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Revista
Internacional
de
Métodos
Numéricos
para
Cálculo
y
Diseño
en
Ingeniería
Estudo
biomecânico
da
coluna
cervical
com
patologia
T.
Teixeira
a,
L.C.
Sousa
a,∗,
M.
Parente
a,
R.
Natal
a,
J.M.
Gonc¸
alves
be
R.
Freitas
caIDMEC,FaculdadedeEngenharia,UniversidadedoPorto,RuaDr.RobertoFrias,s/n,4200-465Porto,Portugal
bServic¸odeOrtopedia,HospitaldaArrábida,PracetaHenriqueMoreira,150,4400-346VilaNovadeGaia,Portugal
cDepartamentodeCirurgiadaColuna,Servic¸oOrtopédico,CentroHospitalardeVilaNovadeGaia,RuaDoutorFranciscoSáCarneiro,4400-129VilaNovadeGaia,Portugal
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sobre
o
artigo
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Recebidoa28deoutubrode2014 Aceitea6deoutubrode2015
On-lineaxxx
Palavras-chave:
Métododeelementosfinitos Colunacervical
Fusãocervicalanterior Fusãocervicalposterior Fusãocervicalanterioreposterior
r
e
s
u
m
o
Oconhecimentodacinemáticadacolunacervicaléumaferramentamuitoimportante,dadoqueesta regiãoéumadasestruturasmaiscomplexasdoesqueletohumanoeporqueaincidênciadeincapacidade quepoderesultardetraumasoudoenc¸asdegenerativasérelativamenteelevada.Oprincipalobjetivo desteestudoconsistenaanáliseecomparac¸ãodafusãocervicalanteriore/oufusãocervicalposterior comopossíveistratamentosparaumafraturadotipoC2.2,segundoaclassificac¸ãodaAOspineinjury classificationsystem,sendoqueesteestudopoderáauxiliarosprofissionaisdesaúdenaescolhado melhormétododefusão.Paraoefeito,foiconstruídoummodelo3Ddeelementosfinitosdosegmento cervicalC4-C5-C6.Forammodeladososrespetivosdiscosintervertebrais(IV)eosseuscomponentes,
nomeadamenteonúcleopulposo,oanelfibroso,asfibraslamelareseasplacascartilaginosas.Os6 conjun-tosdeligamentos(longitudinaisanteriores,longitudinaisposteriores,interespinhosos,supraespinhosos, amarelosecapsulares)foramtambémmodelados,assimcomoasarticulac¸õesintervertebrais.
Asimulac¸ãodeumafraturafoirealizadaem3passosdistintos:introduc¸ãodeumafraturanazona anteriordavértebraC5,ocomprometimento(rompimento)dosligamentosdaregiãoposterioreo des-lizamentodavértebraC5.Ainstrumentac¸ãoutilizadanostratamentosemestudoeaindaasubstituic¸ão dosdiscoslesadosporumenxertoósseoprovenientedoilíacoforamtambémmodeladas.
Comesteestudo,concluiu-sequeafusãocervicalanterioreposteriorapresentamelhoresresultados emcomparac¸ãocomosoutrostiposdefusãocervicalestudadosemtermosdedeslocamentodaunidade funcional.
©2015CIMNE(UniversitatPolit `ecnicadeCatalunya).PublicadoporElsevierEspa ˜na,S.L.U.Este ´eum artigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Biomechanical
study
of
cervical
spine
with
pathology
Keywords:
FiniteElementMethod CervicalSpine AnteriorCervicalSpine PosteriorCervicalSpine
AnteriorandPosteriorCervicalFusion
a
b
s
t
r
a
c
t
Theknowledgeofthekinematicsofthecervicalspineisaveryimportanttool,sincethisregionisoneof themorecomplexstructuresofthehumanskeletonandbecausetheincidenceoffailurethatmayresult fromtraumaordegenerativediseasesisrelativelyhigh.Themainobjectiveofthisstudyistheanalysis andcomparisonofanteriorcervicalfusionand/orposteriorcervicalfusionaspossibletreatmentsfora fractureoftypeC2.2accordingtoAOspineinjuryclassificationsystem,andthisstudymayassisthealth professionalsinchoosingthebestfusiontechnique.Tothisendwebuilta3Dfiniteelementmodelof thecervicalsegmentC4-C5-C6.Theirintervertebraldiscs(IV)anditscomponents,namelythenucleus
pulposus,theannulusfibrosus,thefibersandthelamellarcartilaginousplatesweremodeled.Sixsetsof ligaments(anteriorlongitudinal,posteriorlongitudinal,interspinous,suprespinous,yellowandcapsular) andthefacetjointswerealsomodeled.
