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Artigo
original
O
efeito
do
plasma
rico
em
plaquetas
no
reparo
de
lesões
musculares
em
ratos
夽
Marcelo
Luiz
Quarteiro
∗,
João
Ricardo
Filgueiras
Tognini,
Everton
Lucas
Flores
de
Oliveira
e
Izabelli
Silveira
UniversidadeFederaldeMatoGrossodoSul,CampoGrande,MS,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo: Recebidoem2dejunhode2014 Aceitoem12desetembrode2014 On-lineem17dejaneirode2015 Palavras-chave: Músculos/lesões
Plasmaricoemplaquetas Ratos
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Anecessidadedeopc¸õesterapêuticasparalesõesmusculares,cadavezmais fre-quentesentre os esportistas,fundamentou este estudoexperimental, cujoobjetivo foi avaliarosefeitoshistológicosdoplasmaricoemplaquetas(PRP)noreparodotecido mus-cularderatos.
Métodos:OPRPfoiobtidoporduplacentrifugac¸ãodosanguedecincoanimais.Em30ratos, foiproduzidoumtraumanoterc¸omédiodoventredomúsculogastrocnêmiodecada mem-brotraseiro.Essaslesõesnãoreceberamtratamentoemseisratos(12patas).Em24ratos, injec¸õesintralesionaisdesorofisiológicoa0,9%edePRPforamaplicadasnaspatas esquer-dasedireitas,respectivamente.Amostrasdotecidotratadoenãotratadoforamavaliadas histologicamentesetee21diasapósosprocedimentos.
Resultados:AquantidadedecolágenonaslesõestratadascomPRPfoisignificativamente menordoqueadasdemaislesõesnaavaliac¸ãofeitasetediasapósoprocedimento,masse equiparouàdosdemaisgruposnaavaliac¸ãofeitano21◦dia.Houveaumentosignificativo (p<0,001)naquantidadedecolágenodosétimoparao21◦dianaslesõestratadascomPRP, oquenãoocorreunaslesõestratadasdeoutraforma.Oprocessoinflamatóriosemostrou maisintensonaslesõestratadascomPRPemcomparac¸ãocomaslesõesdosoutrosgrupos detratamentonaavaliac¸ãofeitasetediasapósoprocedimento;todavia,osaspectos mor-fológicosdessaslesõessemostraramsimilaresaodaslesõesnãotratadas21diasapóso procedimento.
Conclusão:OPRPpromoveucompletarestituic¸ãotecidualentreosétimoeo21◦diaemlesões muscularesexperimentais.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
夽TrabalhofeitonoLaboratóriodeFisiologiaAnimal,UniversidadeFederaldeMatoGrossodoSul,CampoGrande,MS,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:marceloquarteiro@terra.com.br(M.L.Quarteiro). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.09.002
The
effect
of
platelet-rich
plasma
on
the
repair
of
muscle
injuries
in
rats
Keywords: Muscles/injuries Platelet-richplasma Ratsa
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Theneedfortherapeuticoptionsformuscleinjuries,whichareincreasingly fre-quentamongsportspractitioners,wasthemotivationforthisexperimentalstudy,which hadtheaimofevaluatingthehistologicaleffectsofplatelet-richplasma(PRP)onrepairsto muscletissuesofrats.
Methods: PRPwasobtainedbymeansofdoublecentrifugationofbloodfromfiveanimals. In30rats,aninjurywasproducedinthemiddlethirdofthebellyofthegastrocnemius muscleofeachhindlimb.Theseinjuriesdidnotreceiveanytreatmentinsixrats(12legs). In24rats,0.9%physiologicalserumwasinjectedintotheinjuryintheleftlegandPRPinto theinjuryintherightleg.Samplesfromthetreatedanduntreatedtissuewereevaluated histologicallysevenand21daysaftertheprocedures.
Results: ThequantityofcollagenintheinjuriestreatedwithPRPwassignificantlylower thanthatintheotherinjuries,intheevaluationmadesevendaysaftertheprocedure,but itbecameequaltotheothergroupsintheevaluationdoneonthe21stday.Therewasa significantincrease(p<0.001)inthequantityofcollagenfromthe7th tothe21stdayin theinjuriestreatedwithPRP,butthiswasnotseenintheinjuriestreatedinother man-ners.Theinflammatoryprocesswasshowntobemoreintenseintheinjuriestreatedwith PRPthanintheinjuriesoftheothertreatmentgroups,intheevaluationdonesevendays aftertheprocedure.However,themorphologicalaspectsoftheseinjurieswereseentobe similartothoseoftheuntreatedinjuries,21daysaftertheprocedure.
