Avaliação de taças" deste Centro (Bel-laver et aI. 1980, Figueiredo & Pant 1982, Figueiredo et aI. 1982a, b), todas secas, na faixa etária de três aquatro anos, na ocasião em que se desenvolveu este experimen-to-

Os animais selecionados eram compostos por cinco raças: Canindé (seis), Bhuj (seis) e Anglo-Nubiana (cinco) de caprinos e Morada Nova e Santa Inês (seis de cada) de ovinos. Todos os animais foram mantidos em pastagem nativa de caatinga. Esta região é caracterizada por duas estações do ano: chuvosa (janeiro a junho) e seca (julho a dezembro), com elevada temperatura ambiental por qua-se todo o ano. Os mequa-ses de qua-setembro, outubro, novembro e dezembro são particularmente mais quentes.

Experimento

O experimento foi conduzido no mês de outubro, den-tro de um período de cinco dias. A temperatura e a umi-dade relativa do ar durante as horas do experimento fo-ram de 32 a 350C e 36 a 38%, respectivamente. Em cada dia do experimento, foram mensurados cinco a seis animais. Às 13 horas, os animais foram cobcados à som-bras, num aprisco de piso suspenso, e deixados em repou-so durante meia hora. Em seguida, foram registradas as temperaturas retais de cada um e medidas as taxas de res-peração através da contagem do movimento respiratório do flanco direito. Depois disso, os animais foram levados para um corredor longo onde se puseram a correr, indo e voltando, por cerca de 15 minutos. O exercício foi mo-derado, embora alguns tenderam a sentar-se após 10 mi-nutos. Imediatamente após terminado o exercício,os ani-mais foram conduzidos de volta ao aprisco e suas taxas de temperatura e respiração foram registradas. Outros registros foram efetuados com intervalos regulares de 15 minutos por um período de uma hora após o exercício. Análise dos dados

A temperatura corporal e a taxa respiratória, antes e depois do exercício, foram analisadas. As diferenças na temperatura do corpo e na taxa respiratórla, antes e de-pois do exercício, 0, 15, 30,45 e 60 minutos, também foram incluídas na análise.

A análise, a variação entre as raças (sem consideração das espécies) foi testada com variações opostas dentro das raças. As médias e seus respectivos erros padrão também foram calculados. A diferença mínima significativa foi calculada para comparação de médias.

Pesq. agropec. bras., Brasília, 19(3):379-385, mar. 1984.

RESULTADOS

Os resultados da análise e comparações das mé-dias dos dados da temperatura retal, antes e depois do exercício, e dados complementares encontram--se na Tabela 1. Na análise, as espécies não foram consideradas como fonte de variação, visto que uma visão superficial nas médias das temperaturas e nas das taxas respiratórias das raças não mostram nenhuma evidência de diferença positiva atribuível à espécie. Conseqüentemente, as diferenças entre as cinco raças de caprinos e ovinos foram calculadas. Não houve diferença significativa de temperatura inicial entre as raças, e a média de temperatura corporal foi de 39,070C Imediatamente após o exercício, a temperatura corporal, mais uma vez, não apresentou diferença significativa entre as taças, e a média de temperatura foi de 40,680C. Isto representou um aumento médio de 1,61°C. Todavia, este aumento não foi uniforme para to-das as raças. Uma análise sobre o valor deste au-mento, revelou expressiva diferença entre as raças. Os caprinos Cartindé revelaram um incremento máximo em sua temperatura corporal e os ovinos Morada Nova, um mínimo, enquanto as outras três raças foram intermediárias. Quinze minutos após terminado o exercício, a média de temperatu-ra corpotemperatu-ral foi 0,990C mais elevada do que a mé-dia da temperatura inicial. Os ovinos Santa Inês apresentaram a diferença máxima, enquanto que as outras raças tiveram aumento menor e, quase uniforme, em suas temperaturas corporais. As dife-renças entre raças em aumento de temperatura: cor-poral permaneceu significativa a 30, 45 e 60 minu-tos após o exercício; os caprinos da raça Bhuj e Canindé retornaram aos seus níveis normais aos 45 e aos 60 minutos após o exercício, respectiva. mente. As outras três raças (Morada Nova, Santa Inês e Anglo-Nubiana) ainda permaneciam com elevada temperatura corporal aos 60 minutos de-pois do exercício terminado.