Thesimulationofthefracturewasperformedin3differentsteps:introductionofafracturezoneinthe previousC5vertebra,ruptureoftheligamentsoftheposteriorregionandtheslidingoftheC5vertebra. Theinstrumentationusedinthestudytreatmentsandeventhereplacementofthedamageddiscbybone graftfromtheiliacbone,werealsomodeled.
∗ Autorparacorrespondência.
Correioseletrónicos:tatiana.fsc.teixeira@gmail.com(T.Teixeira),lcsousa@fe.up.pt(L.C.Sousa),mparente@fe.up.pt(M.Parente),rnatal@fe.up.pt(R.Natal),
maiagoncalves@gmail.com(J.M.Gonc¸alves),rolando.freitas@chvng.min-saude.pt(R.Freitas). http://dx.doi.org/10.1016/j.rimni.2015.10.004
0213-1315/©2015CIMNE(UniversitatPolit `ecnicadeCatalunya).PublicadoporElsevierEspa ˜na,S.L.U.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
epermiteaanálisedosmovimentosdacoluna,deformaaevitar intervenc¸õescirúrgicas[1].Apesardejáexistiremalgumas técni-casdeimagemqueajudamaadquirirmaisconhecimentosobrea coluna,nomeadamenteatomografiacomputorizada(TC)ea res-sonânciamagnética(RM),estasnãopermitemdeterminaroestado detensãonempreverocomportamentodacoluna.Assim,surgiua necessidadedeseefetuaremestudosatravésdeanálisesnuméricas, porexemplocomorecursoaestudosbiomecânicos.Estes permi-temquantificaraac¸ãoedistribuic¸ãodasforc¸asqueatuamsobre acolunavertebral,osmovimentosdesta,oestudodemecanismos delesão,auxiliamnaprevenc¸ãoediagnóstico,noapoioàdecisão clínica,nodesenvolvimentodenovasestratégiasterapêuticas,na otimizac¸ãodasexistentesenodesenvolvimentodenovos implan-teseinstrumentoscirúrgicos.Assim,sãouminstrumentovalioso nacompreensãodocomportamentodinâmicodacolunavertebral emdiversassituac¸õespatológicas,comofraturasdacolunacervical [2–4].
Nopassado,foramcriadosváriosmodelos,constituídosporum conjuntodevértebrasligadaspelosdiscosIVepelosligamentos modeladoscomomolas[5–7];outrosmodelosmaisdetalhadosna representac¸ãodaanatomiadacolunaapresentamasfibras lamela-resqueconferemanisotropiaaoanelfibroso[8,9].Noentanto,estes tiposdemodeloapresentamalgumasdesvantagens,pelofactode nãoserpossívelprevercomprecisãoarespostamecânicados dis-cosIV,esãolimitadospeladependênciadosparâmetrosdomodelo quesãodifíceisdedeterminar. Maisrecentemente,têmsurgido modelosmaisrealistasparasimularocomportamentodacoluna vertebrale,algunsdeles,paraestudarosresultadoscirúrgicosda fusãocervicalanteriore/oufusãocervicalposterior[10,11].
Nesteestudo,numafaseinicial,foicriadoummodeloda uni-dadefuncionalC5-C6,o qualfoivalidadoatravés deresultados experimentaisencontradosnaliteratura[12–14].Posteriormente, oscomponentescorrespondentesàunidadefuncionalC4-C5foram acrescentados,eafraturadotipoC2.2foimodelada.Porúltimo, adi-cionandoacorrespondenteinstrumentac¸ão,osmodelosrelativosà fusãocervicalanteriore/oufusãocervicalposteriorforamcriados. Estesmodelosforamsujeitosa5diferentestiposdecarga, com-pressão,extensão,flexão,flexãolateralerotac¸ãoaxial,tendo-se analisadoodeslocamentodaunidadefuncional.
