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TítuloO rádio como canal para a divulgação de ações de responsabilidade socioambiental sob a luz da doutrina sociodinâmica que pressupõe a ação direta sobre o todo social

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Academic year: 2020

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(1)EA, RECURSOS E EQUIPAMENTOS ISSN: 1887-2417. eISSN: 2386-4362. O rádio como canal para a divulgação de ações de responsabilidade socioambiental sob a luz da doutrina sociodinâmica que pressupõe a ação direta sobre o todo social The radio as a way to divulgue actions of socioenvironmental responsability under the sociodynamique doctrine perspective that assumes direct action on the social whole Cristiane Hengler Corrêa Bernardo e Angélica Góis Morales. Unesp. (Brasil). Resumo Este artigo busca discutir, à luz da doutrina sociodinâmica, a utilização do rádio como canal para que as agroindústrias divulguem suas ações de responsabilidade socioambiental. O objetivo foi oferecer elementos que possam aproveitar o rádio em todas as suas possibilidades e potencialidades, buscando destacar vantagens do rádio com relação a outros meios. É fundamental que as organizações entendam a necessidade da divulgação de suas ações socioambientais, pois os princípios da administração incluem alguns para a imagem organizacional. Como metodologia utilizou-se a pesquisa qualitativa, com aplicação de questionários em 59 agroindústrias de dois municípios localizados na área de abrangência da microrregião do espigão divisor Peixe e Aguapeí, no extremo oeste paulista, Brasil. Os resultados obtidos apontam para uma falta de entendimentos sobre a importância na divulgação das ações, que apesar de, muitas vezes, empreendidas, não são divulgadas. Há o esforço dispendido e o potencial comunicativo não é aproveitado. Percebe-se que a não importância está diretamente relacionada ao baixo valor que as organizações atribuem as próprias ações de responsabilidade socioambiental. Em grande como tais. Abtract This article discusses, under the sociodynamics doctrine perspective, the use of the radio as a way for the agroindustries divulgue their socio-environmental responsibility actions. The objective was to provide elements that can enjoy the radio in all its possibilities and potentialities, with special emphasis on radio advantages over other means of communication. It is essential that organizations understand the need for propagation of its socio-environmental actions, because the principles of management include some subjective elements that if not observed can mean a great loss to the organizational image. The methodology we used was the qualitative research, with questionnaires in 59 agroindustries of two municipalities located at Peixe and Aguapeí region, in the far west of São Paulo, Brazil. The results point to a lack of understanding about the importance of the. DOI: 10.17979/ams.2015.2.20.1623 ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. ambientalMENTEsustentable. 519. xullo-decembro 2015, ano X, vol. II, núm. 20, páxinas 519-532.

(2) CRISTIANE HENGLER CORRÊA BERNARDO. E. ANGÉLICA GÓIS MORALES. seen that no importance is directly related to the low value that organizations attach their own socioenvironmental actions. In most answers, the organizations can not even identify the actions as such. Palavras-chave rádio; responsabilidade socioambiental; comunicação e meio ambiente; comunicação no agronegócio Key-words radio; environmental responsibility; communication and environment; communication in agribusiness. Introdução stakeholders – público de interesse – proposto por STONER e FREEMAN (1999), no A sociedade atual, mais do que nunca,. qual todas as pessoas e/ou instituições. tem atrelado a imagem de uma organiza-. que afetam ou são afetadas pelas ações. ção aos valores sob os quais essa imagem. empreendidas por uma organização são. é