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Alterações da espessura da camada de fibras nervosas da retina após cirurgia da coluna vertebral em pronação: estudo prospectivo

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(1)

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Alterac

¸ões

da

espessura

da

camada

de

fibras

nervosas

da

retina

após

cirurgia

da

coluna

vertebral

em

pronac

¸ão:

estudo

prospectivo

Baran

Gencer

a,∗

,

Murat

Cos

¸ar

b

,

Hasan

Ali

Tufan

a

,

Selcuk

Kara

a

,

Sedat

Arikan

a

,

Tarik

Akman

b

,

Hasan

Ali

Kiraz

c

,

Arzu

Taskiran

Comez

a

e

Volkan

Hanci

d

aDepartamentodeOftalmologia,CanakkaleOnsekizMartUniversity,Canakkale,Turquia bDepartamentodeNeurocirurgia,CanakkaleOnsekizMartUniversity,Canakkale,Turquia

cDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,CanakkaleOnsekizMartUniversity,Canakkale,Turquia dDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,DokuzEylülUniversity,Izmir,Turquia

Recebidoem19deagostode2013;aceitoem13demarçode2014 DisponívelnaInternetem30desetembrode2014

PALAVRAS-CHAVE Espessuradacamada defibrasnervosasda retina; Pronac¸ão; Cirurgiadacoluna vertebral; PressãoIntraocular Resumo

Justificativaeobjetivos: Asalterac¸õesdeperfusãooculardesempenhamumpapelimportante napatogênesedaneuropatiaópticaisquêmica.Apressãodeperfusãoocularéigualàpressão arterialmédiamenosapressãointraocular.Oobjetivodesteestudofoiavaliarasalterac¸ões dapressãointraocularedaespessuradacamadadefibrasnervosasdaretinaem pacientes submetidosàcirurgiadacolunavertebralempronac¸ão.

Métodos: Esteestudo prospectivoincluiu30 pacientessubmetidosàcirurgia dacoluna ver-tebral. A espessura da camada de fibras nervosas da retina foi medida um dia antes e um depois da cirurgia, com o uso da tomografia de coerência óptica. A pressão intraocu-lar foimedidaseisvezescomoTonopeneotempodedurac¸ãoemposic¸õesdiferentes:em supinac¸ão(basal),10minutosapósaintubac¸ão(Supinac¸ão1);apósapronac¸ãoaos10minutos (Pronac¸ão1),60minutos(Pronac¸ão2)e120minutos(Pronac¸ão3)elogoapósasupinac¸ãono períodopós-operatório(Supinac¸ão2).

Resultados: Nossoestudoenvolveu10pacientesdosexomasculinoe20dofeminino,commédia de57anos.Nopós-operatório,quandoasmedidasdaespessuradacamadadefibrasnervosas daretinaforamcomparadascomosvaloresdopré-operatório,umafinamentoestatisticamente significativodaretinafoiobservadonosquadrantesnasaiseinferiores(p=0,009ep=0,003, respectivamente).Observamos uma diminuic¸ão dapressãointraocularestatisticamente sig-nificanteem Supinac¸ão1eum aumentoem ambosmomentosPronac¸ão2ePronac¸ão3,em comparac¸ãocomosvalores basais.Apressãoarterialmédiaeapressãodeperfusãoocular foramsignificativamentemaisbaixasemPronac¸ão1,Pronac¸ão2ePronac¸ão3,emcomparac¸ão comosvaloresbasais.

Partedesteestudofoiapresentadano46CongressoNacionaldaSociedadeTurcadeOftalmologia,emoutubrode2012,Antalya,Turquia.Autorparacorrespondência.

E-mail:barangencer@gmail.com(B.Gencer). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2014.03.005

(2)

Conclusões:Nossoestudomostrouaumentodapressãointraocularduranteacirurgiadacoluna vertebralempronac¸ão.Umafinamentoestatisticamentesignificantedaespessuradacamada de fibras nervosas da retina foi observado nos quadrantes nasais e inferioresum dia após acirurgiadacolunavertebral.

©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.