2. Materiaisemétodos
2.1. Detalhesdomodelo
Estetrabalhoiniciou-sepelaconstruc¸ãodeummodelode ele-mentosfinitos(EF)daunidadefuncionalC4-C5-C6.Estaunidade funcionalrepresentaumsegmentosaudável,semqualquersinal degenerativo.Ageometria das3vértebrasfoiobtidaa partirde
Figura1.Camadasdefibrasdecolagéniodoanelfibroso.
imagensdeTCdeumacolunacervical.Estasgeometriasforam sua-vizadasemalgumasregiões,afimdeevitarproblemasdurantea concec¸ãodamalhadeEF.RelativamenteaosdiscosIV,estesforam desenvolvidosnoespac¸ointervertebralentreoscorposdas vér-tebras,comacamadaradialmaisinternadenominadadenúcleo pulposoecomacamadaradialmais externadesignadadeanel fibroso, reforc¸ado com uma camada de fibras de colagénio.As 2regiõesdodiscoIVforamcriadastendoemcontaqueonúcleo pulposoocupa30-50%daáreatotal.Asfibrasdecolagénioforam criadasexibindoumângulode30◦entreelasecomdirec¸ões opos-tas,comoilustraafigura1.
OsdiscosIVsãoaindacobertosaxialmentepelasplacas cartila-ginosas.Estasforamdesenvolvidasutilizandoaprimeiraeaúltima camadadeelementosdosdiscosIV.
Todososligamentosforammodelados,nomeadamenteos lon-gitudinaisanteriores(ALL),oslongitudinaisposteriores(PLL),os amarelos(LF),osinterespinhosos(ISL),ossupraespinhosos(SSL)e oscapsulares(CL).Asarticulac¸õesintervertebraisentreas vérte-brastambémforamconsideradas,tendosidoestabelecidospares de contacto nesta zona. A primeira etapa para a criac¸ão das articulac¸ões intervertebrais passou pelaanálise dos locais onde ocorriaocontactoentreasvértebrasC4eC5eentreasvértebras C5eC6.Apósestepasso,foramcriadassuperfíciesemcadaum desteslocais.Estassuperfíciesforamexecutadasdeforma seme-lhanteàcriac¸ãododisco,istoé,projetaram-sealgunspontosquer noladodireitoquerdoladoesquerdodavértebraC4;maistarde, estesforamestruídosatéàvértebraC5,tendoassimumaespessura deacordocomolocaldeencaixe.Esteprocedimentofoi execu-tadodamesmaformaparaasvértebrasC5eC6.Asarticulac¸ões forammodeladascomelementoshíbridoshexaédricos tridimen-sionaisde8nós,C3D8H.Para quenãoocorraa penetrac¸ãodas vértebrasnasarticulac¸õesintervertebrais,foinecessáriocriaruma interac¸ãodo tipo«Surfacetosurfacecontact».Estetipode con-tactopermiteentãoqueasvértebrasdeslizemsobreasarticulac¸ões intervertebrais.Assim,foiescolhidoumcomportamento tangen-cialnestainterac¸ãodecontactodassuperfícies,ondeuma delas funcionacomomestreeoutracomoescrava.
A discretizac¸ão da geometria foi obtida recorrendo ao soft-warecomercial Abaqus® [15]. Asvértebras foram discretizadas
Figura2. ModelodaunidadefuncionalC4-C5-C6saudável.
C3D4.Para os discos IV, talcomo as placascartilaginosas eas articulac¸õesintervertebrais,foramutilizadoselementos hexaédri-cosde8nós,C3D8.Asfibrasdecolagénioeosligamentosforam modeladoscomelementosdebarra,semresistênciaàcompressão, T3D2.
Afigura2representaomodelodaunidadefuncionalC4-C5-C6 saudável,em2perspetivasdiferentes.
Após a criac¸ão do modelo da unidade funcional C4-C5-C6 saudável, foi possível obtero modelo patológico.Para o efeito, procedeu-seàmodelac¸ãodafratura nazona anteriorda vérte-braC5,obtidapeladiminuic¸ãodomódulodeYoungnestazona (figura3),pelorompimentodosligamentosposteriores(PLL,ISL, SSLeCL)epelacriac¸ãodeumdeslizamentodavértebraC5em relac¸ãoaos restantescorpos vertebrais.Foram realizadosvários testescomdiferentesvaloresdomódulodeYoungparaaregião dafratura,afimdeseperceberainfluênciadesteparâmetro;o valoradotado para omódulo deYoung nestaregiãofoiigual a E=10MPa.Paraarealizac¸ãododeslizamentodavértebraC5,na primeirafaserealizou-se2condic¸õesdefronteira,ondeselimitou omovimentoemtodososgrausdeliberdadenasvértebrasC4e C6e,numasegundafase,criou-seumasuperfíciequeabrangesse
todososnósdavértebraC5,ondemaistardefoiaplicadoum des-locamentoiguala2mmsegundooeixoy.Estedeslocamentofoi aplicadodeformasequencial,paraevitaradistorc¸ãodos elemen-tosdomodeloetambémporqueasligac¸õesestabelecidasentre asvértebraseosdiscosIVnãopermitiamexecutaresteprocesso deumasóvez.Parasimularastécnicasdetratamento,apermuta dosdiscoslesadosporumsubstitutoósseoprovenientedoossodo ilíacofoimodelada.