construída. Uma organização que não. considerados seus públicos de interesse,. se preocupa com o meio ambiente, com. ampliam exponencialmente o conceito an-. questões sociais e até mesmo culturais,. tigo de público interno e externo.. tem encontrado problemas com a construção ou manutenção da sua imagem pe-. Diante de tal contexto, estar estritamente. rante a opinião pública.. alinhado com o que todos esses públicos desejam e expressam, passa a ser tão im-. Tal exigência, em grande parte, se dá em. portante para uma organização quanto o. função da nova forma como a sociedade. porquê compram determinado produto ou. se organiza em um mundo globalizado que. -. oferece também concepções de público e. rante esse argumento, encontra-se inseri-. de interações midiáticas mais adequadas. do o tema que se discute neste artigo e. a essa nova realidade. Todas essas alterações passam a requerer das organizações. variados setores da sociedade – a respon-. um cuidado maior com o relacionamento. sabilidade socioambiental.. com seus públicos, isso inclui também suas relações com a mídia, principal canal para a formação da opinião pública (BERNARDO, 2015).. Esse debate encontra aporte em SOUZA delo de desenvolvimento, proposto para o século XXI, e vinculado ao conceito de. A atualidade deixou de lado conceitos de. sustentabilidade, que prevê a integração. públicos que se vinculavam apenas na. das dimensões sociais, econômicas e am-. relação direta com a organização, media-. bientais, surgiu com objetivo de solucionar. da, principalmente, pelas relações eco-. os problemas decorrentes do crescimento. 520. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(3) O rádio como canal para a divulgação de ações de responsabilidade socioambiental. econômico e as necessidades com a pre-. relação direta que as agroindústrias esta-. servação ambiental e com a redução da. belecem com o meio ambiente.. miséria. É nesse contexto que se desenvolve a proTACHIZAWA. -. posta apresentada neste artigo que busca. -. efetuar uma discussão, à luz da doutrina. ganizações como uma resposta às exi-. sociodinâmica1, sobre o uso do rádio en-. gências do novo cliente, denominado de. quanto veículo de comunicação, para que. consumidor verde e ecologicamente cor-. as agroindústrias possam divulgar suas. reto. Ressalta ainda que este é o único. ações de responsabilidade socioambiental.. caminho para as organizações que pretendem manter-se no mercado de modo. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi. duradouro e obtendo lucros.. oferecer elementos informativos que possam aproveitar o rádio em todas as suas BERNARDO. possibilidades e potencialidades, buscando. (2015), para a imagem da organização não. a utilização deste veículo como um canal. basta que esta realize ações de responsa-. oportuno para tornar públicas as ações de. bilidade socioambiental, esta tem que ser. responsabilidade socioambiental das organi-. divulgada para que a ação não seja ape-. -. nas empreendida; é necessário que che-. cam restritas ao seu próprio espaço interno.. gue ao conhecimento dos públicos.. ZIADEL e. CABERTRÉ; GRA-. -. (2008) ao dize-. tais realizadas pelas agroindústrias dos. rem que é necessário o acompanhamento. municípios de Tupã e Marília, localizadas. e utilização de procesos comunicacionais. -. adequados para divulgar as ações desenvolvidas, de modo a dar visibilidade aos projetos, para que a sociedade possa ter. meio de comunicação entre agroindústria. parâmetros para avaliar tais projetos.. e seus públicos. -. -. ciedade atual, as agroindústrias, dentre a. rios em 59 agroindústrias situadas na re-. tantas outras organizações, tornam-se um dos principais alvos de crítica no que se refere às suas relações com o meio am-. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 1 É decorrente da doutrina culturalista e pressupõe uma ação direta sobre o todo social, constituindo um retrato permanente da cultura (MOLES, 1975). 521.

