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AVALIAÇÃO DE EUGENIA UNIFLORA L COMO POTENCIAL ESPÉCIE PARA RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS

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Academic year: 2020

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(1)AVALIAÇÃO DE EUGENIA UNIFLORA L. COMO POTENCIAL ESPÉCIE PARA RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS.. Dalvan Carlos Beise 1 Renata Machado Castro 2 Vanessa Gonçalves da Rosa 3 Cristiane Barbosa D Oliveira Matielo 4 Valdir Marcos Stefenon 5 Rafael Plá Matielo Lemos 6. Resumo: Eugenia uniflora L., popularmente conhecida como pitangueira, pertence à família Myrtaceae é uma espécie arbustiva com ampla distribuição em toda a América do Sul, estando presente nos biomas Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Pampa. Distribuída nos mais diversos tipos de solo, apresentando baixo desenvolvimento em solos salinos. A pitangueira possui folhas opostas simples, pecioladas. Quando jovem, suas folhas têm uma cor avermelhada, já na fase adulta, assumem uma coloração verde e consistência subcoriácea. No âmbito ecológico, E. uniflora é frequentemente utilizada para restauração de áreas degradadas, pois, apresenta grande facilidade de dispersão devido a apreciação de seus frutos pela fauna. Os biomas nos quais há ocorrência de E. uniflora, além de apresentarem alta taxa de desmatamento, há estimativas de que restem apenas 12,5% da cobertura vegetal original da Mata Atlântica, menos de 20% para o cerrado menos de 50% para a Caatinga e menos de 36,03% para o Pampa, podendo vir a configurar fragmentação florestal e risco à espécies nativas. Considerando a possibilidade de utilização da pitangueira no restabelecimento ecológico de áreas degradadas resultante de ações antrópicas, este trabalho visou verificar áreas suscetíveis ao desenvolvimento desta espécie na América do Sul, baseado em condições climáticas regionais. A coleta de dados foi realizada a partir do registro da posição geográfica de cada indivíduo presente em diferentes populações, com o auxílio de um dispositivo de GPS. Foram contemplados, para fins de coleta, os dois biomas existentes no Rio Grande do Sul. Na Mata atlântica, situada na região central/norte do Estado, foram registradas ocorrências nas cidades de Herveiras, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Sinimbu e Vale do Sol. No bioma Pampa, os registros de ocorrência foram coletados nas cidades de Alegrete e São Gabriel. Para a predição de ocorrência de E. uniflora na América do Sul, foi empregado o algoritmo do modelo de distribuição de máxima entropia, utilizando o software MaxEnt 3.4.1 no modo cumulativo e 1000 interações máximas, o restante seguiu o padrão do software. Foram utilizadas 19 variáveis bioclimáticas disponíveis no banco de dados Worldclim para a caracterização de nichos na análise de modelagem. A análise da modelagem de distribuição de E. uniflora, utilizando o software MaxEnt, apresentou um excelente poder preditivo (AUC = 0,99). O modelo previu a ocorrência da espécie em amplas áreas da América do Sul, utilizando para o treinamento 8 registros populacionais de E. uniflora. O resultado desta predição corrobora com a literatura especializada, pois confirma o caráter de alta plasticidade em relação à fácil adaptação em variados ambientes e, ainda, com ênfase em áreas com constantes intervenções antrópicas. Assim, sugere-se o emprego da pitangueira para recomposição de áreas degradadas nestas regiões, visto que sua capacidade de sobreviver em áreas constantemente perturbadas auxilia na regeneração florestal e, consequentemente, no restabelecimento do equilíbrio ecológico..

(2) Palavras-chave: Pitangueira, Modelagem, Restauração, Conservação. Modalidade de Participação: Iniciação Científica. AVALIAÇÃO DE EUGENIA UNIFLORA L. COMO POTENCIAL ESPÉCIE PARA RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS. 1 Aluno de graduação. dalvanbio@gmail.com. Autor principal 2 Aluno de graduação. reodacham@gmail.com. Co-autor 3 Aluno de graduação. vaneessaagr@gmail.com. Co-autor 4 Aluno de pós-graduação. crixdoliveira@gmail.com. Co-autor 5 Docente. valdirstefenon@unipampa.edu.br. Orientador 6 Técnico Administrativo em Educação. rafael.matielo@unipampa.edu.br. Co-orientador. Anais do 9º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE.

