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TítuloDesafios da educação ambiental na recuperação de uma nascente: o sentido da ação humana na preservação do meio ambiente

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Academic year: 2020

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(1)EA, ÉTICA e JUSTIÇA AMBIENTAL eISSN: 2386-4362. recuperação de uma nascente: o sentido da ação humana na preservação do meio ambiente Challenges of Environmental Educatios in recovery of spring: the meaning of human action in environmental preservation Universidade de Brasília e Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (Brasil). Resumo. Astract. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. ambientalMENTEsustentable. 1463. xullo-decembro 2015, ano X, vol. II, núm. 20, páxinas 1463-1480.

(2) LUIZ ALVES. DA. SILVA. E. VERA MARGARIDA LESSA CATALÃO. Palabras chave Key-words. Introdução1. estratégicos. Sabidamente, o Brasil é o país que detém do, mas, historicamente, não tem cuidado. As-. bem deste recurso, permitindo a sua de-. sim, buscando coerência com a Política. predação. Outros ataques do homem con-. a destinação inadequada do lixo, as queimadas, os desmatamentos, as emissões de poluentes no solo e na atmosfera, en-. dos eixos centrais desses objetivos. Vale. tre outros. Nesse contexto, a necessidade -. metodologias que viabilizem a promoção. senta como uma forma de despertar, de sensibilizar os seres humanos para bus-. ambas as políticas nacionais.. carem o desenvolvimento da capacidade de empreender novas atitudes de como. Desse modo, uma Educação Ambiental. viver no mundo e em sociedade, para que. busca não só ampliar a visão do mundo, ato educativo no sentido de superar a ig-. suas relações, conservando o meio am-. norância humana sobre as suas condições de existência; concomitante a isto, busca. no presente e para o futuro.. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, dos valores em. Como pressuposto que assegura essa. que se fundamentam a sociedade e dos. orientação, a Política Nacional de Edu-. laços de solidariedade humana.. cação Ambiental-PNEA (Lei 9.795/99) estabelece como um dos seus objetivos. Nessa perspectiva, este trabalho analisou a situação de degradação do meio am-. 1. 1464. A apresentação deste trabalho teve o patrocí-. biente, instaurado no Município do Novo. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(3) problemas ambientais do nosso tempo, localizado no Entorno Sul do Distrito Fede-. nos permite uma reconsideração crítica. ral. Os estudos revelaram que nascentes e. da nossa relação com o mundo, tendo em. ribeirões foram degradados e transforma-. vista compreender as possíveis experiên-. dos em problemas ambientais que por sua. cias formadoras do que somos e. vez repercutem sobre o social de forma. (ARENDT, 2000, p. 13).. sustentabilidade da vida passa a ser a sua. o contexto de nossa existência “nesses. negação. A interação entre o material e o como a condição de destruição, somos levados. BERTRAN (2000, p.1), precisamos. em uma correnteza com consequências. enraizar a nossa vida neste espaço, pois. socioambientais negativas. Somente com. “somos e provavelmente sempre seremos. enorme esforço da comunidade, espera-. (ARENDT, 2000, p. 281) pela nossa condição, uma vez que. esse Bem Comum quase perdido na perigosa enxurrada de descaso sob a qual nos. estamos e que. achamos imersos.. (Op. cit., 2000, p. 275 e 10). Desse modo, a existên-. Educação Ambiental como meio de ensinar a vida e aprender o mundo. e depende de condições terrestres,. (BERTRAN, 2000, P. 4). Neshumano não pode ser sem o mundo. E que o homem enquanto ser no mundo não é constituído previamente em seu ser, o ser humano é algo que se constitui em o mundo é o espaço de realização do nosPensar sobre o mundo, como condição da existência humana na Terra, buscando assentar a existência humana frente aos. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. so poder-ser. Ou seja, o mundo é o espaço de realização da vida, como nos mostra BERTRAN:. 1465.