Conclusion: PRPpromotedcompletetissuerestitutionbetweenthe7th and21st daysin experimentalmuscleinjuries.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Lesõesmuscularessãodefinidascomoalterac¸ões, morfológi-casouhistoquímicas,quepromovemdisfunc¸ãodoaparelho locomotor.1 Podem ser causadas por dois mecanismos: os traumasdiretos,comocontusõeselacerac¸ões,eostraumas indiretos,comoisquemia,denervac¸ãoeestiramentos.2
Cercade30%daslesõesdiagnosticadaspormédicostêm relac¸õescomosistemamuscular3ealesãomuscularéumdos traumasmaiscomunsocorridosnapráticaesportiva,causa de10%a55%detodasaslesões.2Aslesõesdesportivas pare-cemserresultadodeexercíciosfeitosdemaneiraextenuante ou,ainda,inadvertidaouinapropriada.Aprevalênciaea inci-dênciadessesepisódiossãosubestimadasdevidoàausência denotificac¸ãonouniversoesportivo.4Temsidorelatada inci-dênciadelesõesnosmúsculosisquiotibiaisnaordemde12% emjogadoresdefutebol,550,9%ematletasvelocistas6e42% emnadadoresdepeito.7
Adependerdaseveridadeedalocalizac¸ãodalesão, dife-rentesmanejosterapêuticossãousados,desdeotratamento conservadoremedicamentosoaocirúrgico.8Excetoparaos casosderupturasmuscularescompletas,avulsõesemiosite ossificante,otratamento-padrãousadoparalesões muscula-resagudasérepouso,protec¸ão,gelo,compressãoeelevac¸ão; além desses princípios, não existe consenso claro sobre o tratamentoda lesão muscular aguda.9 Portanto,ainda per-manecem questionamentos especialmente em relac¸ão aos efeitoseresultadosdeváriostratamentoscomumenteusados paraestimularoprocessodereparodomúsculo.
Oplasmaricoemplaquetas(PRP)éumprodutodosangue autólogoquevemsendopropostodesde1990,porpromover forteestímuloaoreparotecidual.10Éobtidodacentrifugac¸ão do sangue periférico e a concentrac¸ão de plaquetas deve idealmente sersuperiora338%daconcentrac¸ãodosangue periférico.11 OPRP tem propriedadescurativasatribuídas a concentrac¸ões aumentadas de fatores autólogos de cresci-mento tecidual eproteínas emnível celular.A expectativa équeessesfatores,quandointroduzidosnolocalda lesão, aumentem orecrutamento,aproliferac¸ãoeadiferenciac¸ão dascélulasenvolvidasnareparac¸ãotecidualepromovamo reparoaceleradoecommelhordiferenciac¸ãotecidual.12
Diversos usos clínicos do PRP vêm sendo estudados, incluindoreparodelesõescondrais13etendíneas;14reparode lesõeseregenerac¸ãoóssea;15tratamentodefasceíteplantar16 edeúlcerascrônicasempédiabético.17Oreparodas tendino-patiascrônicasdotendãodeAquilescominjec¸ãointralesional dePRPtemmostradoresultadospromissoresnahistologiae namorfologiadotecidoneoformado.18Estudostanto experi-mentaisquantoclínicosvêmrevelandoosefeitosdainjec¸ão intralesionaldePRPemlesõesmuscularese,demodogeral,os achadosdessesestudosreportammelhorregenerac¸ão muscu-lar,aumentodeneovascularizac¸ãoereduc¸ãodefibrose.19–25
A se levar em conta a crescente incidência de lesões musculares e a necessidade de opc¸ões terapêuticas que promovamregenerac¸ãomuscularmaisrápidaeeficazmente, esteestudoexperimentalfoifeitoparaverificac¸ãodoefeito doPRPhomólogonoreparodelesõesmusculares decorren-tes deimpacto induzidoemratos,apartirda avaliac¸ãoda deposic¸ãodecolágenoedaanálisemorfológicamicroscópica
Tabela1–Quantificac¸ãodeplaquetas(10 ˆ3/uL)observadanasquatroamostrasdesangueextraídasdecincoratosparao preparodoPRP
Amostras
1 2 3 4
Sangueantesdopreparo 236 214 250 249
Plasmaricoemplaquetas 1.195 808 928 1.145
Plasmapobreemplaquetas 148 141 138 182
qualitativadoprocessodereparac¸ãotecidualsetee21dias após
tratamento.