(3) AVALIAÇÃO DE Eugenia uniflora L. COMO POTENCIAL ESPÉCIE PARA RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS. 1. INTRODUÇÃO Eugenia uniflora L., popularmente conhecida como pitangueira, pertence à família Myrtaceae é uma espécie arbustiva com ampla distribuição em toda a América do Sul, estando presente nos biomas Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Pampa. Distribuída nos mais diversos tipos de solo, apresentando baixo desenvolvimento em solos salinos (DONADIO et al., 2002; COSTELLA et al., 2013; DEMATTÊ, 1997; LIRA JÚNIOR et al., 2007). A pitangueira possui folhas opostas simples, pecioladas. Quando jovem, suas folhas têm uma cor avermelhada, já na fase adulta, assumem uma coloração verde e consistência subcoriácea (CARDOSO e SAJO, 2006; ROMAGNOLO e SOUZA, 2006). No âmbito ecológico, E. uniflora é frequentemente utilizada para restauração de áreas degradadas (KNAPICK e MARANHO, 2007), pois, apresenta grande facilidade de dispersão devido a apreciação de seus frutos pela fauna, (BUDKE et al., 2005; CASTRO e GALETTI, 2004).. Figura 1. A) Caracterização natural da espécie (Fonte: Dalvan C. Beise). B) Detalhe da flor (Fonte: Deise S. Sarzi). C) Detalhe do fruto (Fonte: Ferdinando Bisogno). Apesar do amplo conhecimento sobre seu potencial farmacológico, agronômico e de sua importância econômica, os estudos voltados para a ecologia e genética da Eugenia uniflora até o ano de 2012 eram muito limitados,.

(4) correspondendo à, aproximadamente, apenas 11% do total de trabalhos referentes à espécie (ALMEIDA et al., 2012). Os biomas nos quais há ocorrência de E. uniflora, além de apresentarem alta taxa de desmatamento, há estimativas de que restem apenas 12,5% da cobertura vegetal original da Mata Atlântica (SOS MATA ATLÂNTICA, 2016), menos de 20% para o cerrado (MYERS et al., 2000), menos de 50% para a Caatinga (KILL et al., 2007) e menos de 36,03% para o Pampa (CSR/IBAMA, 2010), podendo vir a configurar fragmentação florestal e risco à espécies nativas. A modelagem preditiva tem sido aplicada para analisar a distribuição geográfica de espécies, a partir de interpolações das características ambientais dos locais conhecidos de ocorrência. O interesse por esse tipo de modelagem deve-se à necessidade de respostas rápidas e fundamentadas para as ameaças que as espécies têm enfrentado, como a perda de habitat, invasão de espécies exóticas e mudanças climáticas (SAATCHI et al., 2008). Considerando a possibilidade de utilização da pitangueira no restabelecimento ecológico de áreas degradadas resultante de ações antrópicas, este trabalho visou verificar áreas suscetíveis ao desenvolvimento desta espécie na América do Sul, baseado em condições climáticas regionais. 2. METODOLOGIA A coleta de dados foi realizada a partir do registro da posição geográfica de cada indivíduo presente em diferentes populações, com o auxílio de um dispositivo de GPS (Global Positioning System. ± modelo Garmim e-trex®). Foram. contemplados, para fins de coleta, os dois biomas existentes no Rio Grande do Sul. Na Mata atlântica, situada na região central/norte do Estado, foram registradas ocorrências nas cidades de Herveiras, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Sinimbu e Vale do Sol. Como característica dessa espécie, todos os exemplares foram encontrados em remanescentes florestais e em áreas de intensa intervenção humana, sendo a principal responsável a agricultura, visto que esta região é reconhecida pela produção de tabaco. No bioma Pampa, os registros de ocorrência foram coletados nas cidades de Alegrete e São Gabriel, situadas em regiões com constante degradação causadas principalmente pela silvicultura e pecuária..