(4) LUIZ ALVES. DA. SILVA. E. VERA MARGARIDA LESSA CATALÃO. de vida. Assim, com nossa capacidade proteger da hostilidade da natureza bruta enquanto ambiente natural, para construirmos o nosso mundo real no qual nada é permanente, tudo continua em perene Contudo, a tarefa de preservar a vida hu-. pré-existente, que proporcione solidez na. mana e de preservar o mundo como espa-. vida face aos perigos e as intempéries in-. ço de realização da vida, e em especial da vida humana, repousa nas atividades de. natureza, com o objetivo de tornar efetiva. produzir os meios de subsistência física. a nossa existência nesse. individual e social. Assim, os bens resultantes do esforço do trabalho conferem perspectiva, preservar o mundo constitui-se uma atividade vital para os seres humanos, enquanto esforço desempenhado no cuidado com a vida de cada pessoa e na manutenção das sociedades humanas e dos demais seres vivos como parceiros e colaboradores nesse ambiente. Os seres humanos não nascem prontos para a vida no mundo e em sociedade, o modo de se relacionar com o mundo e a forma de convivência em sociedade é uma capacidade adquirida, construída sicas interações e atividades com o meio ambiente e com todos os seres, por meio das quais o ser humano constrói a sua existência. Não nascemos prontos para a vida em sociedade, nem em um ambiente pronto para nós vivermos; carecemos de. os problemas ambientais no mundo com os olhos e a consciência do presente, buscando conferir-lhes a dimensão que suas gravidades requerem. Do mesmo modo, precisamos pensar o ambiente buscando compreender a nossa forma atual de vida e o nosso modelo de desenvolvimento de forma interligada.. nos alinhar com o ambiente social e ali-. 1466. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(5) Pensar o nosso contexto de vida atual, re-. faz dependente das condições terrestres,. quer de nós relacionarmos natureza, cul-. -. pedagógicas que contribuam para uma. enorme de informações sobre as quais. compreensão mais cristalizada das nossas relações com o meio ambiente. Re-. Essa racionalidade nos permitiu aspiração. quer também que impulsionemos nossa. e inspiração para fazer de nosso meio um. -. produto de nossa própria criação. Essa. tidianas, assumindo uma relação de trans-. mesma racionalidade nos permitiu habili-. formação da realidade no tempo presente.. -. Para Jacobi, essa transformação deve es-. mum não natural como produto da nossa. tar centrada na. inventividade. Esse esforço e empenho inventivos por fazer algo para tornar possível a nossa existência nos aparta do mundo natural. Freire sinaliza para o fato que. Com esses propósitos, pensamos buscar compreender o mundo atual em seus diferentes nichos ecológicos, no conjunto de nossas relações e atividades com o ambiente, nos níveis pessoal e social, am-. Assim, buscar superar os problemas so-. pliando os nossos sentidos para poder-. cioambientais, resultantes das ações an-. mos ver e entender melhor o mundo, ouvir. trópicas engendradas na aspiração em fazer de tudo, até da vida, um produto. sobre a realidade buscando conferir sig-. de sua própria criação, requer de nós um novo engajamento com as coisas do mun-. mundo.. dianas menos impactante, que reorientem Entretanto, os esforços humanos para. os meios de subsistência da vida orgânica. melhorar a condição humana como aquilo. em geral.. que prende o homem a este mundo e o. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 1467.

