w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
Original
Avaliac¸ão
do
tratamento
da
camptodactilia:
análise
retrospectiva
de
40
dígitos
Saulo
Fontes
Almeida,
Anderson
Vieira
Monteiro
e
Rúbia
Carla
da
Silva
Lanes
∗InstitutoNacionaldeTraumatologiaeOrtopedia,RiodeJaneiro,RJ,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo: Recebidoem18deoutubrode2012 Aceitoem13demaiode2013 Palavras-chave: Deformidadecongênita damão/patologia Deformidadecongênita damão/terapia Dedos/anormalidades
r
e
s
u
m
o
Objetivos:avaliar,retrospectivamente,osresultadosdoscasostratadosnoservic¸ode Cirur-gia da Mão, a partirde um protocolopreestabelecido; e fazeruma análise crítica dos resultadosalcanc¸ados,comaseparac¸ãodoscasosemseusrespectivossubgrupos.
Métodos:foramavaliados23pacientes,numtotalde40dígitos,dejaneirode2004adezembro de2011.Relacionamosasestruturasanatômicasalteradasencontradasnoscasosqueforam submetidosaprocedimentocirúrgicoeseusresultados,tantonotratamentoconservador comonocirúrgico,eenfatizamossuasprincipaisindicac¸ões.
Resultados:osresultadosforamanalisadospelométododeSiergetdaclínicaMayo.
Conclusão:observamosqueoscasosdecamptodactiliaisoladadodedomínimonaforma flexível,>60◦,queforamsubmetidosatratamentocirúrgicodemaneirauniforme
apresenta-ramresultadosexcelentes.Nasformasrígidas,nossasobservac¸õesindicambenefícioscom ganhodeextensãoecorrec¸ãodadeformidade.Entretanto,oarcodemovimentocomflexão ativanainterfalângicaproximal(IFP)ésempreparcial.Comotempodeevoluc¸ão,alguns casosapresentaramalgumaperdadoganhopreviamentealcanc¸ado,oquecorroboraa per-manentevigilâncianecessárianoacompanhamento,comusosistemáticodeórteses,atéa fasefinaldocrescimentoesquelético.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.
Evaluation
of
treatment
for
camptodactyly:
retrospective
analysis
on
40
fingers
Keywords: Handdeformities, congenital/pathology Handdeformities, congenital/therapy Fingers/abnormalitiesa
b
s
t
r
a
c
t
Objective:toretrospectivelyassesstheresultsfromcasestreatedinthehandsurgeryservice, startingfromapreestablishedprotocol;andtoconductacriticalanalysisontheresults achieved,withseparationofthecasesintotheirrespectivesubgroups.
Methods:23patientsandatotalof40 fingerswereevaluatedbetweenJanuary2004and December2011.Wecorrelatedthealteredanatomicalstructuresfoundinthecasesthat underwentthesurgicalprocedureandits results,withregardtobothconservativeand surgicaltreatment,emphasizingthemainindications.
Results:theresultswereanalyzedusingtheSiergetmethodoftheMayoClinic.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:rubialanes@gmail.com(R.CarladaSilvaLanes).
0102-3616 ©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.01.004
Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND
Conclusion: weobservedthatthecasesofcamptodactylyofthelittlefingeraloneinthe fle-xibleform(>60◦)thatunderwentsurgicaltreatmentuniformlypresentedexcellentresults. Intherigidforms,ourobservationsindicatedthattherewerebenefitscomprisinggainsof extensionandcorrectionofthedeformity.However,therangeofmotionwithactiveflexion intheproximalinterphalangealjointwasalwayspartial.Withevolutionovertime,some casespresentedsomelossofthegainpreviouslyachieved,whichcorroboratestheneedfor continualvigilanceduringthefollow-up,withsystematicuseofbracesuntilthefinalphase ofskeletalgrowth.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.