Deformaasimularafusãocervicalanteriore/ouposterior,foi necessárioefetuaramodelac¸ãodainstrumentac¸ãonecessáriapara estestratamentos.
Paraafusãocervicalanteriorforammodeladosos4parafusose umaplacadefixac¸ão[16].Aligac¸ãoentreoparafusopoliaxialeo ossofoisimuladarecorrendoàfunc¸ão«Tie»dosoftwareAbaqus®
queimpedeodeslocamentorelativo.Afigura4ilustraoparafusoe afigura5aplacadefixac¸ão.
Nocasodafusãocervicalposterioreapesardeainstrumentac¸ão aquiutilizadacompreender3tipos decomponentes,apenasfoi desenvolvidooparafusopoliaxial.Abarraderetenc¸ãofoi mode-ladacom24elementosdotipoB31eoparafusoderetenc¸ãofoi substituídopeloestablecimentodecondic¸õesfronteiraobtidaspela
Figura5.Placadefixac¸ãoutilizadanafusãocervicalanterior.
utilizac¸ãodafunc¸ão«MPCLink»nosoftwareAbaqus®.Afigura6
apresentaoparafusopoliaxialdesenvolvido.
Tendooscomponentesdomodeloexecutados,procedeu-seà montagemdestesnomodelodeEFdaunidadefuncional C4-C5-C6patológica,paraocasodafusãocervicalanterior(fig.7a),para ocasodafusãocervicalposterior(fig.7b)eparaocasodafusão cervicalanterioreposterior(fig.7ae7b).
A tabela 1 apresenta as características das malhas de EF, nomeadamenteo número de nós e elementos,o comprimento
Figura6.Parafusopoliaxialutilizadonafusãocervicalposterior.
característico(comprimentomédio)eotipodeelementos, corres-pondentesaos3tiposdefusãoestudados.
2.2. Propriedadesmecânicasdomodelo
Atabela2apresentaaspropriedadesmecânicasdosdiferentes componentesdosmodelosemestudo,ondetodosos componen-tesdomodeloapresentamumcomportamentolineareelástico,à excec¸ãodonúcleopulposoqueseconsideroucomohiperelástico Neo-Hookean[10,17–21].
Atabela3apresentaaáreadesecc¸ãoenúmerodeligamentos [19,22,23].
2.3. Condic¸õesfronteira
Ascondic¸õesfronteirasforamdefinidasdeacordocoma litera-tura[24,25].OsnósdasuperfícieinferiordocorpovertebraldeC6 foramrestringidosemtodososgrausdeliberdade.Paraaplicac¸ão dascargas,escolheu-seumnódereferêncianasuperfíciesuperior davértebraC5eosrestantesnósdessasuperfícieforamligadosa essepontodereferênciaporacoplamentocinemático.
Tabela1
Característicasdasmalhasdeelementosfinitoscorrespondentesaos3tiposdefusãoestudados;C.c.representaocomprimentocaracterísticodamalha
Fusão N.◦denós N.◦deelementos C.c.[mm] Tipodeelementos
Anterior 81.773 359.059 1,19 Placa:7.550nós,31.479elementosC3D4
Parafusos:27.997nós,133.727elementos Vertebras:37.324nós,172.099elementosC3D4 Discos:8.870nós,21.737elementos(4608C3D8H e17.129C3D4H)
Ligamentos:32nós,16elementosT3D2
Posterior 68.397 284.652 1,43 Barrasderetenc¸ão:26nós,24elementosB31
Parafusos:18.896nós,75.252elementos Vertebras:40.573nós,187.623elementosC3D4 Discos:8.870nós,21.737elementos(4.608C3D8H e17.129C3D4H)
Ligamentos:32nós,16elementosT3D2
Anterioreposterior 85.301 367.256 1,15 Barrasderetenc¸ão:26nós,24elementosB31
Placa:7.552nós,31.509elementosC3D4 Parafusos:36.324nós,167.449elementos Vertebras:32.523nós,146.545elementosC3D4 Discos:8.870nós,21.737elementos(4608C3D8H e17.129C3D4H) Ligamentos:32nós,16elementosT3D2
Figura7.a)Fusãocervicalanterior;b)fusãocervicalposterior.