(6) LUIZ ALVES. DA. SILVA. E. VERA MARGARIDA LESSA CATALÃO. O fascínio que nutrimos pelo consumo pa-. Nesse mar de recursos e de desejos in-. rece ter nos anestesiado e subtraído a nos-. contidos por lucro submergem excessos. emergente colapso que estamos produzin-. degradação dos mananciais produzin-. do sobre o nosso ambiente-mundo. Esse fascínio pela vida particular em detrimen-. dentre outros problemas. Sobre isso Freire. to da vida no plural, em nossa percepção, lação produção e consumo. Essa desconcertante situação evidencia o “desejo de A cada dia deparamos com novas invenções e produtos, novas formas de interpretar o conhecimento, (ARENDT, 2000, p. 10).. tudo isso se soma ao nosso cotidiano, contudo no interior dessas relações subjaz. Esse desejo de fuga interdita a ligação. uma perda importante para a vida huma-. fundamental que nos une uns aos outros. na, a distinção entre o que é relevante e. e nos liga ao mundo, conduz-nos a perda da sensatez e nos afasta das perspectivas. E, na maioria das vezes, nos esquecemos. de construção de uma convivência huma-. de avaliar nossa responsabilidade indivi-. na irmanada. Essa perda de objetividade. dual nesse contexto.. nos leva a considerar tudo muito óbvio, Nesse universo de fragilidade produziuma época de egoísmo narcísico, em que o respeito pela vida não consegue esca-. ao mundo e a natureza, que no dia a dia. par dessa poderosa normalidade, em que. machuca e causa dores, empreendemos nossa conexão com a vida e nos ligamos aos outros, semelhantes e dessemelhan-. mundo. Segundo ARENDT (2000, p. 180). tes, por meio de valores, como referência cultural que nos insere na ordem opaca e obscura do mundo. Nossos valores são. Por decorrência, vivemos em um período. como bússola que nos guia nos mais. -. -. cia de recursos para aqueles que podem. mentos humanos, com as mais diversas. comprar e consumir.. necessidades e inquietações nesse ambiente comum.. 1468. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(7) Nesse ambiente comum, na condição de espécie como outra qualquer, nossa vida sada por uma profunda fragilidade imposta pela ação corrosiva do tempo. Nessa deriva, somos lançados na vida frente aos objetos e as coisas constitutivas do mundo objetivo. Desse modo, vale dizer que precisamos ser preparados para a vida enquanto momento novo, era nova, desconhecida e indeterminada, que reivindica de todos uma ativa atuação social e uma contínua atualização cultural, para fugir das condições de deriva na qual a vida é dada.. Educação e transformação do mundo. Nesse percurso civilizatório, a atividade educativa destina-se a materializar o conhecimento possível por meio do esforço. Nessa circunstância nos inserimos no percurso histórico de humanização por meio essencial atividade, que busca instruir, -nos para convivermos no universo que nos circunda,. humano por conhecer e ensinar a conhecer o que a humanidade faz e vive por meio de suas ações. E esses objetivos são atingidos, em um processo histórico, quando se possibilita ao ser humano o exame de sua condição no mundo, seu pertencimento a esse mundo e autoconhecimento e maturidade da razão. Trata-se de um processo de transmissão de valores que possibilita o desenvolvimento. (BERTRAN, 2000, p. 15). E em suas decorrências, circunstancialmente, precisamos servar. Sobre isso nos fala NICOLESCU:. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. e do mundo. De completar-se em outros e de aprender com os outros, pois, como NICOLESCU,. 1469.

(8) LUIZ ALVES. DA. SILVA. E. VERA MARGARIDA LESSA CATALÃO. outros nessa convivência coletiva. Por meio de seu engajamento social o educador intervém na realidade, interage com verso que o cerca, colaborando para reordenar os relacionamentos recíprocos e a Pelas referências, os seres humanos atua-. um mundo em que culminam a ciência e. lizam sua convivência no mundo na com-. a técnica como instâncias determinantes. panhia dos outros e compartilham com os. de ações desencadeadoras de processos. demais seres vivos sua estrutura orgânica. -. nesse encontro. Para a sua realização na. tureza, como se os homens e a vida em. vida carecem de algo que eles mesmos. geral pudessem se ancorar em condições. não são, por isso precisam receber dos ou-. de prescindir da natureza como suporte -. tros a dinâmica de sua própria realização.. tamentos que possam alterar o modo de Nesse sentido, a educação ambiental exerce papel vital no processo de cons-. as condições de vida possibilitaria salva-. trução de valores e condutas de convi-. guardar-nos do colapso dos ciclos da vida.. vência socioambiental frente ao mundo. Que requer “... o desenvolvimento de um. Do nosso ponto de vista, precisamos empreender ações que possam romper com essa realidade de crise e de incerteza.. (SAUVÉ, 2005, p. 31). Nessa medida, a. Tendo em vista buscarmos instrumentos. educação assume, frente a cada geração. para construir proteção contra as cala-. -. midades das ações, buscando possíveis. tencialidades, de dotar cada geração de capacidades de desenvolver suas poten-. com vistas a revigorar a compreensão do. cialidades e de pensar e transformar o pre-. tempo presente e instaurar um fazer co-. sente. Empenhando-se em contextualizar. letivo educativo capaz de materializar um. o. caminho novo rumo a uma sociedade de (SAU-. VÉ, 2005, p. 31).. Nesse propósito, o engajamento da sociedade na busca de soluções dos problemas. Como experiência viva, a Educação Am-. 