KEYWORDS

Retinalnervefiber

layerthickness;

Proneposition;

Spinalsurgery;

Intraocularpressure

Changesinretinalnervefiberlayerthicknessafterspinalsurgeryintheprone position:aprospectivestudy

Abstract

Backgroundandobjectives: Changesinocularperfusionplayanimportantroleinthe pathoge-nesisofischemicopticneuropathy.Ocularperfusionpressureisequaltomeanarterialpressure minusintraocularpressure.Theaimofthisstudywastoevaluatethechangesintheintraocular pressureandtheretinalnervefiberlayerthicknessinpatientsundergoingspinalsurgeryinthe proneposition.

Methods:Thisprospectivestudyincluded30patientsundergoingspinalsurgery.Retinalnerve fiber layerthickness were measured oneday beforeand after thesurgeryby using optical coherencetomography.Intraocularpressurewasmeasuredbytonopensixtimesatdifferent position and time-duration: supine position (baseline); 10min after intubation (Supine 1); 10(Prone1),60(Prone2),120(Prone3)minafterproneposition;andjustafterpostoperative supineposition(Supine2).

Results:Ourstudyinvolved10maleand20femalepatientswiththemedianageof57years. Whenpostoperativeretinalnervefiberlayerthicknessmeasurementswerecomparedwith pre-operativevalues,astatisticallysignificantthinningwasobservedininferiorandnasalquadrants (p=0.009andp=0.003,respectively).Weobservedastatisticallysignificantintraocular pres-suredecreaseinSupine1andanincreaseinbothProne2andProne3whencomparedtothe baseline.Meanarterialpressureandocularperfusionpressurewerefoundtobesignificantly lowerinProne1,Prone2andProne3,whencomparedwiththebaseline.

Conclusions:Ourstudyhasshownincreaseinintraocularpressureduringspinalsurgeryinprone position.Astatisticallysignificantretinalnervefiberlayerthicknessthinningwasseenininferior andnasalquadrantsonedayafterthespinalsurgery.

©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.

Introduc

¸ão

Aperdadevisãopós-operatória(PVPO)éumacomplicac¸ão

rara, mas grave, que pode se desenvolver após cirurgias

nãooculares.1---3AocorrênciadePVPOémaiscomumapós

cirurgiasdacolunavertebral.AetiologiadaPVPOfoi

iden-tificadacomoneuropatiaópticaisquêmicaposterior(NOIP),

neuropatiaópticaisquêmicaanterior(NOIA)eoclusão

arte-rialcentral, respectivamente.4---6 Umestudo multicêntrico

demonstrouquesexomasculino,obesidade,usodosuporte

deWilson, longa durac¸ão da anestesia, excesso de perda

desangue e taxa baixa de administrac¸ão decoloides são

fatoresderiscoindependentesparaodesenvolvimentode

neuropatiaópticaisquêmica(NOI)perioperatóriaapós

cirur-gia da coluna vertebral.7 Alterac¸ões na perfusão ocular

desempenhamumpapelimportantenapatogênesedaNOI.8

Apressãodeperfusãoocular(PPO)écalculada

subtraindo--se a pressão intraocular (PIO) dapressão arterial média

(PAM).8 Vários estudos demonstraram que a cirurgia da

colunavertebralcomo pacienteposicionadoempronac¸ão

provoca um aumento da PIO.9---13 Especula-se que, como

resultadodaelevac¸ãodaPIO empronac¸ão,aPPOdiminui

(em pacientes cuja PAM permanece estável oudiminui)e

podelevaràNOIA.9,10,12

Emboraasalterac¸õesdaPIOduranteacirurgiadacoluna

vertebralempronac¸ãotenhamsidobemdemonstradas,não

há estudo que tenha avaliado o efeito dessas alterac¸ões

sobreonervoóptico.Aespessuradacamadadefibras

ner-vosasdaretina(ECFNR)éummarcadorobjetivoimportante

dealterac¸õesnoperíodoinicialporcausadalesãodonervo

óptico,que,porsuavez,écausadapelaneuropatiaóptica

isquêmicaepeloaumentosúbitodapressãointraocular.14---18

Nesteestudoprospectivo,nossoobjetivofoideterminar

asalterac¸õesiniciaisdaECFNRem pacientessubmetidosà

cirurgiadacolunavertebralempronac¸ãoeosfatoresque

afetamessasalterac¸ões.

