• No se han encontrado resultados

INDÚSTRIA CRIATIVA COMO MÁQUINA DE GUERRA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "INDÚSTRIA CRIATIVA COMO MÁQUINA DE GUERRA"

Copied!
6
0
0

Texto completo

(1)INDÚSTRIA CRIATIVA COMO MÁQUINA DE GUERRA. Bruna Moreira Saraiva 1 Bruna Moreira Saraiva 2 Gabriel Prestes Batista 3 Gabriel Sausen Feil 4. Resumo: Entendemos que a indústria criativa pode trazer contribuições culturais/sociais/educacionais. Diante disso buscamos apresentar a contribuição que nos interessa no projeto de pesquisa "Comunicação para a indústria criativa", modo esse que intitulamos de "indústria criativa-máquina de guerra". Para isso, realizamos (1) uma revisão do conceito de indústria criativa, (2) uma revisão do conceito de máquina de guerra e, por fim, (3) estabelecemos elementos conceituais para uma indústria criativa-máquina de guerra. Podemos entender como indústria criativa, toda produção que possui como insumo básico a capacidade intelectual/artístico/mental (JAMBEIRO; FERREIRA, 2012, p. 179). Para estabelecer uma definição de indústria criativa, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento UNCTAD se apropria do conceito de criatividade, aqui entendida pela habilidade do ser humano de criar ou modificar símbolos com o objetivo de gerar algo novo (HESMONDHALGH, 2002), e estende-o, por meio de uma vinculação com a economia, para "qualquer atividade econômica que produza produtos simbólicos intensamente dependentes da propriedade intelectual, visando o maior mercado possível" (RELATÓRIO, 2012, p. 7). Para além dessas duas características principais, a contribuição indústria criativa-máquina de guerra possui outro elemento que a particulariza: deve criar processos ou produtos que gerem contribuições culturais/sociais/educacionais. Quando falamos em contribuições culturais/sociais/educacionais não estamos nos referindo aos clichês da "responsabilidade social" utilizados pelo marketing e pela comunicação, mas às ações que colocam o modelo em variação de dentro para fora, que transgridem a moral, criam algo novo. Segundo Deleuze e Guattari (1997), podemos definir como máquina de guerra todo sistema que se configura de forma externa ao aparelho de Estado. Trata-se de um fenômeno que busca trair a norma, a lógica do consolidado. Para afirmar sua exterioridade, a máquina de guerra funciona em um estado hidráulico, indo em direção contrária à teoria dos sólidos, que considera o fluido como um acontecimento particular. Aqui o que há é apenas fluxo, se uma forma se solidifica/consagra é porque ela está em uma velocidade mais lenta, dentro do fluxo. A máquina de guerra é um devir que contesta o idêntico, o eterno e o estável. Sendo assim, consideramos como atividades da indústria criativa-máquina de guerra aquelas que não tem como propósito principal a geração de receitas em um mercado, mas a transgressão de normas já consagradas, a partir de ações que.

(2) causam estranhamento e, assim, tiram o pensamento de indivíduos de seu estado rotineiro.. Palavras-chave: Indústria criativa. Máquina de guerra. Transgressão.. Modalidade de Participação: Iniciação Científica. INDÚSTRIA CRIATIVA COMO MÁQUINA DE GUERRA 1 Aluno de graduação. brunaemeese@gmail.com. Autor principal 2 Aluno de graduação. brunaemeese@gmail.com. Apresentador 3 Aluno de graduação. prestesgabs@gmail.com. Co-autor 4 Docente. gabriel.sausen.feil@gmail.com. Orientador. Anais do 9º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa | Santana do Livramento, 21 a 23 de novembro de 2017.