1470. ambientais é uma tarefa pedagógica ben-. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(9) desordem ecológica. Vale lembrar que, no contexto do desenvolvimento socioeconômico atual, os ambiental e de desenvolvimento susten. Contudo, devemos reconhecer que a natureza e seus ecossistemas, biomas e suas. (JACOBI, 2005, p. 239). Para mudar esse. A presença humana com sua história no. contexto ideológico dominante de pro-. ambiente é uma ocorrência de um depois.. gresso, precisamos nos referenciar em. No caso do Planalto Central Brasileiro a. uma nova proposta educativa integradora. ocupação desse bioma pelo homem, no. que nos permita uma nova compreensão. último quarto de milênio, se caracterizou. acerca da natureza.. por construções de espaços urbanos desordenados e usos inadequados e preda-. O conjunto dos feitos humanos trouxe ao. tórios dos recursos naturais, contribuindo. convívio social aquilo que não existiria. para a diminuição da qualidade e da quan-. no mundo comum, gerando incerteza no. naturais.. futuro. Em que, segundo JACOBI (2005, p. 239), “A essência da crise ambiental é a incerteza”. E, na visão de ARENDT. manejo adequado dos seus recursos e do. (2000, p.166), isso decorre do fato de que. espaço em sua volta. A conservação da biomas e ecossistemas. O mau uso do solo. Do nosso ponto de vista, precisamos empreender ações que possam romper com essa realidade de crise e de. atenuado pela ação humana por meio de. incerteza.. -. Essa crise de valores sociais apontada por. Planalto Central, incluindo o Distrito Fede-. Jacobi ordena os relacionamentos e intera-. ral e seu Entorno, requer a proteção dos. ções humanas com a natureza e estabele-. seus mananciais hídricos como valor cós-. -. mico. Tendo em vista não se tratar apenas. gundo o entendimento de ARENDT (2000, p. 163), tudo isso se consumou a partir. primordial gerador de vida.. da. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 1471.

(10) LUIZ ALVES. DA. SILVA. E. VERA MARGARIDA LESSA CATALÃO. tura com planejamento, proteção, controle uso e ocupação irregular do solo como uma regra de ouro de nossa conduta. E a urbano implica uma efetiva Política, em âmbito nacional, de proteção aos recursos hídricos, para promover em todos os ní-. participação da sociedade na gestão hídri-. de ou centro de tudo, mas um caminhante no turbulento processo evolutivo. Nesse caminho, observa-se que é da natureza huma-. Entretanto, não se pode pensar a gestão. na buscar alternativas para a realização de. de forma desvinculada da educação am-. suas vidas, desenvolver ações para trans-. biental. No campo da educação são ges-. formar o meio que o cerca. Nosso modo de agir visa sempre transformar o meio ambiente em nosso proveito, para viabilizar a nossa existência por meio da apropriação dos recursos naturais. Como forma de so-. a Lei nº 9.975, que dispõe sobre a educa-. brevivência aprendemos a manipular o es-. ção ambiental e institui a Política Nacional. vegetais e animais em nosso favor. Pois, “a. artigo 1º:. (RUIZ, 2006, p. 25). Sua auto-organização transcende a prio e autônomo. Nessa condição, a questão que se coloca é buscar saber como as convivências em sua totalidade possam. tabilidade.. A mesma Lei ainda estabelece que “a edu. gerar envolvimento e desenvolvimento orgânico com as questões ambientais.. 1472. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(11) tínuo entre nascimento e morte. E a educação se insere na ruptura da existência humana instaurando e restaurando o vigor. E que,. para se fundar e refundar o humano no transcurso da vida, em contraste com os demais seres vivos. -. -. de da atuação do Estado e da sociedade. sa existência não se acha integralmente. como protagonistas da gestão, proteção. absorvida no processo vital, mas se acha. e defesa da qualidade de vida e do bem. inserida num processo que se move por. estar coletivo. Neste sentido é prerrogativa. meio da cultura nas diversas atividades. estatal e social fortalecer os instrumentos. empreendidas por nós no entorno de nos-. participativos que possibilitam as condi-. sa existência no meio biofísico.. ções ambientais adequadas para todos Nesse sentido, a importância pedagógica -. coletivo. Como nova concepção de conhecimen-. de vida e suas gerações futuras, requer. to, a Educação Ambiental possibilita mu-. curiosidade de aprendiz e inquietação dia-. danças capazes de tornar as pessoas. lógica, como uma criança fascinada pelo. agentes de transformação do quadro de. mundo, para que possamos entender que. degradação do ambiente em que vivem,. vivemos em uma época de ruptura. Rup-. permitindo a esses agentes mudar as suas. tura com um passado, um ciclo em que. formas de agir no âmbito das políticas de desenvolvimento urbano, na gestão dos. para os desequilíbrios ambientais em que. recursos hídricos e no planejamento das. vivemos; para ingressar em um ciclo novo. cidades. direções do conhecimento, fundado em Água e educação enraízam e conferem. novos modos de vida e prioridades como. vida nos aspectos mais gerais, na medi-. na paisagem humana. Estamos apenas. -. começando a compreender a natureza,. des e singularidades preservam o mundo, separar sem compartimentalizar a vida metabolismo humano com a natureza. A. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. no ambiente,. 1473.

