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RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A REPORTAGEM ANALFABETISMO: UMA REPORTAGEM QUE NEM TODOS IRÃO LER

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Academic year: 2020

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(1)RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A REPORTAGEM ANALFABETISMO: UMA REPORTAGEM QUE NEM TODOS IRÃO LER. Bruna Falcão dos Santos 1 Eduarda Reolon de Matos 2 Paula Bica Flores 3 Melani Laura Fertonani 4 Lívia Saggin 5. Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo relatar a experiência adquirida durante a produção de uma revista experimental produzida em sala de aula, com o tema educação. A revista possui uma reportagem que trata sobre analfabetismo do comunicípio de São Borja e região, destacando a importância da educação no país, dando visibilidade a este contexto. Baseada no jornalismo de revista e nas práticas jornalísticas adquiridas durante a graduação, os alunos produziram reportagens para a elaboração e edição da revista, enfatizando o papel fundamental da educação para a formação de cada cidadão. Dar visibilidade aos analfabetos foi o principal objetivo a ser construído, assim relatamos a experiência de nossa equipe e as histórias dos nossos entrevistados. A educação é pauta a ser explorada de diversas maneiras dentro do âmbito jornalístico e obtivemos resultados positivos perante nossa reportagem e assim conclui-se que é de extrema importância que acadêmicos de comunicação produzam matérias dessa natureza, dentro da academia, desenvolvendo as práticas jornalísticas para melhorar seu desempenho no futuro mercado profissional.. Palavras-chave: Reportagem, jornalismo e experiência. Modalidade de Participação: Iniciação Científica. RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A REPORTAGEM ANALFABETISMO: UMA REPORTAGEM QUE NEM TODOS IRÃO LER 1 Aluno de graduação. bfalcao685@gmail.com. Autor principal 2 Aluno de graduação. eduardareolon@gmail.com. Co-autor 3 Aluno de graduação. paulabflores17@gmail.com. Co-autor 4 Aluno de graduação. melanilfertonani@gmail.com. Co-autor 5 Docente. liviasaggin@gmail.com. Orientador. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE.