Materiais

e

métodos

Oestudofoifeitocomoconsentimentoinformadodo

paci-enteeconduzidosobumprotocoloaprovadopeloComitêde

ÉticadaUniversidadeC¸anakkaleOnsekizMart(26/04/2012,

n◦ 050-99-79),deacordocomospadrõeséticos

estabeleci-dosnaDeclarac¸ãodeHelsinqueem1964.Osparticipantes

Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND

(3)

do estudo foram recrutados a partir de pacientes

conse-cutivos submetidos à cirurgia da coluna vertebral, entre

maioenovembrode2012,ecujosestadosfísicoseramI-III,

deacordocomaSociedadeAmericanadeAnestesiologistas

(ASA).

Um dia antesdacirurgia, ospacientesforam

submeti-dosaumexameoftalmológicocompleto,incluindoacuidade

visual,examecom lâmpada defenda,mensurac¸ãodaPIO

comousodetonômetrodeaplanac¸ãodeGoldmanneexame

de fundo deolho. Oscritérios de exclusãoforam

pacien-tescommenosde18anoseaquelescomvaloresesféricos

de ± 5 dioprias e/ou valores de errorefrativocilíndrico

de±3dioprias,glaucoma,uveíte,históriadecirurgia ocu-lar,anomaliadenervoóptico,históriadealergiaàanestesia

tópicaouqualidadedamensurac¸ãoabaixode5/10na

tomo-grafiadecoerênciaóptica(TCO).

AsECFNRforammedidasumdiaanteseapósacirurgia

comousodoOTISpectralOCT/SLO(Ophthalmic

Technolo-gies Inc.[OTI], Toronto,Ontário,Canadá).Tomografias de

coerênciaóptica(TCO)foramfeitasapósacolocac¸ãodeum

anelcircular de 3,4mm dediâmetro em torno cabec¸a do

nervoópticocomimagemobtidaporoftalmoscópio

confo-calcomvarreduraalaser.OsmapasdaECFNRdospacientes

foramavaliadosjuntamentecomosvaloresnormativospara

a ECFNR. As médias das mensurac¸ões da ECFNR para os

quadrantestemporal,superior,nasaleinferiorforam

regis-tradas(fig.1).

Os pacientes não foram pré-medicados antes da

anestesia. A anestesia foi induzida com 2␮g.kg---1 de

fentanil e 2,5mg.kg---1 de propofol. A intubac¸ão traqueal

foi facilitada com 0,6mg.kg---1 de rocurônio e os

pul-mões foram ventilados mecanicamente com FiO2 de 0,5.

A anestesia foi mantida com sevoflurano e remifentanil

(0,15-0,2␮g.kg−1.min−1). Rocurônio adicional foi

adminis-trado quando necessário. Após a anestesia tópica (olho

direito, cloridrato de proparacaína a 0,5%; 5% Alcaine,

Alcon), as mensurac¸ões da PIO foram feitas seis vezes

com tonômetro de aplanac¸ãoTono-pen AVIA (Reichert

Inc., Depew, NY, EUA): antes da pré-medicac¸ão em

supinac¸ão(basal);10minutosapósaintubac¸ão(Supinac¸ão

1); 10minutos (Pronac¸ão 1), 60minutos (Pronac¸ão 2) e

120minutos (Pronac¸ão 3) depois de os pacientes serem

posicionados em pronac¸ão e 10minutosapós serem

repo-sicionados em supinac¸ão (Supinac¸ão 2). Almofadas foram

usadasparaa posic¸ão pronoparaestabilizara cabec¸ados pacientes.

Pressãoarterial sistólica (PAS), pressão arterial diastó-lica(PAD),pressãoarterialmédia(PAM),frequênciacardíaca

(FC), dióxido de carbono no fim da expirac¸ão (ET-CO2)

e saturac¸ão de oxigênio (SatO2) também foram

registra-dos simultaneamente com as mensurac¸ões da PIO. PPO

foi calculada com o uso da fórmula PAM-PIO. Os tempos

deanestesia,pronac¸ão e cirurgiatambémforam

registra-dos. A quantidade de sangue e líquidos administrados ao

pacientefoimedida contraaperdadesangueeproduc¸ão

deurinaduranteacirurgiaparacalcularobalanc¸ohídrico (balanc¸o hídrico=[sangue administrado+líquidos]−[perda

sanguínea+urina]). Os níveis pré- e pós-operatórios de

Data Descrição Olho SNR: 6/10 OD 2 1 0 2 10 Jun 2 1 0 2 8 Jun OD SNR: 6/10 114 103134106 92 83 80 116 133 133 84 57 76 110 118 93 137 69 T I S N 136 109 101 89 89 133 149 131 77 53 78 S N 85 72 T I 127 300 200 100 0 300 200 100 0

