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Resistência à Fratura de Coroas Temporárias Diretas

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Academic year: 2021

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Lília Sofia Vieira e Castro do Amaral

Mestrado em Reabilitação Oral da FMDUP liliamaral@msn.com

Resistência à Fratura de

Coroas Temporárias Diretas

Dissertação no Âmbito do Mestrado em Reabilitação Oral da Faculdade de

Medicina Dentária da Universidade do Porto

Orientador

Professor Doutor César Fernando Coelho Leal da Silva Professor Associado com Agregação da FMDUP

Coorientador

Professor Doutor José Carlos Reis Campos Professor Associado com Agregação da FMDUP

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ii

Membros do Conselho Científico

Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Prof. Doutor Afonso Manuel Pinhão Ferreira Prof. Doutor António Cabral de Campos Felino Prof. Doutor António Marcelo Azevedo Miranda Prof. Doutora Ana Paula Coelho Macedo Augusto Prof. Doutor César Fernando Coelho Leal da Silva Prof. Doutor Filipe Poças de Almeida Coimbra Prof. Doutor Germano Neves Pinto Rocha Prof. Doutora Irene Graça Azevedo Pina Vaz Prof. Doutora Inês Alexandra Costa Morais Caldas Prof. Doutor João Carlos Antunes Sampaio Fernandes

Prof. Doutor João Fernando Costa Carvalho (Vice-Presidente) Prof. Doutor Jorge Manuel Carvalho Dias Lopes

Prof. Doutor José António Macedo Carvalho Capelas

Prof. Doutora Maria Benedita Almeida Garrett de Sampaio Maia Marques Prof. Doutora Maria Cristina Pinto Coelho Mendonça de Figueiredo Pollmann Prof. Doutora Maria Helena Guimarães Figueiral da Silva

Prof. Doutora Maria Helena Raposo Fernandes Prof. Doutora Maria de Lurdes Ferreira Lobo Pereira Prof. Doutor Mário Jorge Rebolho Fernandes da Silva Prof. Doutor Mário Ramalho Vasconcelos

Prof. Doutor Miguel Fernando Silva Gonçalves Pinto (Presidente) Prof. Doutor Paulo Rui Galrão Ribeiro Melo

Prof. Doutor Pedro Manuel Vasconcelos Mesquita Prof. Doutor Pedro de Sousa Gomes

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Docentes Jubilados

Prof. Doutor Adão Fernando Pereira (Professor Catedrático) Prof. Doutor Amílcar Almeida Oliveira (Professor Associado)†

Prof. Doutor António Manuel Machado Capelas (Professor Associado)†

Prof. Dr Artur Rego Alves Pinho (Professor Auxiliar Convidado) Dr. António Ulisses Matos dos Santos (Assistente Convidado)

Prof. Doutor Durval Manuel Belo Moreira (Professor Associado com Agregação) Prof. Doutor Francisco António Rebelo Morais Caldas (Professor Catedrático) Dr. José Maria Vaz Osório (Assistente Convidado)†

Prof. Doutor José Serra Silva Campos Neves (Professor Catedrático) Prof. Doutor Manuel Desport Marques (Professor Associado Convidado)†

Prof. Doutor Manuel Guedes de Figueiredo (Professor Associado)

Docentes Aposentados

Prof. Doutor António Manuel Guerra Capelas (Professor Auxiliar)

Prof. Dr. Artur Manuel Osório de Araújo (Professor Associado Convidado) Prof. Doutor Fernando Jorge Morais Branco (Professor Catedrático)

Prof. Doutor Fernando José Brandão Martins Peres (Professor Catedrático)†

Prof. Doutor José Albertino Cruz Lordelo (Professor Associado com Agregação) Prof. Doutor José Carlos Pina Almeida Rebelo (Professor Catedrático)

Prof. Doutor Manuel Pedro da Fonseca Paulo (Professor Catedrático)

Prof. Doutora Maria Adelaide Macedo Carvalho Capelas (Professora Associada)† Prof. Doutora Maria Purificação Valenzuela Sampaio Tavares (Professora Catedrática) Prof. Doutor Rogério Serapião Martins Aguiar Branco (Professor Catedrático)

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iv

AGRADECIMENTOS

A elaboração deste trabalho científico e académico é o resultado do empenho de uma equipa de profissionais que não posso deixar de agradecer pelo ajuda e apoio prestados. Ao Prof Doutor César Fernando Coelho Leal Silva, orientador deste trabalho, agradeço pelo apoio e simpatia constantes.

Ao Prof Doutor José Carlos Reis Campos, coorientador deste trabalho, agradeço pela ajuda fundamental no decorrer da investigação presenteada pela boa disposição a que tanto nos habituou.

Ao Prof Doutor João Carlos Antunes Sampaio Fernandes, agradeço o estímulo para iniciar esta investigação e acima de tudo a ajuda paciente e a amizade que me dedicou ao longo da tese. Com um contributo crucial para este trabalho, não posso deixar de reconhecer o rigor científico e todas as sugestões essenciais ao longo de todo o processo.

Ao Prof. Doutor Mário Augusto Pires Vaz, agradeço a recetividade e fácil integração no departamento por ele dirigido (LOME/INEGI).

Ao Engenheiro Nuno Viriato Ramos, do LOME/INEGI, agradeço pelo trabalho crucial no início desta investigação no desenho e fabrico dos materiais utilizados, bem como, pela paciência e disponibilidade para a resolução dos problemas que foram surgindo.

À Engenheira Andreia Durães, do LOME/INEGI, agradeço pela amabilidade e empenho na realização dos testes mecânicos e tratamento de dados.

Ao Prof. Doutor Jaime Pereira Fontes de AlmeidaPortugal, agradeço o auxílio prestado no tratamento estatístico dos dados.

À empresa 3M ESPE, agradeço o fornecimento das resinas e cimentos utilizados durante a investigação.

Aos meus familiares e amigos, agradeço o estímulo e apoio que demonstraram ao longo do meu percurso académico.

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v

RESUMO

Introdução: O ProtempTM 4 Temporization Material (3M ESPE) e o ProtempTM Crown

Temporization Material (3M ESPE) são dois materiais indicados para restaurações provisórias bastante utilizados na prática clínica, mas pouco se sabe sobre a influência da espessura oclusal e do cimento utilizado na resistência à fratura de coroas temporárias elaboradas com estes materiais.

Objetivo: Avaliar a resistência à fratura das coroas ProtempTM 4 e das coroas ProtempTM

Crown em função da espessura oclusal; Avaliar a resistência à fratura das coroas ProtempTM

Crown de acordo com o tipo de cimento; Comparar a resistência à fratura das coroas

ProtempTM Crown em relação às coroas ProtempTM 4 efetuadas por pré-impressão.

Métodos: As coroas de ProtempTM 4 e de ProtempTM Crown foram confecionadas sobre cotos implantares em aço e dentro de caixas acrílicas especificamente desenhadas e fabricadas, com a mesma largura axial e três alturas diferentes(8,8 mm; 8,3 mm e 7,8 mm) para permitir alturas oclusais de 2 mm; 1,5 mm e 1 mm respetivamente. Foram elaboradas 30 coroas ProtempTM 4, divididas em três grupos de 10 com três espessuras oclusais diferentes (2 mm; 1,5 mm e 1 mm) e cimentadas com RelyXTM Temp NE; e 40 coroas

ProtempTM Crown, divididas em quatro grupos difererentes (2 mm, 1,5 mm e 1 mm rebasadas com ProtempTM 4; 1 mm sem rebasamento) e cimentadas com RelyXTM Temp NE. Posteriormente foram feitas mais 20 coroas ProtempTM Crown com 1 mm com rebasamento e com 1 mm sem rebasamento (SR), cimentadas com KetacTM Cem Plus

Automix. A resistência à fratura das 90 coroas foi testada na máquina TIRA test 2705 após um período de 24 h em água destilada a 37⁰C. Os dados foram transferidos para o Microsoft Excel e sujeitos a análise estatística no programa SPSS.