A análise de variãncia e as comparações das mé-dias da taxa respiratória estão representadas na Tabela 2. A taxa respiratória do repouso, antes do exercício, foi significativamente superior em ca-prinos da raça Anglo-Nubiana. Depois do exercí-cio, as diferenças na taxa respiratória das raças foram consideravelmente marcantes. De um modo

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geral, as duas raças de ovinos exibiram menor ele-vação em comparação às raças de caprinos, mas a raça Canindé mostrou aumento máximo, seguida de perto pela raça Bhuj. A diferença pré e pós--exercício na taxa respiratória mostrou uma ten-dência semelhante, sendo máxima na Canindé, seguida pela raça Bhuj, e significativamente menor nas outras três raças. Aos 15 minutos após o exer-cício, a taxa respiratória da raça Anglo-Nubiana havia retornado ao nível normal, embora isto te-nha sido, em parte, devido ao fato de que a raça Anglo-Nubiana apresenta uma taxa respiratória pré-exercício significaritemente superior. As outras quatro raças não deferiram significativamente. Aos 30 minutos, a taxa respiratória havia retornado ao nível normal em todas as raças.

DiscussÃo

Nos programas de melhoramento animal em Sobral, CE, algumas considerações devem ser feitas no que diz respeito à adaptabilidade de raças de ovinos e caprinos às condições climáticas locais. A raça Anglo-Nubiana apresenta a reputação de ser tolerante ao calor por ser oriunda de raças nativas de regiões quentes, como também, porque ela se apresenta como uma raça tropicalmente adaptada (GaIl 1980). Entretanto, os resultados de melho-ramento no México (Montaldo et aI. 1965) e na Venezuela (Garcia et aI. 1977) não mostraram ne-nhuma superioridade sobre as raças Saanen e Alpina. Não existem pesquisas para mostrar dife-renças em tolerância ao calor em raças de caprinos. O modo de dissipação do calor dos ovinos que pro-duzem lã, em climas quentes, pode ser diferido dos outros animais domésticos por causa da tosquia (Brockway et al. 1965, Pai et ai. 1979a). Rai et al. (1979b) registraram uma taxa de sudorese mais elevada nos caprinos, do que em ovinos que produ-zem lã para carpete; demonstraram, também, que os ovinos com cobertura de lã dissipam calor através da elevação da taxa respiratória. As raças de ovinos sem-lã no Nordeste do Brasil (Figueiredo et al. 1982a) assemelham-se aos caprinos, no senti-do de que ambas as espécies apresentam cobertura de pêlo semelhante. Os modos de dissipação ao calor podem assemelhar-se mais estreitamente. Os meri-nos, em condições de clima quente, dissipam o

calor por meio da elevação da taxa respiratória (McFarlane 1968), ao passo que ovinos sem-lã dissipam calor mais pela evaporação de pele, e menos pela via respiratória (Terrill 1968).

Normalmente, é muito difícil estimar um valor quantitativo que represente a tolerância ao calor (Symington 1960). Dowling (1956) prop6s que o tempo necessário para a temperatura do corpo voltar ao normal, depois de um exercício moderado, poderia ser utilizado para avaliar a tolerância dos animais ao calor. Esta foi a tentativa deste experimento. Os resulta-dos mostraram que a temperatura corporal em si foi uma boa medida, pois mostrou alguma tendên-cia definida e pareceu ser o melhor índice para me-dir a adaptabilidade ao calor de ovinos e caprinos. A taxa de respiração medida neste experimento foi feita unicamente para se ter uma idéia do mecanis-mo que os animais utilizam para poderem dissipar o calor. Quanto à temperatura corporal, antes e depois do exercício, ela foi utilizada para a aná-lise estatística, tendo havido diferença entre ra-ças. Todavia, quando se utilizou o aumento da temperatura do corpo, depois do exercício, como uma variável, observaram-se diferenças marcantes entre raças. A raça Canindé apresentou a máxima temperatura inicial (sem significância formal) e também exibiu a máxima diferença depois de exer-cício; os ovinos da raça Morada Nova exibiram a mí-nima diferença. Contudo, 15 minutos após o final do exercício, a raça Santa Inês apresentava a mais alta temperatura de todas as raças. Aos trinta mi-nutos após o exercício, os caprinos da raça Bhuj apresentavam diferenças significativamente meno-res em suas temperaturas corporais d0 que as outras raças e, aos 45 minutos depois do exercício, ha-viam retornado às temperaturas pré-exercício, sendo os da raça Canindé os que mais se aproxi-maram daqueles, no mesmo período de tempo. Mesmo depois de uma hora após o exercício, as duas raças de ovinos e a de caprinos Anglo-Nubia-na mantinham temperatura significativamente mais elevada.