TEMP SUP NAS INF TEMP TEMP SUP NAS INF TEMP

Figura1 Comparac¸ãodasmensurac¸õesdaespessuradacamadadefibrasnervosasdaretinaobtidaspordomínioespectralum diaanteseapósacirurgia.

(4)

hemoglobina (Hb) e hematócrito (Htc) foram registrados. Nasaladerecuperac¸ão,perguntou-seaospacientesseeles

apresentavam alguma perdade visão ousentiam

descon-fortonosolhos.

Análisedopoder

OfocoprincipaldenossoestudofoideterminaraECFNRno

períodopós-operatório.Otamanhodaamostrafoi

determi-nadoapósumestudofeitoporHongetal.,19noqualamédia

da ECFNR no quadrante inferior foi de 139,9±11,8␮m.

O número necessário de pacientes para determinar uma

média de reduc¸ão da ECFNR no quadrante inferior (com

5%devaloresnormais, 0,05deerro-ɑe80% depoder)foi

calculadoem30pacientes.Otamanhodaamostrafoi

deter-minadoporumacalculadoradepoder.

Análiseestatística

AsanálisesestatísticasforamfeitascomoPrograma

Estatís-ticoparaCiênciasSociais(SPSS),versão15.0paraWindows

(SPSS, Chicago, IL). O teste de normalidade de

Shapiro--Wilk foi usado para a análise de compatibilidade entre

asvariáveis mensuradas e a distribuic¸ão normal. O teste

de Wilcoxon foi usadopara comparar as mensurac¸ões da

ECFNRnosperíodospré-epós-operatório.Durantea

cirur-gia,asalterac¸ões dapressão intraocular e os parâmetros

hemodinâmicosmedidosemseismomentosdiferentesforam

posteriormente avaliados com o teste de Friedman. As

comparac¸õespareadasforamfeitascomousodotestede

WilcoxonedotesteUdeMann-Whitney.As relac¸õesentre

as alterac¸ões da ECFNR e os parâmetros com alterac¸ões

significativas durante a cirurgia foram examinadas com o

testedecorrelac¸ãodeSpearman.Osdadosforamexpressos

comomediana (mínimo-máximo)e onível designificância

foiaceitocomop<0,05.

Resultados

Foram submetidos a cirurgias da coluna vertebral, entre

maio e novembro de 2012, 32 pacientes.Dentre eles, 30

foram incluídos em nosso estudo, enquanto dois foram

excluídospor causade discoinclinado. Dos 30pacientes,

10eram dosexomasculino e 20 dofeminino, commédia

deidadede54,9±13,4.Ascaracterísticasdospacientese

aspropriedadesrelacionadasàcirurgiaestãoresumidasna

tabela1.

AsmedianasdosvaloresdaECFNRmedidosnos

quadran-tes superior, temporal, inferior e nasal são apresentadas

na tabela 2. Não houve diferenc¸a significativa entre as

mensurac¸ões no pré- e pós-operatório para os

quadran-Tabela1 Variáveisdospacientes

Variável Dados

Idade(anos) 57(28-80)

Sexo(M/F) 10/20

IMC(kg.m−2) 28,3(18,7-45)

Tempodeanestesia(min) 140(82-260) Tempodepronac¸ão(min) 130(70-255) Tempocirúrgico(min) 120(60-242) Perdasanguínea(mL) 350(100-1200) Infusãodecoloides(mL) 400(0-1200)

Variáveisexpressascomomediana(variac¸ão).

IMC,Índicedemassacorporal;min,minutos;mL,mililitros.

tessuperioretemporal(p>0,05).Contudo,umafinamento

estatisticamentesignificantefoiobservadonosquadrantes

inferior(p=0,009)enasal(p=0,003)(tabela2).