Resultados: As médias da resistência à fratura das coroas ProtempTM 4 cimentadas com

RelyXTM Temp NE foram: 2 mm (1540,88 N); 1,5 mm (1519,38 N) e 1 mm (2139,73 N); as das coroas ProtempTM Crown cimentadas com RelyXTM Temp NE foram: 2 mm (1263,50 N); 1,5 mm (1333,96 N); 1 mm (970,09 N); 1 mm sem rebasamento (1084,52 N); as das coroas

ProtempTM Crown cimentadas com KetacTM Cem Plus Automix foram: 1 mm com rebasamento(1242,64 N) e 1 mm sem rebasamento (1301,50 N). As coroas ProtempTM 4 apresentaram uma resistência à fratura significativamente superior à das coroas

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vi

ProtempTM Crown em todas as espessuras oclusais (p< 0,05), exceto na espessura oclusal de 1,5mm (p> 0,05). Observou-se que as coroas ProtempTM 4 com 1 mm apresentaram maior resistência à fratura do que as mesmas coroas com espessuras superiores (p< 0,05). As coroas ProtempTM Crown com espessura oclusal de 1,5 mm demonstraram maior resistência à fratura do que os restantes grupos do mesmo material, no entanto só com o grupo de espessura oclusal de 1 mm com rebasamento é que essa diferença foi estatisticamente significativa (p= 0,006 < 0,05). O rebasamento das coroas ProtempTM

Crown não evidenciou influência na resistência à fratura (p> 0,05), mas a cimentação com

KetacTM Cem Plus Automix fez com que esta aumentasse, contudo não foi um aumento significativo (p> 0,05).

Conclusões: Os resultados sugerem a possibilidade das coroas ProtempTM 4 serem indicadas em casos de espessura oclusal reduzida (1 mm) e das coroas ProtempTM Crown deverem ser utilizadas em espessuras oclusais superiores a 1 mm. O rebasamento das coroas ProtempTM Crown não demonstrou influência na resistência à fratura o que indica que usar a coroa ProtempTM Crown sem rebasamento não diminui a resistência da restauração provisória. A cimentação das coroas ProtempTM Crown com KetacTM Cem Plus

Automix aumentou a resistência à fratura, embora esse aumento não tenha significado estatístico.

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vii

ABSTRACT

Introduction: The ProtempTM 4 Temporization Material (3M ESPE) and the ProtempTM

Crown Temporization Material (3M ESPE) are materials indicated for interim restorations very commonly used in daily practice, but little is known about the influence of the occlusal thickness and the cement used when it comes to resistance to fracture of temporary crowns built with these materials.

Aims: To evaluate the fracture resistance of the ProtempTM 4 crowns and ProtempTM Crown in relation to their occlusal thickness; To evaluate the fracture resistance of ProtempTM

Crown according to the type of cement used; To compare the fracture resistance of the

ProtempTM Crown in relation to the ProtempTM 4 crowns.

Methods: The ProtempTM 4 crowns and ProtempTM Crown were made over steel implant preparations inside acrylic boxes, specifically designed with the same axial width and 3 different heights(8.8 mm; 8.3 mm and 7.8 mm) to allow occlusal space of 2 mm; 1.5 mm e 1mm respectively. 30 ProtempTM 4 crowns were built and divided in 3 groups of 10 with 3 different occlusal spaces (2 mm; 1.5 mm and 1 mm) and cemented with RelyXTM Temp NE; 40 ProtempTM Crown, were divided in 4 different groups (2 mm, 1.5 mm and 1 mm relined with ProtempTM 4; 1 mm without relining) and cemented with RelyXTM Temp NE. Following this, 20 other ProtempTM Crown were made with 1 mm and 1 mm without relining, cemented with KetacTM Cem Plus Automix. The fracture resistance of the 90 crowns was tested in the TIRA test 2705 machine after being immersed in distilled water 37⁰C over 24 hours. Data was transferred to Microsoft Excel and analysed with SPSS.

Results: The mean fracture resistance of ProtempTM 4 crowns cemented with RelyXTM Temp

NE was: 2 mm (1540.88 N); 1.5 mm (1519.38 N) and 1 mm (2139.73 N); for the ProtempTM

Crown cemented with RelyXTM Temp NE it was: 2 mm (1263.50 N); 1.5 mm (1333.96 N); 1 mm (970.09 N); 1 mm without relining (1084.52 N); for the ProtempTM Crown cemented with KetacTM Cem Plus Automix it was: 1 mm with relining (1242.64 N) and 1 mm without relining (1301.50 N). The ProtempTM 4 crowns had higher resistance to fracture compared with ProtempTM Crown in all the occlusal thicknesses (p< 0.05), except with 1.5 mm occlusal thickness (p> 0.05). The ProtempTM 4 crowns with 1 mm of occlusal thickness showed higher resistance to fracture when compared with the same crowns with higher occlusal

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viii thickness (p< 0.05). The ProtempTM Crown with occlusal thickness of 1.5 mmshowed higher resistance to fracture when compared with the other groups of the same material, but that difference was statistically significant only with 1 mm with relining group (p= 0.006 < 0.05). The relining of the ProtempTM Crown had no influence on the resistance to fracture (p> 0.05)but the cementing with KetacTM Cem Plus Automix increased it; however, this was not significant (p> 0.05).

Conclusions: The results suggest the possibility that ProtempTM 4 crowns are indicated in cases where there is reduced occlusal thickness (1 mm) and of the ProtempTM Crown being utilized in occlusal thicknesses higher than 1 mm. The relining of the ProtempTM Crown did not show to be influential in the resistance to fracture which indicates that using the

ProtempTM Crown without relining does not decrease the resistance of the interim restoration. The cementing of the ProtempTM Crown with KetacTM Cem Plus Automix increased the resistance to fracture, althouth this was not statistically significant.

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ix

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ... 11

1.1. Técnicas de confeção de coroas temporárias ... 12

1.2. Materiais temporários... 13

1.2.1. Resinas acrílicas à base de metacrilatos ... 17

1.2.2. Resinas compostas ... 18

1.3. Objetivos ... 28

2. MATERIAL E MÉTODOS ... 30

2.1. Materiais ... 30

2.2. Métodos ... 33

2.2.1. Fabrico das Peças ... 33

2.2.2. Fabrico da base para as peças ... 36

2.2.3. Fabrico das Coroas ProtempTM 4 Temporization Material (3M ESPE) ... 37

2.2.4. Fabrico das Coroas ProtempTM Crown Temporization Material (3M ESPE) ... 39

2.2.5. Envelhecimento das amostras ... 42

2.2.6. Testes mecânicos ... 43 2.2.7. Análise estatística ... 45 3. RESULTADOS ... 47 4. DISCUSSÃO ... 60 5. CONCLUSÕES ... 69 BIBLIOGRAFIA ... 72 6.ANEXOS

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11

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o Glossário de Termos Prostodônticos, uma restauração provisória pode

ser definida como “uma prótese fixa concebida para garantir estética, estabilidade e função por um período limitado de tempo, depois disso é substituída por uma prótese

definitiva”.(1)

No passado, muitos profissionais não davam importância ao uso de restaurações provisórias, embora forneçam ao paciente a primeira impressão sobre as competências do clínico. Se as restaurações temporárias não forem confortáveis, estéticas e retentivas, o paciente pode rapidamente perder a confiança no médico, mesmo que o resultado final seja excelente.(2, 3)

Atualmente sabe-se que as restaurações provisórias são uma parte essencial no tratamento reabilitador e desempenham funções de extrema importância para o sucesso final do mesmo.(2)

As próteses provisórias são utilizadas durante o intervalo entre a preparação dentária e a colocação da prótese definitiva e devem satisfazer necessidades biológicas, estéticas e mecânicas. Devem permitir o conforto do paciente, a manutenção da saúde periodontal e da posição dentária, a proteção pulpar, a função mastigatória, bem como alcançar uma correta higienização, estética, fonética, resistência e retenção.(2, 4-10) Para além do valor protetor, funcional e de estabilização, as próteses provisórias funcionam como uma ferramenta de diagnóstico usada para avaliar a resposta dos pacientes à alteração da estética (forma, comprimento incisal, largura vestibulo-lingual, dimensão vertical) e à alteração da oclusão, antes de incorporar essas mudanças na prótese definitiva.(2, 3, 5, 6)

Também têm um papel importante na gestão psicológica dos pacientes, visto permitirem um conhecimento mútuo dos resultados e das limitações do tratamento, o que conduz a uma aceitação e satisfação maiores.(2, 11) Ocasionalmente, o tratamento provisório pode ter que providenciar uma proteção e estabilização durante um longo período, enquanto o tratamento cirúrgico, endodôntico, ortodôntico ou oclusal é realizado.(2, 5)

(12)

12

1.1.