(12) LUIZ ALVES. DA. SILVA. E. VERA MARGARIDA LESSA CATALÃO. cação que exorcize a dicotomia natureza/ cultura como princípio, para estabelecer uma compreensão natureza/mundo/cultuvalores essenciais para preservação do mundo e da nossa existência nele. Em (FREIRE, 1983, p. 109). se dicotomizam, antes constituem, perprimeira molha, encharca e nutre e gera a. cativas integradoras das múltiplas dimen-. vida em geral; a segunda nutre, informa e. sões humanas. E a sustentabilidade das. forma o nosso espírito para viver de forma. cidades requer estratégias para promover. -. -. tido permanentemente a nossa realidade. soluto entre todos os bens vitais. Desse. e determinam a qualidade de nossa vida.. modo,. Nesse caminho promover uma educação que dê visibilidade a algo ainda não visível, mas que possa reunir, agregar, ligar, articular, vincular e introduzir os seres humanos. (FREIRE, 1983, p. 120).. no mundo e na convivência entre si. Sobre CATALÃO: como caminhos para a preservação das aprender a pensar novas relações políticoter envolvidos realmente uns com os outros na busca de realização de interesses humanos de vida comum. E nesse envolvimento nos permitir reaprender novas formas coletivas de como cuidar do mundo. Nessa concepção, todas as atividades da. Contudo, analisar as relações de educa-. vida em geral se enraízam no processo vital. Assim, em nosso entendimento, para. como possibilidade de repensarmos e re-. um fundamental aprendizado do sentido. criarmos possíveis soluções para os pro-. mundo/natureza, carecemos de uma edu-. 1474. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(13) nos permite pensar os possíveis benefí-. em compromisso, onde. na vida da população. Como nos lembra CATALÃO:. (CATALÃO,. (FREIRE,1983, p.19).. 2006, p. 92).. década, o homem desenvolve, revolve e sulca o solo com seus arados, lança seus os animais e depreda a natureza. Nesse esforço velado, os homens lançam suas redes e constroem suas trilhas desviando a natureza de seu ciclo vital, fazendo-a oscilar em sua ordem de forma violenta. Do nosso ponto de vista, as soluções ecológicas devem estar presentes nas políticas públicas de maneira pensada e planejada desde o início nos projetos sociais, de modo a fazer parte do cotidiano das sociedades, pois os benefícios sociais e ambientais também fazem parte do processo de racionalização. Assim, é possível construir uma nova com-. Pesquisa-ação-formação como estratégia de mudança. Entre esses problemas socioambientais, um em particular despertou-nos o interesse e tornou esse trabalho de pesquisa possível, o caso do Ribeirão Santa Maria, por, em nossa compreensão, emergir de um suposto descompromisso das comunidades de Santa Maria e Novo Gama, e o lugar dessas populações no mundo. Esses problemas estão manifestos no distanciamento coletivo com o espaço de vida social, em que todos deveriam se encarregar permanentemente de conservar e nutrir com dedicação e entusiasmo para. preensão de sentido e de conexão com o lançado por MORIN (2011, p. 20). Como contraponto a isso, imaginamos ser fundamental uma política educacional. tendo em vista que a vida não tem manual, mas nós humanos temos aptidão para organizar o conhecimento. E que na concepção de FREIRE decorre da tomada de consciência que incorre. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. os bens naturais vitais pertencem a todos, em que todos tenham o dever de apren-. 1475.