A PIO e as mensurac¸ões hemodinâmicas dos pacientes

estão resumidasnatabela 3.Houveumareduc¸ãoda

pres-sãointraocularemSupinac¸ão1(p<0,001)emcomparac¸ão

comosvaloresbasais.Umaelevac¸ãoestatisticamente

sig-nificante da PIO foi observada em Pronac¸ão 2 (p<0,001)

e Pronac¸ão 3 (p=0,01) em comparac¸ão com os valores

basais. As alterac¸õeshemodinâmicas mostraram que PAS,

PADe PAMforamsignificativamentemenores emPronac¸ão

1 (p=0,02, p=0,03, p=0,01), Pronac¸ão 2 (p<0,001 para

todos)ePronac¸ão3(p=0,001paratodos)emcomparac¸ão

comosvaloresbasais.AsmédiasdosvaloresdaPPOforam

significativamente menores do que os valores basais em

Pronac¸ão 1 (p=0,01), Pronac¸ão 2 (p<0,001) e Pronac¸ão

3 (p=0,004). A frequênciacardíaca foi significativamente

menoremPronac¸ão2(p=0,01)ePronac¸ão3(p=0,01)em

comparac¸ãocomosvaloresbasais.Emtodososmomentos,

osvaloresdaSpO2foramsignificativamentemaioresquando

comparadosaosvaloresbasais (Supinac¸ão1 ePronac¸ão2:

p<0,001; Pronac¸ão 1 e Supinac¸ão 2: p=0,001; Pronac¸ão

3: p=0,005). O balanc¸o hídrico calculado para todos os

pacientes foi positivo e a média dos valores foi de 1.325

(550-3.000)mL. As médias dos valores de Hb no pré- e

pós-operatório foram 13,2 (11-16,3)g.dL---1 e 11,1

(8,1-14,1)g.dL---1,respectivamente;enquanto osvaloresdeHtc

foram 39,3 (33,8-48,7)g.dL---1 e 34,2 (25-43,1)g.dL---1. As

reduc¸õesnosvaloresdeHb eHtcnopós-operatórioforam

estatisticamentesignificantes(p<0,001paraambos).

Nãohouvecorrelac¸ãosignificanteentreaquantidadede

afinamentodaECFNReasidades,IMC,durac¸ãoda

aneste-sia,perdasanguínea, quantidadeadministradadecoloides

ealterac¸õesdePIOePPOdospacientesduranteacirurgia

(p>0,05)(tabela4).

Tabela2 Mensurac¸õesnosperíodos pré-epós-operatóriodaespessuradacamadadefibras nervosasdaretina emquatro

quadrantes

ECFNR Superior(m) Temporal(m) Inferior(m) Nasal(m)

Pré-operatório 115(98-149) 66,5(46-96) 129(91-158) 78,5(55-119)

Pós-operatório 115,5(81-156) 69,5(47-105) 126,5(87-164)a 72(59-101)a

p NS NS 0,009 0,003

Variáveisexpressascomomediana(variac¸ão).

ECFNR,espessuradacamadadefibrasnervosasdaretina;␮m,micrômetro;NS,nãosignificativo. ap<0,05:emcomparac¸ãocomECFNRnopré-operatório,testedeWilcoxon.

(5)

Tabela 3 Mensurac¸ões da pressãointraocular, pressãoarterial(sistólica, diastólica, média), pressãode perfusãoocular e frequênciacardíacaduranteacirurgia

PIO(mmHg) PAS(mmHg) PAD(mmHg) PAM(mmHg) PPO(mmHg) FC(bpm) Basal(n=30) 15(7-20) 130(91-202) 77(60-111) 95(69-149) 79,5(53-134) 75(55---100) Supinac¸ão1(n=30) 10(5-24)a 120(86-190) 75(54-112) 86(63-133) 75,5(47-119) 78,5(55---100) Pronac¸ão1(n=30) 14,5(6-31) 117(78-156)a 76(44-99)a 92(54-122)a 71(38-109)a 76(57---109) Pronac¸ão2(n=30) 19(10-37)a 107,5(81-148)a 71(53-94)a 82(68-104)a 62,5(35-92)a 69,5(54---93)a Pronac¸ão3(n=18) 15(11-35)a 109(90-132)a 70(58-85)a 81,5(72-105)a 64(46-90)a 69(62---98)a Supinac¸ão2(n=30) 15,5(9-32) 128(81-170) 77,5(62-99) 98(70-127) 80(46-115) 78,5(55---99)

Variáveisexpressascomomediana(variac¸ão).

