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A influência da solidão na afectividade e saúde na velhice

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A INFLUÊNCIA DA SOLIDÃO NA AFECTIVIDADE

E SAÚDE NA VELHICE

Orientadora: Maria Conceição Couvaneiro

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Faculdade das Ciências Sociais e Humanas

Lisboa 2013

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MARIA DA CONCEIÇÃO R. S. LEONARDO FIGUEIREDO

A INFLUÊNCIA DA SOLIDÃO NA AFECTIVIDADE

E SAÚDE NA VELHICE

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Faculdade das Ciências Sociais e Humanas

Lisboa 2013

Diss er t a çã o a pr es ent a da pa ra a obt ençã o do Gr a u de M est r e em G er ont ol ogia S oc ia l no C ur s o de Mest r a do em G er ont ol ogia S oc ia l, c onf er i do p ela Uni ver s i da de Lus óf ona de H u ma ni da des e T ec nol ogia s

Orientadora: Professora Doutora Maria da Conceição Couvaneiro

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Pens amento

A solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido neste período moderno, tão cheio de liberdade, de independência e do nosso próprio egoísmo.

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Ded ico est e t raba lho ao meu quer ido pa i, Andr é ( in me mo r ia m) , pe lo gra nde int eres se qu e de mo nst rava

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Agradecimentos

Agr adeço reco nhec ida me nt e a t o do s aqu e les que d e fo r ma d ir ect a o u ind ir ect a part ic ip ara m ne st e est udo . Quero agradecer e spec ia lme nt e à minh a o rie nt ado ra, Pro fe s so ra Do uto ra Co nce ição Co u va ne iro , pe lo apo io , d ispo nib ilidad e e t a mbé m p e la sua bo a d ispo s iç ão . Pela a miz ade e pre c io s a a juda no t rat ame nt o do s dado s e st at íst ico s , agradeço à Me st re Reg ina A fo nso . Quero expr es sar t a mbé m o meu r eco n hec ime nt o ao meu mar ido pe la co mpree nsão e a ju da e fect iva , be m co mo ao me u ir mão André p e lo ince nt ivo e mo t iva ção co nst ant e, co nt r ibu içõ es fund a me nt a is para a co nc lu são do prese nt e est udo . Fina lme nt e, à min ha co lega d e c urso , Jo ce lina pe la fo rç a e pe la su a co la bo ração na reco lha da a mo st ra, be m co mo ao s S e nho r es Car va lho e Jo sé M arque s, que co nt r ibu ír a m de u ma fo r m a va lio sa na re co lha d a a mo st ra, o meu mu it o o br ig ado .

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Res umo

Est e est udo t eve co mo o bje ct ivo ava lia r o s efe it o s da so lid ão na a fect ivid ade e na saú de na ve lh ic e . Fo i reco lh ida u ma a mo st ra de 14 8 part ic ipa nt e s, 64 ind iv íduo s do se xo mascu lino e 84 ind iv íd uo s do sexo fe min ino , co m idade s co mpr ee nd id a s e nt re o s 65 e o s 92 ano s .

Fo ra m ut iliz ad as as segu int es me d ida s : A e sc a la da so lidão d a Univers id ad e C a lifó r nia e m Lo s Ange les ( U CLA; ver são po rt uguesa , d e aut o ria de Fé lix N et o ); Positiv e Aff ect and Negati ve Aff ect Scales (P AN AS ; Wat so n, C lar k & Te lle ge n, 1 988) e a S ho rt For m de 36 it e ns - 2 ª vers ão (SF-36v2 ; ver são t raduz id a e va lida da p ara a p o pu laç ão po rt uguesa, pe lo ce nt ro de Est udo s de Invest igaç ão e m Saúd e , 1997).

De mo nst ro u -se a e xist ê nc ia de co rre la çõ es neg at iva s e nt re a so lid ão e a a fect iv idad e po s it iva e a saúd e, e po sit ivas e nt re a so lidão e a a fe ct ivid ad e negat iva.

Co nst at o u-se a inda at ra vé s do s re su lt ad o s o bt ido s qu e o grupo do s ind iv íduo s co m índ ic e ma is ba ixo de s o lid ão re lat ara m ma is Afe ct ivid ad e Po s it iva, me no s Afect iv idad e Negat iva e descr e vera m u m me lho r e st ado gera l de saúd e.

