• No se han encontrado resultados

Histórico do ensino de arte : primeira metade da década de 1930 em Sena Madureira

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Histórico do ensino de arte : primeira metade da década de 1930 em Sena Madureira"

Copied!
31
0
0

Texto completo

(1)

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

INSTITUTO DE ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS

JOSE ARNOUDO PERREIRA NUNES

HISTÓRICO DO ENSINO DE ARTE:

Primeira Metade da Década de 1930 em Sena Madureira

Sena Madureira-Ac

Dezembro de 2012

(2)

JOSE ARNOUDO PERREIRA NUNES

HISTÓRICO DO ENSINO DE ARTE:

Primeira Metade da Década de 1930 em Sena Madureira

Trabalho de conclusão do curso de Artes Visuais, habilitação em Licenciatura em Artes Visuais, do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade de Brasília.

Orientadora: Profª Maria Goretti Vieira Vulcão.

Co orientadora: Profª Taís Soares

Sena Madureira-Ac

Dezembro de 2012

(3)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me dar vida e proteção para poder chegar até a conclusão deste projeto. Aos meus colegas e familiares que me auxiliaram nas minhas dificuldades sempre que precisei.

À Universidade Aberta do Brasil, UAB-UnB, e ao Governo do Estado do Acre, por terem possibilitado a instalação do Curso de Artes Visuais em Sena Madureira de maneira que a população deste município também tivesse oportunidade de cursar uma faculdade com reconhecido padrão de qualidade, sem ter que ir morar nos grandes centros. Aos professores com excelência no papel de orientar e ajudar no percurso em busca do conhecimento. E agradeço, por fim, a todas as Servas de Maria Reparadoras, que forneceram acesso ao acervo e às fotografias, possibilitando a elaboração do presente trabalho.

(4)

O segredo do sucesso é positividade, Paciência, persistência e fé em DEUS! Wostinho Nascimento

(5)

HISTÓRICO DO ENSINO DE ARTE:

Primeira Metade da Década de 1930 em Sena Madureira

JOSE ARNOUDO PEREIRA NUNES

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Profª. Msc. Maria Goretti Vieira Vulcão

Orientadora

__________________________________________ Profª. Msc. Iara Carneiro Tabosa Pena

Membro da Banca

____________________________________________ Profª. Francisca Almeida do Carmo

(6)

RESUMO

O trabalho investiga as ações das Servas de Maria Reparadoras no Instituto Santa Juliana em Sena Madureira e a organização das práticas escolares, dirigindo o olhar para a história do ensino de artes, com ênfase na formação cultural. E, também, na educação formal, constituída a partir de uma instituição escolar de caráter religioso, que disponibilizava um ensino de artes através de ações educacionais numa concepção de educação que abrange tanto o conhecimento técnico quanto o teórico, possibilitando ao aluno não apenas uma formação em arte, portanto, cultural, mas também um aprendizado que lhe permitisse exercer um ofício.

Palavras-chave: Instituto Santa Juliana; História do Ensino de Artes; aula prática.

(7)

ABSTRACT

The study aims to investigate the actions of the Servants of Mary Mending in a school, the Instituto Santa Juliana in Sena Madureira, in the organization of school practices, directing a look at the history of arts education, with emphasis on cultural education, specifically in education and formal elements, made from an institution of a religious character, which provide what a teaching arts through educational activities in a conception of education that covers both the technical knowledge and the theoretical, which favored the student, in addition to a background in art and therefore cultural, have training that would allow him to pursue a trade.

(8)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Fotos das Servas...21 Figura 2-Imagens das Servas...22 Figura 3- participante convidado para exposição...22

(9)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...08

CAPITULO I- INSTITUTO SANTA JULIANA...15

1.1. Criação do Instituto Santa Juliana...15

1.2. Da Itália para o Acre...15

CAPITULO II – CRIATIVIDADE E ESTRATÉGIAS DAS SERVAS...18

2.1. Teoria e pratica do ensino das servas...18

2.2. Professores na década de 1930...19

CAPÍTULO 03 - DIFERENTE FORMA DE ENSINAR...22

3.1. Exposição de fotografia Instituto Santa Juliana ...22

3.2. Processo de Montagem da Exposição...23

3.2.1. Identificação da instituição...23

3.2.2. Caracterização da Escola...23

3.2.3. Relação de ambientes e seus respectivos espaço...24

3.2.4. Clientela...24

3.2.5. Projeto Político Pedagógico da Escola...24

3.3. Plano de aula/Plano de curso ...25

3.4. Apresentação e análise dos resultados obtidos...26

CONSIDERAÇÕES FINAIS...27

REFERÊNCIAS...28

(10)

8 INTRODUÇÃO

A história do ensino da arte na primeira metade da década de 1930 ressalta a contribuição das Servas de Maria Reparadoras no ensino artístico no Colégio Instituto Santa Juliana em Sena Madureira Acre. Reflete sobre o processo histórico deste município, sua vida, cultura, e nos permite compreender como o ensino da arte formou a consciência na região, contemplando um ensino que não se pautava apenas na formação acadêmica, mas era uma educação voltada para formar o homem na sua plenitude, um ser religioso; à mulher, a formação destinava-se a torná-la uma ‘mulher prendada’, uma boa dona de casa. Com glória, grandeza e força de vontade. No árduo trabalho, procuravam estabelecer estratégias criativas para desempenharem o desejo de encontrar o difícil ponto de equilíbrio e os ditames de fazer chegar o ensino da arte aos jovens filhos de indígenas, aos filhos de regatões, de ribeirinhos, de seringueiros e de seringalistas, além de promoverem na educação muitos benefícios da civilização moderna nesta época em que a região se caracterizava por apresentar um elevado índice de pessoas não alfabetizadas.