(4) CRISTIANE HENGLER CORRÊA BERNARDO. E. ANGÉLICA GÓIS MORALES. gião de abrangência dos dois municípios. 2022, como o grande veículo de comuni-. citados e os resultados foram analisados. cação de massa”. quali-quantitaviamente.. xão dizendo que mesmo perdendo espa-. -. ço para a televisão, o rádio foi valorizado A escolha do rádio como veículo de comu-. no jornalismo, em decorrência da depen-. -. dência constante da informação on line,. -se ao fato de ser a mídia mais acessível. “o tempo que se passa nos automóveis. aos diferentes públicos atingidos por uma. e a necessidade de fazer várias coisas ao. agroindústria. E para compreender tais. mesmo tempo tornam o rádio uma com-. potencialidades traça-se um referencial. panhia cada vez mais cômoda, prática e. sobre este veículo.. econômica” (NASCIMENTO, 2000, p.11). ORTRIWANO. O rádio e suas potencialidades para o público do agronegócio. o veículo de comunicação de massa mais popular dentre os demais e que, se constitui, muitas vezes, o único instrumento para levar informações para populações de regiões que não têm acesso a outros meios,. As transformações ocasionadas pelas tec-. ou culturais.. nologias da informação e da comunicação abrem uma discussão sobre o potencial. Enquanto veículo de comunicação de mas-. do rádio e suas perspectivas futuras. Des-. sa, o rádio, detém algumas vantagens com. de a primeira metade do século XX, com. relação a outros meios. Talvez as principais,. o surgimento da televisão, discute-se o. -. horizonte que ainda se poderia vislumbrar. jam: possibilidade de atingir a todos os pú-. para o rádio.. blicos, uma vez que apresenta baixo custo para aquisição; permitir com que o público. Apesar desses horizontes, na ocasião,. possa ouvir as informações ao mesmo tem-. apresentarem-se como limitados a um. po em que desenvolve outra atividade; a. curto espaço de tempo, não foi o que re-. não necessidade de um ouvinte alfabetiza-. almente ocorreu até os dias atuais. O jornalista Carlos Nascimento, no prefácio da obra de. (2000, p.11), diz que “a. em regiões onde, muitas vezes, é o único meio disponível (ORTRIWANO, 1985).. velocidade, a simplicidade e a popularidade são virtudes que farão o rádio chegar. COMASSETTO (2008) desenha um cená-. ao seu primeiro centenário no Brasil, em. rio interessante a respeito da utilização do. 522. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(5) O rádio como canal para a divulgação de ações de responsabilidade socioambiental. rádio como potencial instrumento para as. garantindo, não apenas uma sobrevida no. agroindústrias, ainda nos anos de 1940,. universo dos veículos de comunicação,. quando então, iniciaram prósperas ativida-. mas também perspectivas de um futuro. des agropecuárias no oeste do estado de. promissor, uma vez que as características. Santa Catarina e, que mais tarde, tornar-. contidas na linguagem do rádio continuam. -se-iam parte de um importante complexo. adequando-se às necesidades dos mais. agroindustrial. O autor relata a importância. variados públicos. A sociedade integrada. da comunicação para o setor ao descreve. por um público multi-tarefário e a falta de. que “[...] a comunicação com os produtores. interesse pela leitura, têm garantido tais perspectivas.. para a difusão de tecnologias, apoio técnico e outras orientações fundamentais ao. Torna-se importante ressaltar que os veícu-. processo de criação, recebimento e entrega. los de comunicação, independente de ser o. dos animais” (COMASSETTO, 2008, p.319).. rádio ou qualquer outro, têm um papel fundamental na construção da opinião pública. Desde os anos de 1940 até os días atuais. e é nesse sentido que se ancora a discus-. muita coisa mudou. Não apenas novas tec-. são deste artigo que compreende a utiliza-. nologías estão a disposição das socieda-. ção da mídia pela agroindústria no fortale-. des, como também as próprias linguagens. cimento e manutenção da sua imagem.. se alteraram. No entanto, algumas carac-. relevante para a comunicação de massa.. A mídia e a construção da opinião pública. Hoje, o rádio encontrou uma nova forma. Atualmente, a mídia, já ampliada em seus. de transmissão, o rádio digital, que ga-. veículos de comunicação, ganhou um. nhou o mundo virtual, garantindo mais. cunho mais comercial que propriamente. uma fatia de público nesse concorrido uni-. ideológico. Sua manutenção, propiciada. com que este permanecesse um veículo. verso da comunicação globalizada. Dentro desse universo da web, o rádio “vive um. publicista.. lução trazida pela convergência tecnoló-. E, apesar do jornalismo, assumir uma pos-. gica” (HERSCHMANN; KISCHINHEVSKY,. tura de objetividade e imparcialidade, am-. 2008, p.102).. bos são mitos que se desmontam diante da estrutura de uma mídia essencialmente. Nesse contexto, pode-se dizer que o rá-. capitalista (BERNARDO, 2010).. dio tem encontrado alternativas que vêm. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 523.