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Abstract

This st ud y a ime d t o eva luat e t he e ffe ct s o f lo ne line ss o n a ffect iv it y a nd he a lt h in o ld ag e. It co lle ct ed a sa mp le o f 148 p art ic ipa nt s, 64 ma le s a nd 84 fe ma le s, aged bet wee n 65 a nd 92 year s .

We u sed t he fo llo w ing me asure s: T he sca le o f lo ne line s s at t he Univers it y o f Ca lifo r nia at Lo s Ang e le s (UCLA; Po rt uguese vers io n, aut ho red by Fé lix Net o ), Po sit ive Affect a nd Neg at ive Affe ct Sca les (P AN AS, Wat so n, C lark & Te lleg e n, 1988) a nd t he S ho rt For m 36 it e ms – 2 nd ver s io n (S F-36 v2 ; t ranslat ed a nd va lidat ed fo r t he Po rt uguese po pu lat io n, t he ce nt er fo r t he St ud y o f He a lt h R es earc h, 1997).

It has be e n de mo nst rat ed t he e xist e nc e o f negat ive co rre lat io n s bet wee n lo ne line ss a nd po sit ive a ffe ct iv it y a nd hea lt h, a nd po s it iv e co rre lat io ns bet wee n lo ne line ss a nd neg at ive a ffe ct ivit y.

It has bee n no t iced b y t he re su lt s t hat t he gro up o f ind iv idua ls w it h lo w er rat e o f so lit ud e repo rt ed mo re po s it ive a ffe ct ivit y, le ss ne gat ive a ffe ct ivit y a nd des cr ibed a bet t er gener a l hea lt h st at us.

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Abreviaturas

SIGNIFICADO ABREVIATURAS

Ano Euro peu do Enve lhe c ime nt o At ivo e da

So lid ar ied ade e nt re as gera çõ es - AEE ASG

Afe ct ivid ade Ne gat iva - AN

Afe ct ivid ade Po s it iva - AP

Asso c ia ção P o rt uguesa de Gero nt o ps iqu iat r ia - AP G

De mê nc ia de Alz he imer - D A

Índ ic e de E nve lhe c ime nt o - IE

Inst it uto Nac io na l d e Est at íst ic a - INE Índ ic e de De pe nd ê nc ia To t al - IDT

Orga niz ação Mu nd ia l d e Saúde - OMS

Po s it ive a nd Neg at ive Affect Sca le s - PAN AS Univers id ad e Ca lifó r nia e m Lo s Ange le s - UCLA Sho rt Fo rm de 36 it e ns - 2ª ver são - SF-36 2 v Paco t e Est at íst ico para as C iê nc ia s So c ia is - SPSS

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Índice

Int roduçã o ... 11

Capítulo I - Revis ão B ibliog rá fica ... 14

1.1. O Enve lhec ime nt o de mo grá fico ... 15

1.2. O Enve lhe c ime nt o em Po rt uga l ... 16

1.3. A Ve lh ice ... 20

1.4. A So lid ão no s ido so s. Co ncept ua liz aç ão ... 26

1.5. Causa s do iso la me nt o so cia l no s ido s o s ... 32

1.6. De fin iç ão de Afe ct ivida de ... 36

1.7. Co nce it o de Saúde ... 37

1.8. Algu ma s d irect r ize s e xist e nt es no combat e à so lidão ... 40

1. 9. Obje ct ivo s ... 42

1. 10. H ipó t eses ... 42

Capítulo II - M etodologia ... 43

2.1. Part ic ipa nt e s ... 44

2.2. Mo de lo de Inve st iga ção ... 44

2.3. Inst ru me nt o s ... 45

2.4. Quest io nár io de dado s Só c io -De mo gr á fico s ... 45

2.5. A Po s it ive Affe ct and N egat ive Affe c t Scales (P AN AS) ... 45

2.6. Esca la da so lidão (UCLA) ... 46

2.7. Quest io nár io de a va lia ção de est ado s de saúd e (SF-36 v2) ... 46

2.8. Pro ced ime nt o ... 48

2.9. Resu lt a do s ... 48

2. 10. D is cu ss ão ... 52

2. 11. Co nc lu são ... 54

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Índice de Gráficos

Gráfi co 1 - Grá fico da P ir â mide Et ár ia d e Po rt ugal ... 16 Gráfi co 2 - Ind ic ado res de e nve lhe c ime nt o ... 17 Gráfi co 3 - Perce nt age m da po pu laç ão ido sa que vive so z inha ... 19 Gráfi co 4 - Po pulação Re s ide nt e e m Po rt uga l (Nº), po r sexo e grupo et ár io . 20