Tabela2
Propriedadesmecânicasdoscomponentesdomodelofinal
Componentes E[MPa] Ref.
VértebrasC5-C6 12.000 0,3 [10] Anel 2,5 0,45 [10] Fibras 500 0,3 [10] LigamentosLF 3,5 0,45 [10] LigamentosALL 28 0,45 [10] LigamentosPLL 23 0,45 [10] LigamentosISL 5 0,45 [10] LigamentosSSL 3 0,45 [17] LigamentosCL 5 0,45 [10]
Articulac¸õesintervertebrais 5,5 0,4 [18]
Placascartilaginosas 300 0,3 [19]
Parafusos 110.000 0,3 [20]
Placadefixac¸ão 110.000 0,3 [20]
Substitutoósseo 12.000 0,3 [10]
Componente Material Ref.
Núcleopulposo Neo-Hookean:
C1=0,16MPa D=0,024MPa−1
[21]
Tabela3
Característicasdosligamentos
Tipodeligamento Quantidade Ref. Áreadesecc¸ão(mm2) Ref.
ALL 5 13 12,1 [22] PLL 5 13 14,7 [22] ISL 4 12 13,4 [22] LF 3 13 48,9 [22] SSL 3 12 5 [19] CL 12 13 46,6 [23] 2.4. Carregamentosaplicados
Osvaloresdascargasutilizadosnesseestudoeapresentadosna tabela4,foramobtidosnaliteratura;asimulac¸ãodocasodecarga decompressãobaseou-senotrabalhodeKumaresenetal.[24],a
Tabela4
Forc¸asemomentosutilizadosnassimulac¸ões
Tipodecarga Forc¸a[N] Momento[N.m]
Compressão 700 –
Extensão – 2,5
Flexão – -2,5
Flexãolateraldireita – 1,0
Rotac¸ãoaxialesquerda – 1,0
simulac¸ãodaextensãoedaflexãonotrabalhodeWheeldonetal.[2] eoscasosdecargadeflexãolateraldireitaerotac¸ãoaxialesquerda foramefetuadosapartirdoestudodeGalbusera[10].
3. Resultadosediscussão
Nesta secc¸ãoéapresentadaa validac¸ãodo modelosaudável, comparandooânguloderotac¸ãodaunidadefuncionalC5-C6com dados encontrados na literatura. Posteriormente, estudou-se o comportamentomecânicodaunidadefuncionalC4-C5-C6 patoló-gicaquandosujeitaa3tiposdiferentesdefusãocervicalpelaanálise dodeslocamentodaunidadeC4-C5-C6.Todasassimulac¸ões numé-ricasforamefetuadasconsiderandoocomportamentonãolinear geométricodomaterial.
3.1. Validac¸ãodomodelo
Numprimeiroestudo,analisou-searotac¸ãodosegmento ver-tebralC5-C6quandosujeitoàflexãode-0,5N.m,-1N.me-2N.m [2].Porsuavez,numsegundoestudo,analisou-searotac¸ãodeste mesmosegmentoquandosujeitoaumaforc¸adecompressãode 73,6N,conjugadacomaflexãode-0,45N.m,-0,9N.m,-1,35N.me -1,8N.m[12–14].
Nafigura8apresenta2gráficoscorrespondentesaos2estudos referidosanteriormente:oânguloderotac¸ãodaunidade funcio-nalC5-C6quandosujeitaaumacargadeflexãoeaumaforc¸ade compressãoconjugadacomuma cargadeflexão.Emambos,foi possívelverificarumaboaaproximac¸ãoentreosvalores calcula-doseosvaloresexperimentais;nosegundoestudo,paravalores elevadosdacargadecompressãoeflexão,observa-seumdesvio relativamenteaoresultadoexperimentaldeTeoandNg[14]. 3.2. Resultados
Atabela5apresentaodeslocamentomáximo(emmm)da uni-dadefuncionalC4-C5-C6patológicasobaac¸ãodiferentestiposde carga,paraos3tiposdefusãoconsiderados.
Analisandoatabela5,verifica-separatodososcasosdecargaé afusãocervicalanterioreposteriorqueapresentavaloresde des-locamentomaisreduzidos,comoeradeesperar,dadoqueestamos presentesuma duplafusão.Nocasodacompressão edaflexão, observa-seque o menordeslocamentoocorre nafusãocervical anterior,comoesperado,vistoqueestesmovimentosenvolvem deslocamentospara aregiãoanteriordacolunae, consequente-mente,afixac¸ãodestaregiãoconduzavaloresmaisreduzidos.