Técnicas de confeção de coroas temporárias

Muitas técnicas de fabrico das próteses provisórias têm sido descritas na literatura. Podem ser fabricadas usando dois métodos: fabrico personalizado ou fabrico com materiais pré-formados. Cada uma destas técnicas pode ser realizada de forma indireta (laboratório), direta (consultório) ou uma combinação das duas.(3, 4, 11, 12)

A maioria das restaurações provisórias são confecionadas por técnica direta. A técnica direta tem como vantagem o custo mais baixo e a redução do número de consultas, contudo, uma vez que a manipulação dos materiais é intraoral, estes podem libertar monómeros residuais e ter uma reacção de polimerização exotérmica que são prejudiciais para a polpa.(13) Podem ser elaboradas através de coroas pré-formadas (metal, policarbonato ou resina composta Bis-GMA), utilizando matrizes (pré-impressão, moldeira termoformável ou matrizes de acetato) ou colocando material provisório em seringa directamente sobre o coto.(6)

Quando não existe estrutura dentária as coroas pré-formadas são, muitas vezes, a melhor solução. Podem ser de policarbonato, metal ou resina composta Bis-GMA, e existem em vários tamanhos embora num limite de tamanhos possíveis. Estas normalmente são escolhidas segundo a anatomia de cada dente, adaptadas à linha marginal e depois são rebasadas para permitir uma adaptação personalizada antes da cimentação.(2, 11)

O modo mais fácil de fazer uma matriz para servir de guia para a elaboração de uma coroa temporária é fazer uma impressão com alginato ou silicone putty, antes da preparação dentária. O alginato é o melhor a absorver o calor libertado pela resina metacrilato, enquanto o elastómero tem a vantagem de poder ser guardado e reutilizado, pois é estável a longo prazo.(6)

Na técnica da pré-impressão o guia pode reproduzir o dente existente em boca ou o dente alterado por enceramento de diagnóstico. Depois da preparação dentária a impressão é preenchida por material provisório escolhido e é de seguida colocada sobre o coto preparado. Esta técnica só permite o uso de resina selfcure visto o alginato ou a maioria dos silicone não serem transparentes.(7, 11) As moldeiras termoformáveis e as

(13)

13 matrizes de acetato têm a vantagem de permitir utilizar materiais provisórios fotopolimerizáveis.

A elaboração de uma prótese provisória com coroa pré-formada é mais suscetível à ocorrência de má adaptação marginal ou contactos oclusais e contorno inapropriados do que com a técnica da pré-impressão.(2, 11)

Quando não existem coroas pré-formadas nem matrizes pode-se elaborar o provisório diretamente sobre o coto, utilizando material provisório em seringa. O material mais apropriado é o polietilmetacrilato porque tem viscosidade suficiente para não escorrer.(6)

A técnica indireta implica um custo de laboratório mas reduz o tempo gasto em consulta, principalmente em casos de restaurações múltiplas e aumentos da dimensão vertical de oclusão (DVO). Quando são necessárias alterações estéticas (forma ou posição) e alterações oclusais, as próteses provisórias necessitam de serem feitas no articulador pelo técnico. Esta técnica permite uma melhor manipulação do material e é vantajosa em casos mais complexos, em que é necessária temporização de longo prazo visto o material ser mais resistente e mais duradouro, o que confere melhoria nas propriedades mecânicas.(6, 14) Para além disso, tem como grande vantagem evitar a reação exotérmica associada à polimerização dos materiais bem como a libertação de monómero residual. O técnico pode fazer as coroas provisórias através de uma impressão dos preparos dentários ou então pode fazer através do modelo de estudo antes da preparação dentária (“provisórios casca de ovo”). Nesta última, os provisórios são rebasados pelo médico com material provisório após finalizar os preparos e terminados intraoralmente, sendo assim uma combinação da técnica indireta com a técnica direta.(6, 11)

1.2. Materiais temporários

Os materiais utilizados para a confeção de coroas provisórias pertencem a dois grandes grupos que se distinguem pela sua natureza química. O primeiro grupo inclui as Resinas Acrílicas à base de Metacrilatos tais como o polimetilmetacrilato (PMMA), o

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14 polietilmetacrilato (PEMA), o polivinilmetacrilato (PVEMA) e o polibutilmetacrilato e o segundo grupo inclui as Resinas Compostas (Bis-GMA, bis-acrílicas e dimetacrilato de uretano).(2, 7, 12-16)

Os materiais provisórios podem ainda ser classificados segundo a sua reação de polimerização, ou seja, com base no modo como passam da fase plástica para a fase sólida. Existem resinas ativadas quimicamente (autopolimerizáveis), resinas ativadas pelo calor (termopolimerizáveis), resinas ativadas pela luz (fotopolimerizáveis) e resinas ativadas quimicamente e com luz (polimerização dual).(17, 18)

As resinas acrílicas são na sua maioria autopolimerizáveis e as resinas compostas autopolimerizáveis ou dual.(16)

As características das resinas são dadas pelo tipo de polimerização mas também pelos monómeros que as constituem. A seleção destes monómeros vai influenciar a viscosidade, contração de polimerização e a absorção de água por parte dos materiais dentários.(19) Para além disso, a resistência à flexão e o módulo de elasticidade dos materiais também podem ser influenciados pela composição do monómero.(20)

Os monómeros presentes nas resinas podem ser divididos em monometacrilatos: metil metacrilato (MMA), hidroxietil metacrilato (HEMA), etil metacrilato (EMA) e isobutilmetacrilato (i-BMA), entre outros; e dimetacrilatos: Bis-GMA, Bis-EMA, UDMA e trietilenoglicol dimetacrilato (TEGMA), entre outros.(6, 21)

As PMMA e PEMA são constituídas essencialmente por monometacrilatos e as resinas compostas por dimetacrilatos.(22)

Numa tentativa de reduzir a dureza das resinas PMMA, os fabricantes introduziram os monómeros Bis-GMA ou Bis-EMA como monómeros base das resinas para aumentar a flexibilidade das mesmas.(22)No entanto, para diminuir a viscosidade destes materiais e a facilidade no seu manuseamento, também existem na sua constitutição monómeros que funcionam como diluentes, tais como o TEGMA ou o HEMA.(20, 23-26)Apesar da sua função como diluente, a presença de TEGMA faz aumentar a contração de polimerização, a libertação de monómeros residuais e a absorção de água por parte destas resinas, o que aumenta a formação de espaços vazios e diminui as propriedades da mesma.(24, 25, 27, 28)Por sua vez, o HEMA, para além de funcionar como diluente,

(15)

15 facilita a penetração de moléculas como o Bis-GMA e UDMA em ambientes hidrofílicos.(23)

O Bis-GMA é um dimetacrilato preparado a partir de bisfenol A (BPA) e metacrilato de glicidil (GMA) que apresenta uma viscosidade elevada devido à formação de uma ligação de hidrogénio entre os grupos hidroxilo presentes no anel aromático.(2, 25, 28-30) O Bis-GMA é uma molécula com maior peso molecular que o MMA tornando-se menos volátil, menos tóxico e sofre menor contração de polimerização.(30)

O Bis-GMA e o Bis-EMA são análogos, diferenciando-se apenas em dois grupos hidroxilo presentes nas extremidades do Bis-EMA, o que lhe permite formar ligações de hidrogénio mais fortes e, consequentemente, ser menos viscoso.(24) Assim sendo, como o Bis-EMA é menos viscoso não necessita da associação ao monómero TEDMA, o que, apesar de dificultar o manuseamento da resina, favorece as propriedades físicas da mesma.(31)

O UDMA surge como uma alternativa à utilização de resinas à base de associações de Bis-GMA e TEGMA. Tem um peso molecular semelhante ao Bis-GMA mas como tem poucas ligações de hidrogénio é menos viscoso que este último, o que faz com que não necessite de estar associado ao TEGMA.(21)Contudo, a presença de grupos uretano na sua constituição, para além de conferir uma maior rigidez e flexibilidade às resinas, torna-o mais viscoso do que o Bis-EMA ou TEGMA.(20, 24, 25, 32)

Segundo Sideridou et al.(33) as resinas com copolimerização de Bis-GMA/UDMA ou de GMA/EMA absorvem menos água e são mais flexíveis que as de Bis-GMA/TEGDMA, mas libertam maior quantidade de monómero do que este último.