(6) CRISTIANE HENGLER CORRÊA BERNARDO. E. ANGÉLICA GÓIS MORALES. Nesse contexto, pode-se dizer que é nesta. mações que orientem os indivíduos e per-. e por esta mídia que a opinião pública é construída, tendo suas bases nos interes-. este ou aquele conceito”.. ses de uma classe dominante e daqueles que mantém poder de organização social. A administração contemporânea apresenta. -. alguns princípios subjetivos que, quando não. zes, a divulgação de informações que não. observados, podem representar um grande. são consideradas pela mídia como sendo. prejuízo para a organização. Bens intangíveis. de interesse público, deixando a margem. ganharam um novo valor e o cliente passou. uma grande parcela da população.. a valorizar aspectos que vão além do custo do produto ou serviço. As contribuições com. Tal lacuna deixada pela mídia pode repre-. o bem-estar social, ambiental e econômi-. sentar para as pequenas agroindústrias. co ancoram essa sociedade balizada pelos. um obstáculo importante para a divulga-. princípios da sustentabilidade, pelo menos. ção de suas ações na busca pelo fortale-. no que se refere às estratégias de comunica-. cimento de sua imagem perante a opinião. ção buscadas pelas organizações.. pública. Todavia, a capacidade de mobilidade e inovação, por parte da visão es-. -. tratégica do administrador, pode propiciar. co da agroindústria apresenta-se uma su-. uma oportunidade neste disputado es-. cessão de públicos e fatores que podem. paço midiático, responsável por formar o. determinar a existência de uma comunica-. que se denomina de agenda setting (BER-. -. NARDO, 2015).. -se à relação que a agroindústria mantém com os seus públicos, sejam eles forne-. Frente a esse conceito, torna-se impera-. cedores, pequenos ou grandes proprietá-. tivo que as organizações divulguem suas. rios rurais, e com níveis de conhecimento. opiniões junto aos seus públicos e a mídia. distintos. O mesmo ocorre em relação aos. é o principal canal para efetivar essa ação.. seus colaboradores e consumidores (BER-. Essa palavra de ordem encontra amparo. NARDO; BERNARDO, 2013).. em WEY (1983, 25), quando este alega que a importância que deve ser dada pela. Outra questão, que se apresenta como. organização à opinião pública vai além do. bastante sensível, trata-se da responsabilidade ambiental. Uma vez que a agroin-. que com o objetivo de evitar com que o. dústria está diretamente ligada a uma ca-. público repudie a empresa ou produtos e. deia que envolve direta e indiretamente o. serviços, “[...] há necessidade de uma ali-. meio ambiente e seus recursos naturais, tal. mentação permanente e regular de infor-. prepcupação passa a ter um sobrepeso.. 524. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(7) O rádio como canal para a divulgação de ações de responsabilidade socioambiental. Não há como produzir sem preocupar-se. questões ambientais têm que pensar a co-. com os efeitos dessa produção ao meio. municação como um processo integran-. ambiente, tanto com relação à comunida-. te do seu planejamento estratégico. Não. de do entorno, quanto com o planeta.. pode ser apenas uma ação isolada.. ROBBINS (2000, p.19) corrobora com essa. Do mesmo modo essa orientação se aplica às ações de responsabilidade social, as. sociedade com relação aos negócios mu-. quais deverão fazer parte da política da or-. daram. “Nos anos de 1950, uma siderúrgi-. ganização, atentando-se para os compro-. ca poderia ter quase certeza de que sairia. missos éticos, sociais e de transparência.. impune da contaminação de um rio ou do CABESTRÉ; GRAZIADEL