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(3) para ser produzida. O conteúdo é sempre mais extenso e completo do que o das notícias, tendo a intenção de contar os bastidores por trás da história, expor uma situação e interpretar fatos. Com o objetivo de uma boa reportagem o jornalista precisa ter uma linguagem clara e objetiva, visto que o propósito desse tipo de texto é atingir e ser compreendido por todos. Já para Sergio Vilas Boas, na reportagem o jornalista precisa ser criativo. É nela que ele pode pode ousar criativamente e analisar os fatos narrados. O repórter precisa encadear as ideias, fatos, declarações e análises com ritmo, clareza e concisão, que são características básicas do estilo jornalístico. Para que isso ocorra é fundamental ter um projeto bem elaborado e desenvolver o texto seguindo a proposta inicial, como afirma o autor: O que conquista a atenção do leitor para a leitura de uma reportagem são as aberturas. Na revista, por exemplo, quase sempre se escolhe a abertura menos convencional ou puramente informativa. Isto não impede que o jornal diário traga em suas páginas de domingo uma abertura mais literária, como a alternativa para despertar o interesse do leitor. A revista não precisa de um lead, qualquer que seja o tipo. A revista precisa de uma abertura envolvente (VILAS BOAS, 1996, p. 45, grifos do autor). Revistas visualmente são mais rebuscadas do que jornais e o que as diferenciam são exatamente o texto. Com mais tempo para apurações analíticas do fato, as revistas podem escrever textos mais criativos e com o tema mais aprofundado. Dessa maneira, a reportagem, como matéria-prima da revista, precisa seguir um roteiro, já que assim o assunto abordado inicia e finaliza com a mesma linguagem, angulação e ponto de vista.. 2. RELATOS E RESULTADOS. A partir dos pressupostos teóricos debatidos em sala de aula e pensados à luz da reportagem a ser elaborada, o grupo partiu para a produção jornalística do tema escolhido. Para a produção da reportagem o grupo teve de organizar quais seriam os pontos a serem abordados no decorrer do trabalho e decidiu por trabalhar o analfabetismo como tema principal, mesmo que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio Grande do Sul apresente o menor índice de analfabetismo no país, cerca de 3,6%. O Brasil possui o número de 11,8 milhões de pessoas analfabetas, conforme o módulo Educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad, referente à 2017, divulgada pelo último censo do IBGE). Considerando os dados levantados por essas. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ± SIEPE Universidade Federal do Pampa I Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(4) pesquisas, o grupo desenvolveu um roteiro para a elaboração da referida reportagem. No decorrer da criação da reportagem, optamos por analisar questões do dia a dia de Zeli Soares Legal, que possui 78 anos e é analfabeta. Como nossa principal fonte era a dona de casa, nossa equipe foi até sua casa para obter mais informações, averiguar a convivência dela com o analfabetismo e estar a par das dificuldades e realidade cotidiana perante a situação avistada pela fonte entrevistada. Nos deparamos com o empecilho na comunicação da nossa equipe com a entrevistada, pois a mesma não entendia qual era o nosso objetivo. Sendo assim, tivemos de nos comunicar com algum familiar, que, naquele momento, era sua bisneta, a qual acompanhou toda a conversa, assim como acompanha todas as suas tarefas pessoais. Assim como fizemos entrevista com Zeli, entrevistamos analfabetos funcionais, estes que voltaram aos estudos através do programa Educação para Jovens e Adultos (EJA), na Escola Tusnelda Lima Barbosa, que é o recurso voltado para oferecer oportunidades para pessoas que querem iniciar ou retornar aos estudos. Além destes, procuramos ter conhecimento sobre o assunto com a professora de história Dilosane Vargas da Silva, que relatou a importância de estar em sala de aula com os alunos, pois, segundo ela, o processo de aprendizado é recíproco. Durante o processo de apuração da reportagem, o grupo enfrentou diversos desafios. Um deles foi se deparar com realidades extremamente opostas àquelas vivenciadas cotidianamente pelos membros do grupo enquanto estudantes universitários. Essas dificuldades se deram, sobretudo, ao percebermos enquanto jornalistas, não estávamos lidando com a interpretação de dados colhidos por pesquisas, mas sim, com relatos de vida decorrentes de experiências de sujeitos e sujeitas de nosso entorno comunitário. Nossos entrevistados tinham uma faixa etária de 46 a 78 anos e relataram ao longo da produção a suas trajetórias escolares, conforme as dificuldades que encontraram e o que os levaram a retornar aos estudos. Durante a produção da reportagem, observamos que a educação é quesito fundamental para o desenvolvimento de um país, pois assim como os nossos entrevistados outras pessoas são afetadas pelos fatos do passado em seu dia a dia. Um exemplo disso, relatado em nossa reportagem, é explicado quando uma dos entrevistados narra sua jornada ao utilizar o transporte público incorreto por não saber ler o seu destino; a dificuldade para identificar alguns produtos em locais comerciais; os empecilhos avistados para assinar documentos, entre outros. Essas são apenas algumas situações que nossos entrevistados relataram durante a produção da reportagem. Ainda para Nilson Lage (2001, p. 53), a entrevista é o método clássico de apuração de informações em jornalismR SRLV p ³XPD H[SDQVmR GD FRQVXOWD jV fontes, objetivando, geralmente, a coleta de interpretações e a reconstituição de IDWRV´ 3RU LVVR QRV GHSDUDPRV FRP DOJXPDV HPRo}HV QR SURFHGLPHQWR GD apuração junto às fontes. Ao fazermos as entrevistas criamos um diálogo interessante com os entrevistados, pois o diálogo é a base fundamental com os personagens e para um bom resultado final de uma reportagem, mesmo com as. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ± SIEPE Universidade Federal do Pampa I Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(5) diferença de idade e de formação educacional, entre inúmeras outras possíveis entre nossa equipe de reportagem e as fontes consultadas. O repórter que exerce a função de recolher as informações para uma reportagem tem a função de ser os olhos e os ouvidos do leitor ou telespectador e precisa se tornar um agente de modo que ele possa transmitir para o leitor cada detalhe que ele não pode presenciar. Para isso, é preciso observar a maior quantidade de detalhes no momento das entrevistas. Qualquer particularidade pode fazer enorme diferença em uma reportagem. Portanto, é essencial abordar cada informação de forma atraente, para assim encaminhar o leitor até o final da leitura. Além de observar os nossos entrevistados, observamos os ambientes, no qual se encontravam e objetos que pertenciam ao local, que trazem valor sentimental para cada um deles, pois para a elaboração de uma boa reportagem é preciso se deter ao detalhismo e a curiosidade do leitor, em saber além do assunto a ser tratado com profundidade. Nossa equipe se deparou com um fato curioso, que foi as imagens expostas na casa de Zeli sem nenhuma escrita, apenas uma oração, ensinada por seus familiares, a qual a entrevistada memorizou. Outros entrevistados para a reportagem, estudantes do do EJA da Escola Tusnelda, também passaram por muitos problemas durante sua vida devido às condições problemáticas referentes ao escasso acesso à educação. Essas histórias são contadas em detalhes durante a reportagem. Os relatos coletados propiciaram ao grupo enxergar com outros olhos o valor essencial da educação, motivando a transmitir aos leitores da revista produzida uma visão mais ampla e crítica sobre a realidade educacional de São Borja e região. De modo amplo, e considerando as especificidades da profissão que nos preparamos para exercer junto ao mercado de trabalho, acreditamos que este é o papel fundamental do jornalismo. O resultado desta reportagem foi gratificante ao retornarmos às fontes a produção e vermos o entusiasmo delas ao saber que suas histórias foram contadas, ou seja, ganharam espaço midiático para discussão. Abrangentemente, o analfabetismo no Brasil ainda é uma questão sem visibilidade, assim como as pessoas que pertencem a esse índice. Tratar essas histórias particulares para além das estatísticas numéricas é papel e dever do jornalismo, ao considerarmos sua função social primordial, que é tratar com responsabilidade temas de interesse público para o desenvolvimento e diminuição das desigualdades sociais em nosso país. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS. O relato da experiência adquirida durante a elaboração desta reportagem trata de compreender e analisar as dificuldades enfrentadas por pessoas analfabetas em São Borja, a partir da narrativa jornalística da reportagem. A escolaridade é um fator fundamental na vida de cada cidadão, pois auxilia em questões básicas na vida em sociedade, assim como no seu desenvolvimento pessoal. Para o grupo, enquanto estudantes de jornalismo, a realização da produção relatada trouxe satisfação ao percebermos a importância de tratar com Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ± SIEPE Universidade Federal do Pampa I Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(6) responsabilidade, ética e profissionalismo um tema de relevância social, dominando as práticas jornalísticas de modo aprofundado e comprometido com a realidade local. Além das dificuldades encontradas na comunicação com alguns dos nossos entrevistados e o medo de pronunciarmos palavras formais, que fossem de difícil compreensão para eles, enfrentamos a emoção como principal obstáculo e eles também se emocionaram ao contar suas histórias de vida, pois para muitos esse assunto trouxe à tona lembranças pessoais. Zeli Soares Legal pediu para que retornássemos e lêssemos a reportagem para ela; do mesmo modo, os alunos do EJA pediram para ler a reportagem depois de finalizada, e assim fizemos. Sendo assim, concluímos que é de extrema importância que estudantes de comunicação busquem por produzir matérias dessa natureza no âmbito acadêmico, desenvolvendo habilidades de capacidades para melhorar seu desempenho no futuro mercado de trabalho. A sensibilidade desse tema causou impacto em nosso processo de apuração jornalística por trazer à tona questões sociais que não são vistas com frequência pela sociedade, tampouco, debatidas com tamanha profundidade pelos universos midiáticos mais conhecidos e acompanhados no contexto contemporâneo da comunicação.. 4. REFERÊNCIAS. Livros: LAGE, Nilson. A reportagem: Teoria e Técnica de Entrevista e Pesquisa Jornalística. CIDADE: Record, 2001. VILLAS BOAS, Sergio. O estilo magazine: o texto em revista. São Paulo: Summus, 1996. Revista: Educação em Pauta, disponível https://issuu.com/liviasaggin/docs/revista_educa__o_em_pauta. em:. Referências eletrônicas: BRASIL. IBGE. Analfabetismo no Brasil. Acesso em [1 de Junho de 2018]. Disponível em: https://ww2.ibge.gov.br/mtexto/pnadcoment2.htm. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ± SIEPE Universidade Federal do Pampa I Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

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Referencias

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