ASSOCIAÇÃO ENTRE PROFUNDIDADE DA FOSSA PARALOMBAR ESQUERDA COM INDICADORES DE SAÚDE EM VACAS LEITEIRAS PRÉ PARTO

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(1)ASSOCIAÇÃO ENTRE PROFUNDIDADE DA FOSSA PARALOMBAR ESQUERDA COM INDICADORES DE SAÚDE EM VACAS LEITEIRAS PRÉ-PARTO. Andressa Huppes Luft 1 Otávio Backes Meotti 2 Samanta Iara Nardes 3 Isabelle Nunes Miiller 4 Mirela Noro 5. Resumo: O período de transição das vacas leiteiras correspondente as três semanas antes até três semanas após o parto, sendo considerado a época mais crítica para a saúde do animal . Neste período, a incidência de doenças que acometem a vaca é alta. Como alternativa prática, rápida e de baixo custo, está a busca por indicadores comportamentais para o monitoramento da saúde dos rebanhos leiteiros. O experimento foi realizado em um rebanho comercial, com 600 vacas em lactação. Realizou-se determinações da profundidade da fossa paralombar esquerda, e foram coletadas amostras de sangue pré-parto (-2 semana e -1 semana pré-parto) e no dia do parto. A profundidade da fossa paralombar esquerda foi maior no dia do parto que nas semanas que antecederam ao parto. Observando-se uma correlação positiva (P Palavras-chave: Monitoramento, saúde animal, indicadores comportamentais.. Modalidade de Participação: Iniciação Científica. ASSOCIAÇÃO ENTRE PROFUNDIDADE DA FOSSA PARALOMBAR ESQUERDA COM INDICADORES DE SAÚDE EM VACAS LEITEIRAS PRÉ-PARTO 1 Aluno de graduação. andressa.luft59@gmail.com. Autor principal 2 Outro. otaviobkmt@gmail.com. Co-autor 3 Aluno de pós-graduação. samanta.nardes@gmail.com. Co-autor 4 Outro. isabellenmiiler@gmail.com. Co-autor 5 Docente. mirelanoro@unipampa.edu.br. Orientador. Anais do 9º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE.

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(3) que avaliem a sua relação com o estado de saúde das vacas. Portanto, o objetivo do estudo foi associar a profundidade da fossa paralombar esquerda com as concentrações dos indicadores sanguíneos de saúde em vacas leiteiras pré-parto. METODOLOGIA O experimento foi realizado em um rebanho comercial, com 600 vacas Holandesas em lactação localizado no noroeste do Rio Grande do Sul. Realizou-se determinações semanais no período matutino da profundidade da fossa paralombar esquerda, e de forma pareada foram coletadas amostras de sangue heparinizadas do plexo coccígea de 187 vacas multíparas no período de transição pré-parto (-2 semana e -1 semana pré-parto) e no dia do parto. A medição da profundidade da fossa paralombar esquerda foi realizada com as vacas em estação com os 4 membros apoiados no piso utilizando um instrumento metálico em formato de cunha constituído por duas barras: a superior que foi posicionada paralela às apófises transversas, outra transversal aderida a barra superior, tendo entre elas um ângulo de 50°. A profundidade do flanco foi medida com uma régua fixa na barra transversal graduada (BURFEIND et al., 2010), conforme ilustra a Figura 1.. Figura 1. Mensuração da profundidade da fossa paralombar esquerda. As amostras de sangue foram centrifugadas (800 x g) por 10 minutos e o plasma foi armazenado em microtubos e congelado para posterior análise. Determinou-se as concentrações plasmáticas de albumina, colesterol, cálcio, beta-hidroxibutirato (BHBA, Randox®) e ácidos graxos não esterificados (NEFA - AGNE, Wako®). Determinou-se o grau de associação entre a profundidade da fossa paralombar esquerda e os analitos sanguíneos mediante o coeficiente de correlação de Pearson com um nível de significância de 5%. RESULTADOS E DISCUSSÃO.