O Bis-GMA contém grupos polares hidroxilo e o UDMA contém ligações ao grupo uretano, que tendem a formar ligações de hidrogénio com a água, o que os torna

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16 polímeros hidrofílicos. Esta tendência à absorção de água conduz a uma diminuição das propriedades mecânicas destes materiais.(22)

Apesar de tanto as resinas compostas à base de UDMA como as resinas compostas à base de Bis-GMA terem tendência à absorção de água, vários estudos in vitro sugerem que as resinas compostas com UDMA absorvem ligeiramente menos água, o que lhes confere melhores propriedades mecânicas do que as resinas com Bis-GMA.(20, 22, 32, 33)

Por sua vez, o Bis-EMA quando comparado com Bis-GMA e UDMA é menos hidrofílico, logo absorve menos água, o que conduz a uma menor degradação do material. O excesso de absorção de água pelo material pode conduzir à degradação hidrolítica da matriz polimérica e a redução das propriedades mecânicas.(32)

Existem dois fatores principais que influenciam a absorção de água pelos materiais: a estrutura química do monómero e a estrutura tridimensional do polímero.(28)

Na cavidade oral os materiais estão expostos a substâncias endógenas (proteínas, enzimas, polissacarídeos e bactérias) e a substâncias exógenas (bebidas e alimentos ingeridos). Estas substâncias estabelecem um processo de biodegradação dos biomateriais presentes na cavidade oral que pode alterar permanentemente as propriedades dos mesmos e comprometer a sua função. A degradação polimérica não acontece como resultado de uma processo isolado e sim de múltiplos fatores, como a saliva, a mastigação e mudanças químicas e térmicas provenientes da dieta.(18)

A saliva é um dos maiores fatores de biodegradação dos materiais. As moléculas de água existentes na saliva penetram o polímero, conduzindo a uma difusão de monómero e aditivos presentes no material. Para além disso, as estruturas poliméricas podem também sofrer degradação química através de hidrólise e reações enzimáticas. As enzimas salivares degradam o polímero e reduzem a dureza e a resistência ao desgaste do material. Assim sendo, os monómeros existentes no material são o maior fator de determinação da extensão da degradação, especialmente quando as enzimas são as responsáveis. Existe ainda a possibilidade da colonização dos materiais por bactérias poder produzir biodegradação, mas ainda existem poucos estudos que a confirmem.(18)

(17)

17 Para além da degradação dos materiais pela água e pelas enzimas salivares, esta pode ocorrer pela fadiga decorrente da mastigação. As cargas contínuas conduzem ao aparecimento e crescimento de fissuras no material, resultando numa fratura catastrófica. Este processo ocorre pela existência de bolhas introduzidas durante o fabrico e pelo stress residual. A alimentação e as bebidas ingeridas também têm influência na degradação dos materiais, porque causam variações térmicas e químicas, bem como alterações do pH.(18)

Existem duas grandes consequências na biodegradação das resinas: a libertação de monómeros e aditivos para a cavidade oral e a diminuição das propriedades físicas e mecânicas dos materiais.(32)

A libertação do monómero pode estimular o crescimento de bactérias sobre a restauração e promove reações alérgicas em alguns pacientes, tais como irritação química, dor na mucosa oral, ulceração, edema labial, síndrome da boca ardente e estomatite protética.(18, 33) A absorção de água, a mastigação e as alterações térmicas e químicas diminuem a dureza, a resistência à flexão, a resistência à deformação plástica, a resistência à fratura e o limite de fadiga do material.(18, 33)

1.2.1. Resinas acrílicas à base de metacrilatos

A resina acrílica polimetilmetacrilato (PMMA), como por exemplo o Duralay (Reliance Dental, Worth, Ill) ou Unifast LC (GC America, Alsip, Ill), apareceu nos anos 40 e permaneceu durante um longo período como o material mais utilizado no fabrico de próteses provisórias devido ao seu baixo custo, resistência ao desgaste, rigidez, adaptação marginal, facilidade de rebasamento, estabilidade de cor e boa estética.(2, 12) Contudo, concluiu-se que este tem sérias desvantagens e não deve ser utilizado no método direto porque a elevada polimerização exotérmica e o monómero livre podem causar danos pulpares e gengivais. Por isso, na aplicação destes materiais com a técnica direta é necessário utilizar técnicas de refrigeração no dente ou não permitir a polimerização total da resina sobre o dente vital. Para além disso, para minimizar o trauma térmico, em vez de se utilizarem matrizes termoformáveis devem utilizar-se

(18)

pré-18 impressões em silicone putty ou alginato, uma vez que estes dissipam o calor do dente e a água existente no hidrocolóide irreversível diminui a temperatura gerada na boca.(13, 17)

Apesar disso, quando se utiliza o método indireto e quando se necessita de restaurações provisórias de longa duração, o PMMA continua a ser a melhor escolha devido às suas elevadas propriedades físicas.(2, 6-8, 12)

Por volta dos anos 60 apareceu o polietilmetacrilato (PEMA), como por exemplo o

Splintline (Lang Dental, Wheeling, Ill), numa tentativa de ultrapassar as desvantagens das resinas PMMA. Com uma contração de polimerização e uma reação exotérmica menor, tornou-se uma boa escolha no fabrico de próteses provisórias pela técnica direta e, como adere facilmente ao PMMA, pode servir para rebasar na boca “provisórios casca de ovo” feitos em laboratório. Tal como o PMMA, estas resinas apresentam-se sob a forma pó-líquido e exigem manipulação manual. Apesar de ser um material barato e fácil de fabricar e reparar, concluiu-se que a resistência, a estética e a estabilidade de cor eram menores do que no PMMA, pelo que seria mais indicado em próteses de curta duração.(2, 6, 8, 12)

De seguida surgiram o poliviniletilmetacrilato, como por exemplo o Trim (Harry J. Bosworth, Skokie, Ill) ou o Trim II (Harry J. Bosworth, Skokie, Ill), e o polibutilmetacrilato

como por exemplo Temp Plus (Ellman Int, Hewlett, NY). Estas resinas acrílicas são químicamente similares ao PEMA e com comportamentos clínicos semelhantes.(2, 12)

1.2.2. Resinas compostas

As resinas acrílicas de monometacrilatos têm vindo a ser substituídas por resinas à base de dimetacrilatos: as bis-acrílicas e os dimetacrilatos de uretano fotopolimerizáveis. Ambas se apresentam sob a forma pasta-pasta associada a um sistema de auto mistura, o que facilita o seu manuseamento.(2)

Apesar da introdução dos monómeros dimetacrilato, a maioria das resinas compostas utilizadas atualmente são à base de dimetacrilatos, introduzidos nos anos 60 ou 70. A

(19)

19 maior evolução feita nas últimas décadas nas resinas compostas consistiu na melhoria do sistema de partículas de carga.