Anexos

Tabe la 1 - Cara ct er iz ação so c io de mo gr á fica da a mo st ra ... II Tabe la 2 - Co rre la çõ es e nt re a so lidão e as d ime nsõ es da e sca la da

afe ct ivida de e e sca la d a sa úde ... III Tabe la 3 - Test e t de difere nça de mé d ia s e nt re o s grupo s da var iá ve l

so lid ão para as d ime nsõ es da e sca la de Afect iv idad e e Saúde ... IV Ane xo 1- Cart a de Co nse nt ime nt o ... V Ane xo 2 - Proto co lo ... VI

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Introdução

Sabe mo s que o ser hu ma no int erage e nt re s i de sde o s pr ime iro s mo me nt o s de vida. É na s equê nc ia de st a int eracç ão que dese nvo lve as sua s capa c idad es, ag indo co m e so br e o me io , s o cia liz a ndo -se e cre sc e ndo . Po r est a razão , o ho me m é u m s er bio ps ico s so c ia l.

A hist ó r ia e ns ina - no s qu e o ho me m co meço u po r se caract er izar po r u m ser gr egár io , vive ndo e m ba ndo s, pa ra prot ecção co nt ra o s predado res, de fes a do s r ecur so s, o bt enção de ma io r e fic ác ia na pro cura d e a lime nt o s e caça da s, des e nvo lveu a s su as po t enc ia lid ade s de co mu nic ação e a su a nece ss idad e de a fe ct o s, co mo se ja a miz a de, car inho e a mo r. Po st erio r me nt e fo i na fa mília qu e o ho me m e nco nt ro u a s at is fa ção da s sua s nece s s idad es , t ant o a níve l eco nó mico co mo a fect ivo . O ser hu mano necessit a, em t o das as fa se s da su a vida , d e rede s so c ia is sig nific at iva s, t ant o para a s u a so bre vivê nc ia, co mo prot ecto ras da saúd e, fac ilit ado ras da aut o no mia e d e u ma aut o -ava liaç ão po s it iva e sat isfaç ão co m a vid a.

É so bret udo nas fas es de ma io r vu lnera bilid ade, co mo a ve lh ice qu e essa s rede s s ão ma is impo rt ant es. É prin c ipa lme nt e na fa mília que o s ido so s e nco nt ra m a sat is fa ção da s sua s ne ce ss idade s. A fa mília é o co nt ext o ide a l para se e nve lhe cer, o u se ja, é o lugar ind icado para se viver e m t o das as fa se s do dese nvo lvime nt o (Páu l & Fo nseca, 200 5) .

De vido ao pro gresso da med ic ina e de o ut ras co nd içõ es qu e pro po rc io na m u ma ma io r dura ção de vid a, ho je e m d ia a ss ist imo s a u m e nve lhe c ime nt o da po pu lação , fe nó me no que é o bs ervado po r to do o mu ndo , mu it o pr inc ipa lme nt e no s pa ís e s indu st r ia liz ado s.

No ent ant o , na ma io r ia do s pa íse s, no me ada me nt e e m Po rt uga l, a s est rut uras so c io eco nó mic a s e cu lt ura is não est ão preparadas para e st e au me nt o de lo nge vid ade, t o rnando este acré sc imo de vid a para mu it o s ind iv íduo s, nu m pe sa de lo co m segreg ação , iso la me nt o e po brez a, fact o res que pot enc ia liza m a so lid ão .

Nest e co nt ext o , impo rt a aqu i d ist ing u ir e nt re so lidão e iso la me nt o so c ia l, e st e ú lt imo co nce it o é e nt e nd id o co mo a pr iva ção do s co nt act o s so c ia is, pro vo cada po r barre ira s físic as, geo grá fic a s, o u psico sso c ia is , po rt ant o , é o est ar só . Po r o ut ro lado , a so lid ão é u m e st ado ps ico ló g ico que

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po de o co rrer e m s it u açõ es de iso la me n to so cia l o u não , envo lve ndo u m se nt ime nt o ínt imo d e va z io , qu e po de s er aco mpa nhado de d es â nimo , inq u iet ação e ans ie dad e.