e. -. não”. Nesse sentido torna-se imperativo o. LHO (2008, p.42) corroboram com essa. fortalecimento da imagem de uma organi-. -. zação como sendo responsável ambiental. ganização tem uma postura responsável,. e socialmente.. irá atrair “[...] o interesse dos consumido-. Ressalta-se que tal fortalecimento não. e outros importantes segmentos da socie-. pode ser construído apenas por meio dos. dade, que a valorizam e a diferenciam em. seus projetos de responsabilidades socio-. relação às demais”.. ambientais, mas, principalmente, com a divulgação dos mesmos.. Nesse sentido, a responsabilidade socioambiental torna-se para a comunicação,. O papel estratégico da comunicação para a divulgação das ações socioambientais. um instrumento de suma importância na manutenção da imagem organizacional. Vende-se um discurso que a opinião espera, posicionando-se de modo “politica-. Diante de tais demandas apresentadas. mente correto” perante seus stakeholders.. pela sociedade atual e a formação da opinião pública divulgada, principalmente,. ASHLEY. por meio da mídia, torna-se essencial que. dizer que uma organização que desejar a. a organização passe a vislumbrar a comu-. sua sustentabilidade, precisará ter compe-. nicação de modo sistêmico.. tência para gerir a rede de relacionamentos com todos os seus públicos.. CABESTRÉ; GRAZIADEL e. -. LHO. SABBATINI (2008) diz que a comunicação. que desenvolvem projetos orientados para. organizacional contemporânea é indispen-. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 525.

(8) CRISTIANE HENGLER CORRÊA BERNARDO. E. ANGÉLICA GÓIS MORALES. sável para as organizações, uma vez que. paulista, Brasil. A área comporta um conjunto de 43 municípios, sendo que quatro. organizacionais, tornando-os mais coesos. deles, quais sejam: Marília, Tupã, Adamunicípios-sede de microrregião político-. Além disso, por meio da comunicação po-. -administrativa. As agroindústrias analisa-. dem ser abertos diversos canais de comu-. das nesta pesquisa estão localizadas em. nicação com todos os públicos da organi-. dois munícipios-sede – Marília e Tupã.. de informações, imprescindível para que. A microrregião de Marília, dentre as qua-. a organização esteja sempre em alinha-. tro, é a que apresenta uma maior con-. mento com os desejos e anseios dos seus. centração industrial. Todavia, as demais. públicos.. regiões têm sua economia mais concentrada no setor agropecuário, apesar de, no conjunto, apresentarem indicadores so-. Delimitação metodológica da pesquisa. cioeconômicos com médias inferiores às Brasil (GIL, 2007). A comparação se deu por meio de pesquisa de campo, na qual foi utilizado um. análise dos mesmos utilizou-se o estudo. questionário para coleta de dados. O ma-. comparativo e analítico, delimitando-se. croambiente foi analisado de acordo com. como locus espacial: a agroindústria lo-. suas principais forças: ambiente demo-. calizada em dois municípios da área chanatural; ambiente tecnológico; ambiente (FIGURA 1), localizada no extremo oeste. sociocultural, político e legal.. da região já descrita, para que fossem gência e selecionadas as agroindústrias a serem analisadas, foram levantados os asestado de São Paulo. Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente. 526. pectos descritivos, nos quais, por meio de questionário aplicado nas agroindústrias,. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(9) O rádio como canal para a divulgação de ações de responsabilidade socioambiental. pode-se elencar as ações de divulgação. RALES que tinha como espaço o mesmo. de responsabilidade socioambiental reali-. recorte desta pesquisa, assim como a te-. zadas por estas agroindústrias. projeto intitulado “Gestão e educação AmApós levantamento, seleção e descrição,. biental nas empresas do setor agronegó-. foi feita a análise crítica do material coletado, atendendo, desta forma, ao objeti-. de multicasos no extremo oeste paulista”.. vo geral do projeto com a proposição de -. Dessa forma, para otimizar esforços, op-. nicação de ações de responsabilidade so-. tou-se por elaborar um questionário que. cioambiental realizadas pela agroindústria. atendesse aos interesses de pesquisa de. da região descrita.. ambas as pesquisadoras e esse instrumento acabou por trazer possibilidades de cruzamentos de informações interes-. responsabilidade socioambiental proposto. santes e importantes para ambas as pes-. por ROBBINS (2000) que inclui uma gama. quisas.. de questões, como: relações com a comunidade e funcionários; desenvolvimento e responsabilidade pelo produto; respeito. Resultados e discussões. restamento; segurança ambiental, entre outras.. Diante de tal contexto, a pesquisa apresenta algumas discussões bastante rele-. Finalizando, adotou-se como conceito de. vantes e que indicam a imensa lacuna que. -. pode ser explorada pela comunicação or-. municação integrada, de (2009), na qual a. ganizacional junto às agroindústrias para o. divulgação, por meio do rádio, vai se cons-. fortalecimento de suas imagens nas pers-. tituir em um instrumento que compõem a. pectivas social e ambiental.. política de comunicação da agroindústria. -. Tal argumento torna-se possível frente aos. ciência dentro de uma abrangência da co-. resultados que passam a ser discutidos, a. municação integrada gerenciada por uma. partir dos dados coletados em 59 agroin-. administração com visão sistêmica.. dústrias dos municípios de Tupã e Marí-. Ressalta-se ainda, que a pesquisa foi apli-. o objetivo de preservar a identidade das. cada em conjunto com a pesquisadora. mesmas.. GÓIS MO-. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 527.

(10) CRISTIANE HENGLER CORRÊA BERNARDO. E. ANGÉLICA GÓIS MORALES. Entre as respostas percebe-se uma falta. rios para essa veiculação, sendo que essa. de conhecimento evidente sobre o que. última alega que não utiliza outros meios. é comunicação organizacional e, muitas. por falta de pessoal capacitado.. -. Das 16 empresas que não divulgam suas. -. ações de responsabilidade socioambien-. sa B, localizada no município de Tupã, ao. tais, 10 delas alegam não veicularem por. escolher a alternativa não para a questão. não possuírem ações (empresas G, H, I,. de número 2 que questionava se divulgava. -. suas ações de responsabilidade socioam-. zar as informações com as respostas da-. biental. “Não fazemos publicidade, traba-. das a primeira questão formulada para o. lhamos como terceirizados”. A empresa B argumenta que desenvolve como ação de. duas delas (empresas I e L) é a de que. responsabilidade socioambiental o uso de. não divulgam porque suas ações são ape-. -. nas internas. Ou seja, elas realizam ações. tilização de descartes de serragem em seu. socioambientais, mas julgam não serem. -. importantes para divulgação, por acredi-. dução de móveis, em que a empresa atua,. tarem que ações internas não sejam do. seria muito positiva para a sua imagem a. interesse do público externo.. divulgação dessa ação de responsabilidade socioambiental que pode impactar di-. -. retamente na sua marca, entretanto, esta. -. não é utilizada pela empresa.. sas I e L que poderiam fazer uso dessas ações relacionadas a responsabilidades. No