Materiais
e
métodos
EsteestudofoiaprovadopelaComissãodeÉtica,sobo proto-colo334/2011.Oexperimentofoifeitonolaboratório,deabrila julhode2012.Foramusados35ratosWistar(Rattusnorvegicus albinus),machos,isogênicos,com12semanasdeidadeepeso médiode320±20gramas,delinhagemEPM-1,origináriosdo BiotérioCentraldaUFMS.
Inicialmente, ao longo de 30 dias, os animais foram
submetidos a um período de adaptac¸ão e ganho de peso,
duranteoqualforammantidosemcaixas-padrãoparacinco animais,feitas depolipropileno ecom tampametálica
gal-vanizada.O ambiente foi climatizado com temperatura de
22±3◦C, iluminac¸ão artificial com ciclos claro/escuro de
12 horas e umidade do ar de 56±13%. Os animais eram
alimentadoscom rac¸ãoNuvilab® CR1(Nuvital Alimentose
ProdutosVeterináriosLtda®,Curitiba,PR,Brasil)eáguafiltrada àvontade.
Foramformadosquatrogruposdeestudodemaneira ale-atória:
Grupo1:cincoratossubmetidosàcoletadesangueparao preparodoPRP;
Grupo2:patasesquerdasde24ratoscujaslesõesmusculares foramtratadascomsorofisiológico(SF)0,9%.
Grupo3:patasdireitasde24ratoscujaslesõesmusculares foramtratadascomPRP.
Grupo4:patasdireitaseesquerdas(12patas)deseisratos cujaslesõesmuscularesnãoforamtratadas.
Protocoloparaproduc¸ãodalesãoexperimental
Foram usados o mesmoaparelho ea mesma técnica para
produc¸ão da lesão experimental descritos por Nogueira.26 Para a feitura da lesão muscular, usou-se aparelho desen-volvidoporSene,27 que consisteemduashastes metálicas telescopadas ajustáveis, pelas quais é possível graduar a altura de 30cm, e uma base plástica com área de 272,5 cm2.Sobreessa base,foi acopladaumasuperfíciemetálica
retangularcomáreade12,25cm2,queserviudeapoiopara
a queda do peso e fixac¸ãoda pata traseirado animal em localdemarcado,centrandoopesonaregiãocentraldapata. Napartesuperiorfinaldas hastesmetálicasfoifixadauma estruturametálicaqueproporcionaestabilidade,bemcomo suportaumaroldanapelaqualumfio-guiafixaopesoaser liberado.Foiconfeccionado,emacrílicotransparente,umguia
entreashastesparaconduziropesoduranteaquedalivrede 30cmdealtura,paraevitardesvioseoscilac¸õesdopeso.
Oaparelhoparaproduc¸ãodalesãoporimpactofoifixado, comgrampos,àmesacirúrgica,comoformadeestabilizac¸ão, demodoaevitarqueocorressequalqueroscilac¸ãonaqueda dopeso.Paraquealesãoocorressesemprenamesmaregião, acargaliberada deumaalturade30cmfoiconduzidapelo guiaemacrílicoeporumfiofixadodiretamentesobreopeso lanc¸adocentralmentepormeiodeumaroldanaposicionada nashastesdoequipamento.
Os animais foram previamente anestesiados com clori-dratode cetamina(60mg/kg)exilazina(15mg/kg)e,então, submetidos aumúnicotraumaemcada membro,noterc¸o médiodoventremusculardomúsculogastrocnêmico,e sepa-rados de acordocom o grupo experimentalde que fariam parte.Os24animaiscujaspatasformaramosGrupos2e3 sofreramlesãocontusanaspatastraseiras.Naregiãocentral posteriordaspatasesquerdasfoiadministrado0,1mldeSFa 0,9%e,naspatasdireitas,0,1mldePRP.