No s ú lt imo s me se s t ê m s ido re lat ada s , no s me io s de co mu nic aç ão so c ia l, a lgu ma s no t íc ia s c ho ca nt e s qu e no s le va m a p e ns ar so bre a so lid ão do s ido so s, co mo é o ca so de co rpo s e nco nt ra do s se m v id a há me se s e at é me s mo a no s. Ta l faz- no s re fle ct ir so bre o iso la me nt o e m qu e se e nco nt ra m e a so lidão que e xp er ime nt a m. De qu e fo r ma est a so lidão a fe ct ará a sua saúd e e o s seus a fe ct o s?

Os pr inc íp io s da ét ic a1, ap lic ado s à Ger o nt o lo g ia, d e ve m co nt r ibu ir para o refo rço da preser va ção da vid a, at enuar o so fr ime nt o e ba sear -s e no respe it o pe lo s d ir e it o s e d ig nida de do s ser es hu ma no s.

Po rque a so lid ão é u m so fr ime nt o ps ic o sso c ia l que co nt r ibu i par a pro ble ma s de saúd e e m t er mo s lat o s, a Gero nto lo g ia , e st udando o ser hu ma no e nqua nt o ser bio ló g ico , ps ico ló g ico e so c ia l d e verá a pro fu ndar e st e fe nó me no , t ent ando perce pc io nar o s inú me ro s co nflito s que são pro po st o s pe la ra zão e pe la e mo ç ão , re fle ct indo na s d ifer e nças, apo st ando na cr iat iv ida de, espo nt a ne id ade e libe rdad e hu ma na.

O prese nt e est udo , pret end e u dar resp o st a à segu int e quest ão : a so lidão s erá u ma var iá ve l que pred is põ e a u ma ma io r a fe ct ivid ade neg at iva e a u ma me no r saúde ?

O t raba lho fo i o rga niz ado da segu int e fo rma:

No Cap ít u lo I, fo i apre s e nt ada a fu nda me nt aç ão t eó rica, be m co mo a lgu ma s inve st ig açõ es so bre o t e ma e xp lo ra ndo o s co nce it o s fu nd a me nt a is (so lidão , a fe ct ivid ade e saúd e) que dera m o r ige m à s hipó t eses d e inve st igaç ão .

No Cap it u lo II , fo i de scr it o o est udo rea liz ado , aprese nt a ndo a met o do lo g ia ut iliz ad a (a mo st ra, me d id as e pro ced ime nt o ) . Fo ra m apres e nt ado s o s resu lt ado s e fe it a a su a d is cu ss ão , e m segu id a pro cedeu - se a co nc lu são aprese nt ando a co nt ribu iç ão dest e est udo , para me lho r co nhe c ime nt o e int erve nç ão d a pro ble má t ic a e m a ná lise be m co mo as sua s

1

S e gu n d o ( M a r in of f, 2 0 0 3 , p . 1 8 4 ) , ét i ca é u ma te or i a q u e t e m com o ob j e ct i vo d e s cr e ve r o q u e é o b e m e o ma l , q u e a n al i s a o co mp or t a me n t o c or r e ct o e i n cor r e ct o e t e m com o fi n a l i d a d e a

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limit açõ es. Fo ra m apre se nt ada s s uge st õ es de fut uras inve st ig açõ es , s uger indo -se a lgu ma s me d id as de int er ve nção . Po r últ imo fo i re fer e nc ia da a bib lio gra fia de supo rt e do est udo aprese nt ado .

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Capítulo I

Revisão Bibliográfica :

1.1. O enve lhec ime nt o de mo grá fico 1.2. O Enve lhe c ime nt o em Po rt uga l 1.3. A Ve lh ic e 1.4. A So lid ão no s ido so s. Co ncept ua liz aç ão 1.5. Causa s do iso la me nt o so cia l no s ido s o s 1.6. De fin iç ão de Afe ct ivida de 1.7. Co nce it o de Saúde 1.8. Algu ma s d irect r ize s e xist e nt es no combat e a so lidão 1.9. Obje ct ivo s 1.10. H ipó t eses

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1.1. O E nvelhecimento demográfico

Há po uca s d éc ada s o s er hu ma no t inha u ma e spera nça de vida curt a, de vido a do enç as, à s más co nd içõ e s de vid a, de h ig ie ne, de insu fic ie nt e s cu idado s d e s aúde. No e nt a nt o, devido ao ava nço da c iê nc ia, a lt era çõ es eco nó mic a s e so c ia is, ao lo ngo do t emp o t e m -s e co nse gu ido a lc a nçar u ma ma io r esp era nç a de vida.