Introduc¸ão
Acamptodactiliaéumadeformidadecongênitacaracterizada porumaposturaemflexãonaIFP,geralmenteencontradano dedomínimo,epodeounãoincluirosdemaisdedos.Éindolor enãotraumática.1–9
Afetaaproximadamente1%dapopulac¸ão.8,10Ébilateralem cercadedoisterc¸osdospacientes,emboraograude contra-turageralmentenãosejasimétrico.8,11,12
Adeformidadegeralmenteaumentaduranteoestirãode crescimento,sobretudoduranteosperíodosdecrescimento rápido,entreumequatroanoseentre10e14anos.5,11,13
Acausaprimária dessadeformidade éainda motivode discussãoenãoháconsensonaliteraturamundial.3,4,8,10–13
Apesardealgunscasosocorreremesporadicamente, mui-tasvezesumpadrãodeheranc¸aautossômicadominanteestá presente.4,7,8,14
Asarticulac¸õesmetacarpofalangianaseinterfalangianas distaisnãosãoafetadas,emborapossamdesenvolver defor-midadescompensatórias.12
SegundoSiergertetal.,7dopontodevistaclínicoa camp-todactiliapodeserdivididaemsimplesecomplexa.
O tipo simples consiste em contratura em flexão da articulac¸ãointerfalangianaproximal.Nacamptodactilia com-plexaexistemoutrasdeformidadesassociadas,taiscomo sin-dactiliaoucombinac¸ãodeclinodactiliaecamptodactilia.7,10
Glicensteinetal.15classificaramacamptodactiliaem: Primitiva:quandosurgenosprimeirosanosdevida.Atinge ambos os sexos na mesma proporc¸ão. Evolui com o crescimento esquelético. Ou quando surge próximo da adolescência.Predominaclaramentenosexofeminino. Fre-quentementeébilateral.Restritaaodedomínimoeprogride rapidamentenoestirãodocrescimento.
Secundária:associada asíndromeseoutrasmalformac¸ões. Normalmenteenvolvemaisdeumdedo.Asassociac¸õesmais frequentessão:mãotortaradial,síndrome oculodentodigi-tal,síndromedeMarfaneartrogripose.15,16
Em1994,Bensonetal.17classificaramacamptodactiliaem: TipoI:Éaformamaiscomumetorna-seevidentedurante a infância.Geralmenteacometeo dedomínimode forma isolada.Afetameninosemeninasigualmente.
TipoII:Camptodactiliadaadolescência.Predominanosexo feminino. Clinicamente se assemelha ao tipo anterior. Desenvolve-seentresetee11anos;comec¸adeumaforma
sutil,queégradual eprogressiva. Afetamaismeninasdo quemeninos.Essetipodecamptodactiliageralmentenão melhoraespontaneamenteepodeevoluirparauma defor-midadeemflexãograve.
TipoIII:Presentedesdeonascimento.Normalmenteacomete váriosdedos.Constantementebilateral,comformas acentu-adasefixas.Estáassociadacomumavariedadedesíndromes eoutrasmalformac¸ões.8,12,16,17
Ograudeenvolvimentoentreasmãosmuitasvezesé assi-métrico.
Deumamaneirageral,asclassificac¸õestêmcomoobjetivo agruparosdiferentescasosdecamptodactiliaeapartirdaí estabelecerumprotocolodetratamento.
Principaisproblemasejustificativas
Diversasformasdetratamentoparaacamptodactiliajáforam propostas,cominúmerostrabalhospublicadoscomênfaseno tratamentoconservadoreoutroscomdescric¸ão de procedi-mentoscirúrgicos.
O problema dessa deformidade reside na existência de váriasformasdeapresentac¸ão,oquefazcomquenãohaja ummodeloúnicodetratamentoefetivo(fig.1).
Objetivos
O propósitodeste estudo é avaliar, retrospectivamente, os casos tratados no servic¸o de Cirurgia da Mão, a partir de umprotocolopreestabelecido;efazerumaanálisecríticados resultadosalcanc¸ados.
Figura1– Camptodactiliaemdedosanularemínimo.
Flexível Fixa
< 30.º 30.º-60.º Extensão ativa
com deformidade
Extensão ativa
com deformidade Extensão passiva
Órtese e
acompanhamento Órtese noturna e observação Uso contínuo de órtese e observação Cirurgia Falha = release Observar Procedimento lasso de zancoli
Falha = exploração cirúrgica
60º
Figura2–Fluxogramadetratamento.