Preparoeaplicac¸ãodoplasmaricoemplaquetas
Pormeiodepunc¸ãocardíacafeitacomagulhade0,70×25mm, marca BD (22gX1”), acoplada a uma seringa descartável de 20ml Viet Jet® (Labor Import Comércio, Importac¸ão e
Exportac¸ãoLtda.,Osasco,SP,Brasil)contendo1mLdecitrato de sódio a 10% (Bioclin®, Quibasa Ltda., Lote 0067/2011),
foramobtidasquatroamostrascontendo8mldesanguecom anticoagulantedoscincoratosquecompuseramoGrupo1. O sangue anticoagulado foi imediatamente submetido à contagem de células em aparelho automatizado Sysmex XE-2100D. Realizada a primeira centrifugac¸ão foi sepa-rado o plasma do concentrado de hemáceas. Na segunda centrifugac¸ão,eliminou-seaporc¸ãosobrenadante,deforma querestasseapenasaproximadamente1mLdocentrifugado demaiorpeso.Essafrac¸ãodenominamosdePRPou concen-tradodeplaquetas.OPRPhomogenizadoeoplasmapobreem plaquetasforamsubmetidosanovacontagemautomatizada decélulas,conformedemonstradonatabela1.
Eutanásia
Após acoletadesangue(Grupo1)edosperíodosdesetee 21diasapós alesão adotadosparaavaliac¸ão(Grupos2,3e 4),osanimaissofrerameutanásiapormeiodeinjec¸ãoletal com aassociac¸ãodesoluc¸ãoinjetávelde cloridratodeS(+) cetamina(CristáliaProdutosQuímicoseFarmacêuticosLtda., Campinas,SP),tiopentalsódico(CristáliaProdutosQuímicos eFarmacêuticosLtda.,Campinas,SP)epóestérildiluídoem soluc¸ãofisiológicadecloretodesódioa0,9%emconcentrac¸ão
de 100mg/ml. Após a dissecc¸ão e coleta do músculo para análise,odescartedosanimaisfoifeitoporincinerac¸ãoem ambienteapropriado.
Formasdeavaliac¸ão
O gastrocnêmio de cada animal foi retirado por meio de incisão posterior nas patas traseiras dos animais posicio-nados emdecúbito ventral, com dissecc¸ão romba de pele e tecidos moles. A integridade do músculo foi preservada mantendoaorigemeainserc¸ão(fêmur-músculo-calcâneo). Fixadascomalfinetesemsuperfíciesólidaeacondicionadas emformaldeídoa10%,aspec¸asforamenviadasparaanálise histológica,ocasiãoemquereceberamtratamentorotineiro comdesidratac¸ãoprogressivaemálcool,inclusãoemblocos deparafina,cortesagitalelongitudinalde5memmicrótomo noterc¸ocentraldoventremuscular,easlâminasforam cora-dascompicrosiriusredehematoxilinaeosina(HE).Oexame dascaracterísticashistológicasedaquantidadedecolágeno foifeitonoLaboratóriodeToxicologiaePlantasMedicinaisda UniversidadeAnhanguera(Uniderp).
Comousodemicroscópioópticoacopladoacomputador, asimagensdaslâminasforamdigitalizadasecapturadaspelo sistemadeprocessamentoeanálisedeimagensImageLabTM.
Essesistemafoidesenvolvidoparaanálisesmorfométricase subtrac¸ãode imagensepodeserusadopara espécimesde escalamacroscópicaemicroscópica.Existemváriossistemas deconversãodeunidades,filtrosdecorrec¸ãodeimagens, inú-merosformatos de exportac¸ão e comunicac¸ão com outros programas.O sistemaapresenta, natela docomputador, a imagemoriginaldigitalizadaa partirda lâminahistológica e, ao lado, três histogramas de frequência das intensida-desR (vermelho),G(verde) eB(azul) da imagem. Apartir da representac¸ãodesses histogramas,o sistemacalcula as quantificac¸õesdesejadasetodos osdadosrelativosaesses cálculossãoapresentadosemplanilhaprópriadoprograma, aqualpodeserconvertidaparaplanilhadoMicrosoftOffice Excel4.0.
Osprincipaisinstrumentoseprocedimentosdoestudose encontramrepresentadosnafigura1.
Análiseestatística
OsdadosforamtabuladosemplanilhasdoprogramaMicrosoft OfficeExcel(2010)eanormalidadedasamostrasfoiavaliada como programaBioestat5.0.Os cálculospara comparac¸ão dos dados e a elaborac¸ão dos gráficos foram feitos com o programa GraphPadPrism 4.0. As medidas das variáveis numéricasforamexpressasemmédias±desviospadrão.As comparac¸ões intragrupos foram feitas com a aplicac¸ão do testetdeStudentnasamostrasdedistribuic¸ãonormaledo testedeWilcoxonnasdistribuic¸õesnãonormais.Asanálises intergruposforamfeitascomanálisedevariância(Anova)e posthoccomotestedeTukey nasamostras dedistribuic¸ão normalecomaaplicac¸ãodotestedeKruskal-Walliseposthoc comotestedeDunnsnasamostrasdedistribuic¸ãonão nor-mal.Anormalidadedosgruposfoiavaliadacomaaplicac¸ão dotestedeShapiro-Wilk.Adotou-sevalordep≤0,05para determinac¸ãodoníveldesignificânciadasdiferenc¸as encon-tradas.