município de Tupã, das 22 empresas. socioambientais que já realizam, para o. entrevistadas, apenas seis delas utilizam. fortalecimento de suas imagens perante a. algum veículo de comunicação para divul-. opinião pública.. gar suas ações de responsabilidade socioambiental. Dessas seis empresas apenas uma, a empresa V, faz uso do rádio como. pela empresa O. A empresa U diz não pos-. veículo para divulgar suas ações, sendo. suir ações, mas pretender implantá-las no. que esta também utiliza a televisão e o. futuro. A empresa T relata que “não pos-. jornal impresso. Três empresas indicam. sui até o momento oportunidades para a. utilizar a internet para suas divulgações. realização de tal feito”. As demais apenas. (Empresas A, J, Q), uma utiliza folhetos. relatam que não possuem tais ações, sem. (empresa M) e outra (empresa X) indica. determinarem o motivo.. utilizar os próprios manuais de maquiná-. 528. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(11) O rádio como canal para a divulgação de ações de responsabilidade socioambiental. zam ações, mas não divulgam, são diver-. rádio. Vale ressaltar que entre as oito em-. -. presas que utilizam mais de um meio, to-. sente trabalho. A empresa B, como citado. das incluem a internet entre estes; quatro. anteriormente, diz não divulgar por não. (empresas AU, BB, BI e BO) incorporam a. fazer publicidade”. Fica claro que a ideia,. televisão; três (empresas AF, BI e BH) ci-. neste caso da divulgação está diretamente. tam o jornal impresso; duas (empresas BJ. ligada a ideia de que a divugação só pode. e BK) delas incluem o rádio e apenas uma. ser realizada por meio da propaganda. Ig-. (empresa BB) as revistas.. norando outras formas de comunicação, que muitas vezes, podem ser até mais. As outras 15 empresas que não utilizam. -. veículos de comunicação para divulgar. cional.. suas ações de responsabilidade socioambiental têm alegações distintas para a. A empresa C diz que “o importante é fa-. ausência de tal divulgação. Quatro delas. zer a ação e não divulgar”. Já a empresa D. (empresas AJ, AS, AX e BF) dizem não ter. alega que “nunca conversaram a respeito. a responsabilidade socioambiental como. de divulgação”. “Não divulga” é a respos-. foco ou não possuem ações relevantes nessa área. Outras quatro (empresas AR,. o motivo. Já a empresa F acredita que a divulgação dessas ações “não cria uma. a marca da empresa para fazer marketing. diferenciação à empresa”. Fica evidente a. e promoções. Duas (empresas AT e BD). falta de conhecimento sobre a importân-. declaram ser um projeto futuro. Uma delas. cia para o fortalecimento da imagem ins-. (empresa AZ) não explica o motivo; outra. titucional que poderia ser propiciado pela. (empresa AG) alega não estar investindo. divulgação das ações de responsabilidade. em propaganda, e, outra ainda (empresa. social por parte dessas empresas. Em Marília, das 37 organizações respon-. presa BA, diz que não divulga, pois as. dentes, 16 empresas utilizam algum meio. ações já estão implícitas nas ações da. de comunicação para veicularem ações de responsabilidade socioambiental, sendo que oito delas (empresas AF, AK, AU,. Entre as ações das empresas que divul-. BB, BI, BJ, BH e BO) utilizam mais de um. gam a responsabilidade socioambiental,. meio de comunicação; seis (empresas AI,. as mais recorrentes são a coleta seletiva,. AV, AY, BC, BH e BK) utilizam somente a. com oito ocorrências. Duas delas (empre-. internet; uma empresa (AQ) utiliza os mu-. sas BA e BB) declaram reutilizar a água.. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 529.