Materiais
e
métodos
Foramselecionados23pacientes,numtotalde40dígitos, tra-tadosnoServic¸odeCirurgiadaMãodoInstitutoNacionalde TraumatologiaeOrtopediadoRiodeJaneiro.
Todosospacientesforamtratadoseacompanhadospelo orientadorresponsávelepelocoorientadordoprojetodesde 2004,deacordocomosparâmetrospreestabelecidosno pro-tocolodetratamentoabaixodescrito.
Fizemosaavaliac¸ãoclínicainicialeseparamososcasos, pormeiodeexamefísico,nasformasredutíveis(flexíveis)e irredutíveis(fixas).
Nasformasredutíveis,dividimosospacientesemdois sub-gruposepropomososeguintetratamento:
Secomaestabilizac¸ãodaarticulac¸ãometacarpofalangiana épossível aextensãoativada articulac¸ãointerfalangiana, indicamos,nasdeformidadesmenoresde30◦,otratamento conservador;enasdeformidadesacimade30◦,o procedi-mentodolassodescritoporZancolli.
Se com a flexão da articulac¸ão metacarpofalangiana a extensãodaarticulac¸ãointerfalangiana,comacorrec¸ãoda deformidade,sóforpossívelpassivamente,instituímoso tra-tamentoconservador,com exercíciosde alongamentoeo usodeórteses.Havendofalhanotratamentoconservador, indicamosaexplorac¸ãocirúrgica,parabuscaranomaliasno flexorsuperficiale/oulumbrical.
Nasformasirredutíveis,istoé,fixas,dividimosospacientes emtrêssubgruposepropomososeguintetratamento:
Deformidade abaixo de 30◦: o tratamento se restringe à observac¸ão,aosexercíciosdealongamentoeaousodeórtese noturna.
Deformidade entre 30◦ e60◦: tratamento conservador, com usocontínuodeórteseeacompanhamentodaevoluc¸ãoda deformidade.Emcasodefalhaerainstituídootratamento cirúrgico.
Deformidadeacimade60◦:nessescasosseveros,nosquaisé impossíveloencaixeadequadodeórteses,indicamoso tra-tamentocirúrgico,comaliberac¸ãoemblocodasestruturas dafacevolardodedo(fig.2).
Procuramosrelacionarasestruturasanatômicasalteradas encontradasnoscasosqueforamsubmetidosaprocedimento cirúrgico;erelatarosresultados,tantodotratamentocirúrgico comodoconservador.
AnalisamososresultadospelométododeSiergetetal.7da clínicaMayo:
Excelente:Correc¸ãototaldaextensãocom<15◦deperdade flexãodaIFP.
Bom:Correc¸ãocomperdadeaté20◦deextensãoeganho>40◦ deextensãonaIFP,comperda<30◦deflexão.
Regular:Correc¸ãocomperdadeaté40◦deextensãoeganho >20◦deextensãonaIFP,comperda<45◦deflexão.
Pobre:Correc¸ãocomganho<20◦deextensãonaIFPcomarco demovimento<40◦.5,7,8,12
Resultados
Foramavaliados23pacientes,12dosexofeminino(52,17%)e 11domasculino(47,82%)(fig.3).
Feminino 52% Sexo
Masculino 48%
Unilateral Bilateral
Figura4–Acometimentobilateral×unilateral.
Trezepacientes(56,52%)apresentavamcomprometimento bilateral.Quandounilateral,eramaisfrequentedoladodireito (56,5%)(fig.4).
Odígitomaisacometidofoiodedomínimo,numtotalde 34(85%);eemsegundolugarodedoanular,emcinco(14,6%) (fig.5).
Dez pacientes foram classificados como Benson tipo I (42,5%),queficouevidenteduranteainfância;oitocomotipoII (35%),quesedesenvolveuentresetee11anos;eapenas qua-tropacientescomotipoIII(10%),presentedesdeonascimento (fig.6).
Dos 40 dígitos avaliados, 16 eram redutíveis. Com a estabilizac¸ãodametacarpofalangiana,apenasumdígito apre-sentouumaextensãoativadaIFPcomumadeformidade>30◦. Nesse,indicamosoprocedimentodolassodescritopor Zan-colli.Duranteoperoperatórioencontramosinserc¸ãoanômala doslumbricais(fig.7).Oresultadofoiexcelente,comcorrec¸ão totaldaextensão.