A história do ensino de arte e suas práticas nos permitem refletir sobre o panorama da educação e vice-versa. Conhecer o que ensinavam na escola é de fundamental e significativa importância para que se lance um olhar sobre as fases da evolução do ensino de arte na educação acriana. Diante de um vasto acervo de história que se encontra em posse deste acadêmico e na realização de pesquisas nos acervos da Ordem das Servas de Maria Reparadoras, encontram-se antigos documentos, contando com fontes sólidas e confiáveis.

A princípio procurou-se desenvolver estratégias para planejar o tempo para pesquisas, de modo atento em conciliar o trabalho de investigação e pesquisas com outras atividades.

Foram muitos os que viveram uma história de dedicação, de amor, que marcou esta época de progresso gerado pelo ciclo econômico da borracha. Assim, deve-se muito às Servas de Maria Reparadoras pelo imenso e sólido potencial no desenvolvimento das práticas, formas e modalidades de expressões artísticas e pela introdução do ensino de arte na educação escolar.

(11)

9

É com o sentimento de reconhecimento que esse trabalho de conclusão de curso procura investigar o que ensinavam em arte na primeira metade da década de 1930 no Instituto Santa Juliana. É importante salientar que o instituto Santa Juliana nos dias atuais é uma escola que oferece aulas de Ensino Fundamental II. No entanto, na década de 1930 era uma instituição modesta comandada pelas Servas de Maria Reparadora.

Nesse sentido, a pesquisa será útil para a comunidade, pois, poderá servir como um documento de referência que retratará a trajetória do ensino de arte nesta instituição de ensino. Também poderá contribuir para o ensino de artes em geral, pois poderá revelar procedimentos nas produções artísticas desenvolvidas pelas Servas de Maria Reaparadoras que utilizavam como estratégia para superar as dificuldades enfrentadas, principalmente com relação à escassez de recursos em uma região que há bem pouco tempo tinha sido anexada ao território brasileiro.

Assim, pretende-se ampliar as produções artísticas sobre a história do ensino da arte nesta instituição de ensino, para efeito de uma análise, para que venha contribuir com sugestões para muitos Institutos e Departamento de Artes em nosso país. Um documento que retratará o que foi um ensino de arte com qualidade e que poderemos utilizar estas práticas para comparações e sugestões, com relação ao que vemos hoje no ensino de arte nas escolas do Ensino Médio e fundamental.

A pesquisa tem como objetivo geral conhecer os mecanismos, estratégias e ensinamentos das Servas Reparadoras, diante da teoria e da prática de Arte e de todos os desafios da região acriana. Dos objetivos específicos têm-se: constituir os fatos da história do ensino de arte na primeira metade da década de 30; a forma de ensino dos professores da época e o ensino religioso no ensino artístico; A realização e análise da atividade prática investigar a existência do Instituto Santa Juliana e a História do ensino da arte.

(12)

10 REVISÃO DE LITERATURA

Inicia-se a discussão como ponto de partida do primeiro relato de ensino didático para a atividade artística, que foi um regimento elaborado por Dom João III, conforme afirma Santos:

O primeiro relato de ensino de alguma atividade artista de que se tem noticia no Brasil vem da adoção de um regimento elaborado por D. João III. Voltado para as edificações com materiais sólidos, chegou ao Brasil com a expedição de Tomé de Souza, por volta de 1549, e objetivava formar trabalhadores qualificados para a construção de prédios mais civilizados, que viessem substituir as arcaicas construções de madeiras rústicas, barro, palha e galhos. (SANTOS, 2006,p.3).

Os materiais didáticos eram bem distintos dos que são utilizados hoje em sala de aula, visto que o ensino daquela época visava a formação de profissionais para a construção civil. Ao longo do processo de colonização, as atividades artísticas não estavam inseridas no contexto da educação formal. A atividade artística ainda era muito ligada às obras religiosas.

A partir do processo de colonização e desbravamento das terras brasileiras, as atividades artísticas forma percebidas isoladas dos contextos da educação e atreladas quase que exclusivamente à igreja. Essa proximidade permitiu projetar a importância dos jesuítas nas atividades de cunho artístico, nas varias regiões do Brasil, destacando que, vez ou outra, os encontros com as culturais indígenas nas diversas regiões onde as missões jesuítas adentravam, promoviam trocas de técnicas e materiais (BATTISTONI FILHO, 2005, apud SANTOS, 2006p.5).

O padrão europeu era o modelo estético considerado correto. Os colonizadores consideravam os indígenas povos não civilizados e que deviam aplicar os padrões sociais e culturais da Europa para transformá-los em ‘homens civilizados’. No ano de 1815, já com a família real devidamente instalada na cidade do Rio de Janeiro, o príncipe Dom João procurava dinamizar a vida na colônia, em diversas áreas administrativas e culturais. No campo das artes financiou a vinda para o Brasil de um grupo de artistas franceses, na missão que ficou conhecida como Missão Artística Francesa.

A Missão Francesa, formada por pintores, desenhistas, escultores, artífices e arquitetos oriundos de várias instituições francesas, foi reunida por Joaquim Libreton e chegou ao Brasil de 1816, quando foi criada, por Decreto-Lei, a Academia Imperial de Belas Artes – que começou a funcionar em 1826. (SANTOS,2006p.7).

(13)

11

Com a implantação da Academia Imperial de Belas Artes no Brasil temos um marco para o início do ensino formal de artes no Brasil, conforme a Academia Imperial de Belas Artes – AIBA. A academia Imperial de Belas Artes favoreceu o surgimento da arte elitizada, que criava preconceitos em relação à cultural local, pois valorizava as ideias neoclássicas, tipicamente burguesas da Europa, além de criar um distanciamento entre teoria e pratica.

