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UMA ANÁLISE DE COMO OS LIVROS DIDÁTICOS ABORDAM A NORMA POPULAR BRASILEIRA

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Academic year: 2020

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(1)UMA ANÁLISE DE COMO OS LIVROS DIDÁTICOS ABORDAM A NORMA POPULAR BRASILEIRA. Évelin Rezende Rolim 1 Taise Simioni 2 Adriano De Souza 3. Resumo: Este trabalho está sendo desenvolvido como parte do Projeto de Pesquisa "Variação Linguística: descrição, ensino e formação de professores", do Curso de Licenciatura em Letras-Português e Literaturas de Língua Portuguesa na Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Segundo Mollica (2008, p. 10), "A sociolinguística é uma das subáreas da linguística e estuda a língua em uso no seio das comunidades de fala, voltando a atenção para um tipo de investigação que correlaciona aspectos linguísticos e sociais". O objetivo desse trabalho é discutir e analisar se os livros didáticos de língua portuguesa trazem alguma explicação sobre a norma popular brasileira, se esses manuais se fazem claros em suas explicações sobre esse uso popular, e entender se há realmente uma discussão sobre variação linguística e de que forma ela é inserida nos livros didáticos. O interesse por esse estudo justifica-se mediante a importância de se discutir variação linguística no ensino. Segundo Lima (2014, p. 117), "Nos livros/materiais/manuais didáticos não há necessidade de se justificar temas como sintaxe, texto, leitura, etc., no entanto parece que precisamos fazê-lo quanto à variação linguística", tratando-a com um tema a ter um capítulo próprio, quando deveríamos tratar o tema variação em diferentes momentos das atividades do livro. Fazendo a análise de dois livros didáticos, um de ensino médio e o outro de ensino fundamental, observou-se que no livro do ensino fundamental há uma breve explicação sobre o que seria norma padrão, porém ele não menciona o que seria o oposto dessa norma padrão. No livro do ensino médio a abordagem sobre norma padrão é feita ao longo do livro e não há um capítulo específico para defini-la. Além disso, o livro não aborda nem define o que seria a norma popular. O que ocorre são exercícios que utilizam os termos informal, fala popular, normas urbanas, norma padrão. A pesquisa ainda está em andamento, já que será feita a análise de outros livros didáticos.. Palavras-chave: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA - SOCIOLINGUÍSTICA - NORMA POPULAR-LIVRO DIDÁTICO.