Figura1–(A)Aparelhousadoparaproduc¸ãodelesão muscularemanimais.(B)Posicionamentodacargaliberada sobrecadamembrodosanimais.(C)Administrac¸ãodeSF naregiãoposteriordapataesquerdadosanimais.
(D)Administrac¸ãodePRPnaregiãoposteriordapatadireita dosanimais.(E)Punc¸ãocardíacaparaobtenc¸ãode
amostrasdesangueparapreparodoPRP.(F)Preparadoque apresentacolunadelíquidocomduasfrac¸ões
predominantes:plasmasobrenadanteeconcentradode hemáciasaofundo,separadasporumcremeleucocitário. (G)Preparadoquecontémapenasaproximadamente1mL docentrifugadodemaiorpeso(PRP),apóseliminac¸ãoda porc¸ãosobrenadante.(H)Amostradogastrocnêmioíntegro fixadaemsuperfíciesólidaeacondicionadaem
Tabela2–Médias(edesviospadrão)daquantificac¸ãode fibrascolágenasobservadasnaspatasdosratoscontrole edosratosquereceberamPRPeSF,setee21diasapósa lesãomuscular Grupocontrole n=12 PRP n=24 SF n=24 Setedias 34,44±6,65 30,69±4,99 35,35±5,19 21dias 38,29±6,58 38,52±6,47 35,02±6,73
Resultados
Osvaloresmédios(edesviospadrão)daquantidadedefibras colágenasdecadagrupoemcadaperíododeavaliac¸ão(sete e21dias),totalizando60patasavaliadas, encontram-sena tabela2.Naanáliseintragrupos,quandocomparadasas con-tagensfeitasnosétimoeno21◦diaapósalesão,nãohouve diferenc¸a nas quantidades médias de fibras colágenas no grupocontrole (p=0,094)nemno grupode ratos que rece-beuSF(p=0,817),conformeilustraafigura2AeC.Poroutro lado,aquantidadedecolágenoobservada21diasapósalesão foisignificativamentemaior(p=0,00021)doqueaquela obser-vadasetediasapós alesão nogrupode ratosque recebeu PRP(fig.2B).Naanáliseintergrupos,nacontagemfeitasete diasapósalesão,aquantidademédiadefibrascolágenasse mostrousignificativamentemenor(p=0,014)nosratos trata-doscomPRPemcomparac¸ãocomostratadoscomSF,masnão emcomparac¸ãocomogrupocontrole.Jánacontagemfeita21 diasapósalesão,nãohouvediferenc¸aentreosgruposcom relac¸ãoàquantidademédiadefibrascolágenas(fig.3).
Com relac¸ão aos achados morfológicos, aos sete dias observou-sepresenc¸ademacrófagoscircunstanciaisnotecido intersticial do músculo esquelético no grupo controle. As fibrasmuscularesnesseperíodosemostravamcomaspecto normal. Observou-se, ainda, aparecimento de mioblastos entre as fibras musculares (fig. 4). No mesmo período de setedias,observou-se,nogrupoderatostratadoscomPRP, evidente processo inflamatório por mononucleares, hemá-ciascomaspectonormaleaparecimentodemiotubosentre as fibras musculares (fig.5). János ratos tratados com SF, observaram-semiotubos,macrófagosehemáciascomaspecto normal(fig.6).Aos21dias,asfibrasmusculareseosvasos san-guíneosjáapresentaramaspectonormaldotecidoemratos controleeemratostratadoscomPRP(figs.5e6).Nosratos tratadoscomSF,observaram-sefocosdemacrófagosealguma formac¸ãodemiotubos(fig.7).