O ensino-aprendizagem que, para a elite, se voltava para ideias políticos, como a valorização dos modelos das cortes europeias – ou a realização de feitos por parte de seus dirigentes – não era o mesmo necessário aos artesãos, que acrescentariam algum conhecimento técnico às suas atividades nas fábricas de moveis, nas fundições, nas confecções de roupas, joias e chapéus. (SANTOS,2006,p.9).

Esse cenário favoreceu o surgimento de movimentos que lutavam pelo reconhecimento de uma identidade nacional que culminou com a Proclamação da Republica em 1889.

Esse novo panorama foi marcado pelo processo de lutas contra a escravatura e o reconhecimento de uma identidade nacional que sustentasse seu ideal de nação capaz de dar rumo ao próprio destino, a culminância foi a Abolição, em 1888, e, a seguir, a Proclamação da Republica, em 1889. Tais fatos despertaram anseios para a renovação de uma educação em Arte que valorizasse a sua aplicação na indústria. (SANTOS,2006 p.10).

Neste momento, temos o ensino de artes influenciado pela revolução industrial, que procurava formar mão de obra para a indústria. O processo de inclusão de arte no ensino no início do século XX foi marcado pelas experiências de modelos de ensino, assim, foram implantados modelos europeus e americanos sem que o país desenvolvesse um modelo próprio.

Nas primeiras décadas do século XX, o caráter de inclusão da Arte na Educação é marcado pela experimentação e alternância de modelos, ora europeus, ora americanos. Tal alternância evidenciava ainda a visibilidade dos panoramas da educação, de modo geral, de São Paulo e do Rio de Janeiro, em face do desenvolvimento cultural e econômico. (SANTOS,2006 p.4).

Mais adiante, com a Semana de Arte Moderna em 1922, passou-se a adaptar os modelos pedagógicos importados do ensino de arte para a nossa realidade, haja vista que:

(14)

12 Os modelos pedagógicos adaptados ao nosso panorama e subsequentes á efervescência da Semana de Arte Moderna (1922) passaram a valorizar, até certo ponto, as singularidades brasileiras. E pensar em uma Educação que insira a Arte como detentora de valores à formação do sujeito é premissa necessária à compreensão do panorama cultural de uma sociedade. Saber apreciar, saber fazer e saber conhecer são exigências mínimas para o estabelecimento de um diálogo com a cultura visual de um tempo. (SANTOS, 2006p.6). O movimento modernista influenciou o ensino de artes no Brasil, conforme cita Ana Mae Barbosa:

O modernismo no ensino de arte se desenvolveu sob a influência de John Dewey. Suas ideias muitas vezes erroneamente interpretadas ao longo do tempo nos chegaram, contudo, filosoficamente bem informada com o educador Anísio Teixeira (BARBOSA, 2008,p.12). Acerca da influência dos estudos de Anísio Teixeira para a implantação da arte no ensino apreende-se que ele “foi o grande modernizador da educação no Brasil e principal personagem do movimento Escola Nova (1927-1934). De Dewey, a Escola Nova tomou principalmente a ideia de arte como experiência consumatória”. (BARBOSA, 2008). No modelo adotado nessa época no Brasil, a função da arte assumia um papel de experiência consumatória para fixação de conteúdo aplicado em outras disciplinas.

A ideia fundamental era dar, por exemplo, uma aula sobre peixes explorando o assunto em vários aspectos e terminados pelos convites aos alunos para desenharem peixes e fazerem trabalhos manuais com escamas, ou ainda, dar uma aula sobre Horticultura e jardinagem e levar as crianças a desenharem um jardim ou uma horta. (BAROSA, 2008p.22).

Na universidade de Brasília foi implantado o primeiro curso de formação de professores na área de desenho. “Nesta universidade foi criado o primeiro curso de professores de desenho, organizado por Anísio Teixeira.” A referida universidade foi fechada em 1937 pelo regime ditatorial imposto pelo governo de Getúlio Vargas. Porém, mesmo após este ato de coação muitos cursos de desenho foram criados em outras faculdades. De acordo com Barbosa:

Depois dessa experiência, muitas faculdades e universidades criaram cursos de professor desenhos, sendo um dos mais famosos na década de 1960 o da Fundação Armando Álvares Penteado. Eram cursos convencionais, como são até hoje os cursos que os sucederam depois de 1971, quando foram substituídos, pelos cursos de educação artísticas e/ou licenciaturas em artes plásticas. (BARBOSA, 2008p.18)

(15)

13

Durante as duas ditaduras, o ensino da arte passou por entraves criados pela interferência estatal, pois:

(...) Ambas as ditaduras, a do Estado novo e a militar, afastaram das cúpulas diretivas educadores de ação renovadora e a exterminaram as duas mais importantes experiências de arte/educação universitária do Brasil.