PIO,pressãointraocular;PAS,pressãoarterialsistólica;PAD,pressãoarterialdiastólica;PAM,pressãoarterialmédia;PPO,pressãode perfusãoocular;FC,frequênciacardíaca.

a p<0,05:emcomparac¸ãocomvaloresbasais,testedeWilcoxon.

Discussão

Este estudo prospectivo teve como objetivo avaliar as

alterac¸ões da ECFNR e os fatores que afetam essas

alterac¸ões em pacientes submetidos à cirurgia da coluna

vertebral em pronac¸ão. Quando avaliamos as alterac¸ões

da ECFNR, medidas pelo SD-OCT, observamos um

afina-mento nos quadrantes inferior e nasal no primeiro dia

de pós-operatório, em comparac¸ão com os valores no

pré-operatório. Observamos um aumento significativo da

pressão intraocular em pronac¸ão, enquanto houve uma

diminuic¸ão significativa dos fatores hemodinâmicos. No

entanto,nãofoiencontradarelac¸ãoentreasalterac¸õesde

todososparâmetrosdurantea cirurgiae oafinamentoda

ECFNR.

A ocorrência de PVPO após a cirurgia da coluna

ver-tebral em pronac¸ão é uma complicac¸ão grave que, para

diminuir a frequência, foi associada à NOI posterior, NOI

anterioreoclusãodaartériacentral,massuaetiologiaainda

nãoébemcompreendida.1-3,6Propôs-sequeaelevac¸ãoda

pressão intraocular em pronac¸ão reduz aperfusão ocular,

especialmenteemcasosnosquaisaPAMpermaneceestável,

ecausa,assim,NOIanteriorouoclusãodaartériacentralda retina.12

Oprimeiroestudoqueinvestigouasalterac¸õesdaPIOem

cirurgiadacolunavertebralempronac¸ãofoiconduzidopor

Chengetal.10 Osautoresobservaramumaelevac¸ão

signifi-cativadaPIOnoinício(27±2mmHg)enofim(40±2mmHg)

dacirurgiaempronac¸ãoquandocompararamcomos

valo-resbasais(19±1mmHg)mensuradosemsupinac¸ão.Porém,

nãopesquisaramasalterac¸õesdaPIOnointraoperatório.Em

outro estudo que avaliou pacientes submetidos à cirurgia

da coluna vertebral, verificou-se que a média dos

valo-resda PIO em supinac¸ão após a induc¸ão da anestesia foi

11,5mmHg;enquanto queem pronac¸ãonoinícioenofim

dacirurgiaasmédiasdosvaloresdaPIOforam23,5mmHg

e30,5mmHg,respectivamente.10Osautoresdeterminaram

que em pronac¸ão esses valores foram significativamente

maioresdoqueemsupinac¸ão.Emváriosestudoscom

volun-tários saudáveis, os valores da PIO em pronac¸ão foram

relatadoscomosignificativamentesuperioresaosvaloresem

posic¸ãosentada.20,21

Segundo nossa pesquisa, este é o estudo mais

com-pletoaté o momentoque investigouasalterac¸ões daPIO

em pronac¸ão. A PIO foi mensurada com o paciente em

pronac¸ão nosminutos 10, 60e 120 decirurgia.

Descobri-mosque aPIOfoi maioraos60minutose queapresentou

umaleve reduc¸ão aos 120 minutos,mas permaneceu

sig-nificativamentesuperior aosvalores basais. Emboranosso

estudosobreasalterac¸õesdaPIOduranteacirurgiatenha

uma curva de variac¸ão semelhante a outros estudos, as

diferenc¸as podem estar relacionadas a mensurac¸õesaltas

erradasporcausadaabertura excessiva das pálpebrasou

dapressãosobreoglobo.

