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INTERFERÊNCIA DA HEMÓLISE NAS ANÁLISES BIOQUÍMICAS

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Academic year: 2020

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(1)INTERFERÊNCIA DA HEMÓLISE NAS ANÁLISES BIOQUÍMICAS. Vitoria Freitas 1 Veridiana Gabriela Baumgarten 2 Natalia Horstmann Risso 3 Diogo Ferreira Bicca 4 Mirela Noro 5. Resumo: Exames laboratoriais são fundamentais na rotina Médico Veterinária, pois indicam o estado de saúde/doença do paciente e, como isso, a conduta terapêutica a ser adotada. É frequente o recebimento de amostras com diferentes graus de hemólise que resultam em erros pré-analíticos e analíticos, alterando resultados de exames e a conduta clínica. Para avaliar o impacto da hemólise sobre os resultados bioquímicos, coletaram-se 4 mL de sangue total de 4 caninos hígidos. O sangue foi distribuído equitativamente em 4 microtubos eppendorf: controle (C), hemólise leve (L), hemólise moderada (M) e hemólise intensa (I). Os diferentes graus de hemólise foram induzidos mediante maceração com ponteira. Nas amostras de soro mensurou-se as concentrações séricas de albumina, colesterol e creatinina, e atividade sérica de aspartato aminotransferase (AST) e fosfatase alcalina (FA) com uso de analisador automatizado (Wiener lab, CM-200) e concentrações séricas de proteína total e uréia no analisador semiautomatizado (Mindray, BA-88). Os resultados foram tabulados e analisados mediante ANOVA de amostras repetidas ou pelo teste de Friedman considerando significativo quando P0,05). O grau de hemólise não afetou as concentrações de creatinina, colesterol e proteína mediante método bioquímico (P>0,05). Os resultados encontrados confirmam a necessidade de cada laboratório avaliar de forma independente o impacto dos erros pré-analíticos e analíticos sobre as análises bioquímicas. Conclui-se que amostras com hemólise intensa apresentam alterações resultados discrepantes à realidade podendo impactar no diagnóstico e conduta terapêutica.. Palavras-chave: Hemólise, análises bioquímicas.