(4) A profundidade da fossa paralombar esquerda foi maior no dia do parto que nas semanas que antecederam ao parto (Figura 2), observando-se uma correlação positiva (P<0,05) com as concentrações plasmáticas de NEFA e negativa com as de BHBA na 2ª semana pré-parto e apenas com NEFA na 1ª semana pré-parto e no dia do parto (Tabela 1). Estes resultados indicam que vacas com maiores profundidades da fossa paralombar esquerda apresentaram menor enchimento ruminal provavelmente devido a um menor consumo de matéria seca, o que culminaria em um balanço energético negativo.. Figura 2. Profundidade da fossa paralombar esquerda mensurada em centímetros no préparto e parto. Tabela1. Correlação (r) e valores de P entre a profundidade da fossa paralombar esquerda e os indicadores sanguíneos de saúde em vacas leiteiras no pré-parto e dia do parto. Profundidade da Fossa Paralombar Pré-parto (-2) Pré-parto (-1) Parto Albumina r= -0,005 (0,639) r= -0,04 (0,687) r= 0,16 (0,128) Colesterol r= -0,07 (0,516) r= -0,12 (0,246) r= 0,06 (0,615) Cálcio r= -0,11 (0,345) r= -0,10 (0,354) r= 0,10 (0,335) BHB r= -0,36 (0,001) r= -0,25 (0,047) r= 0,03 (0,842) NEFA r= 0,30 (0,007) r=-0,08 (0,431) r= 0,33 (0,001) N 88 99 106 r= coeficiente de correlação (P). É sabido que o balanço energético negativo leva a uma lipomobilização que aumenta as concentrações plasmáticas de NEFA. O NEFA circulante pode ser oxidado no fígado, seguir a rota cetogênica com formação de BHBA ou gerar lipídeos no fígado. Estas características metabólicas permitem usar tanto BHBA como NEFA como preditores independentes do metabolismo energético de vacas leiteiras, sendo o NEFA mais utilizado como preditor de saúde do período de transição pré-parto tendo em vista a sua atividade de lipomobilização (LEBLANC,. 2010, WITTWER., 2012). Entretanto é importante ressaltar que o BHBA também pode ser produzido na parede ruminal a partir do butirato originário da fermentação bacteriana. Apesar disso, BHBA é utilizado para diagnosticar vacas com cetose pós-parto, pois é um produto da metabolização do NEFA, porém com baixa correlação entre ambos, r=0,18 (OSPINA et al., 2013). Dos resultados do nosso estudo inferimos que a correlação positiva entre o a profundidade da fossa paralombar.

(5) esquerda com BHBA estaria mais bem associada ao aumento de BHBA de origem ruminal em vacas na 2ª semana pré-parto, quando comparadas com vacas mais próximas ao parto, que reduzem o consumo de matéria seca. Mesmo com toda a limitação diagnóstica de NEFA e BHBA como preditores préparto de enfermidades do pós-parto seu uso experimental é bastante difundido, especialmente como preditores de cetose, deslocamento de abomaso e metrite. Visto que o aumento das suas concentrações sanguíneas pode alterar a viabilidade e capacidade fagocítica dos neutrófilos causando alterações no sistema imune dos animais (ROCHE et al., 2013). No presente estudo não foi observada associação entre a profundidade da fossa paralombar esquerda e albumina, colesterol ou cálcio. Entretanto o cálcio é um indicador de saúde e, portanto, usado para o monitoramento da saúde do rebanho (GOFF., 2008). Nossos resultados sinalizam que a profundidade da fossa paralombar esquerda pode ser uma alternativa para estimar o estado de saúde de vacas leiteiras, pois seria um indicador do consumo de matéria seca. CONCLUSÕES A profundidade da fossa paralombar esquerda se associa positivamente com as concentrações de NEFA e BHBA no pré-parto e com NEFA no dia do parto, podendo ser utilizada como ferramenta de monitoramento da saúde de vacas leiteiras no período de transição. REFERÊNCIAS BURFEIND, O.; SEPULVEDA, P.; VON KEYSERLINGK, M. A.; WEARY, D. M.; VEIRA, D. M.; HEUWIESER, W. Technical note: Evaluation of a scoring system for rumen fill in dairy cows. J Dairy Sci 93, 3635-3640. 2010 GOFF, J. P. The monitoring, prevention, and treatment of milk fever and subclinical hypocalcemia in dairy cows. The Veterinary Journal, v.176, p.50±57, 2008. LEBLANC, S. Monitoring metabolic health of dairy cattle in the transition period. Journal of Reproduction and Development. 56, 29-35, 2010. LIANG, D. "Estimating the economic losses from diseases and extended days open with a farm-level stochastic model" (2013). Theses and Dissertations--Animal and Food Sciences. 22. MEOTTI, O. B. Escore de enchimento ruminal como ferramenta de monitoramento da saúde em vacas leiteiras no período de transição. 53 páginas. 2017. Dissertação (Mestrado, programa de pós-graduação em ciência animal), Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Pampa, 2017. OSPINA P. A.; MCART J. A.; OVERTON T. R.; STOKOL T.; NYDAM D. V. Using Nonesterified Fatty Acids and b-Hydroxybutyrate Concentrations During the Transition Period for Herd-Level Monitoring of Increased Risk of Disease and Decreased Reproductive and Milking Performance. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice. Volume 29, Issue 2, July 2013, Pages 387-412. ROCHE, J. R.; A. BELL W, OVERTONT. 5 /225 - - ³1XWULWLRQDO PDQDJHPHQW RI WKH transition cow in the 21st century ± D SDUDGLJP VKLIW LQ WKLQNLQJ´ $QLPDO 3URGXFWion Science. 2013..

(6) SEPÚLVEDA, P.; WEARY M. D.; NORO M.; KEYSERLINGK M. A. G. Transition diseases in grazing dairy cows are related to serum cholesterol and ather analytes. PLoS ONE, 10, 3, e012-2317, 2015. STANGAFERRO M. L.; WIJMA R.; CAIXETA L. S.; MA AL-ABRI M. A.; GIORDANO J. O. 2016. Use of rumination and activity monitoring for the identification of dairy cows with health disorders: Part I. Metabolic and digestive disorders. J. Dairy Sci. Volume 99, Páginas 1±16. WITTWER, F. Manual de Patología Clínica Veterinaria. 2ª edição, Imprenta América, Valdivia, 2012..

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