As resinas compostas têm na sua estrutura vários componentes, variando as características e percentagens de cada um deles consoante o material em questão. Contêm matriz orgânica, carga inorgânica, agente de união e sistema acelerador-iniciador. A matriz orgânica (matriz resinosa) é constituida por monómeros, geralmente um dimetacrilato como o Bis-GMA ou o UDMA, associados a monómeros de menor peso molecular como o TEGMA (co-polimerização de monómeros dimetacrilato). Esses componentes orgânicos constituem a parte quimicamente ativa da resina composta porque no momento da polimerização são os monómeros que estabelecem ligações cruzadas e determinam o grau de conversão, conferindo assim resistência ao material.(34-36)

Para resolver a baixa resistência ao desgaste, alto coeficiente de expansão térmica e alta contração de polimerização existente nas resinas acrílicas os fabricantes introduziram partículas inorgânicas no interior do material de modo a colmatar essas falhas. Esta carga inorgânica é formada por partículas de vidro, quartzo e/ou sílica, que se encontram dispersas na matriz de resina em diferentes tamanhos, formas e quantidades.(35, 36)

Para além dos monómeros, o conteúdo de partículas de carga existentes na resina composta também influencia as suas características. Este determina diretamente as propriedades mecânicas do material e permite reduzir a quantidade de monómero existente, o que diminui a contração de polimerização e melhora a estabilidade de cor, a dureza e a resistência à compressão. O aumento de partículas de carga até a um certo volume, resulta numa diminuição da absorção de água, aumento de resistência à abrasão, ao desgaste e à fratura. A partir de um volume de 55-57% aumenta a viscosidade, o que provavelmente induz a incorporação no material de bolhas, porosidades e aglomerados de partículas, o que, consequentemente, diminui as propriedades mecânicas do mesmo.(30, 37-42)

O tamanho das partículas de carga podem variar diferenciando as resinas compostas em compósito macroparticulado, microparticulado, híbrido, microhíbrido e nanoparticulado.(36, 43)

(20)

20 Os compósitos de macropartículas foram os primeiros introduzidos no mercado geralmente com um volume de partículas de carga de 75-80%, de carga o que conferia boas propridadade físicas.(43) Contudo, as partículas eram consideravelmente grandes (40 micrómetros) o que dificultava a obtenção de um bom polimento. Resultava numa restauração com uma superfície opaca e irregular e com propensão a incorporação de pigmentos.(36, 43)

No final da década de 70 foram lançados compósitos de micropartículas com tamanho médio de 0,04 micrómetros o que permitiu criar superfícies fáceis de polir e que mantêm o brilho e a estabilidade de cor durante mais tempo.(36, 43) Porém, estes compósitos não permitem a incorporação de grande volume de carga no material (32-50%) e, apesar de os fabricantes adicionarem grandes aglomerados compostos por elevada densidade de micropartículas como forma de contornar esta limitação, continua a não ser aconselhado para situações que exigem maior resistência (ideal para faces vestibulares dos dentes anteriores e restaurações classe V).(36, 43)

Partículas de diferentes tamanhos e formas são por vezes misturados de maneira a obter as propriedades desejadas. Para obter um material com boas propriedades mecânicas e de superfície lisa, foram criados compósitos híbridos que associam partículas de 0,2-6 micrómetros com micropartículas de 0,04 micrómetros. Estes podem ainda ser subdivididos de acordo com o tamanho médio das suas partículas. Os compósitos microhíbridos são considerados compósitos de uso universal geralmente com volume de carga de 57-72% e contêm partículas com um tamanho entre 0,04-1 micrómetros e um tamanho médio de 0,4 micrómetros.(30, 36)

Com os avanços na nanotecnologia, foram recentemente introduzidos no mercado compósitos nanoparticulados que contém partículas de carga inorgânica muito pequenas, entre 0,02-0,07 micrómetros (20-75 nanómetros). A principal vantagem destas resinas compostas é que, ao contrário dos compósitos microparticulados, os compósitos nanoparticulados permitem agregar um maior volume de carga à matriz (58-60%), o que confere boas propriedades mecânicas e como as partículas são extremamente pequenas permitem um ótimo polimento.(36, 44) Assim sendo os compósitos nanoparticulados são recomendados tanto para o setor anterior como para o setor posterior.(44)

(21)

21 Para além da matriz orgânica e da carga inorgânica, as resinas compostas contêm como agente de união o silano que tem a capacidade de unir quimicamente as partículas de carga à matriz orgânica o que confere maior resistência. Contêm também um sistema acelerador-iniciador que envolve os componentes responsáveis pela reação de polimerização.(36)

A resina composta bis-acrílica é uma resina hidrofóbica similar ao bisphenol-A-glycidyl methacrylate (bis-GMA) que pode ser autopolimerizável (por exemplo, ProtempTM 4 3M

ESPE) ou de polimerização dual (por exemplo, Iso Temp3M Dental) e veio colmatar as lacunas da resina de metacrilato. Atualmente, é o material provisório mais popular, porque tem boa estética, é fácil de usar e polir, tem uma reação exotérmica baixa e uma baixa contração de polimerização, o que evita lesar a polpa e permite uma boa adaptação marginal e suficiente resistência transversal. Apesar da melhoria na estética e o aumento da resistência ao desgaste e à flexão, a resina bis-acrílica é mais cara e mais frágil quando comparada com a resina de metacrilato, para além de ter menor estabilidade de cor devido à presença da camada inibidora de oxigénio.(2, 7, 8, 11, 12, 22, 45). Para além disso, as restaurações provisórias de resina bis-acrílica não são facilmente rebasadas com compósito devido às diferenças químicas e, ao serem reparadas, podem perder 85% da sua resistência transversal.(8, 12)

A introdução da resina composta bis-GMA (bisphenol-A-glycidyl methacrylate), na metade dos anos 60 por Bowen, veio resolver os problemas associados à resina metacrilato e à resina bis-acrílica. A introdução deste monómero de alto peso molecular facilitou o desenvolvimento comercial dos materiais que contêm partículas inorgânicas de carga.(26) Esta resina permite boa adaptação marginal, baixa contração de polimerização, baixa reação exotérmica, fácil polimento, boa estética e tem uma camada inibidora de oxigénio menor. A semelhança química com o compósito faz com que seja mais fácil reparar do que a resina bis-acrílica. A resina bis-GMA, como por exemplo o Tempspan (Petron clinical Technologies, Wallingford, CT) ou o ProtempTM

(22)

22 comparada com a resina metacrilato, o que facilita a fratura em próteses provisórias extensas.(12)

A resina composta dimetacrilato de uretano (VLC, visible light cured), como por exemplo o Revotec LC (GC America, Alsip, IL), apareceu nos anos 80 e requer luz visível e canforoquinona ou fotoiniciador de amina para polimerizar. Estas resinas não utilizam Bis-GMA e apresentam boas propriedades mecânicas. Estudos prévios demonstram que a resina à base de uretano é resistente devido à flexibilidade das ligações de uretano dentro da matriz polimérica, e tem uma absorção de água e uma consequente degradação da matriz menor do que as resinas bis-GMA. Contudo, apresenta uma absorção de água muito superior às resinas bis-EMA que são análogos do bis-GMA (ethoxylated bisphenol A glycol dimethacrylate).(22) Tal como acontece nas restantes resinas compostas, a resina dimetacrilato de uretano tem partículas de sílica, que faz diminuir a contração de polimerização, para além de não libertar monómero residual. É de fácil utilização e polimento, tem boa resistência ao desgaste e pode ser reparada com compósito fluido e hibrido, mas é mais dispendioso que todos os outros materiais já referenciados. Segundo Michalakis et al.(13) o dimetacrilato de uretano produz uma temperatura intra-pulpar significativamente maior do que as resinas PVEMA e as resinas bis-acrílicas na fabricação inicial das coroas, provavelmente devido à reação exotérmica e à absorção de energia durante a irradiação. A polimerização por LED pode justificar este aumento de temperatura durante a polimerização, o que sugere que a utilização de uma lâmpada de halogéneo convencional não conduziria a um aumento tão grande de temperatura. Contudo, esta hipótese tem de ser estudada. Para além disso, têm uma estabilidade de cor e uma adaptação marginal controversa, o que limita a sua utilização em próteses com exigência estética e de longa duração.(2, 6, 12)

Como referido anteriormente, podem-se utilizar vários métodos para elaborar restaurações provisórias de forma direta. Mais comumente, utiliza-se a pré-impressão ou uma coroa pré-fabricada.