(14) LUIZ ALVES. DA. SILVA. E. VERA MARGARIDA LESSA CATALÃO. der a cuidar dos mananciais hídricos. Pois constituiu em uma experiência educativa localidades e suas consequências para. pautada por princípios de oportunizar a. a saúde e a vida em geral vem se cons-. autonomia da comunidade no enfrenta-. tituindo em uma preocupação de primei-. mento das degradações ambientais locais. Destacamos, no quadro a seguir, as ações. em um problema socioambiental da maior. que consideramos mais importantes.. importância e concretude na vida dessas comunidades. As ações da pesquisa no Novo Gama efetivaram-se por meio de um coletivo. -. educador em que se aprende-e-ensina. lização, os dados obtidos dos participantes. como uma sala de aula itinerante. Esses. deixam claro que a relação dos seres huma-. -. nos com o ambiente em muito se explica. ções socioambientais na localidade. Uma. por meio da cultura, ou seja, por meio de. intervenções por meio de mutirões de lim-. vida. Nossas relações com o mundo envol-. peza e plantio de mudas nas nascentes do. vem nossos sentimentos com o mundo e. Ribeirão Santa Maria e Paiva, que funcio-. com os outros, pois o que sentimos e per-. naram como um laboratório na produção de conhecimento em recuperação dessas. 1476. cotidianas, em nossas relações, percepções. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(15) e experiências. Nossos sentimentos pelo. Aulas-passeio. ambiente se acham abarcados, interligados, imbricados com a nossa forma de viver, pelo. As aulas-passeio constituíram-se em um. que RUIZ (2006, p. 186) chama de estilo de. potencial. vida, conceituado por ele de “universo sim. com objetivos de mobilizar e sensibilizar. educativo-cultural. interativo. como um elo ético, um re-. os segmentos participantes: alunos, pro-. ferencial subjetivo, afetivo entre as pessoas. fessores, pais e comunidades nas ativida-. e o lugar ou ambiente físico.. des educativas com os demais participantes, os setores da administração pública. Encontro de Educação Ambiental. a complexidade das questões que afetam -. Audiências públicas ambiente no Novo Gama, discutir possíveis. As audiências públicas ocorreram em um. ações para minimizar os níveis de degra-. ambiente de preocupação com as trans-. dação das nascentes do Ribeirão Santa. formações que a comunidade local vem sofrendo em decorrência dos impactos. como elemento fundamental para a vida.. provocados pelas ações antrópicas sobre. O encontro reforçou a perspectiva do meio. dar voz aos moradores e fazer valer o di-. ambiente como o espaço e âmbito social,. reito de que todos têm a uma sadia quali-. bem de uso comum do povo, reavivou. -. as discussões dos problemas ambientais. vel, onde os problemas ambientais sejam. com suas diversas implicações e conse-. objeto de discussão e deliberação da so-. quências econômicas, éticas, culturais e. ciedade e dos poderes públicos.. sociais para a comunidade.. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 1477.