O e nve lhec ime nt o da po pu laç ão fe nó me no caract er í st ico da s so c iedad es co nt e mpo rânea s e indu st r ia lizada s é a na lis ado a níve l so c ia l, eco nó mico e po lít ico co m apre e ns ão .

A a ná lis e da e vo lu ção de mo grá fica no s p a íse s co nt e mpo râneo s apo nt a co mo caus as do e nve lhe c ime nt o de mo grá fico do is fact o res, o au me nt o da lo nge vid ade e o dec lín io da t axa de nat a lidade.

O pro ble ma e st á no de sequ ilíbr io qu e s e ver ific a na po pu laç ão , dado pe lo quo c ie nt e e nt re o nú mero da po pu la ção ido sa, o u se ja co m 65 a no s o u ma is e o nú mero da po pu laç ão jo ve m co mpre e nd id a e nt re o s z ero e cat o rze a no s, expres sa e m perc e nt age m po r cada 100 pe sso as co m idad e e nt re o s zero a no s e o s cato rze, a que se da o no me de índ ic e de e nve lhe c ime nt o2.

A lo nge vid ade , co nqu ist a da hu ma n ida de, asp ira ção pe la qua l o ho me m se mpre lut o u, só é e ncar ada co mo u m pro b le ma pe la su a a s so c iação ao dec lín io da nat a lid ade que nas ú lt ima s d écad as se t e m ver ific ado . Para e st e dec lín io co nt r ibu iu so br et udo a e ma nc ip ação da mu lher, a su a e nt rada no mu ndo do t raba lho , do uso de ant ico nc epc io na is e a lt eraç ão de me nt a lida de s.

E m su ma, o pro ble ma não est á no au me nt o das pe sso a s ido sa s ma s no nú me ro reduz ido de jo ve ns e de no vo s nasc ime nt o s (O live ira, 201 0, p. 17) , se ndo qu e, a q ue st ão est á na po pu lação act iva q ue não gara nt e a sust e nt a bilidad e do s ma is ido so s.

2

“O í n d i ce d e e n ve l h ec i me n t o é d a d o p el a se g u i n te f ó rmu l a , I E = (P1 : P2 ) x 1 0 0 , se n d o q u e P1 é a p o p u l a ç ã o c o m i d a d e o u su p e ri o r a 65 a n o s e P2 a p o p ul a ç ã o c o m i d a de compreendida entre os 0 e os 14 anos.” ( Por t a l da Sá u d e, 2 0 0 8 ) .

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1.2. O E nvelhecimento em Portugal

Co mo já fo i re fer ido , o enve lhe c ime nt o de mo grá fico ver ific a - se e m to do s o s pa íse s do mu ndo , est a ndo Po rtuga l e nt re o s ma is e nve lhec ido s d a Euro pa, fa ct o que se po de co nst at ar pela a ná lis e da p irâ mid e et ár ia, qu e segu id a me nt e se apres e nt a.

O grá fico qu e a s egu ir se apre se nt a é represe nt at ivo da po pu laç ão po rt uguesa no ano 2012.

Grá fico 1- Grá fico da P irâ mid e Et ária de Po rt uga l

Fon t e: I n t er n a ci on a l Da t a Ba se ( 2 0 1 2 )

Pe la o bs er vaç ão da p irâ mide ve r ific a-s e que e xist e u m est re it a me nt o da bas e qu e re pres e nt a u ma ba ixa nat a lid ade . Po r o ut ro lado , ver ific a - se u m a larga me nt o do to po , o que represe nt a u ma ma io r esp era nç a de vida.

Segu ndo dado s est at íst ico s do INE, Po rt uga l e m 2011 , t inha u m índ ic e de e nve lhec ime nt o de 129,6. Co mp ara nd o est e va lo r co m o d o ano de 1960 , cu jo índ ic e fo i de 27,3 (Ba se de D ado s de Po rt uga l Co nt e mpo râneo (Po rdat a), 2012), ver ific a-se u m au me nt o de 4,75 veze s ma is, se ndo que est e va lo r t e m t endê nc ia a au me nt ar, co mo esque mat iz a o gráfico 2

Homens Mulheres

População em milhares Faixa etária População em milhares

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Grá fico 2- Ind ic ado res de e nve lhe c ime nt o Rác io - %

Fontes/Entidades: INE, PORDATA Última actualização: 2011-12-23

As s im, de a co rdo co m as pro je cçõ es Est at íst ica s e m Po rt uga l no a no de 2060, exist irão 271 ido so s po r cada 100 jo ve ns (Inst it ut o Nac io na l d e Est at íst ica (INE), 2009) .