(2) Modalidade de Participação: Iniciação Científica. UMA ANÁLISE DE COMO OS LIVROS DIDÁTICOS ABORDAM A NORMA POPULAR BRASILEIRA 1 Aluno de graduação. evelin.bg.rolim@gmail.com. Autor principal 2 Docente. taisesimioni@unipampa.edu.br. Orientador 3 Docente. adrianosouza@unipampa.edu.br. Co-orientador. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa | Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(3) UMA ANÁLISE DE COMO OS LIVROS DIDÁTICOS ABORDAM A NORMA POPULAR BRASILEIRA 1 INTRODUÇÃO Esta discussão é parte de um projeto maior, desenvolvido através do Projeto de Pesquisa ³9DULDomR /LQJXtVWLFD GHVFULomR HQVLQR H IRUPDomR GH SURIHVVRUHV´ GR &XUVR /LFHQFLDWXUD HP Letras-Português e Literaturas de Língua Portuguesa na Universidade Federal Do Pampa 81,3$03$ 6HJXQGR 0ROOLFD S ³$ VRFLROLQJXtVWLFD p XPD GDV VXEiUHDV GD linguística e estuda a língua em uso no seio das comunidades de fala, voltando a atenção para XP WLSR GH LQYHVWLJDomR TXH FRUUHODFLRQD DVSHFWRV OLQJXtVWLFRV H VRFLDLV´ O objetivo desse trabalho é discutir e analisar se os livros didáticos de língua portuguesa trazem alguma explicação sobre a norma popular brasileira, se esses manuais se fazem claros em suas explicações sobre esse uso popular, e entender se há realmente uma discussão sobre variação linguística e de que forma ela é inserida nos livros didáticos. O interesse por esse estudo justifica-se mediante a importância de se discutir variação OLQJXtVWLFD QR HQVLQR 6HJXQGR /LPD S ³1RV OLYURV PDWHULDLV PDQXDLV GLGiWLFRV QmR há necessidade de se justificar temas como sintaxe, texto, leitura, etc., no entanto, parece que precisamos fazê-lR TXDQWR j YDULDomR OLQJXtVWLFD´ WUDWDQGR-a com um tema a ter um capítulo próprio, quando deveríamos tratar o tema variação em diferentes momentos das atividades do livro. 2 DISCUSSÃO TEÓRICA 3DUD 0ROOLFD S ³$ YDULDomR SDUWH GR pressuposto de que as alternâncias de XVR VmR LQIOXHQFLDGDV SRU IDWRUHV HVWUXWXUDLV H VRFLDLV´ Segundo Lucchesi (2004), há o que o DXWRU FKDPD GH ³SRODUL]DomR´ &RPR H[SOLFD /XFFKHVL D UHDOLGDGH OLQJXtVWLFD EUDVLOHLUD ³QmR p apenas variável, mas também polarizada, podendo-se definir nela dois grandes subsistemas, WDPEpP HOHV KHWHURJrQHRV H YDULiYHLV TXH GHILQL FRPR 1250$6´ /8&&+(6, S São elas a norma culta e a norma popular ou vernacular. Conforme Lucchesi (2004, p.77), dentro da Brasil colônia, em meados do XVI até o início do século XIX, houve a formação de pequenos centros urbanos onde havia uma forte influência cultural e linguística exercida pela metrópole. A elite preservava os costumes e zelava pelo padrão linguístico Europeu, o que ocorreu é que uma pequena parte da população se concentrou nos centros urbanos e a outra parte criou raízes no interior do Brasil, e fora desse FRQWH[WR XUEDQR R SRUWXJXrV HUD OHYDGR QmR SHOD HOLWH PDV VLP SHOD ³IDOD UXGH H SOHEHLD GRV FRORQRV SREUHV´ /8&CHESI, 2004, p. 77). Com o processo de urbanização que se intensifica QD GpFDGD GH RFRUUH R TXH HOH FKDPD GH ³WHQGrQFLD GD PXGDQoD GR SRUWXJXrV SRSXODU HP GLUHomR DR PRGHOR GH QRUPD FXOWD´ /8&&+(6, S 1R GHFRUUHU GR VpFXOR ;; então, o português popular sofre uma mudança para cima em direção ao português urbano culto, e o português de matriz europeia sofre uma mudança para baixo de maneira que a norma culta tende a se aproximar norma popular de uso. Quanto ao livro didático, objeto de análise nesta pesquisa, o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) surge como uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) com o objetivo de distribuir livros didáticos gratuitos para as escolas da rede pública. O programa desenvolve a partir de 1996 uma avaliação pedagógica. É a partir dessa mesma época que o MEC começa a olhar para o livro visando a sua qualidade, já que desde 1960 a questão da qualidade nos materiais didáticos vinha sendo questionada, como afirma Batista (2008, p. 28). Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(4) Em se tratando dos aspectos relacionado à variação linguística nos livros didáticos, ao analisar os livros didáticos do PNLD de 2009, González (2015, p. 226) destaca que os livros PDLV DGRWDGRV VmR DTXHOHV TXH ³WUDEDOKDP D YDULDomR OLQJXtVWLFD GH PRGR PDLV HVWHUHRWLSDGR H DQHGyWLFR´ HQTXDQWR RV OLYURV PHQRV DGRWDGRV ³VmR RV TXH WUDEDOKDP FRP D YDULDomR OLQJXtVWLFD GH PRGR PDLV DPSOR H TXDOLILFDGR´ 3 METODOLOGIA O método usado nesta pesquisa foi a análise de dois livros didáticos aprovados pelo PNLD. As informações a seguir foram retiradas dos dois livros. O primeiro livro analisado, que é do 6º ano do ensino fundamental, intitula-se "Português Linguagens" e foi aprovado pelo PNLD de 2017, 2018 e 2019. O livro foi escrito por William Roberto Cereja, Doutor em Linguística Aplicada e Análise do Discurso pela PUC-SP e professor da rede particular de ensino em São Paulo, e Thereza Cochar de Magalhães, Mestre em Estudos Literários pela UNESP de Araraquara (SP) e professora da rede pública de ensino em Araraquara (SP). O segundo livro é do 2º ano do ensino médio, tem por título "Veredas da Palavra" e foi aprovado pelo PNLD de 2018, 2019 e 2020. Seus autores são Roberta Hernandes, Doutora em Letras pela USP e professora de literatura e coordenadora de Língua Portuguesa na rede particular de ensino em São Paulo, e Vima Lia Martin, Doutora em Letras pela USP e professora do Curso de Letras da USP. É importante salientar que ambos os livros foram lidos e analisados integralmente, observando em cada um como é abordado o tema norma popular ou qualquer outro nome dado ao que seria o oposto de norma padrão. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados parciais obtidos na pesquisa feita até o momento são que o livro do ensino fundamental separa um dos seus capítulos para falar sobre a variação linguística. Ele define norma padrão como a norma das gramáticas normativas e fala em variedades urbanas de prestígio, faladas nas grandes cidades por pessoas escolarizadas e de renda mais alta. Encontramos exercícios ao longo do livro que exigem do aluno que não usem termos informais, traços de informalidade, norma padrão informal, variedades desprestigiadas. Sendo assim, em nenhum dos capítulos há uma explicação sobre o que seria a norma popular ou outro nome dado ao que não seria norma padrão. O livro de ensino médio não tem um capítulo específico para definir variação linguística. O assunto é abordado ao longo do livro; há momentos em que ele traz os aspectos históricos sobre o surgimento de determinadas palavras no Brasil, trazendo alguns tópicos relacionados à mudança que ocorre no português brasileiro no período colonial. O livro em si não esclarece o que é norma padrão, norma culta ou norma popular, mas traz muitos exercícios do ENEM nos quais se faz menção a termos como fala popular e norma linguística urbana culta do Brasil. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As discussões feitas até o momento põem em questão por que os livros didáticos analisados não apresentam uma explicação sobre o que seria norma popular. Considerando o que Lucchesi (2004) diz a respeito da língua não ser apenas heterogênea, mas também polarizada, pode-se supor que essa sonegação a respeito do que não é norma padrão dentro dos livros didáticos tendem a acirrar cada vez mais essa polarização linguística. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