(23)

23 O ProtempTM 4 Temporization Material (3M ESPE) é um material provisório frequentemente utilizado para a elaboração de provisórios com pré-impressão. É uma resina composta bis-acrílica contemporânea auto-polimerizável, que combina nanopartículas e polímeros, o que permitiu um aperfeiçoamento em relação às primeiras resinas bis-acrílicas e confere ao material uma maior resistência à fratura e à flexão.

Para reduzir a fragilidade das resinas bis-acrílicas os fabricantes introduziram um sistema de resina que contém uma longa cadeia flexível de monómeros dimetacrilato. O ProtempTM 4 é uma resina bis-acrílica com um sistema de monómeros Bis-EMA e contém longas cadeias de polyethyleneglycol que aumentam a flexibilidade e a resistência da matriz polimérica.(22) No estudo feito por Kerby et al.(22) conclui-se que, para além da composição química do sistema de monómero, a adesão das partículas de carga com a matriz e a baixa quantidade de partículas de carga do ProtempTM 4 contribuem para uma resistência mais elevada à fratura ao fim de 1 hora e de 24 horas em ambiente húmido, quando comparado com outras resinas bis-acrílicas e uretano. Este facto confirma que o Bis-EMA (ProtempTM 4) é menos suscetível à absorção de água que estes últimos e, consequentemente, mais resistente. Estes resultados corroboram com estudos anteriores que afirmaram que o ProtempTM 3 GarantTM tem uma resistência superior às outras resinas bis-acrílicas comercialmente disponíveis.(46, 47) Para além disso, o ProtempTM 4 Temporization Material (3M ESPE) veio trazer melhorias a nível estético, visto conferir às restaurações provisórias uma superfície polida e brilhante sem o uso de materiais de polimento, apenas passando alcool na restauração. Essa superfície polida previne o aparecimento de manchas, o que era problemático nas primeiras gerações de materiais provisórios. Contrariamente às resinas bis-acrílicas mais antigas, o ProtempTM 4 Temporization Material (3M ESPE) apresenta uma menor camada inibidora de oxigénio superficial mais fácil de remover, o que evita que a superfície do material provisório fique pegajosa.(11)

As coroas ProtempTM Crown Temporization Material (3M ESPE) são coroas unitárias pré-fabricadas de resina composta Bis-GMA com desenho anatómico semelhante às coroas de policarbonato ou de metal. Estas combinam as vantagens das coroas pré-formadas

(24)

24 (rapidez e sem necessidade de impressão) com as vantagens dos provisórios à base de resina (cor, estética e adaptação marginal).(48)

As coroas ProtempTM Crown Temporization Material(3M ESPE) são compostas por bis-GMA, resina dimetacrilato e partículas de silica (Silane treated ceramic e synthetic amorphous silica, fumed, crystalline free), utilizados para conferir resistência mecânica, resistência ao desgaste e radiopacidade. Para além disso contêm silano e pigmentos. As partículas silanizadas têm um volume aproximado de 78% e o tamanho médio das partículas é de aproximadamente 0,6 micrómetros o que torna o ProtempTM Crown uma resina composta microhíbrida.(48)

As Coroas Protemp TM Crown Temporization Material são as primeiras coroas provisórias pré-formadas, maleáveis e polimerizáveis com luz e existem em 9 tamanhos com formato de molares, pré-molares e caninos. Como são maleáveis podem ser moldadas e adaptadas facilmente à preparação dentária, à linha marginal e aos contactos interproximais, para além de conseguir os contactos oclusais apropriados ao permitir ao paciente ocluir levemente antes de se fotopolimerizar (Figura 1).(48)

Assim, após a polimerização, fornece rapidamente e sem necessidade de impressão, uma coroa radiopaca com adaptação marginal precisa, boa resistência ao desgaste e muito boa estética.(11, 49)

(25)

25 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14.

Figura 1 - Guia técnico da confeção de coroas Protemp TM Crown Temporization Material

(26)

26 Segundo o fabricante, as coroas ProtempTM Crown Temporization Material, após a polimerização e antes da cimentação, podem ser rebasadas, sem agente de adesão, com

ProtempTM 4 Temporization Material (3M ESPE) ou FiltekTM Supreme Plus Flowable (3M

ESPE) para adaptar e personalizar a coroa ao coto. Têm também indicação para serem usadas sem rebasamento.

As coroas ProtempTM Crown Temporization Material, sendo coroas provisórias, são cimentadas com cimento temporário, mas para aplicações a longo prazo o fabricante aconselha o uso de um cimento mais forte.

Existe uma variedade de cimentos temporários para a cimentação de restaurações temporárias, sendo os mais comuns os cimentos de hidróxido de cálcio, cimentos de óxido de zinco eugenol e cimentos de óxido de zinco sem eugenol.

O cimento óxido de zinco sem eugenol, como por exemplo o RelyXTM Temp NE (3M

ESPE), é um cimento provisório que contém o óxido de zinco como ingrediente primário em pó e uma variedade de ácidos orgânicos que substituem o eugenol. O facto de não ter o eugenol evita o contacto tóxico deste com o tecido pulpar e as consequentes reações alérgicas, para além de evitar o efeito inibitório do eugenol sobre a adesão de cimentos definitivos à base de resina. Esta composição forma um cimento que não é suficientemente forte para servir como definitivo mas com uma retenção e adaptação satisfatória para uma cimentação temporária.(50)

Existem cinco tipos de de cimentos comercialmente disponíveis para uso a longo prazo (cimentos definitivos), tais como, fosfato de zinco, policarboxilato, ionómero de vidro (IV), resina composta e ionómero de vidro modificado com resina (IVMR).(51)

O cimento IVMR, como por exemplo o KetacTM CEM Plus Automix (3M ESPE), é um cimento definitivo híbrido que conjuga polímeros hidrofílicos ou resinas polimerizáveis com o cimento IV. Este material apareceu nos anos 80 como forma de resolver a reduzida resistência e elevada solubilidade dos cimentos de ionómero de vidro convencionais, apresentando propriedades físicas e mecânicas superiores.(50, 52) O cimento IVMR apresenta algumas grandes vantagens. Tem potencial cariostático porque permite a libertação de flúor sobre o dente, é de utilização fácil e confere uma interface de espessura adequadamente fina. Para além disso os fabricantes

(27)

27 recomendam o seu uso em coroas metalo-cerâmica mas também em coroas de resina composta.(51)

Apesar do cimento IVMR ter menores propriedades mecânicas que os cimentos de resina composta, apresenta uma resistência à compressão e à tensão superior aos restantes cimentos definitivos, tais como, fosfato de zinco, policarboxilato e IV.(51) Porém, como este cimento contém resina, torna-o propenso a alguma absorção de água e a mudanças dimensionais o que pode resultar em descimentação da coroa. Assim sendo, o dente deve ser mantido seco durante 7-10minutos para minimizar a precoce solubilidade do cimento.(50)

Embora as coroas ProtempTM Crown possam ser utilizadas com ou sem rebasamento e com cimento provisório ou definivo, não existem estudos que nos indiquem qual a melhor forma de as utilizar e se diferentes técnicas alteram a resistência à fratura das mesmas.