(...) Mas, foi o Estado Novo que criou o primeiro entrave ao desenvolvimento da arte/educação e solidificou alguns procedimentos antilibertário já ensaiados na educação brasileira primária, o desenho pedagógico e a copia de estampas usado para as aulas de composição em língua portuguesa. (BARBOSA, 2008p.06)

A ditadura de 1964 perseguiu professores e escolas experimentais. Era só normatizar e estereotipar seus currículos, tornando-as iguais às outras do sistema escolar. Foi no ano de 1971, durante a ditadura militar que o ensino de arte passou a ser obrigatório nas escolas públicas como forma de profissionalizar os jovens do ensino médio:

Hoje pode parecer estranho que uma ditadura tenha tornado obrigatório o ensino de arte nas escolas publicas. Contudo, tratava-se de um mascaramento humanístico para uma lei extremamente tecnicista, a 5692, que pretendia profissionalizar os jovens na Escola Média. (BARBOSA, 2008p.08)

Com a obrigação do ensino de artes na escola, foi necessário formar professores, visto que no ensino de artes incluíam artes plásticas, música e as artes cênicas, que deveriam ser ministradas por um único professor. A partir da década de 1980, as pesquisas sobre o ensino de arte multiplicaram-se, sobretudo, estudos acerca da proposta triangular. Sendo que essa envolve três vertentes, se ver a seguir:

No Brasil, a professora Ana Mae Barbosa, adaptou a teoria DBAE ao nosso contexto, denominando-a Propostas Triangular que envolve três vertentes: o fazer artístico, a leitura da imagem (obra de arte) e a historia da arte. Diz Ana Mae (1991, p. 10): O que a arte na escola principalmente pretende é formar o conhecedor, fruidor e decodificador da obra de arte (...). A escola seria a instituição publica que pode tornar o acesso a arte possível para a vasta maioria dos estudantes em nossa nação (...)”.(BARBOSA, 2008p.02)

Outro fato marcante no sistema de ensino do Brasil foi aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996 e atualizada em 2001:

(16)

14 A lei 9.394/96 contém as Diretrizes e Bases que vão orientar a educação nacional nos próximos anos. Seus 92 artigos representam um novo momento do ensino brasileiro: neles vemos refletidos muitos dos desafios e esperanças que movem o trabalho de tantos educadores numa nação de realidades tão diversa. (RAMAIL, 1997,p.12)

O ensino de arte foi garantido na nova LDB, que determina que a Educação Artística seja componente curricular obrigatório no Ensino Básico (pré-escolar 1° e 2° graus/ art. 26, 2°.). O objetivo é promover o desenvolvimento cultural dos alunos. Práticas adotadas na década de 30 ainda são adotadas em salas de aula até os dias atuais.

A pesquisa realizada busca um conhecimento aprofundado da Escola Instituto Santa Juliana. Para tanto, retrata a antiga estrutura e a história da primeira metade da década de 1930 das Servas no ensino da arte, que teve como marco inicial a vinda destas da Itália para Sena Madureira. Com isso, foram pesquisados documentos antigos, realizadas conversas com a irmã Juliana e analisado todo um acervo escrito que a mesma tinha guardado há anos. Por conseguinte, foi proposta uma exposição para os colegas de turma, com o intuito de reconhecer o cotidiano escolar do Instituto Santa Juliana, dos discentes que por aqui passaram e deixaram história de criatividade, lutas e vontade de aprender, visto que os atuais estudantes não têm noção da história das Servas de Maria dentro da Escola.

(17)

15 1. INSTITUTO SANTA JULIANA

O Instituto Santa Juliana começou a funcionar em 1922 com um prédio construído em paxiúba1 com cobertura em palha na mesma localização em que se encontra hoje. No início, o corpo docente era formado por algumas professoras da região acriana, com intuito de suprir algumas necessidades básicas dos ribeirinhos que viviam em situações precárias de ensino e condição social.

1.1. Criação do Instituto Santa Juliana

A partir da análise documental realizada nos acervos da Congregação, observa-se que a ideia da criação do Instituto Santa Juliana surgiu através de uma carta dirigida ao Papa Bento XV, por Dom Próspero Maria Gustav Bernard, primeiro bispo a tomar posse na recém-formada Prelazia do Acre e Purus. Por meio de carta dirigida, solicitava a presença da Congregação das Servas de Maria Reparadoras para a região do Acre. Em sua carta a principio foram solicitadas seis irmãs religiosas que estivessem dispostas a assumir tal missão.

Segundo pesquisas houve grande receptividade das irmãs o que deixou a fundadora da Congregação muito surpresa, pois a maioria se manifestou disponível para assumir o grande desafio de ser missionária em uma região tão distante e desconhecida. Então um dos objetivos era fundar e construir uma escola para crianças e jovens na recém-fundada cidade de Sena Madureira no alto rio Purus no Território do Acre, para que fosse criada uma escola que não fosse subsidiada pelo governo local. A proposta era de manter o espaço com os recursos da Prelazia. Há possibilidade de que tenha sido confiada às irmãs a vigilância, a assistência e a participação voluntária na enfermaria do único hospital da cidade.

11

Paxiúba é nome popular de uma palmeira da família das Arecácias que ocorre na América Central do Sul e no Brasil, no estado do amazonas. Tem até 25 metros de altura, com frutos de forma globosa, com até 3 cm de diâmetro de coloração verde-amarelada, quando maduro.

(18)

16 1.2. Da Itália para o Acre

Assim, partiram as seis irmãs para uma missão, mesmo nunca antes saídas da Itália ou, ao menos, falando o idioma português. Mas, o entusiasmo e o desejo de fazer o bem em terras desconhecidas e levar a toda parte a viva caridade de Deus, levou-as a sair da Itália rumo ao Território Federal do Acre. O grupo formado por seis irmãs saiu de Gênova, abençoadas pela Madre fundadora da Congregação Maria Elisa Andreoli. Embarcaram em 27 de julho de 1921 em um navio militar, fizeram parada em Londres, Nova Iorque, Belém e Manaus, onde prolongaram a viagem por quatro meses devido à seca dos rios IACO e Purus. Nesse percurso aproveitaram para estudar a língua portuguesa. Finalmente as seis irmãs Servas de Maria Reparadoras chegaram ao seu destino à cidade de Sena Madureira, no dia 14 de novembro de 1921, após quatro meses de exaustiva viagem para as prelazias 2do Acre.