A es pera nça d e vid a po de ser d e fin ida, co mo o nú mero de a no s qu e u m det er mina do ind iv íduo po de esperar est at ist ica me nt e vive r desd e o nasc ime nt o . De aco rdo co m (R ibe iro & Paú l, 2011, p. 7) , u m ind iv íduo do se xo ma sc u lino qu e nas ceu no s a no s 60 e m Po rt uga l po d ia e sp erar v iver 60, 7 a no s e 66,4 a no s s e fo s se do se xo fe min ino . E m 2011, a e sp era nç a de vid a à nasc e nç a era de 75,4 a no s para o s ho me ns e de 82 ano s par a as mu lher es.

No ent a nt o , o au me nt o da e spera nça de vid a não s ig n ifica e m mu it o s do s caso s, qua lidad e de vid a . De fact o , est a a mp lia a inc idê nc ia de do e nça s, ass im co mo o dec lín io fu nc io na l, au me nt a ndo a d epe nd ê nc ia e a p er da d a aut o no mia.

E m Po rt uga l, o enve lhe c ime nt o da po pulação , t em c aus ado co nst ra ng ime nt o s vár io s. Po r exe mp lo , ao níve l e co nó mico , o es fo rço do Pa ís t em sido co nsid erá ve l, para faz er fa ce a subsíd io s de apo se nt aç ão . O aume nt o

27,3 34 44,9 68,1 102,2 128,6 0 13 26 39 52 65 78 91 104 117 130 1960 1970 1981 1991 2001 2011 Índice de envelhecimento Índice de dependência total Índice de dependência jovens Índice de dependência idosos Índice de longevidade

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das d es pe sa s co m o s ido so s, nã o t em sido co mpe nsa do po r au me nt o de rece it a po r razõ es vár ia s, o que é de mo nst rado pelo índ ic e de dep e ndê nc ia t ot al3, que se po de t a mbé m o bser var na figura a nt er io r .

Est e índ ic e repr es e nt a o esfo rço que a p o pu laç ão act iva supo rt a par a ma nt er a so c ied ade . De a co rdo co m o s da do s do s censo s de 2011, e st e es fo rço agra vo u-se na ú lt ima dé cad a, resu lt ado do au me nt o de depe ndê nc ia d e ido so s, que au me nt o u cerca de 21% nest e pe r ío do , sendo que, o au me nt o da depe nd ê nc ia do s jo ve ns no mesmo esp aço de t e mpo so freu u m c o mpo rt ame nt o co nt rár io , ass ina la ndo -se u ma d iminu ição de cerca d e 6% .

O au me nt o das d esp es as so c ia is co m o s ma is ido so s po derá e m s it ua ção de cr is e eco nó mic a pro vo car u m ma l - est ar so c ia l e co nduz ir a u m co nflit o e nt re geraçõ es de co nseq uê nc ias t erríve is pa ra a so c ieda de , de ve ndo as in fr a-e st rut uras do s s ist e ma s de pro t ecção adapt ar -se a est a no va rea lid ade .

Para a lé m da s imp lic açõ es a níve l eco nó mico , o au me nt o da lo nge vid ade apre se nt a co mp lica çõ es a n íve l so c ia l. S egu ndo o s Ce nso s d e 2011, a s fa mília s c lá s s ica s, co nst it u ída s po r u m só e le me nt o , t em v indo au me nt ar na s ú lt ima s dé cad as, re pres e nt ava m e m 2011 cer ca d e 21% do t ot a l das fa mília s, s e ndo que 10% d est as era m co nst it u íd a s po r u ma pe s so a ido s a (INE, 2012)

De aco rdo co m o s dado s, pu blic ado s pe lo I nst it ut o Nac io na l d e Est at íst ica, e m 4 de Fe vere iro de 2 012, ma is de u m milhão de ido so s vive m só s o u e m co mp a nhia de o ut ro s . Sendo q ue, e nt re 2001 e 2011, a po pu la ção do s ido so s nest as co nd içõ es, su b iu de 942 594 para 1,2 milhõ es (INE, 2012) .