(3) INDÚSTRIA CRIATIVA COMO MÁQUINA DE GUERRA 1. INTRODUÇÃO: Entendemos que a indústria criativa pode trazer contribuições culturais/sociais/educacionais1. Diante disso, neste artigo, buscamos apresentar a FRQWULEXLomR TXH QRV LQWHUHVVD QR SURMHWR GH SHVTXLVD ³&RPXQLFDomR SDUD D LQG~VWULD FULDWLYD´ PRGR HVVH TXH LQWLWXODPRV GH ³LQG~VWULD FULDWLYD-máquina de JXHUUD´ 3DUD LVVR UHDOL]DPRV XPD UHYLVmR GR conceito de indústria criativa, (2) uma revisão do conceito de máquina de guerra e, por fim, (3) estabelecemos elementos conceituais para uma indústria criativa-máquina de guerra. Aqui, não temos a intenção de afirmar esta contribuição como mais relevante em detrimento de outras, mas sim de explorar e refletir acerca de tal possibilidade. Podemos entender como indústria criativa, toda produção que possui como insumo básico a capacidade intelectual/artístico/mental (JAMBEIRO; FERREIRA, 2012, p. 179). Segundo Howkins (2013) trata-se de nos apropriarmos de nossos impulsos criativos e torná-los produtos. Para estabelecer uma definição de indústria criativa, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento UNCTAD se apropria do conceito de criatividade, aqui entendida pela habilidade do ser humano de criar ou modificar símbolos com o objetivo de gerar algo novo (HESMONDHALGH, 2002), e estende-o, por meio de uma vinculação com a economia, para ³qualquer atividade econômica que produza produtos simbólicos intensamente dependentes da propriedade intelectual, visando o maior mercado SRVVtYHO´ (RELATÓRIO, 2012, p. 7). Para além dessas duas características principais, a contribuição indústria criativa-máquina de guerra possui outro elemento que a particulariza: deve criar processos ou produtos que gerem contribuições culturais/sociais/educacionais. Especificamente nesse sentido, uma produção não pode contribuir apenas no âmbito econômico, ela deve atuar socialmente em conjunto com pelo menos, um desses outros elementos. Quando falamos em contribuições culturais/sociais/educacionais não estamos nos referindo aos clichês da ³UHVSRQVDELOLGDGH VRFLDO´ XWLOL]DGRV SHOR PDUNeting e pela comunicação, mas às ações que colocam o modelo em variação de dentro para fora, que transgridem a moral, criam algo novo. Sendo assim, a indústria criativa que consideramos como máquina de guerra não é nem a ordinária do mercado e nem a ordinária do antimercado, porém, aquela que está no intermédio, que dialoga com ambas e ao mesmo tempo não obedece a nenhuma (FEIL, 2017). É possível explicarmos o recorte que aqui estamos propondo através do estabelecimento de diferenças entre indústria criativa e indústria cultural. Enquanto a primeira não precisa, necessariamente, submeter-se à lógica do mercado, mas negociar/dialogar com a mesma, a segunda não só se submete como pode também Neste texto, usamos os três termos sempre juntos, separados por barras, para darmos a entender que a riqueza (contribuição) pode tanto envolver os três âmbitos ao mesmo tempo ou apenas um ou dois deles.. 1.

(4) ditar/criar lógicas de mercado. Quando dizemos isso, não temos como objetivo denunciar/criticar o modelo proposto pela chamada indústria cultural, mas justamente de mostrar quais atividades estamos estudando: aquelas que exploram outras lógicas, para além daquelas estritamente econômicas/comerciais (FEIL, 2017). Segundo Deleuze e Guattari (1997), podemos definir como máquina de guerra todo sistema que se configura de forma externa ao aparelho de Estado. Trata-se de um fenômeno que busca trair a norma, a lógica do consolidado. Para afirmar sua exterioridade, a máquina de guerra funciona em um estado hidráulico, indo em direção contrária à teoria dos sólidos, que considera o fluido como um acontecimento particular. Aqui o que há é apenas fluxo, se uma forma se solidifica/consagra é porque ela está em uma velocidade mais lenta, dentro do fluxo. A máquina de guerra é um devir que contesta o idêntico, o eterno e o estável. Ela se encontra em mutação constante porque entende que a apropriação de seus procedimentos pelo sistema a torna condenada, ou seja, transformam-na na norma. A máquina de guerra é uma criação dos nômades. A existência de nômades faz com que se criem condições para a máquina de guerra atuar no espaço. O nômade usa a terra apenas como um suporte, os seus hábitos estão definidos a partir de um trajeto que não para de mobilizá-los, o que implica na transformação contínua do hábito/rotina. É esse povo marginalizado (que não se encontra no poder, que não faz parte das instituições militares) que inventa formas (de vida, de sobrevivência) que não segue modelos, que faz com que o homem se distribua, em um espaço aberto, indefinido, com inúmeras possibilidades. 2. METODOLOGIA: Para realizar este trabalho, utilizamos a pesquisa bibliográfica, explorando o conceito de indústria criativo a partir das investigações de Othon Jambeiro e Fábio Ferreira (2012), dos estudos de John Howkins (2013) e do Relatório de economia criativa (2010) proposto pela UNCTAD. Para refletirmos sobre o conceito de máquina de guerra, XWLOL]DPRV R OLYUR ³0LO SODW{V FDSLWDOLVPR H HVTXL]RIUHQLD´, de Gilles Deleuze e Félix Guattari (1997). Ao estudarmos ambos os conceitos, realizamos uma reflexão que busca estabelecer relações entre o conceito de indústria criativa e o conceito de máquina de guerra, que se apresenta através de uma lista de argumentos. 3. RESULTADOS e DISCUSSÃO: Ao estabelecermos relações entre os conceitos de indústria criativa e de máquina de guerra, no que diz respeito em especial ao tipo de contribuição que uma indústria criativa pode trazer, chegamos ao conceito de indústria criativa-máquina de guerra: x. É aquela que não tem como propósito principal a geração de receitas em um mercado, mas a transgressão de normas consagradas, a partir de ações que.