Discussão
Háevidênciasdequefatoresdecrescimentoexercempapel fundamental no processo de cicatrizac¸ãodos tecidos;28 no entanto,alémdousoisoladodemuitosfatoresdecrescimento ainda serimpossível naprática clínica, nãoestão comple-tamente esclarecidos os mecanismos de ac¸ão de todos os diferentesfatoresnesseprocesso.Apartirdoconhecimento de que os grânulos-alfa das plaquetasconcentram grande quantidade de fatores de crescimento específicos, como o PDGF e o TGF-beta, foi proposta técnica para a obtenc¸ão dealtasconcentrac¸õesdefatoresdecrescimento,pormeio
A
Grupo controle 7 dias 21 dias 20 25 30 35 40 45 50 55 Fibras colágenas Teste t de student; p = 0,0949B
Grupo PRP 7 dias 21 dias 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Fibras colágenas Teste de wilcoxon; p = 0,00021C
Grupo SF 7 dias 21 dias 20 25 30 35 40 45 50 Fibras colágenas Teste t de student; p = 0,8179Figura2–Representac¸ãográficadasmédiasedesvios padrãodaquantidadedefibrascolágenassetee21dias apósaslesõesprovocadasnosratosdogrupo-controle(A), tratadoscomPRP(B)ecomSF(C).
do preparo de PRP autólogo.11 Essa técnica consiste, basi-camente, no sequestro ena concentrac¸ãode plaquetasdo plasmasanguíneo,queresultaemprodutoaseraplicadona áreadalesãoemcicatrizac¸ão.29
ApesardousodisseminadodePRPnotratamentodelesões muscularesdeatletasedealgunsestudosteremdemonstrado que o PRP podeabreviaro tempode retornoàs atividades esportistas após a lesão,14,19,24 ainda há poucos estudos experimentaisvoltadosparaapadronizac¸ãodoqueéoPRP eparaacompreensãodosmecanismosenvolvidosnousodo PRP,especificamenteemlesõesmusculares,motivopeloqual poucassãoasevidênciaspassíveisdeserdiscutidasapartir
07 dias Controle PRP SF 20 25 30 35 40 45 50 55
*
Fibras colágenas Kruskal-wallis; p = 0,0145; *PRP versus SF: p < 0,05 21 dias Controle PRP SF 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Fibras colágenas ANOVA; p = 0,1806Figura3–Representac¸ãográficadasmédiasedesvios padrãodaquantidadedefibrascolágenassetee21dias apósaslesõesprovocadasnosratosdostrêsdiferentes gruposdeestudo.
dos resultados deste trabalho. De toda forma, em modelo experimentaldecontusãotambémnomúsculogastrocnêmio deratos,emcujaslesõesfoiinjetadosoroautólogoricoem plaquetas, Wright-Carpenter et al.19 observaram ativac¸ão acelerada de células-satélite após 30 a 48 horas da lesão e aumento de diâmetro das miofibras em regenerac¸ão na primeirasemanaapósalesão.Osautoresobservaram,ainda, concentrac¸ões aumentadasdeFGF-2 (460%)edeTGF-beta1 (82%)aoElisaesugeriramquepoderiam,pelomenos parci-almente, ter sido responsáveis pelaregenerac¸ão acelerada, devidoàssuascaracterísticasproliferativasequimiotáticas.
Emdistensõesimportantesproduzidasemmúsculotibial anteriorderatosetratadascomPRPouplacebo,Hammond etal.20observaramtempoderegenerac¸ãomuscular significa-tivamentemenornogrupotratadocomPRPesugeriramque aacelerac¸ãodamiogêneseprovavelmentesejaomecanismo responsávelporesseefeitodoPRP,devidoàsconcentrac¸ões maisaltasdediferentesfatoresdecrescimentocontidasno produto.
Harrisetal.22injetaramPRPouSFemdiferentestecidos muscularesde coelhossadios (sem lesões), cujasamostras foram histologicamente avaliadas duas, seis e 12 semanas após o procedimento. Observaram, após seis e 12 sema-nas,infiltradoinflamatóriopersistente,emboradecrescente, nos sítiosquereceberam PRP,masnãonos quereceberam SF.Do mesmomodo,apenasnasáreas focais detecido de cicatrizac¸ãodaspatasquereceberamPRPobservaram fibro-blastos,formac¸ãodecolágenoeneovascularizac¸ão,oquenão foiobservadoemnenhumsítioemqueseaplicouSF.Os auto-resconcluíramqueoPRPpromoveurespostainflamatóriaem tecidosmolesnormaisdecoelho,assertivaquesustentaatese defendidanesteestudodequeoPRPpromove,inicialmente,a intensificac¸ãodeprocessoinflamatórioemlesõesmusculares. Por outro lado, Gigante et al.23 não observaram quais-quer diferenc¸as relativas ao processo inflamatório quando
A
B
C
D
fml
mi
mi
vs
Figura4–Fotomicrografiadeamostrasdogrupocontroleaossetedias.Observam-semacrófagos(setas),fibramuscular emcortelongitudinal(fml),mioblastos(mi)evasossanguíneos(vs).HE/200×.