(5) Para a predição de ocorrência de E. uniflora na América do Sul, foi empregado o algoritmo do modelo de distribuição de máxima entropia, utilizando o software MaxEnt 3.4.1 (PHILLIPS et al., 2005) no modo cumulativo e 1000 interações máximas, o restante seguiu o padrão do software. Foram utilizadas 19 variáveis bioclimáticas disponíveis no banco de dados Worldclim (HIJMANS et al., 2005) para a caracterização de nichos na análise de modelagem. 3. RESULTADOS e DISCUSSÃO A análise da modelagem de distribuição de E. uniflora, utilizando o software MaxEnt, apresentou um excelente poder preditivo (AUC = 0,99). O modelo previu a ocorrência da espécie em amplas áreas da América do Sul, utilizando para o treinamento 8 registros populacionais de E. uniflora. Dentre as 19 variáveis bioclimáticas empregadas, foram decisivas as variáveis bio5 (temperatura máxima do mês mais quente), bio15 (precipitação do mês mais seco), bio13 (precipitação do mês mais chuvoso), bio10 (temperatura média do trimestre mais quente) e bio7 (amplitude térmica anual (bio5-bio6)) que explicam 85% da análise (Tabela 1). O mapa gerado segue um padrão de cores, criando um espectro no qual as UHJL}HV FRP FRORUDomR PDLV ³TXHQWH´ SUy[LPR DRV WRQV GH YHUPHOKR UHSUHVHQWDP maior probabilidade de ocorrência da espécie. O contrário é representado pelas FRUHV PDLV ³IULDV´ FRPR RV WRQV GH D]XO TXH FDUDFWHUL]D UHJL}HV QDV TXDLV Ki diminuição da possibilidade de presença (Figura 2). O resultado desta predição corrobora com a literatura especializada, pois confirma o caráter de alta plasticidade em relação à fácil adaptação em variados ambientes e, ainda, com ênfase em áreas com constantes intervenções antrópicas. As principais áreas potenciais para desenvolvimento desta espécie são as regiões Sul e Sudeste do Brasil, além de algumas áreas das regiões Norte e Nordeste do país. Algumas áreas em países vizinhos ao sul e oeste do Brasil também são potenciais áreas de ocorrência da espécie (Figura 2). Assim, sugere-se o emprego da pitangueira para recomposição de áreas degradadas nestas regiões, visto que sua capacidade de sobreviver em áreas constantemente perturbadas auxilia na regeneração florestal e, consequentemente, no restabelecimento do equilíbrio ecológico..

(6) Figura 2: Mapa de predição de ocorrência de Eugenia uniflora L., gerado pelo software MaxENT. Retângulos na cor branca representa os registros populacionais.. Tabela 1: Relação do percentual preditor de cada variável bioclimática, utilizada no teste..

(7) 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O teste de modelagem de nichos empregado neste trabalho demonstra vastas áreas potenciais para o desenvolvimento da pitangueira. Nesta perspectiva, a pitangueira pode ser empregada em programas de recuperação ambiental e conservação dessas áreas, dada a capacidade natural de ocorrência da espécie, mesmo que esta não seja encontrada atualmente nesses ambientes. 5. REFERÊNCIAS ALMEIDA D.J., FARIA M.V., SILVA P.R. Da Biologia experimental em Pitangueira: uma revisão de cinco décadas de publicações científicas. Revista Ambiência v.8 p.159-175, 2012. COSTELLA, E.; GARCIA, L.S.C.; CORNELEO, N.S.; SCHÜNEMANN, A.L.; STEFENON, V.M. Anthropogenic use of gallery forests in the Brazilian Pampa. Biological Sciences, v.35, p.211- 217, 2013. DEMATTÊ, M.E.R.P. Ornamental use of Brazilian Myrtaceae. Acta Horticulturae, v.452, p.143-179, 1997. DONADIO, L. C.; MÔRO, F. V.; SERVIDONE, A. A. Frutas Brasileiras. Jaboticabal: Funep, 288 p., 2002. ELITH, PHILLIPS, S; HASTIE, T. et al. A statistical explanation of MaxEnt for ecologists. Diversity and Distributions, v. 17, n.1,p.43-57,2011. HIJMANS, R. J.; CAMERON, S. E.; PARRA, J. L.; JONES, P. G.; JARVIS, A. Very High Resolution Interpolated Climate Surfaces For Global Land Areas. International Journal of Climatology, 25, 1965±1978, 2005. LIRA JÚNIOR, J.S.; BEZERRA, J.E.; LEDERMAN, I.E.; SILVA JÚNIOR, J.F. Pitangueira. Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA, v.2007, p.187, 2007. SAATCHI, S.; BUERMANN, W.; TER-STEEGE, H.; MORI, S.; SMITH, T. B. Modeling distribution of Amazonian tree species and diversity using remote sensing measurements. Remote Sensing of Environment, 112, 2000±2017, 2008. SARZI, D. S. Sequenciamento parcial do genoma de Eugenia uniflora L. e desenvolvimento de marcadores microssatélites. 75f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas), Universidade Federal do Pampa, São Gabriel, 2017..

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Figura 1. A) Caracterização natural da espécie (Fonte: Dalvan C.  Beise). B) Detalhe  da flor (Fonte: Deise S
Figura 2: Mapa de predição de ocorrência de Eugenia uniflora L., gerado pelo  software MaxENT

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