Osoutros15dígitosqueeramredutíveissóapresentavam aextensãodainterfalangiana,coma flexãoda metacarpo-falangianapassivamente.Nesses, instituímos otratamento conservadorpormeiodousodeórteses(figs.8Ae8B)e exer-cíciosdeestiramento.
Emoitodígitosobtivemosumexcelenteresultado,emdois umresultadobom,comperdadeaté20◦daextensãoeganho maiordoque40◦ deextensãonainterfalangianaproximal, comperdamenordoque30◦deflexão.
Trêspacientesabandonaramotratamentoedoisdígitos tiveramumresultadopobre,comcorrec¸ãocomganhomenor
Mínimo Anular 35 30 25 20 15 10 15 0 dedo mínimo dedo anular
Figura5–Dígitomaisacometido.
Tipo I Benson
Tipo III Tipo II
Figura6–Distribuic¸ãodeacordocomaclassificac¸ão deBenson.
doque20◦deextensãonainterfalangianaproximalcomarco demovimentomenordoque40◦.Nessescasosindicamosa explorac¸ãocirúrgica.Emambosfizemosoprocedimentode Zacolli.Emumcasofoiencontradainserc¸ãoanômalados lum-bricais. Um dígitoapresentou umexcelente resultado com correc¸ão total da extensão eo outro evoluiu com retrac¸ão cicatricialnopós-operatório.
Os outros 23 dígitos eram irredutíveis. Um apresentava deformidadeabaixode30◦eteveumexcelenteresultadocom otratamentoconservador.
Quatorzedígitosapresentavam deformidade entre30◦ e 60◦.Instituímosousocontínuodeórteseeacompanhamento. Oito deformidadesevoluíram com umresultado excelente; doispacientesabandonaramotratamento;equatroevoluíram comumresultadopobreefoiindicadaexplorac¸ãocirúrgica. Desses,emtrêsfoifeitooprocedimentodereleasevolar,que evoluiucomumresultadoexcelente,comperdadeflexãoda IFPmenordoque15◦eextensãocompletaemum;eresultado bom,comperdadeflexãomenordoque30◦naIFP,emdois.
Figura8–Órtese.
Duranteoatocirúrgicoencontramosumcasocominserc¸ão anômaladoslumbricaiseumcomflexorsuperficial hipoplá-sico.
Oitodígitosapresentavamumadeformidademaiordoque 60◦ efoiindicadaliberac¸ãoemblocodasestruturasdaface volardodedo(figs.9e10).
Emtrêsdedosfoiencontradainserc¸ãoanômalados lumbri-cais.Tivemosumresultadoexcelenteemtrêsdeformidadese umresultadobomemumdígito.Trêspacientes abandona-ramotratamentoantesmesmodacirurgiaeumabandonou apósoprocedimentocirúrgico.
Figura9–Acessovolar.
Figura10–Liberac¸ãodasestruturasvolares.
Discussão
Avalia-se corretamente o grau de flexão da IFP na camp-todactilia ao se colocarem as articulac¸ões do punho e metacarpofalangianaemposic¸ãoneutra.
Deformidades<30◦ nãorequerem tratamentoe aquelas >60◦interferemnafunc¸ão.
A avaliac¸ão radiográfica é feita na posic¸ão AP e per-fil do dedo,para examinar a configurac¸ão do conjunto da articulac¸ãoIFP.
Asalterac¸õesquepodemserobservadasequegeralmente estãoassociadasaseverascontraturassãooalargamentoda basedafalangemédiacomumentalheemsuasuperfície arti-culareocorteemcinzelnacabec¸adafalangeproximalcom achatamentodasuasuperfície.8,18,19
Osaspectosclínicosquedevemserobservadosequenos orientamnotratamentosãoaredutibilidade(flexibilidade)e ograudadeformidade.