A
fm
tc
vs
vs
vs
fm
ca
fml
fml
fm
B
C
D
E
F
Figura5–FotomicrografiaderatostratadoscomPRPaossetedias.Observam-seprocessoinflamatóriopormononucleares (setascontínuas),fibramuscularemcortetransversal(fm),fibramuscularemcortelongitudinal(fml),miotubos(setas serrilhadas),vasossanguíneos(vs),célulasadiposas(ca)etecidoconjuntivo(tc).HE/200×.
comparadas lesões produzidas no músculo longo de ratos tratadas com PRP e não tratadas, embora, nas lesões tra-tadas, tenha se observado melhor regenerac¸ão muscular, neovascularizac¸ãoaumentadaelevereduc¸ãodefibrose.
Deve-seressaltarqueasconcentrac¸õesdediferentes fato-resdecrescimentonoPRPobtidodediferentesespécies(ratos, coelhos,ovelhasehumanos)apresentamvariac¸ão significa-tiva,oqueinfluenciadiretamentetantoestudos experimen-taisquantoensaiosclínicos.30Daíanecessidadedeprotocolos padronizadosparaque seamplie,defato, oconhecimento sobreosefeitosdoPRPnotratamentodelesõesmusculares.
OusodoPRPparaaregenerac¸ãodeossosetecidosmoles vemsendofocodaatenc¸ãodeclínicosepesquisadores,assim comovemsendorelatadaasuaaplicac¸ãoemdiferentes espe-cialidadescirúrgicas.Desdeatécnicainicialmenteproposta para produc¸ãode PRP autólogo, cujométodo de separac¸ão celular descontínua exigia grande quantidade de sa-ngue, diversos protocolos propostos vêm contribuindo para a evoluc¸ãoda técnica original, incluindo necessidade de menor quantidade de sangue, uso de centrífugas de bancada,baixocustoemenortempodeproduc¸ão,facilidade de aplicac¸ão em ambiente ambulatorial e menor estresse sobre o sistema cardiovascular do paciente. Os protocolos
aparentementemaisseguroseeficazessereferemàstécnicas de dupla centrifugac¸ão adotada paraa feitura dopresente estudo.29
Algunsestudosdemonstraramqueconcentrac¸õesde pla-quetas 338% maiores doque asnormalmenteencontradas nosanguepotencializamacicatrizac¸ãodeossoedetecidos molesemsereshumanos.11Outrosautoresdefendematese dequeosefeitosesperadosdoPRPsóserãoalcanc¸adosquando asconcentrac¸õesdeplaquetasforemoitovezesmaioresdo que as concentrac¸ões do sangue circulante. Neste estudo experimental, nas quatro amostras de sangue extraído de cincoratosparaaproduc¸ãodePRP,obtivemosconcentrac¸ões médiasdeplaquetascercadequatroacincovezesmaioresdo queasconcentrac¸õesobservadasnosangue.
PRP assimproduzidofoiinjetado emlesões traumáticas (contusões) produzidas no terc¸o médio do ventre muscu-lardogastrocnêmiodaspatastraseirasdireitasde24ratos, enquantoasmesmaslesõesnaspatasesquerdasforam tra-tadascomSFa0,9%.Osachadosevidenciaramque,nogrupo delesõestratadascomPRP,aquantidademédiadecolágeno semostrou significativamente menordoqueadosdemais grupos(controleetratamentocomSF)naavaliac¸ãofeitano sétimodiaapósalesão,masquehouveaumentosignificativo
A
B
fml
fml
fml
fm
vs
vs
C
D
Figura6–FotomicrografiaderatostratadoscomSFaossetedias.Observam-sefibramuscularemcortelongitudinal(fml) etransversal(fm),miotubos(setascontínuas),macrófagos(setasserrilhadas)evasossanguíneos(vs).HE/200×.
nessaquantidadedecolágenodosétimoparao21◦diaapósa lesãoapenasnogrupodelesõestratadascomPRP,que,nessa últimaavaliac¸ão,mostraramquantidademédiadecolágeno similaràdosdemaisgrupos.