Po de mo s ver p e lo grá fico nº 3, a d ist r ibu ição po r reg iõ es e m Po rt ugal, do s ido so s que vive m só s, ver ifica ndo -se u ma ma io r perc e nt age m no Ale nt e jo , Ce nt ro , Algar ve e Lis bo a , de st aca ndo -se u ma me no r per ce nt age m, na M ad e ir a e Aço res. 3 “O í n d i c e de d e pe n d ê n ci a t ot a l é d a d o pe l o q u o c i e nt e e n t re o so ma t ó ri o d e p e sso a s c o m i d a d e s c o mp re e n d i d a s e nt re o s 0 e o s 1 4 e a s pe sso a s c o m i d a d e i g u al o u su p e ri o r a 6 5 , e o n ú me ro d e p e sso a s e n t re o s 1 5 e o s 6 4 a n o s, v a l o r e x p re sso e m p e rc e n t a g e m (p o r 1 0 0 p e s so a s c o m 1 5 - 6 4 a n o s ) , f ó rmu l a d e c á l c u l o : I DT = [ ( P1 + P2 ): P3 ] x 1 0 0 ; e m q u e P1 é a p o p ul a ç ã o c o m i d a d e co mp re e n d i d a s e n t re o s 0 e o s 1 4 a n o s; P2 é a p o p u l a ç ã o c o m i d a d e i g u al o u su p e ri o r a 6 5 a n o s; e P3 é a p o p u l a ç ã o c o m i d a d e s entre os 15 e os 64 anos” ( Por t a l da Sá u d e, 2 0 0 8) . 

(19)

Grá fico 3 - Perce nt age m da po pu lação ido sa que vive so z inha o u exc lu s iva me nt e co m p esso as co m 65 o u ma is a no s

Fon t e: I NE - C en sos 2 0 1 1 – Resu l t a d o s Pr é - d e fi n i t i vo s Mom en t o C en si t á r i o – 2 1 d e Ma r ço 2 0 1 1

Po rt uga l é segu ndo dado s re ce nt es, u m d o s pa ís es ma is e nve lhec ido do mu ndo e 40% do s port ugueses co m ma is d e 65 ano s, pas sa m e m mé d ia o it o o u ma is ho ras so z inho s.

Po r o utro lado , e xist e u ma co nvivê nc ia de vár ia s ger açõ es. As fa mília s são co nst it u ída s po r vár io s ido so s, co m d ifere nt e s id ade s.

Po de mo s e nco nt rar na me sma fa mília ido so s co m idad e co mpree nd id a e nt re o s 65 e 75, mas t a mbé m ido so s co m ma is de 75 a no s, co m per ce nt age m ma io r do sexo fe min ino . (O live ira, 2010, p. 18) .

Nest e s e nt ido est ão o s dado s do s Ce nso s de 2011, repr ese nt ado pe lo grá fico se gu int e:

(20)

Grá fico 4 – Po pu laç ão Resid e nt e e m Po rt uga l (Nº), po r sexo e grupo et ár io 2001 -2011

Fon t e: I NE , Rec en sea m en t os G er a i s d a Pop u l a çã o 2 0 0 1 e 2 0 1 1

A po pu laç ão fe min ina, de a co rdo co m o s dado s es t at íst ico s do s Ce nso s de 2011, co nst it u i 52,2% da po pu la ção res id e nt e e m Po rt uga l. E mbo ra e m ma io r nú me ro e vive ndo ma is, apre se nt a m u m ma io r r isco de po bre za e u ma ma io r t axa de pr iva ção mat er ia l , o que deco rre da d ifere nç a do est at uto eco nó mico o u so c ia l fe min ino .

É de reco nhec er que as co nd içõ es d e mo gr á fic a s do no sso pa ís po r s i só po derão criar co nd içõ es de iso la me nt o e de so lidão .

1.3. A Velhice

A ve lh ic e é o co nce it o que de fine o grupo do s ind iv íd uo s que po ss ue m ma is a no s de vid a (Fo nt a ine, 2000) .

De a co rdo a Orga niz aç ão Mu nd ia l d e S aúde, ve lho é aqu e le q ue já co mp let o u o s 65 ano s (O live ir a, 2010, p. 12) .

O co nce it o de e nve lhec ime nt o é , segu ndo (Fo nt a ine, 20 00, p. 19) , u m pro cesso de de grada ção pro gressiva que var ia de ind iv íduo para ind iv íduo e que a fe ct a to do s o s seres v ivo s. Te m in íc io co m o nasc ime nt o e o seu t er mo é a mo rt e.

(21)

E m s u ma, o enve lhe c ime nt o bio ló g ico é ine vit á ve l. E nve lhe ce - s e desd e que s e na s ce.