As irmãs missionárias eram Maria Constantina Giam, Maria Mercedes Andreello, Maria Ester Bresson, Maria Rosária Vettorato, Maria Margherita Dametto e a postulante Augusta Franceschi (depois irmã Maria Pellegrina). Foram recepcionadas pelo padre Miguel Lorezinni, autoridade civil. As filhas de Maria e uma grande multidão, acompanhadas à igreja foram recebido pelo respeitável bispo Dom Próspero Gustav Bernard, que celebrou uma missa e as abençoou.

Vale reportar a título de história oral, que no momento do desembarque das Servas de Maria, no porto principal da cidade, aconteceu um episódio bastante curioso: as irmãs atraíram bastante a atenção do povo por causa da cor rosada do rosto. Aqui houve quem comentassem que chegaram as ‘irmãs pintadas’. Mas o bispo passou a assegurar aos fiéis que não eram pintura rosada que as irmãs tinham na face e nos lábios, mas a cor da sua pele natural que logo desapareceria com a umidade e o excessivo calor da região

2

Prelaziaé um tipo decircunscrição eclesiásticaerigidapara atender a necessidades peculiares em um território (prelazia territorial) ou de um grupo de fiéis (prelazia pessoal). As prelazias territoriais e pessoais são similares àsigrejas particularese, como estas, têm fiéis,clero e pastor próprio.

(19)

17

amazônica. A irmã Maria Beatriz Costa, durante décadas narrava com frequência, de modo divertido, este episódio. Neste início como as irmãs não tinham ainda uma casa, o juiz de direito da época o Dr. João Virgulino de Alencar cedeu sua casa enquanto ele viajava. Começa a adaptação das irmãs ao clima acriano e à realidade insalubre do municípiode Sena Madureira.

A partir de então, passaram a se dedicar à educação nos vários níveis e dimensões para as pessoas da comunidade sena-madureirense. Neste princípio, as atividades desenvolvidas pelas irmãs foram duas: o ensino do catecismo duas vezes por semana, e, todos os dias durante dois meses, para aqueles que foram admitidos à primeira Comunhão. Por conseguinte passaram a ensinar aulas de corte e costura para algumas meninas das quais entre elas estavam a jovem Maria Ferreira, que alguns anos depois se consagrou uma das Servas da Congregação e que hoje podemos cumprimentá-la como Irmã Maria Juliana, aos 99 anos de idade, com muita lucidez, saúde e paz.

A vida de sacrifícios e de serviço das missionárias despertou de todas as maravilhas. O Padre Miguel Lorezinni, registrou em seu diário, que os comentários que faziam na cidade eram que as irmãs eram muito boas. Elas costuravam à mão, à máquina, bordavam, lavavam, faziam limpeza, em suma, nunca ficavam paradas. Adoeciam de malária, mas sempre trabalhavam da mesma forma.

As irmãs chegaram nesta cidade com o propósito de construírem a Escola do Instituto Santa Juliana. O colégio primeiramente foi construído em paxiúba em seguida de madeira, e inaugurado em 07 de setembro de 1922. As irmãs passaram a morar em dependências anexas ao prédio do colégio e começaram a receber meninas órfãs do interior, mandadas pelos seringalistas e pelo governo, além de receberem meninas internas e externas.

(20)

18 2.CRIATIVIDADE E ESTRATÉGIAS DAS SERVAS

O trabalho dessas mulheres dedicadas ao evangelho era voltado às pessoas que tinham dificuldades, necessitando de auxílio na saúde, educação e conhecimento. O ensino da religião e da arte em forma de artesanatos era uma forma de tornar as mulheres da época prendadas.

2.1. Teoria e Prática do Ensino das Servas

A atividade artesanal ainda não pode ser encarada como um ensino sistematizado da disciplina de Arte. Mas é uma semente histórica do ensino da disciplina que vem ganhando mais espaço agora. A opulência do ciclo econômico da borracha, durante os anos 30, fez com que Sena Madureira tomasse ares de uma cidade de fato. Diferente dos seringais justificava a necessidade de se construir uma escola. Em Sena Madureira a religiosidade sempre obteve grande força. Foi a primeira cidade da região do Acre a receber uma Prelazia, teve toda a sua história marcada pela influência dos Servos e Servas de Maria. E com esse sentimento de reconhecimento e de fraternidade, pautado pelo profundo respeito para com a importância histórica e social que o povo deste município tem para com a respeitável Congregação das Servas de Maria Reparadoras.

As servas e professoras davam aulas e já tinham a ajuda de professoras leigas. Para se manterem, um senhor ofereceu-lhes um pedaço de terra para plantarem macaxeiras e bananas. Na construção deste colégio as próprias irmãs ajudaram a limpar o terreno. Não obstante a dedicações dos coirmãos Servos de Maria não faltaram dificuldades nessa fase inicial do empenho missionário, sobretudo, ocasionadas pela nova realidade entre estas, a febre acometida pela malária. Uma das atividades mais importantes das irmãs do Acre era oeducativo escolar, de acordo com o relatório de fim de ano letivo, no qual a irmã Ester Bressan escrevia à madre superiora na Itália, irmã Maria Elisa Andreoli. A irmã lhe forneceu outra carta com detalhes mais particulares sobre seu trabalho e com o relato das atividades desenvolvidas referentes ao processo de ensino na educação estabelecida no colégio do Instituto Santa Juliana, manifestando a ideia de criação da Escola Normal.