Tipodecarga
Tipodefusão Compressão Extensão Flexão Flexãolateraldireita Rotac¸ãoaxialesquerda
Fusãocervicalanterior 0,2097 0,8083 0,2236 0,3151 0,3051
Fusãocervicalposterior 1,367 0,5871 0,8080 0,4697 0,3911
Fusãocervicalanterioreposterior 0,1299 0,2235 0,1352 0,2732 0,1614
(Avg: 75%) S, Mises 0.000 3.299 6.5989.897 13.196 16.495 19.794 23.093 26.392 29.691 32.990 36.289 39.588 (Avg: 75%) S, Mises 0.000 4.704 9.408 14.112 18.815 23.519 28.223 32.927 37.631 42.334 47.038 51.742 56.446 (Avg: 75%) S, Mises 0.000 2.982 5.964 8.946 11.929 14.911 17.893 20.875 23.857 26.839 29.821 32.803 35.785
a)
b)
c)
Figura9.CamposdetensõesdeVonMisesparaumacargadeflexão,correspondentesaos3tiposdecirurgiaestudados(MPa):a)fusãocervicalanterior;b)fusãocervical posterior;c)fusãocervicalanterioreposterior.
Nocasodaextensão,énafusãoanteriorqueocorreummaior deslocamentodaunidadefuncionalemestudo.Esteresultadopode serexplicadopelofactodeestetipodecargaenvolverum movi-mentonosentidoposterior,ouseja,paratrás.Assim,comafixac¸ão naregiãoposteriordacolunacervical,estemovimentoémenor comparativamentecomocasodefixac¸ãonaregiãoanterior,visto queainstrumentac¸ãocolocadanaregiãomencionadaemprimeiro lugarimpedequehajaestemovimento.
Nocasodaflexãolateraldireitaedarotac¸ãoaxialesquerda,é nafusãocervicalposteriorqueseencontramosmaioresvaloresde deslocamento,apesardeadiferenc¸acomafusãocervicalanterior serreduzida.
Nafigura 9 apresenta-se a distribuic¸ão das tensões de Von Misespara umacargadeflexão,correspondente aos3tipos de cirurgiaestudados,verificando-sequeocasodafusãoanteriore posteriorapresentatensõesmaisbaixas,comumvalormáximode 35.785MPa;esteresultadoestádeacordocomaconclusão resul-tantedaanálisedocampodedeslocamentosefetuada.
4. Conclusão
Ostratamentoscirúrgicosdasfraturascervicaiscontinuamaser atualmenteumdesafiosignificativoe,comotal,devemser desen-volvidosesforc¸osquepermitam a criac¸ãodenovas abordagens cirúrgicaseatémesmoaotimizac¸ãodaspré-existentes.Asoluc¸ão poderápassarpelacolaborac¸ãodeáreascomoabioengenhariae biomecânica,queestãoemcrescimentoexponencialefornecem umextensomanancialdemétodosemodelosdeestudoque pode-rãocontribuirparaoaperfeic¸oamentodosnossosconhecimentos sobreváriosaspetos,nomeadamenteasdeformidadesdos diferen-tescomponentesdacolunavertebraleasvantagensedesvantagens dousodediferentestiposdetratamentos,aproximando-nosdo objetivofinaldetratarmelhorcommenoscomplicac¸ões.Comeste estudo,pode-seconcluirqueafusãocervicalanterioreposterior apresentaalgumasvantagens relativamenteaosrestantes trata-mentosemestudo.Esteestudopode serconsideradoumponto departidaparaacriac¸ãodeummodelodacolunacervicaltotal,
comainclusãodasunidadesfuncionaisC1-C3eC6-C7eaindaa inserc¸ãodosmúsculosdacolunacervical,tentandoassim perce-berasuainfluência.Comomodelocompleto,seriainteressanteo estudodediferentesfraturaseatéoutrotipodepatologia.
Conflitodeinteresses
Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses. Agradecimentos
Osautoresagradecemotrabalhocolaborativodaequipamédica doCentroHospitalardeVilaNovadeGaia,umhospitalpúblicode Portugal,aoDr.JoãoMaiaGonc¸alveseaindaàBiomet,em parti-cularaoDr.MiguelGouveia,pelofornecimentodecomponentes importantesparaarealizac¸ãodestetrabalho.
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