ATCO nodomínio espectralfornece mensurac¸ões

con-fiáveiserepetíveisdacamadadefibrasnervosasdonervo

ópticoaonívelde7-15␮m.22Essaspropriedadesatornaram

aferramentamaisimportanteparaodiagnósticoprecoceeo

acompanhamentodedoenc¸asqueenvolvemapartefrontal

davia visual.23 Em umestudoanterior,umaconcordância

Tabela4 Correlac¸õesentreasalterac¸õesdaespessuradacamadadefibrasnervosasdaretinadosquadrantesnasaisinferiores

easvariáveisdospacientes

Variável(n=30) Alterac¸ãodoquadranteinferior Alterac¸ãodoquadrantenasal

ra pa ra pa Idade -0,13 0,50 0,05 0,80 IMC -0,02 0,90 0,05 0,81 Tempodeanestesia 0,22 0,24 0,33 0,07 Perdasanguínea 0,07 0,70 0,29 0,11 Infusãodecoloides -0,09 0,64 0,29 0,12

Alterac¸ãodaPIO(Pronac¸ão2-basal) 0,25 0,18 0,16 0,41

Alterac¸ãodaPPO(Pronac¸ão2-basal) -0,14 0,45 -0,35 0,85

IMC,índicedemassacorporal;PIO,pressãointraocular;PPO,pressãodeperfusãoocular. a Correlac¸ãodeSpearman.

(6)

interoperador(coeficientedecorrelac¸ão intraclasse[CCI], 0,87;CV,2,89%)eintraoperador(CCI,0,94e0,95;CV,1,28%

e1,26%,respectivamente,paraooperadorAeoperadorB)

foiencontradaparaasmensurac¸õesdamédiadaECFNRcom

ousodoOTISpectralOCT/SLO.24

Este estudo é o primeiro na literatura a avaliar as

alterac¸ões da ECFNR após a cirurgia da coluna vertebral

em pronac¸ão. No primeiro dia de pós-operatório, um

afi-namentosignificativofoiobservadonosquadrantesinferior

enasal.Embora tenhahavidoumaumentosignificativoda

PIO em pronac¸ão, houve umadiminuic¸ão significativados

fatores hemodinâmicos. No entanto, não foi encontrada

correlac¸ão significativa entre as idades, IMC, durac¸ão da

anestesia, perdasanguíneaou administrac¸ão de coloides,

alterac¸õesdaPIOouPPOeafinamentosdaECFNdos

paci-entes. De forma semelhante, Fortune et al.16 mostraram

queoaumentodaPIOagudacausouoafinamentodaECFN

nosolhosderatos eque esseafinamentovoltouaos

valo-resnormaisapósummês.Pietteetal.14 descobriramqueo

aumentodaPIOagudacausadoporaspirac¸ãoempacientes

com a técnica Lasik resultou em afinamento

estatistica-mentesignificantedaECFNR.MesmoapósosvaloresdaPIO

voltaremao normal,o afinamentopermaneceu. Em outro

estudo,todososparâmetrosobtidospeloGDx,exceto

sime-tria, mostraram reduc¸ão estatisticamente significativa no

primeirodiadepós-operatórioempacientessubmetidosà

operac¸ãoderevascularizac¸ãodomiocárdio.Noquintodia depós-operatório,osparâmetrosdarelac¸ãosuperior/nasal

voltaramaosvaloresnormais;contudo,noprimeiromêsde

pós-operatório,osvaloresdarelac¸ãoinferioraindaestavam

abaixodosnormais.25Esseestudocorroboranossos

resulta-dosemostraqueasfibrasnervosasdaretinadoquadrante

inferiorsãomaissensíveis.

Embora o número de pacientes de nosso estudo seja

comparávelaodeestudossemelhantes,obaixonúmerode

pacientesé a limitac¸ão maisimportante. Outra limitac¸ão

foiafaltadeacompanhamentoemlongoprazo.Oprogresso

dasalterac¸õesdaECFNRnãofoiavaliadonesteestudo.

As intervenc¸ões cirúrgicas da coluna vertebral em

pronac¸ãolevamaumafinamentosignificativodos

quadran-tes inferior e nasal da ECFN nopós-operatório imediato,

emboraospacientesnãoapresentemperdadevisão.Porém,

nãoencontramoscorrelac¸ãosignificativaentreaquantidade

deafinamentodaECFNReasalterac¸õesdapressão

intrao-cularduranteacirurgia.Estudoscontroladosmaiores,com

tempomaislongodeacompanhamento,sãonecessáriospara

determinaropapeldapronac¸ãonasalterac¸õesdaECFNR.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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