(21)

19 2.1. Professores na Década de 1930

Visando a formação de professores primários, dos quais a cidade era carente, esta ideia nasceu de um grupo de pessoas da comunidade, constituído pelas Servas de Maria. Professores que ensinavam o indispensável às meninas moças, dentro do desejável para as exigências domésticas da época em flores de papel, pano, miçanga, parafina, cera e pedra ume, a bordar em branco, a lã, seda, fita, flocos e ouro, aos pontos brasileiros, variadíssimo em filó, a desenhar a crayon, souce, aquarela, pastel e óleo. Em comparação, é exatamente isso que vemos no ensino de artes nas escolas do ensino fundamental hoje. Em busca de abordagens, objetos e concepções que se traduzem em campo para historiadores. Surgem assim possibilidades de focalizar objetos antes poucos conhecidos e apresentá-los na tentativa de trazer á tona aspectos ignorados e que são fundamentais nesta pesquisa histórica, o que vem favorecer o entendimento de questões, até então pouco pesquisadas.

Os documentos acadêmicos de Maria Barbosa Bonfim e Marinaldo Gonçalves de Souza registram que desde sua chegada em Sena Madureira as Servas de Maria Reparadoras tiveram suas ações definidas em duas direções. A primeira delas era restrita a ação de assistência aos desvalidos, a segunda pautava-se na compreensão de que, para além dessa assistência aos pobres deveriam dirigir suas atividades para o campo educacional através de ações que permitissem a formação cultural dos alunos, em primeira instância e para extensão da população local. Se de um lado centravam seus esforços na formação cultural dos alunos que frequentavam o Instituto Santa Juliana, de outro expressam, através de suas ações educacionais uma concepção de educação que abrange tanto o conhecimento técnico quanto o teórico. Nesse sentido, é possível considerar que o elemento que organizava a proposta educacional das Servas era a preparação para o trabalho, assim o aluno deveria, para além de uma formação geral e, portanto cultural, ter uma formação que lhe permitisse exercer um ofício. Desse modo, os alunos aprendiam a ler e escrever, ao mesmo tempo em que aprendiam uma profissão. Dentre as profissões que eram ensinadas, destacam-se as de

(22)

20

ferreiro, carpinteiro, bordadeira e prendada, um nome generalizado para vários tipos de atividades.

No entanto, as escolas de prendas e músicas foram peças fundamentais na formação educacional das jovens desta época, num tempo em que não era comum a venda de roupas prontas em que a música fazia parte do entretenimento social. Conforme Ana Mae Barbosa:

Tendo feito o melhor possível para demonstrar que a história da arte não é somente necessária, mas na verdade inevitável no ensino da arte, surge a questão: que tipo de história da arte? Para isto não há uma resposta inteiramente certa ou definitiva. Um dos problemas consiste no fato de nossa visão do passado ser mutável. (BARBOSA, 2008p.19)

Permanece-se constantemente no ponto preciso onde o presente se torna passado. Este ponto não é fixo, mas se move inexoravelmente pra frente. Também se ousa sugerir que esse ponto não se move numa linha reta. No que se refere também a este universo artístico, para os jovens do sexo masculino, era disponibilizado o ensino de artes, as técnicas de gravuras, algumas técnicas desenvolvidas com sucesso foi a xilogravura e a litogravura. A professora Rosa Hoyos passou a ensinar marchetaria, montando pequenos pedaços de madeiras até que eles adquiram forma e significado artístico, era o objetivo de quem estudava e lidava com a marchetaria. A importância deste trabalho é o apuro da técnica do artista, conseguido a custo de muito estudo, dedicação e práticas diárias. A tendência de operar, de fazer, de criar, chega à ousadia de tomar para si a responsabilidade de uma Escola Normal que brilhantemente foi a primeira no ensino da arte na Educação do Vale do Acre e Purus.

Sobretudo, pela contribuição e pelo desenvolvimento fundamental prestado de forma singular, porém, contundente pela Congregação das Servas de Maria Reparadoras, que aqui se fixaram para dedicarem suas vidas e para mostrarem que são as pequenas mudanças, independentes de ações do governo, que fazem a grande diferença em qualquer sociedade.

No fim da década de 1920 e inicio da década de 1930 é que encontramos as primeiras tentativas de escolas especializadas em arte para crianças e adolescentes, inaugurando o fenômeno da arte como atividade extracurricular. (BARBOSA,2008, p.28).

(23)

21

O processo de introdução da arte no ensino no início do século XX foi marcado pelas experiências de modelos de ensino, assim, foram implantados modelos europeus e americanos, sem que o país desenvolvesse um modelo próprio.

(24)

22 3.DIFERENTES FORMAS DE ENSINAR

As irmãs ensinavam a ler, escrever e também prendavam as moças, preparando para a vida, como também formava outras servas, assim, existia uma diversidade de conhecimentos repassados, pois, a comunidade era carente de ensinamentos.

3.1 Exposição de Fotografias no Instituto Santa Juliana

Para mediar conhecimentos sobre a história das Servas de Maria, foi proposta uma exposição para despertar e conscientizar os alunos, professores e a comunidade do Instituto Santa Juliana. O evento foi realizado por este discente no mês de setembro de 2011, reconstituindo através da história em fotografias e mostrando a importância dos primeiros ensaios da história da arte desenvolvida pelas Irmãs da Congregação das Servas de Maria Reparadoras na Região do Vale do Acre e Purus. Com a intenção de responder às particularidades da arte na história e investigar como passou a ser desenvolvido o ensino da arte na educação escolar, sobretudo a partir de 1921, é que se fez necessário observar história em fotografias como instrumento de valorização e compartilhamento da identidade local.