(12) CRISTIANE HENGLER CORRÊA BERNARDO. E. ANGÉLICA GÓIS MORALES. Outras duas (empresas AQ e AY) dizem. do a alegar que não estão investindo em. realizar palestras sobre o meio ambiente. propaganda.. para os colaboradores. Uma delas (empresa BI) diz realizar muitas ações sem, no. Essa falta de entendimento acerca da im-. entanto, citar quais seriam elas.. portância das divulgações por parte das agroindustrias localizadas nestes dois mu-. Ainda pode observar que as empresas ainda percebe as ações de responsabilidade am-. à falta de valor dado pelas próprias organi-. biental como atividades pontuais, sem rela-. zações analisadas, às suas ações de res-. ção com projetos ou programas contínuos.. ponsabilidade socioambiental. As agroindústrias da região analisada,. Considerações Finais. ainda não enxergam nessas ações o potencial instrumento de fortalecimento da imagem que pode ser promovido e, prin-. sobre a falta de aproveitamento do rádio. ção interna, contribuindo de forma direta. como veículo mais adequado a todos os. para a formação dos colaboradoes, entre. -. outros.. nizações estão aproveitando o potencial desse veículo que poderia colaborar com. As ações realizadas também não fazem. o fortalecimento e manutenção da sua. parte de um projeto, mas sim representam. imagen perante a opinião pública.. ações isoladas e que muitas vezes são até elevadas, pela organização, ao status de. Como apontam os conceitos acerca. educação ambiental, embora não se cons-. das potencialidades do rádio, este seria. tituindo com tal.. um importantíssimo veículo para que as Tal argumento se fortalece nas discussões. ações empreendidas está diretamente li-. acerca dos públicos heterogêneos que ca-. gada à redução de custos, como a reutili-. racterizam as agroindústrias e que podem. zação da água, ou então a ações executa-. ser atendidos pelo rádio.. das por terceiros, como é o caso da coleta seletiva, que em ambos, as cidades é de. Além do não uso do veículo adequado,. responsabilidade do governo municipal.. muitas organizações também ainda não veem a responsabilidade socioambiental. Considera-se que é evidente o potencial. como um quesito a ser divulgado, chegan-. do rádio para essas divulgações, embora. 530. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(13) O rádio como canal para a divulgação de ações de responsabilidade socioambiental. tenha se constatado que esse potencial. ambiental poderá, mesmo que a passos. não se restringe somente a esse veículo.. lentos, levar as organizações a compreenderem que o seu proceso produtivo tem. em que a própria empresa pode divulgar. que ser responsável social, econômico e. suas ações, tem sido a maior opção en-. ambientalmente ou então será responsá-. tre os meios utilizados pelas organizações que divulgam suas ações, embora seja utilizada por apenas 30% das empresas ouvidas pela pesquisa. A lacuna existente, não apenas na realização das ações de responsabilidade socioambiental, como, principalmente, na sua divulgação, pode representar para a comunicação organizacional, sobretudo, para aquela voltada para o agronegócio, um espaço relevante para o fortalecimento da imagem do setor junto à opinião pública.. BERNARDO, C.H.C. (2015). Comunicação e responsabilidade socioambiental nos agronegócios. In: ZUIN e QUEIROZ pp. 253-266. Agronegócios: Gestão, Inovação e SustenBERNARDO, C.H.C.; BERNARDO, R. (2013). Gestão da comunicação para o agronegócio. Cambiassu. Ano XIX, nº 12, p. 43-55. BERNARDO, C.H.C. (2010). Educação Jornalística: entre a cruz da academia e a espada do mercado. TESE. Campo Grande: UFMS.. nal, seja ela interna ou externa.. gica, sustentabilidade e responsabilidade socioambiental: um estudo destacando os aspectos teórico-conceituais e práticos. Conexão – Comunicação e Cultura. V.7, n.13. p. 39-58.. Nesse sentido, a comunicação organiza-. no Oeste Catarinense: o caso Attílio Fonta-. do setor, deve ter a consciencia sobre a importância da comunicação organizacio-. cional sai da condição de mero instrumental e passa a asumir um papel de desta-. Comunicação e da Cultura.. que, como elemento estratégico para as organizações. Ainda é evidente que, tanto a ação empreendida quanto a divulgação da mesma, quando ocorre, tem como objetivo primeiro a preservação da imagen organizacional e não a preservação ambiental. Entretanto, a exigencia da sociedade para que todos tenham participação na conscientização. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 1930-2006: do desenvolvimento contido ao projeto político regional. Tese de dou407 p. HERSCHMANN, Micael; KISCHINHEVSKY, Marcelo (2009). A “geração podcasting” e os novos usos do rádio na sociedade do espetáculo e do entretenimento. Revista Famecos, v. 1, n. 37, p. 39-58. MOLES, A. A. (1975). A Sociodinâmica da cultura. MORALES, Angélica G. (2012) Gestão e educação Ambiental nas empresas do setor. 531.

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