Os profissionais selecionam o material para as coroas provisórias em função da facilidade do uso, o custo do material, a estética, a resistência e a adaptação marginal.(53, 54) Antes de escolher é importante ter em conta as propriedades mecânicas dos materias, tais como a resistência à fractura, a rigidez e a capacidade de resistir à descimentação.(22, 55)

A resistência a forças funcionais e ao desgate é fundamental, principalmente quando se pretende o uso de restaurações provisórias extensas ou de uso prolongado, bem como no caso de carga oclusal excessiva e parafunções. É importante ainda ter em conta que, durante o tratamento, as próteses provisórias estão sujeitas na cavidade oral a cargas estáticas e cíclicas elevadas e têm que ser removidas e cimentadas repetidamente sem distorção nem fratura.(5, 53, 56-61)

A resistência à fratura de materiais das coroas provisórias pode variar com o cimento utilizado, a humidade e a variação térmica da cavidade oral e tem sido amplamente estudada, uma vez que é importante perceber a capacidade dos materiais sobreviverem a cargas funcionais repetidas, para desta forma garantir um sucesso clínico.(46, 55-58, 62-68)

(28)

28 Apesar do número de estudos já feitos para avaliar as propriedades mecânicas das resinas, os métodos utilizados parecem ser pouco consistentes porque os testes de resistência têm sido feitos tanto em materiais provisórios em forma de disco ou barras como sobre cotos dentários.(54, 63, 69-71)

Alguns estudos in vitro têm avaliado a influência de diferentes desenhos de preparação do coto, dimensões oclusais e o efeito de diferentes técnicas de cimentação na resistência à fratura de coroas poliméricas sem metal.(66, 72-74) Também foram feitos estudos sobre a influência da espessura oclusal e do tipo de cimento na resistência à fratura em coroas de cerâmica, metalo-cerâmica, dissilicato de lítio e zircónia, mas pouco se sabe sobre a mesma influência em coroas provisórias e qual será a espessura oclusal e o cimento ideal para a utilização das mesmas.(75-83)

Atualmente são utilizados muitos tipos de materiais e técnicas, permanecendo muitas incertezas quanto ao material ideal para restaurações provisórias fixas que combine resistência e estética.

Muitos autores têm comparado as propriedades físicas dos diversos tipos de materiais provisórios e sugerem o uso de compósitos bis-acrilicos pela suas propriedades superiores.(10) Assim sendo, parece ser de interesse clínico estudar a sua resistência à fratura.

1.3. Objetivos

Os objetivos deste estudo foram:

1- Avaliar a resistência à fratura das coroas ProtempTM 4 Temporization Material

(3M ESPE) em função da espessura oclusal.

2- Avaliar a resistência à fratura das coroas ProtempTM Crown Temporization

Material (3M ESPE) em função da espessura oclusal.

3- Avaliar a resistência à fratura das coroas ProtempTM Crown Temporization

Material (3M ESPE) de acordo com o tipo de cimento.

4- Comparar a resistência à fratura das coroas ProtempTM Crown Temporization

Material (3M ESPE) em relação às coroas ProtempTM 4 Temporization

(29)
(30)

30

2. MATERIAL E MÉTODOS

A investigação foi realizada na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), no Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) e na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

2.1. Materiais

Neste estudo foram testados os seguintes materiais (Figura 2 e 3): - ProtempTM 4 Temporization Material (3M ESPE);

- Protemp TM Crown Temporization Material (3M ESPE); -RelyX TM Temp NE (3M ESPE);

- KetacTM Cem Plus Automix (3M ESPE).

Figura 2 - Resinas em estudo; A - Protemp TM 4 Temporization Material (3M ESPE); B - ProtempTM Crown Temporization Material (3M ESPE).

Figura 3 - Cimentos em estudo; A - RelyXTM Temp NE (3M ESPE) e KetacTM Cem Plus Automix (3M ESPE).

A B

A

B

(31)

31 No Quadro 1 apresenta-se a composição química geral das resinas compostas utilizadas. Os materiais foram usados de acordo com as regras do fabricante.

Quadro 1 – Composição química das resinas compostas utilizadas

Grupo de Resina Subgrupo de Resina Tipo Material Testado Composição Resina Composta Compósito bis-acrílico Bis-EMA Activado quimicamente ProtempTM 4 (3M ESPE) *Pasta Base: Dimethacrylate (50- 60%)

Silane treated Amorphous silica

(20-30%)

Polyurethane methacrylate (10-20%)

Silane treated silica (5-10%) *Pasta Catalizadora: Ethanol 2,2 (70-80%) Diacetate Benzyl-phenyl-Barbituric acid (< 10%) Silane-treated silica (< 10%) Resina Composta Compósito Bis-GMA

Activado com luz ProtempTM Crown (3M ESPE)

Silane treated ceramic (70-80%)

Bisphenol a diglycidyl ether dimethacrylate (BisGMA) (5-15%)

Functionalized dimethacrylate polymer (1-10%)

Synthetic Amorphous silica, fumed, crystalline free (1-10%)

Water (< 5%)

Thiethylene glycol dimethacrylate

(TEGDMA) (<1%)

Fonte: Oliva GS. Mechanical Properties of Provisional Restorative Materials: Faculty of the School of Dentistry in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science in Dentistry, Indiana University; 2010.(4)

(32)

32 Na Quadro 2 apresenta-se a composição química geral dos cimentos utilizados. Os materiais foram usados de acordo com as regras do fabricante.

Quadro 2 – Composição química dos cimentos utilizados

Grupo de Cimento

Material Fabricante Composição

Óxido de Zinco sem eugenol

RelyXTM Temp NE

3M ESPE *Pasta Base:

Óxido de Zinco Parafina Líquida Estabilizador Pigmentos *Pasta Catalizadora Ácidos orgânicos

Partículas de carga inorgânicas Óleos orgânicos Ionómero de vidro reforçado com resina KetacTM Cem Plus Automix 3M ESPE *Pasta A:

Fluoroaluminosilicato de vidro (FAS glass) Agente redutor

HEMA Água

Agente Opacificante

*Pasta B:

Ácido policarboxilico metacrilato BisGMA

HEMA Água

Persulfato de potássio

Partículas de Carga sílica-zircónia Fonte: 3M. Technical product profile Ketac Cem Plus.(52)

(33)

33

2.2. Métodos

2.2.1. Fabrico das Peças

Foram desenhadas e fabricadas 10 bases quadrangulares em aço (2x2cm), com um coto com dimensões semelhantes a um coto sobre implante, para fabrico das coroas provisórias (Figura 4). O coto apresentava 6,8mm de altura, 4,8mm de largura na linha de acabamento e 3,2mm de largura no topo.

Figura 4 - Bases quadrangulares com coto em aço.

Para obter coroas provisórias todas com a mesma largura axial e com diferentes alturas oclusais, foram fabricadas caixas em acrílico transparente, todas com a mesma largura axial mas com três alturas distintas (8,8 mm; 8,3 mm e 7,8 mm) para permitir alturas oclusais de 2 mm; 1,5 mm e 1 mm respetivamente. Assim, foram confecionadas seis caixas, três com alturas diferentes só abertas no topo para a elaboração das coroas com

ProtempTM 4 Temporization Material (3M ESPE) (Figuras 5 e 7), e três com alturas diferentes e abertas de lado para a elaboração das coroas ProtempTM Crown

(34)

34 Figura 5 - Desenho em computador do coto metálico com a caixa de acrílico aberta no topo.

(35)

35

Figura 7 - Cotos em aço com as caixas de acrílico abertas no topo com as 3 alturas diferentes para a

elaboração das coroas em ProtempTM 4.

Figura 8. Cotos em aço com as caixas de acrílico abertas de lado com as 3 alturas diferentes para a

(36)

36

2.2.2. Fabrico da base para as peças

Foi elaborada uma base em K-line (Figura 9) com o diâmetro da base da máquina de ensaios (41,60mm) para centrar e estabilizar os cotos metálicos durante o teste de resistência à fratura, o que assegura que o ponto de carga seja efetuado sempre no mesmo local.

(37)

37

2.2.3. Fabrico das Coroas

Protemp

TM

4 Temporization Material (3M ESPE)

As coroas de ProtempTM 4 foram preparadas de acordo com as recomendações do fabricante, sobre os cotos e dentro das caixas de acrílico (Figura 10). Vaselinou-se o coto e a caixa de acrílico e injetou-se ProtempTM 4 dentro da mesma até perfazer o espaço entre o coto e o topo da caixa com vibração constante, para evitar o aparecimento de bolhas de ar.