A rápida normalização da temperatura d0 corpo pelas raças Bhuj e Canindé, pode ser explicada observando-se as suas taxas respiratórias. Inicial-mente, ambas apresentavam baixas taxas respirató- Pesq. agropec. bras., Brasília, 19(3): 379-385, mar. 1984.

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rias. Imediatamente após o exercício, a raça Canindé apresentava taxa respiratória significativa-mente superior à de todas as outras raças, sendo seguida pela raça Bhuj. Isto pode ser responsável pela mais rápida redução da temperatura corporal para o nível normal. Os caprinos da raça Bhuj continuaram a respirar mais rapidamente durante os 15 primeiros minutos após o exercício. Depois de 30 minutos, todas as raças estavam com suas taxas respiratórias normais de repouso. As duas ra-ças de ovinos mostraram um aumento relativa-mente mais baixo nas taxas de respiração. Por-tanto, estas duas raças de ovinos comportaram--se de modo completamente diferente das que foram observadas em ovinos lanados (Bligh 1963, Brockway et aI. 1965). A taxa respiratória, em res-posta ao exercício, elevou-se por um período muito mais curto do que a temperatura corporal. Se o mais rápido retorno da temperatura corpo-ral ao nível normal for considerado um índice de tolerância ao calor, os caprinos da raça Bhuj e Canindé podem ser considerados como os mais to-lerantes. É interessante notar que ambas possuem pele e pêlo preto. Outro experimento está sendo conduzido neste Centro, para comparar as raças de genótipos semelhantes de cor branca e de cor preta r para suas relativas adaptabilidades ao calor, em pastagem normal, durante a estação seca.

Com base na temperatura corporal, antes e ime-diatamente após o exercício e aos 30 e 60 minutos após este, um índice foi estabelecido para avaliar a tolerância dos animais ao calor. Neste índice, a temperatura inicial (1) e a temperatura após o exer-cício (P), aos 30 minutos (PT) e aos 60 minutos (PS) após o exercício, foram utilizadas como fa-tores determinantes de tolerância ao calor. A dife-rença entre estas temperaturas em grau centígra-do, partindo de 39 0 C, foi compensada individual-mente pelos seguintes fatores:

1; 9,52% P; 19,05% PT; 42,86% PS; 28,57%

Estas medidas arbitrárias foram calculadas de acordo com a importância relativa de cada tempe-ratura. Estes índices também eliminaram um defei-to maior. Se algum animal apresentava uma tem- Pesq. agropec. bras., Brasília, 19(3): 379-385, mar. 1984.

peratura relativamente superior no início, ele viria retornar à temperatura inicial mais rapidamente, embora pudesse ainda ter uma temperatura supe-rior à dos outros animais. Um quadro comum de 390 C foi utilizado para comparação e alguma com-pensação foi dedicada à temperatura inicial, assim que os animais com temperatura comparativamen-te superior no início adquiriram algum descrédito. Assim, o índice foi calculado como segue:

Índice 100 - 4(1-39) - 8(P-39) - 18(PT-39) - 12(PS-39)

Utilizando este índice, foi realizada uma aná-lise estatística dos valores calculados para animais individuais. Foram observadas diferenças não-signi-ficativas entre as raças, embora pareceu que este índice trabalharia bem melhor com maiores nú-meros de observações. As médias dos valores do índice das raças foram os seguintes: Bhuj 74,60; Anglo-Nubiana 69,48; Canindé 69,10; Santa Inês 66,03; Morada Nova 65,90. De acordo tam-bém com o índice, a Bhuj pareceu ser superior às outras raças e as raças de ovinos pareceram ser li-geiramente inferiores às raças de caprinos em geral. Ressalta-se que os índices de tolerância ao calor apresentados foram adquiridos em um limitado número de animais, não representando um índice real de cada raça.

REFERÊNCIAS

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