(5) causam estranhamento, desfamiliarização das coisas e, assim, que tiram o pensamento de indivíduos de seu estado rotineiro. x. Para romper com o consagrado e rotineiro, a indústria criativa-máquina de guerra se encontra em estado constante de variação, pois entende que toda atividade perde sua potencialidade ao ser apropriada pelo sistema ou quando já não faz o homem se reinventar.. x. Por não possuírem interesses ligados ao mercado, as atividades da indústria criativa-máquina de guerra não estão subordinadas aos padrões do espetáculo, nem aos clichês do cultural tradicional (símbolos, aspectos identitários de um espaço). Acontecem sem público-alvo específico, desviando de serem práticas de representação, para tornarem-se experiências de criação, imprevisíveis e singulares, que surgem no mesmo instante que acontecem. O importante aqui é o processo de experimentação do momento presente.. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este trabalho é resultado dos estudos realizados no projeto de pesquisa ³&RPXQLFDomR SDUD D LQG~VWULD FULDWLYD´ Nele podemos ver que o conceito de indústria criativa compreende toda atividade que possui como matéria-prima a criatividade e que amplia a noção de criatividade, a propriedade intelectual deixa de ser utilizada apenas nas atividades consideradas tradicionalmente como culturais (que se apropriam da arte pela arte) e passa a ser empregada também em ações funcionais, que possuem objetivos mercadológicos. Ao estabelecermos o conceito de indústria criativa-máquina de guerra restringimos o número de atividades que podem ser consideradas do setor. Além de possuir as características já citadas, neste recorte, as atividades da indústria criativa devem pressupor o desenvolvimento cultural/social/educacional. Ainda precisamos discutir mais neste sentido, para afirmar a indústria criativamáquina de guerra como aquela que implica na transgressão das normas e na variação dos modelos, desviando dos clichês da comunicação, que utiliza símbolos já consagrados e tradições que identificam cidades ou estados como contribuição cultural/social/educacional. 5. REFERÊNCIAS: DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs ± capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 1997. FEIL, G. Comunicação e indústria criativa ± modos de usar. [Texto digital]. 2017. HESMONDHALGH, D. The cultural industries. London: Sage, 2002..

(6) HOWKINS, J. Economia Criativa: como ganhar dinheiro com ideias criativas. São Paulo: M. Books, 2013. JAMBEIRO, O.; FERREIRA, F. Compreendendo as Indústrias Criativas Mídia: contribuições da economia política da comunicação. Revista Comunicação Midiática, v.7, n.3, 2012. RELATÓRIO de economia criativa 2010 - HFRQRPLD FULDWLYD XPD RSomR GH desenvolvimento. Brasília: Secretaria da Economia Criativa 6mR 3DXOR ,WD~ Cultural, 2012..

(7)

Referencias

Documento similar

As formulações de Laban (1978, 1990, 2001) sobre o corpo e o movimento não foram elaboradas apenas em função das atividades artísticas, mas também dos gestos presentes nas

Pero antes hay que responder a una encuesta (puedes intentar saltarte este paso, a veces funciona). ¡Haz clic aquí!.. En el segundo punto, hay que seleccionar “Sección de titulaciones

1) Importància de la indústria turística. 2) Dimensió i estadi de desenvolupament de la indústria turística. 3) Els principals objectius de l’activitat turística per part

Posada en marxa: No entra dins de l’abast d’aquest treball fer una posada en marxa de l’ERP proposat, però en aquesta fase se sol planificar un suport hypercare

La Llei del Llibre Valencià, que va ser difosa entre els editors amb motiu del congrés, concedeix a la Generalitat Valenciana des del passat mes de juny –data en què va ser aprovada-

24/5/2016 Proposta de resolució del Parlament de Catalunya sobre la creació d’un pacte nacional per a la indústria.. 13/7/2016 Resolució 251/XI del Parlament de Catalunya, sobre

Por isso é evidente que as livrarias vão sofrer pela via eletrónica porque cada vez mais a gente só consome livros digitais, principalmente as novas gerações que já não tocam

De- bemos a Benjamin, además, la fértil sugerencia de que la industria cultural no supone sólo ni quizá principalmente que las obras o las creaciones se convierten en