(2) Modalidade de Participação: Iniciação Científica. INTERFERÊNCIA DA HEMÓLISE NAS ANÁLISES BIOQUÍMICAS 1 Aluno de graduação. veridianagb24@gmail.com. Autor principal 2 Apresentador. baumgartennilva@gmail.com. Co-autor 3 Co-autor. nataliarissovet@gmail.com. Co-autor 4 Co-autor. diogofbicca@gmail.com. Co-autor 5 Docente. mirelanoro@unipampa.edu.br. Orientador. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa | Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(3) INTERFERÊNCIA DA HEMÓLISE NAS ANÁLISES BIOQUÍMICAS 1 INTRODUÇÃO Exames laboratoriais são fundamentais na rotina Médico Veterinária, pois indicam o estado de saúde/doença do paciente e, como isso, a conduta terapêutica a ser adotada. Desta forma uma amostragem representativa do paciente é necessária para que as análises sejam fidedignas. Mesmo assim, é frequente o recebimento de amostras com diferentes graus de hemólise que resultam em erros pré-analíticos e analíticos, alterando resultados de exames e consequentemente a conduta clínica. A hemólise caracteriza-se pela ruptura das hemácias seja por erro de coleta, processamento, transporte ou armazenamento da amostra (SON et al, 2014), consiste na liberação do conteúdo celular dos eritrócitos no soro ou plasma, conferindo uma coloração avermelhada (TELEN; KAUFMANN, 2004). Em humanos é responsável por 40% a 70% das amostras que são consideradas inadequadas para análise (LIPPI et al., 2008). Devido a alta proporção de amostras veterinárias com presença de hemólise o objetivo deste trabalho foi avaliar a interferência da hemólise nos resultados de análises bioquímicas de caninos. 2 METODOLOGIA Coletaram-se 4 mL de sangue total de 4 caninos, o qual foi distribuído equitativamente em 4 microtubos eppendorf (1,5 mL): controle (C), hemólise leve (L), hemólise moderada (M) e hemólise intensa (I) (Figura 1). Os diferentes graus de hemólise foram induzidos mediante maceração mecânica usando ponteira. Os microtubos foram centrifugados (x800g) durante 5 minutos para extração do soro.. Figura 1. Graus de hemólise mediante escala visual: controle (C), hemólise leve (L), hemólise moderada (M) e hemólise intensa (I) Nas amostras de soro foram realizadas as determinações bioquímicas mediante kits bioquímicos comerciais. As concentrações séricas de albumina, colesterol e creatinina, assim como a atividade sérica de aspartato aminotransferase (AST) e fosfatase alcalina (FA) foram mensuradas com uso de um analisador automatizado (Wiener lab, CM-200) e as concentrações séricas de proteína total e uréia no analisador semiautomatizado (Mindray, BA88). Também estimou-se a concentração de proteína plasmática pela refratometria (ATC). Os resultados foram tabulados e analisados mediante ANOVA de amostras repetidas ou pelo teste de Friedman considerando significativo quando P<0,05. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(4) 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se um aumento nas concentrações séricas de albumina, uréia, proteína plasmática total pelo método de refratometria e na atividade de AST nas amostras com hemólise intensa quando comparados com amostras não hemolisadas (Tabela 1, Figura 2, P<0,05). Os graus leve e moderado de hemólise não afetaram os resultados, apresentando valores intermediários e similares nas concentrações de uréia e atividade de AST a da amostra controle e hemólise intensa (P>0,05). Apesar de não observar-se significativas diferenças na atividade de FA entre os graus de hemólise leve e moderada com o controle, em 3 das 4 amostras com hemólise intensa o kit reativo não apresentou reação, demonstrando a interferência da hemólise também neste parâmetro bioquímico (Figura 3). Tabela 1 ± Médias e desvios padrões dos parâmetros bioquímicos e seus graus de hemólise. Parâmetros Albumina (g/dL) Colesterol (mg/dL) Creatinina (mg/dL) Proteína Refratômetro (g/dL) Proteína Bioquímica (g/dL) Uréia (mg/dL) AST (U/L) FA (U/L). Controle Leve Moderado Intenso P 3,90 ± 0,18 b 3,90 ± 0,25 b 4,00 ± 0,19 b 4,40 ± 0,20 a 0,0002 195 ± 77,8 195 ± 73,0 200 ± 73,0 206 ± 70,0 0,0770 1,00 ± 0,34 0,95 ± 0,18 0,93 ± 0,26 0,70 ± 0,36 0,1585 6,30 ± 0,35 b 6,30 ± 0,35 b 6,40 ± 0,40 b 7,10 ± 0,48 a 0,0161 6,40 ± 0,45 6,50 ± 0,65 6,50 ± 0,13 8,00 ± 1,40 0,0539 34,3 ± 2,40 b 34,3 ± 3,75 ab 37,4 ± 3,76 ab 41,4 ± 3,60 a 0,0115 38,8 ± 7,72 b 45,8 ± 8,54 ab 52,8 ± 12,0 ab 88,0 ± 52,3 a 0,0001 104 ± 63,0 90 ± 68,70 78,7 ± 74,8 * 0,5840 *: Hemólise intensa interfere na leitura do kit, sua mensuração não foi possível. a, b : Letras diferentes numa mesma linha indicam diferenças significativas, P<0,05.. Figura 2. Distribuição dos valores de albumina, aspartato amino transferase (AST), proteína total do refratômetro e da uréia séricas em amostras controle, e hemólise leve, moderada e intensa. a, b. : Letras diferentes numa mesma linha indicam diferenças significativas, P<0,05. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(5) Figura 3. Distribuição dos valores de FA em amostras controle, e hemólise leve, moderada e intensa. Por outro lado, o grau de hemólise não afetou as concentrações de creatinina, colesterol e proteína mediante método bioquímico (P>0,05, Tabela 1, Figura 4). Os resultados divergem de Lippi et al. (2011), que afirmam que a presença de hemólise intensa afeta praticamente todos os parâmetros bioquímicos. Por outro lado, Leard et al. (1990) descreve variação nas concentrações de albumina e nas atividades de AST. O aumento da atividade sérica de AST seria justificada pela liberação desta enzima que se encontra no citosol das hemácias (LEARD et al., 1990). As alterações observadas nas concentrações de albumina, uréia e proteína nas amostras com hemólise intensa poderiam ser decorrentes de uma acentuada cor vermelha no soro que afetaria as reações colorimétricas no caso das duas primeiras e devido a liberação da hemoglobina no caso da proteína mensurada por refratometria.. Figura 4. Distribuição dos valores séricos de colesterol, creatinina e proteína plasmática pelo método bioquímico em amostras controle, e hemólise leve, moderada e intensa. Os resultados encontrados confirmam a necessidade de cada laboratório avaliar de forma independente o impacto dos erros pré-analíticos e analíticos sobre as análises bioquímicas (LIPPI et al., 2011). 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que amostras com hemólise intensa apresentam alterações resultados discrepantes à realidade podendo impactar no diagnóstico e conduta terapêutica.. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(6) REFERÊNCIAS LEARD, B.L.; ALSAKER, R.D.; PORTER, W.P.; SOBEL, L.P. The effect of haemolysis on certain canine serum chemistry parameters. Laboratory Animals, v. 24, p. 32-35, 1990. LIPPI, G.; BLANCKEAERT, N.; BONINI, P. et al. Haemolysis: an overview of the leading cause of unsuitable specimens in clinical laboratories. Clin. Chem. Lab. Med, v.46, p.764772, 2008 LIPPI, M.; PLEBANI, S.D.; CERVELLIN, G. Hemolyzed specimens: a major chalenge for emergency departaments and clinical laboratories. Crit. Rev. Clin. Lab. Sci., v.48, p.143153, 2011. SON, J.H.; LEE, S.H.; HONG, S.; PARK, S.; LEE, J.; DICKEY, A.M.; LEE, L.P. Hemolysisfree blood plasma separation. Lab Chip, v. 14, p. 2287-2292, 2014. TELEN, M.J.; KAUFMAN, R.J. The mature erythrocyte. In: GREER, J.P. (1. Ed). Wintrobe's clinical hematology. Philadelphia: Lippincot Willians & Wilkins, 2004, p. 217247.. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

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Figure

Figura  1.  Graus  de  hemólise  mediante  escala  visual:  controle  (C),  hemólise  leve  (L),  hemólise moderada (M) e hemólise intensa (I)
Tabela 1 ± Médias e desvios padrões dos parâmetros bioquímicos e seus graus de hemólise
Figura 4. Distribuição dos valores séricos de colesterol, creatinina e proteína plasmática pelo  método bioquímico em amostras controle, e hemólise leve, moderada e intensa

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