O excesso de material foi removido com uma espátula e a polimerização foi realizada sobre pressão de 2,5 kg.

Após a polimerização completa removeu-se a caixa de acrílico e a coroa (Figura 11), e procedeu-se ao acabamento desta última com brocas diamantadas e discos, bem como ao polimento com borrachas.

As coroas foram preparadas (10 de cada vez) e cimentadas nos cotos com cimento provisório (RelyX TM Temp NE) de acordo com as instruções do fabricante. A cimentação foi realizada à temperatura ambiente, por um único operador e com uma pressão constante de 2,5kg. De seguida eliminaram-se os excessos de cimento com uma sonda.

Foram preparadas 30 coroas ProtempTM 4 sobre os cotos e divididas em 3 grupos (10 em cada grupo):

 10 coroas de Protemp™ 4 (pré-impressão) com 1 mm de espessura oclusal, cimentadas com cimento de óxido de zinco sem eugenol (RelyX TM Temp NE);  10 coroas de Protemp™ 4 (pré-impressão) com 1,5 mm de espessura oclusal,

cimentadas com cimento de óxido de zinco sem eugenol (RelyX TM Temp NE);  10 coroas de Protemp™ 4 (pré-impressão) com 2 mm de espessura oclusal,

(38)

38

Figura 10 - Preparação das coroas ProtempTM 4 com as diferentes alturas oclusais.

(39)

39

2.2.4. Fabrico das Coroas

Protemp

TM

Crown Temporization Material (3M

ESPE)

As coroas ProtempTM Crown Temporization Material foram preparadas de acordo com as recomendações do fabricante, sobre os cotos e dentro das caixas de acrílico. Colocou-se a coroa pré-formada sobre o coto, adaptou-Colocou-se com uma espátula à linha de acabamento e colocou-se a caixa de acrílico sobre esta, obrigando a coroa a adaptar-se às dimensões da caixa. Adaptou-se novamente a coroa à linha de acabamento com uma espátula, exerceu-se uma pressão com 2,5 kg e fotopolimerizou-se durante 40 segundos de cada lado. Após a polimerização completa removeu-se a caixa de acrílico e a coroa do coto metálico. De seguida procedeu-se ao rebasamento da coroa pré-fabricada já polimerizada com ProtempTM 4, colocou-se novamente sobre o coto metálico e tapou-se com a caixa de acrílico. O excesso de material foi removido com uma espátula e a polimerização (autopolimerização) foi realizada sobre pressão de 2,5 kg. Após a polimerização completa removeu-se a coroa ProtempTM Crown rebasada com

ProtempTM 4 do coto (Figura 13) e procedeu-se ao acabamento com brocas diamantadas e discos, bem como ao polimento com borrachas.

Foram preparadas 10 coroas de cada vez e cimentadas nos cotos com cimento provisório (RelyXTM Temp NE) de acordo com as instruções do fabricante. A cimentação foi realizada à temperatura ambiente, por um único operador e com uma pressão constante de 2,5 kg. De seguida eliminaram-se os excessos de cimento com uma sonda. Foram preparadas 40 coroas ProtempTM Crown sobre os cotos e divididas em 4 grupos (10 em cada grupo):

 10 coroas Protemp™ Crown rebasadas com Protemp™ 4 com 1 mm de espessura oclusal, cimentadas com cimento de óxido de zinco sem eugenol (RelyXTM Temp

NE);

 10 coroas Protemp™ Crown rebasadas com Protemp™ 4 com 1,5 mm de espessura oclusal, cimentadas com cimento de óxido de zinco sem eugenol

(40)

40

 10 coroas Protemp™ Crownrebasadas com Protemp™ 4 com 2 mm de espessura oclusal cimentadas com cimento de óxido de zinco sem eugenol (RelyXTM Temp

NE);

 10 coroas Protemp™ Crownsem rebasamento com 1 mm de espessura oclusal, cimentadas com cimento de óxido de zinco sem eugenol (RelyXTM Temp NE).

Figura 12 - Preparação das coroas ProtempTM Crown com as diferentes alturas oclusais.

Figura 13 - Coroas ProtempTM Crown com as diferentes alturas oclusais antes do acabamento e

(41)

41 Como o fabricante indica a possibilidade do uso de cimento definitivo nas coroas

ProtempTM Crown Temporization Material e, ao avaliar os resultados observaram-se diferenças na resistência à fratura em função das alturas oclusais, decidiu-se testar as coroas ProtempTM Crown com 1 mm e as coroas ProtempTM Crown sem rebasamento com cimentação definitiva (KetacTM Cem Plus Automix) para avaliar se a resistência à

fractura nas coroas com alturas oclusais menores aumentava com a força do cimento.

Assim sendo foram preparadas:

 10 coroas Protemp™ Crownrebasadas com Protemp™ 4 com 1 mm de espessura oclusal, cimentadas com cimento de ionómero de vidro modificado com resina

(KetacTM Cem Plus Automix);

 10 coroas Protemp™ Crown com 1 mm de espessura oclusal sem rebasamento, cimentadas com cimento de ionómero de vidro modificado com resina (KetacTM

Cem Plus Automix);

No Quadro 3 apresenta-se em resumo todas as coroas confecionadas neste estudo, divididas consoante o material e o cimento utilizado, bem como a espessura oclusal.

Quadro 3 – Resumo das coroas ProtempTM Crown e ProtempTM 4

ProtempTM Crown ProtempTM 4

(pré-impressão) Cimento Provisório (RelyX TM Temp NE) Cimento Definitivo (KetacTM Cem Plus Automix) Cimento Provisório (RelyX TM Temp NE) Total Espessura oclusal 1mm 10 10 10 30 1,5mm 10 10 20 2mm 10 10 20 1mm sem rebasamento 10 10 20 Total 40 20 30 90

(42)

42

2.2.5. Envelhecimento das amostras

Depois da cimentação os dez conjuntos coroa-coto foram colocados em água destilada durante 24 horas a 37⁰C (Figura 14).

Previamente à colocação dos conjuntos coroa-coto mediu-se a temperatura da água destilada com o Termopare Tipo k e marcou-se na máquina de modo a atingir-se sempre a temperatura de 37⁰C (Figura 15).

Figura 14 - Dez conjuntos coroa-coto colocados em água destilada a 37oC.

Figura 15 - Medição da temperatura da água com Termopare tipo K.

(43)

43

2.2.6. Testes mecânicos

A coroa cimentada ao coto foi colocada numa máquina TIRA test 2705 para testar a resistência à fratura de cada coroa (Figura 16-18).

Com uma célula de carga de 5 KN e com uma ponta arredondada de 5 mm de diâmetro, foi aplicada uma força no longo eixo da coroa com uma velocidade de 1mm/min até fraturar. Foram feitos os testes nas 30 Coroas ProtempTM 4 Temporization Material e nas 60 Coroas ProtempTM Crown Temporization Material e a resistência à fractura foi medida em Newtons (N). Os valores da resistência à fratura foram registados no computador num programa informático próprio e posteriormente foram transferidos para o Microsoft Excel.

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Figura 17 - Coroa ProtempTM 4 na máquina TIRA test 2705.

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2.2.7. Análise estatística

A análise estatítica foi realizada utilizando o software IBM® SPSS® Statistics, versão 22, New York, USA, onde foram introduzidos os dados obtidos dos testes realizados. As amostras foram agrupadas, sendo tratadas como variáveis independentes, consoante a espessura oclusal, o rebasamento e o cimento. Realizou-se a análise descritiva dos dados relativos a todos os aspetos referidos incluindo a média e o desvio padrão. De acordo com a natureza dos dados obtidos nos ensaios de resistência à fratura, a análise inferencial foi realizada com recurso ao teste Kruskal-Wallis e U-Mann Whitney, seguido de comparações múltiplas, após verificação de distribuição não normal (Teste Kolmogorov Smirnov, p=0,013 < 5%).

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Referencias

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