Figura 1-Fotografia da Instituição e das Servas

(25)

23

Figura 3-Participante convidado para exposição

3.2. Processo de Montagem da Exposição

No dia 06 de junho de 2012, ás 19h30min inicia a exposição do projeto para colegas de turma, alunos e professores da escola Instituto Santa Juliana ressaltando a importância dessa exposição de fotografias e do tema do projeto ser abordado de forma simples e objetiva. Quanto ao material didático, foi criado um folder por ser um material detalhado e didático que explicita a necessidade que o presente projeto tem com o objetivo de proporcionar a difusão e o diálogo e produção artística. A confecção do folder como material didático mostra a importância de levar o Ensino Fundamental juntamente com toda comunidade a realizarem uma reflexão sobre como as diferentes formas de ensinar arte formaram a consciência nesta região.

3.2.1. Identificação da Escola

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Instituto Santa Juliana, trabalha ancorada ao Projeto Político Pedagógico, com foco voltado para o desenvolvimento das políticas educacionais curriculares, juntamente com a participação direta da comunidade escolar externa, onde não abrem mão de um fator tão influente que é a família, assim, a escola tem o dever de orientar e proporcionar às famílias dos alunos uma avaliação em si, para que não permaneçam ausentes do processo educativo dos seus filhos.

(26)

24

3.2.2. Caracterização da Escola

O prédio do Instituto Santa Juliana, situa-se na Avenida Avelino Chaves, n° 1234, Bairro Centro, em Sena Madureira – AC. Foi fundado em 07 de setembro de 1922, e teve como primeira diretora a professora Felismina Brasil Vieira. Hoje passados 90 anos de sua fundação contempla um marco de glória e dedicação à educação nos vários níveis e dimensões de um ensino formal para crianças e jovens que serviu como internato e espaço educativo.

3.2.3. Relação de Ambientes e Seus Respectivos Espaço

A escola em suas dependências possui 16 salas de aula no prédio anexo construído para suprir as necessidades de espaço, 22 salas de aula no antigo prédio, um pátio para recreações, oito banheiros masculinos e seis femininos para os discentes da escola. Para os funcionários são seis banheiros femininos e três masculinos, uma diretoria, uma sala dos professores e uma cantina. Em anexo tem o único museu da cidade.

3.2.4. Clientela

O Instituto Santa Juliana tem uma clientela de 1.342 alunos distribuída nos turnos de Manhã e Tarde do 6ª ao 9º com uma faixa etária 12 a 19 anos de idade.

3.2.5. Projeto Político Pedagógico da Escola

Instituto Santa Juliana contempla os estudantes com uma educação e formação voltados a partir de valores éticos, cristão, familiares e sociais, dos quais visam desenvolver o ser humano em seus aspectos físicos, cognitivos, psicológicos, etc. Valorizando as experiências diárias, ou seja, os conhecimentos que são adquiridos no dia a dia, dos quais haverá uma reconstrução e a aquisição desses conhecimentos acumulados. Esta instituição possui uma clientela diversa, sendo composta por crianças e adolescentes de todas as camadas sociais.

(27)

25 3.3. Plano de Aula

Escola: Polo Cedup Data: 28/09/2012

Hora: 19:00h ás 10:00h

Tema: Exposição de Fotografias do Instituto santa Juliana

Objetivo Geral

 Conhecer os registros existentes das Servas de Maria no Instituto e o trabalho realizado pelas mesmas para a comunidade.

Objetivo Especificos

 Compreender o ensino artístico em 1930;

 Investigar o papel das Servas na comunidade de Sena Madureira 1930;

 Importância no Ensino da Arte hoje na Escola.

Conteúdo/Tema

Um novo campo de trabalho foi destinado para a Congregação das Servas de Maria Reparadoras: a Missão do Território Federal do Acre. “O Papa Bento XV instituiu para esta região a Prelazia nullius Alto Acre e Purus”, e confiou-a a Ordem das Servas de Maria em particular à Província de Romagna. Dom Prospero M. Gustav Bernard, foi o primeiro bispo a tomar posse na recém-formada Prelazia, estavam acompanhado por quatro co-irmãos. A imensa extensão da missão exigiu alguns trabalhos específicos, para tanto se tornou necessária à colaboração de um grupo de irmãs.

Dom Próspero Maria Gustav Bernard, através de carta dirigida ao Papa Bento XV, solicitou a presença da Congregação das Servas de Maria Reparadoras para esta região. Em sua carta a principio é solicitada seis religiosas que estariam dispostas a assumir tal missão. A receptividade das irmãs deixou a fundadora da Congregação surpresa, pois as mesmas se mostraram disponíveis para assumir o grande desafio de ser missionária. Esta missão, em seu objetivo imediato, era de fundar e construir uma escola para crianças e jovens, na cidadezinha de sua residência, isto é, na recém fundada cidade de Sena Madureira no alto rio Purus, para tanto, que fosse criada uma

(28)

26

escola, que não seria subsidiada pelo governo local, mas que se manteria muito bem com os recursos da Prelazia. Pois, a probabilidade de que venha confiada às irmãs a vigilância, a assistência e, a participação na enfermaria do único hospital da cidade.

Metodologia

Foi desenvolvida uma aula expositiva para diversas pessoas tanto da comunidade como do colégio Instituto Santa Juliana. Para isso, as fotos foram colocadas em murais de isopor para que os visitantes pudessem admirar e realizar perguntas sobre a exposição, assim o responsável pelo evento explicou sobre as imagens e a importância no ensino da arte nos dias atuais, ressaltando que o estudo da história da arte pode ajudar os alunos a organizar as informações, a hierarquizá-las. Enfim a transformar informação em conhecimento. Esta exposição procurou contemplar como forma de reconhecimento, com vistas à integração das atividades artísticas ao processo educativo na primeira metade da década de 1930 para os estudantes de hoje, por sua vez teve um papel valioso: propiciou a discussão, o debate e a troca de experiências, que ajudarão na produção do saber artístico em arte.