A posturaemflexão daIFPpodeser redutível,ou flexí-vel(passivaouativamente),eirredutível,oufixa,quandoa extensãodaarticulac¸ãoacometidanãoéalcanc¸ada.16
Namaioriadoscasosomovimentodeflexãonãoéafetado. Essadeformidadecongênita,deaparênciarelativamente simples,temváriostiposdeapresentac¸ãoeéextremamente difícildesertratada.8,13
Afamíliadeve seravisada dequeotratamentoélongo, queénecessárioacompanhamentodurantetodooperíodode crescimentoesqueléticoeque,apóscorrec¸ãoparcialoutotal, recidivaspoderãoocorrer.5
Vários trabalhos demonstram o sucesso do tratamento conservador, por meio de órteses e de exercícios de estiramento.3,5,8,13
Nascrianc¸asmenores,aórtesedeveráincluiramãoeo punho. Essaórteseéinicialmenteusadadurante operíodo máximodeaceitac¸ão,comintervalosparaexercíciosde esti-ramento,orientadosporterapeutasefeitospelospais,atéa correc¸ãodadeformidade.13,18
Aimportânciados paispara executaros exercícios cor-retamente não deve ser subestimada, pois alongamentos agressivospodemcausardoredanosteciduais.5
Emumafasemaistardia,paraevitararecidiva,aórtese émantidaporperíodos menores durante odia com o uso noturnomantidoatéofimdocrescimentoesquelético.8,12,13,16 Otratamentocirúrgicoficareservadoparacasos específi-coseemcasosdefalhadotratamentoconservador.3,5,7,8,13,16
Alterac¸õesósseasnãosãoumacontraindicac¸ãopara cirur-gia,emboradepreciemmuitooresultadoesperado.12
Osprocedimentos cirúrgicos podemserdescritos como: aqueles quetentam identificar umacausa primária; aque-lesquetentamreequilibraraarticulac¸ãointerfalangianapela transferência da forc¸a flexora para a superfície extensora; aquelesqueliberamemblocotodasasestruturasdafacevolar paraalcanc¸aracorrec¸ão;eprocedimentosósseoscom osteo-tomiasdeangulac¸ãodorsaldocolodafalangeproximal.3,16
Seaextensãoativaépossível,comacorrec¸ãoda deformi-dadeecolocac¸ãodaarticulac¸ãometacarpofalangianaemleve flexão,oproblemaseencontranaestabilizac¸ãodaarticulac¸ão metacarpofalangianaeemanalogiacomagarraulnar.Esses casossebeneficiariamefetivamentepeloprocedimento cirúr-gicodolassodescritoporZancolliapudAdams8eMcFarlane etal.19
Seadeformidadesópuderserreduzidapassivamente,com acolocac¸ãodopunhooudametacarpofalangianaemflexão,é desesuporqueaestruturaresponsávelpelacontrac¸ãocruze asarticulac¸õessobreasuperfícieflexoraeaspossibilidades são:omúsculolumbricalcomorigemouinserc¸ãoanômalaou oflexorsuperficialanormalmentefixado.
Cirurgia para camptodactilia, especialmente nos casos de contratura grave, tem várias complicac¸ões, como lesão dasestruturasneurovasculares,tensãocicatricialdurante a extensãoeperdadaflexão.
Umaextensãoincompletaémaisbemtoleradadoqueuma flexãodeficiente.Amobilizac¸ãoprecoce deveserinstituída parapromoverarestaurac¸ãodaflexão.8,10
Oretornodoconjuntodomovimentodoflexorprofundo dosdedosedaIFPélentoepodelevardeseisa12mesesnos pacientestratadoscirurgicamente.8
Conclusão
Deacordocomnossasobservac¸õesnasconsultas ambulato-riaisderevisão,concluímosqueoscasosdecamptodactilia isoladadodedomínimo naformaflexível,>60◦,queforam submetidosatratamentocirúrgicodemaneirauniforme apre-sentaramresultadosexcelentes.
Nasformasrígidas,nossasobservac¸õesindicambenefícios com ganhodeextensão ecorrec¸ão da deformidade. Entre-tanto,oarcodemovimentocomflexãoativanaarticulac¸ão interfalangianaproximalésempreparcial,istoé,mesmonos casoscomresultadoexcelente,apresentamumaperdade fle-xãodeemmédia15◦.