(5) Como trata-se de uma pesquisa em andamento, há o interesse de comparar as versões recentes dos livros didáticos com livros mais antigos para ter um panorama maior de suas evoluções, já que a cada dia o interesse pela discussão a respeito da variação linguística se torna mais urgente e indispensável dentro da sala de aula. REFERÊNCIAS BATISTA, Antônio Augusto G. A avaliação dos livros didáticos: para entender o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). In: ROJO, Roxane; BATISTA, Antônio Augusto G. (orgs.) Livro didático de língua portuguesa, letramento e cultura da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 2008. p. 25-67. CEREJA, W.R. COCHAR, T. M. Português Linguagens. 6ª Ano Ensino Fundamental. 9ª. Ed. Reform. São Paulo: Saraiva, 2015. GONZÁLEZ, César Augusto. Variação linguística em livros didáticos para o EM. In: ZILLES, Ana Maria Stahl; FARACO, Carlos Alberto (orgs.) Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola, 2005. p. 225-245. HERNANDES, R. MARTINS V. L. Veredas Da Palavra. 2ª Ano Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2016. LIMA, Ricardo J. Variação linguística e os livros didáticos de português. In: MARTINS, Marco Antonio; VIEIRA, Silvia R.; TAVARES, Maria Alice (orgs.) Ensino de português e sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2014. p. 115-131. LUCCHESI, Dante. A norma linguística e realidade social. In: BAGNO, Marcos. A linguística da norma. São Paulo: Edições Loyola, 2004. p .57-83. MOLLICA, Maria Cecilia. Fundamentação teórica: conceituação e delimitação. In: MOLLICA, Maria Cecilia; BRAGA, Maria Luiza (orgs.) Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2008. p. 9-14.. Anais do 10º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa œ Santana do Livramento, 6 a 8 de novembro de 2018.

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