3.4. Apresentação e Análise dos Resultados Obtidos

A coleta de dados foi realizada através de visitas e pesquisas ao acervo das Servas de Maria Reparadoras a partir da análise documental sobre o período que centraliza a análise, situado na primeira metade da década de 1930, destacando a ação educacional e os aspectos mais históricos sobre o ensino de artes. Oportunidade em que várias fotografias históricas de turmas de alunos deste período e fotografias que registraram a evolução nas estruturas do prédio do Instituto Santa Juliana. Os dados obtidos em pesquisas e informações encontradas em livros, jornais, registro escolares do Instituto, depoimentos de ex-alunos e, das próprias Servas de Maria Reparadoras, com informações que identificam as práticas que marcaram esse período. Os visitantes ficaram e perguntaram onde tinham sido adquiridas aquelas imagens tão antigas que eles desconheciam, sobre as fases e a arquitetura do Instituto Santa Juliana, sobre as fotografias das primeiras missionárias e etc. Muitas perguntas surgiram a respeito da escola.

(29)

27 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto a história das Servas de Maria contribui para que os discentes de hoje conheçam como era realizado o ensino da arte na década de 1930. Com esse intuito é preciso que sejam realizadas aulas que envolvam o ensino da arte das Servas, de forma que mostre os efeitos e contribuições no conhecimento do ensino escolar, importante que os discentes pesquisem essa história para que conheçam o quanto esse colégio tem história. Pois as Irmãs Servas Reparadoras de Maria são reconhecidas por sua atuação no atendimento social, principalmente na área da saúde como também da educação, onde foram pioneiras, constituindo-se como um marco no atendimento da enfermagem. Educar era um caminho árduo, mas, essas religiosas responderam às necessidades educacionais da época, com intervenções concretas, dedicando seus esforços à educação da juventude e demonstrando um desempenho quase heróico nesse ministério, desempenho que se traduziu em grande impulso para o progresso da cidade. Uma identidade marcada pelo compromisso com a formação do educando, com a sociedade e seu porvir.

Para enriquecer ainda mais a pesquisa compareceu uma ex-professora com o nome de Robélia Fernandes da cidade de Rio Branco AC, que exclamou emocionada que tinha vivenciado esta trajetória. E disse, categoricamente, que a vasta e rica história das Irmãs Servas de Maria Reparadoras, no Acre, constitui-se como material fecundo para historiadores, estudiosos e pesquisadores dos feitos memoráveis. Contudo, o privilégio de ter feito parte do corpo docente do Instituto São José, em Rio Branco, fundado e dirigido por Irmãs dessa Congregação, permite algumas palavras para saudá-las ao ensejo em que se comemoram os noventa e um anos dessa inestimável presença. Noventa e um anos de contribuição em favor da promoção humana, intelectual e espiritual do povo acriano. O resultado é satisfatório quando a comunidade e discentes admiram com interesse as obras realizadas naquela época, é impressionante como observam as histórias vividas pelas pessoas da nossa região.

(30)

28 REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana Mae. Ensino da Arte – Memória e História. São Paulo:

Perspectiva, 2008.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: 5° a 8° series – Arte; Ministério da Educação e Desporto, Secretária de Educação Fundamental. Brasília:

MEC/SEF, 1998.

Enciclopédia Itaú Cultural – Artes Visuais: Academia Imperial de Belas Artes–

Aiba.

Disponível em:

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?feseactio n-mearcos_textos&cd_vergete=332 > Acesso em: 10 de outubro de 2012.

FISCARELLI. R. B. O MATERIAL DIDÁTICO E PRATICA DOCENTE.

Disponível em: < http://seer.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/454/333 >. Acesso em: 10 de outubro de 2012.

EDITORA MODERNA. Proposta Triangular. Literatura Moderna. Disponível em: < http://literatura.moderna.com.br/literatura/arte/icones/proposta >. Acesso em: 10 outubro de 2012.

Disponivel em:

http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/5670/1/2006_Moises%20Lucas%2 0dos%20Santos.pdf. Acesso 28 outubro de 2012.

Disponivel em: http://lauraliceheberle.blogspot.com.br/2011/07/o-ensino-das-artes-no-brasil.html. 20 outubro de 2012.

(31)

29 ANEXOS

Anexo 1. Fotografia do Instituto Santa Juliana, das irmãs e dos educandos que por lá passaram.

Referencias

Documento similar

Durante a trajetória acadêmica, atua-se em áreas da Enfermagem voltadas à assistência-hospitalar, saúde pública, ensino e pesquisa, assim percebe-se que a

directamente polos centros de Ensino Medio, a iniciativa de docentes da Facultade de Matemáticas, mediante o Programa “A Ponte entre o Ensino Medio e a USC” ou en colaboración entre

Como foron definidos o pasado curso, os Encontros A Medida son propiciados por distintas canles: directamente polos centros de Ensino Medio, a iniciativa de docentes da Facultade

UNIDADE DIDÁCTICA 4: Análise a curto prazo da ondada- 15 Como a varianza da elevación da superficie libre, , baixo unha onda regular coincide coa metade do cadrado da amplitude,

No que se refere ao 3.º ciclo (7.º, 8 e 9.º anos), a História torna-se uma disci- plina autónoma, o currículo de história é organizado em espiral, o que implica o ensino de

A magnitude da diferença nos desempenhos dos alunos como efeito do ensino, faz com que muitos pesquisadores venham enfatizando que a efetividade do professor, mais

A ênfase que nossa autora imprime em suas ações sempre foi ancorada em um olhar feminista que se faz necessário em um país no qual as conquistas das pessoas do sexo feminino

A minha tese é, pois, a de que o modelo de escola graduada, para além de dar resposta a um anseio de modernidade, nitidamente alinhado pela experiência dos Estados alemães,