(16) LUIZ ALVES. DA. SILVA. E. VERA MARGARIDA LESSA CATALÃO. ça a participação e o envolvimento das crianças com a natureza, proporcionando a elas conhecimento do meio em que vivem. Também nos permitiu notar que uma relação mais estreita das atividades escolares com os problemas socioambientais da comunidade estimula a formação e potencializa o surgimento de lideranças que possam buscar uma construção coletiva de superação dos problemas ambientais de sua comunidade, tendo em vista que exercita a construção do sentimento de. Mutirões. pertencimento ao coletivo, representado pela comunidade e pela natureza.. No âmbito da pesquisa foram realizados cinco mutirões de limpeza e cinco de plantio de mudas envolvendo os distintos gru-. Considerações Finais. pos participantes da comunidade como atividades estratégicas de Educação Ambiental. Nesses eventos foram plantadas. Com base na metodologia da pesquisa-. -. -ação, que se realiza no ambiente natural. rado e recolhidos seis caminhões de lixo.. da realidade local e fundamentado nas. Com base nas experiências dos trabalhos desenvolvidos pelos grupos no curso da. relatada, tendo em vista possíveis alter-. -. nativas de intervenção, com o propósito. guram-se em uma estratégia coletiva para. da recuperação das nascentes do ribeirão esta etapa acadêmica da pesquisa.. estão submetidas.. Gincana. gurado e a participação da população na construção de possíveis mudanças tem. mutirões, com a participação das escolas. sido uma necessidade. Essa pesquisa. municipais Estrela Dalva VI e Dom Bosco. procurou formas para convocar vontades. e nos permitiu perceber que a Educação. de mudança em diversos grupos da co-. Ambiental desenvolvida na escola refor-. munidade e viabilizar a participação.. 1478. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(17) Avaliamos que o presente trabalho mos-. e instituições no desenvolvimento desta. tudo proposto tendo em vista que viabium processo de aprender-e-ensinar coletisetores da comunidade, ao socializarmos. vo, possibilitando o desenvolvimento edu-. a pesquisa teórica e estimularmos a troca de saberes entre os participantes. Os. meio da intervenção.. desdobramentos foram positivos, dentre eles destacamos o trabalho que foi e. Acreditamos que a contribuição deste tra-. continua sendo desenvolvido com duas. balho de pesquisa foi estimular e mediar. escolas, em parceria com os poderes pú-. um processo coletivo participativo, que. blicos locais, motivando e mobilizando a. possibilitou a implicação da comunidade. comunidade, buscando reverter o quadro. em ações por mudanças da realidade e. de degradação das nascentes do Ribeirão. principalmente contribuir para sensibilizar as pessoas envolvidas e o poder públi-. Paiva.. co no processo de tomada de consciên-. As fronteiras dos acontecimentos coti-. melhorar a vida da cidade é preciso envolver os cidadãos no exercício da cida-. humanos com a natureza. Para minimizar. dania. Uma vez que uma pesquisa-ação. amplo círculo de alianças para descons-. ciclo acadêmico. Sabemos que este tempo somente estrutura e esclarece a ação. um caminhar convergente pelo sentido de. transformadora ora iniciada. Permanece o. pertencimento requer que nos enredemos. compromisso e a esperança.. com o meio em que vivemos, compreendendo-o como outro ser vivo que comporta, nutre e embala essa gigantesca comunidade de semelhantes e dessemelhantes da qual participamos. As atividades de Educação Ambiental realizadas nesta pesquisa buscaram a inclusão dos participantes como parceiros em todas as etapas do processo, pois. ARENDT, Hannah (2000). ria. BARBIER, René (2007). Brasília: Liber Livro Editora. BASARAB, Nicolescu (1999). Tradução de Lúcia PEREIRA DE SOUZA. Triom, São Paulo. BERTRAN, Paulo (2000).. compreendemos que são eles que poderão continuar o processo depois que o. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. Brasília, Verano.. 1479.

(18) LUIZ ALVES. DA. SILVA. E. VERA MARGARIDA LESSA CATALÃO. BRASIL, Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999,. Disponível em (http://www.planalto.gov.br/ccivil). Acesso em 15/10/2014. BRASIL. Lei n. 9.975, de abril de 1999.. Disponível em (http://www.planalto.gov.br). Acesso em: 20 jul. 2014. BIBLIA SAGRADA (1980). Edições Paulinas-São Paulo. CATALÃO, Vera Lessa (2006). RODRIGUÉS, Maria do Socorro (Orgs). Brasília: Edição do Departamento de Ecologia, UnB. CATALÃO, Vera Lessa (2008). Desenvolvimento DUA, José Augusto (Org). São Paulo: Peirópoles, (versão digitada, p. 1 – 27). FREIRE, Paulo (1983). 9º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. (Coleção Educação e Mudança, 1).. 1480. FREIRE, Paulo (1987). 17º Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra. JACOBI, Pedro Roberto (2005). Educação Am-. São Paulo, v. 31, n. 2, p. 233-250, maio/ago. MORIN, Edgar (2011). ; Trad. JACOBINA, 19ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. RUIZ, Castor M. M. Bartolomé (2006).. Petrópolis, RJ: Vozes. rentes em educação ambiental. In SATO, Miclhèle e CARVALHO, Isabel Cristina de Moura (Orgs). Porto Alegre: Artmed.. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

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