Com o tempo de evoluc¸ão alguns casos apresentaram alguma perda de ganho previamente alcanc¸ado, o que corroboraapermanentevigilâncianecessáriano acompanha-mento, comusosistemáticode órteses, até afasefinal do crescimentoesquelético.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1.FoucherG,LoréaP,KhouriRK,MedinaJ,PivatoG. Camptodactylyasaspectrumofcongenitaldeficiencies: atreatmentalgorithmbasedonclinicalexamination.Plast ReconstrSurg.2006;117(6):1897–905.
2.EkblomAG,LaurellT,ArnerM.Epidemiologyofcongenital upperlimbanomaliesin562childrenbornin1997to2007:a totalpopulationstudyfromStockholm,Sweden.JHandSurg Am.2010;35(11):1742–54.
3.MedinaJ,PajardiG.Analgorithmfortreatmentof camptodactylybasedonareviewof135fingerstreated in109patients.JHandSurgBr.1994;28:36.
4.MinamiA,SakaiT.Camptodactylycausedbyabnormal insertionandoriginoflumbricalmuscle.JHandSurgBr. 1993;18(3):310–1.
5.RheeSH,OhWS,LeeHJ,RohYH,LeeJO,BaekGH.Effect ofpassivestretchingonsimplecamptodactylyinchildren youngerthanthreeyearsofage.JHandSurgAm. 2010;35(11):1768–73.
6.GoldfarbCA,Congenitalhanddifferences.JHandSurgAm. 2009;34(7):1351–6.
7.SiegertJJ,CooneyWP,DobynsJH.Managementofsimple camptodactyly.JHandSurgBr.1990;15(2):181–9.
8.AdamsBD.Congenitalcontracture.In:WolfeSW,Hotchkiss RN,PedersonWC,KozinSH,editors.Green’soperativehand surgery.6thed.Philadelphia:ChurchillLivingstone/Elsevier; 2011.p.1443–51.
9.ReichertB,BrennerP,BergerA.Considerationsonetiology, correctionandtreatmentofcamptodactyly.JHandSurgBr. 1994;19:9.
10.SmithPJ,GrobbelaarAO.Camptodactyly:aunifyingtheory andapproachtosurgicaltreatment.JHandSurgAm. 1998;23(1):14–9.
11.GuptaA,BurkeFD.Correctionofcamptodactyly.Preliminary resultsofextensorindicistransfer.JHandSurgBr.
1990;15(2):168–70.
12.ScottBD.Camptodactylyandclinodactylyinhandsurgery.In: BergerRA,WeissAP,editors.Handsurgery.Philadelphia: LippincottWilliams&Wilkins;2004.p.1478–91.
13.OginoT,KatoH.Operativefindingsincamptodactylyofthe littlefinger.JHandSurgBr.1992;17(6):661–4.
14.ObergKC,FeenstraJM,ManskePR,TonkinMA. Developmentalbiologyandclassificationofcongenital anomaliesofthehandandupperextremity.JHandSurgAm. 2010;35(12):2066–76.
15.MonteiroAV,AlmeidaSF.Deformidadescongênitasdo membrosuperior.In:PardiniAG,FreitasA,editors.Cirurgia damão:lesõesnãotraumáticas.2a.ed.RiodeJaneiro: Medbook;2008.p.206–8.
16.GlicensteinJ,HaddadR,GueroS.Surgicaltreatment ofcamptodactyly.AnnChirMainMembSuper. 1995;14(6):264–71.
17.BensonLS,WatersPM,KamilNI,SimmonsBP,Upton3rdJ. Camptodactyly:classificationandresultsofnonoperative treatment.JPediatrOrthop.1994;14(6):814–9.
18.MiuraT,NakamuraR,TamuraY.Long-standingextended dynamicsplintageandreleaseofanabnormalrestraining structureincamptodactyly.JHandSurgBr.1992;17(6):665–72. 19.McFarlaneRM,ClassenDA,PorteAM,BotzJS.Theanatomy
andtreatmentofcamptodactylyofthesmallfinger.JHand SurgAm.1992;17(1):35–44.