Sabe-sequeadegradac¸ãodocolágenoiniciaprecocemente e tem atividade intensa no processo inflamatório, evento queocorrenaprimeirafasedacicatrizac¸ão.Defato,exceto naslesõestratadascomSF,foiobservadamenorquantidade médiadecolágeno naavaliac¸ãofeita nosétimo diaapós a lesão doquenaquela feita no 21◦ dia. Noentanto, na pri-meiraavaliac¸ão(setedias),aquantidademédiadecolágeno foisignificativamentemenornaslesõestratadascomPRPdo quenaslesões-controleenastratadascomSF.Esseachado pareceratificar a tesesegundo aqual o processo inflama-tórioseja provavelmentealterado na presenc¸a de PRP, ora reduzindooperíododeinflamac¸ãodalesão,oraalterandoa liberac¸ãodecitocinas.20Osresultados,então,permitem agre-garnovahipóteseasertestada,sugeremprolongamentoou maiorintensidadedafaseinflamatóriae,porisso,degradac¸ão maisintensa docolágeno na primeira faseda cicatrizac¸ão
muscular.Todasessashipóteses,porém,carecemdeestudos queastestemmaisrigorosamente.
Por outro lado, nas fases de reparo e de remodelac¸ão, adeposic¸ãodecolágenodemaneiraorganizadaegraduada éacaracterísticamaisimportantepara quehaja equilíbrio entrealisedamatrizcelularantigaeasíntesedanovamatriz, condic¸ão imprescindívelpara o sucessoda regenerac¸ão do tecido muscular lesionado.Além disso, o colágeno inicial-mente produzidoémais finodoque o colágeno dotecido saudável; esse colágeno inicial é, então, reabsorvido eum colágeno maisespessoéproduzidoaolongodas linhas de tensão,oqualsecorrelacionapositivamentecomoaumento da resistência tênsil.Neste estudo,pôde-se observarquea quantidademédiadecolágenoaumentousignificativamente dosétimo parao21◦ dia após ainjec¸ãode PRP,o quenão ocorreunaslesõesnãotratadasnemnaquelastratadascom SF. O aumentodo colágeno do sétimoao 21◦ dia nos ani-maisquereceberamoPRPpareceterauxiliadonoequilíbrio degradac¸ão-deposic¸ãodecolágeno,pormecanismosque pre-cisamserelucidados.
A
B
vs
fml
fml
Figura7–Fotomicrografiaderatoscontroleaos21dias.Observam-sefibramuscularemcortelongitudinal(fml),núcleos dasfibrasmusculares(setas)evasossanguíneos(vs).HE/200×.
Naslesões tratadascomPRP, oprocesso inflamatóriose mostroumaisevidentedoquenosdemaisgruposdoestudona avaliac¸ãofeitasetediasapósoprocedimento.Essaobservac¸ão pareceratificarqueoPRPpodeintensificaroprocesso infla-matório.
Naavaliac¸ãofinalcom21dias, osachadosmorfológicos daslesões-controleedaslesõestratadascomPRPforam seme-lhantes,oqueindicaboaregenerac¸ãodomúsculolesionado emambososgrupos.Aadministrac¸ãodePRPparecenãoter demonstradodiferenc¸as nosaspectos morfológicoscom 21 dias,nofimdoprocessodereparodalesãomuscular,quando comparadacomogrupocontrole,jáqueasmesmas caracte-rísticasforamobservadasnaslesõesnãotratadas.Poroutro lado,naslesõestratadascomSF,otecidoaindanãomostrava plenaregenerac¸ão,comfibrasmuscularesaindaemformac¸ão ecomausênciadevascularizac¸ão.
Estaanálisedescritivamorfológicacorroboraosachados quantitativosdadeposic¸ãodefibrascolágenasnascicatrizes musculares, pois mostra que no grupo em que fora apli-cadosorofisiológicoapenas,ainda em21dias haviareac¸ão inflamatória, enquanto nos outros dois grupos o tecido já haviaserecompostototalmente,oquesugere,talvez,melhor organizac¸ãodoprocessodereparomuscularnogrupoemque forausadooPRP.
Nesteestudo,acontribuic¸ãoselimitaàobservac¸ãodeque oPRPativousignificativamenteoprocessoinflamatóriosete diasapósserinjetadoemlesõescontusasproduzidasno mús-culogastrocnêmioderatos,razãopelaqualpareceterhavido maiordegradac¸ãodecolágenonesseperíodo.Poroutrolado, resultouemaumentosignificativodecolágenoentreosétimo eo21◦diaapósoprocedimento,oquesugereumacompleta restituic¸ãotecidual.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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