O ho me m d es de do s pr imó rd io s da no s sa hist ó r ia se mpre mo st ro u int eres se po r co mpr ee nd er e e vit ar a ve lh ice. No e nt a nt o , de aco rdo co m (O live ira, 2010, pp. 35 -36), a et io lo g ia do enve lhec ime nt o não é a ind a tot a lme nt e co nhe c ida. Na sua o p inião , ne m a fis io lo g ia, a ge nét ica, a imu no lo g ia o u a bio qu ímic a e xp lic a m per fe it a me nt e o pro cesso de e nve lhe c ime nt o , suger indo que a e xp lic ação de verá ser a bo rdada de u ma fo r ma ho líst ic a, co m mo de lo s int e gra nt es, co ns id era ndo não s ó o s fact o res hered it ár io e a mb ie nt a l ma s t a mbé m o ut ras var iá ve is, co mo aco nt ec ime nt o s d e vid a, há b it o s a lime nt are s, co mpo rt ame nt a is, fa ct o res so c ia is, eco nó mico s e pro fis s io na is.

A ú lt ima et apa da vid a, a ve lh ic e é, seg u ndo ( Alme id a, 2006, p. 20) , u m per ío do e m q ue a e st rut ura co rpo ral se va i a lt era ndo de u ma fo r ma ma is vis íve l e ráp ida.

A níve l fís ico a lt era -se a aparê nc ia co m o aparec ime nt o das rugas e do s ca be lo s bra nco s. O e squ e let o mo d ific a -se, d á-se u ma d iminu ição da fo rça , da de st reza, da c apac id ade de re cuperar do s es fo rço s, po r o ut ro la do , exist e u m a u me nt o da vu lnera b ilidad e à s do ença s, (Co uva ne iro & Ca br era, 2009, pp. 28-30). Na o p in ião de st es aut o res, est as t rans fo r ma çõ es s ão inc apac it a nt es e d iminu e m a fu nc io na lida de, re la c io na da co m a a ut o no mia no des e mpe nho d e t arefas de cu id ado s pe s so a is e da adapt ação ao me io e m qu e s e vive. O s me smo s a ut o res t ambé m no s ad vert e m para a lg u ns pro ble ma s int e le ct ua is caus ado s pe lo e nve lhe c i me nt o , co mo se ja m, me no r capac ida de d e co nce nt ração , de me mo r iza ção , ass imila çã o de info r ma ção e de e xpre ss ão .

A perc epç ão4 t ambé m é a fe ct ada p e lo e nve lhec ime nt o , pr inc ipa lme nt e a v isão , o equ ilíbr io e a au d ição , pro vo cando mu it a s ve ze s , pro ble ma s ps ico ló g ico s e so c ia is , po dendo est es t ambé m co nt r ibu íre m p ara o dec lín io das a ct ivida des int e le ct ua is (Fo nt a ine, 2000, p. 77) .

4 “Percepção é a função e mecanismos por meio dos quais um organismo toma conhecimento do mundo e de si mesmo a partir dos dados dos sentidos” (Tiberghien, G., 2007, p. 288)

(22)

A ve lh ic e é u ma fa ce do de se nvo lv ime nt o do ser hu ma no , o qu e imp lic a t a mbé m a bo rdar ne st a et apa d a vid a a s a lt eraçõ es ao níve l d a perso na lidad e5.

Dura nt e década s a co mpre e ns ão do mo do de pensar, se nt ir de ag ir o u reag ir no seu quo t id ia no , do s adu lt o s e d o s ido so s, t eve co mo supo rt e t eo ria s que se bas ea va m na infâ nc ia e na ado lesc ê nc ia, fo ra m e xe mp lo d is so , a s t eorias d e Fre ud e P iaget .

No in íc io do sé c. XX, S ig mu nd Fre ud6 acred it a va qu e a fo nt e da s pert urbaçõ es e mo c io na is re s id ia nas e xpe r iê nc ia s t rau mát ica s repr imida s no s pr ime iro s a no s d e vida. N a pers pect iva de Freud o s co nflit o s do s adu lt o s e a s d ifer e nça s na per so na lid ade ad u lt a, po d ia m ser int erpret ada s co mo res íd uo s de fixa çõ es pre co ces e de fo r ma çõ es react ivas o co rrid as no decur so do dese nvo lv ime nt o ps ico ss e xua l da in fâ nc ia . Segundo Freud, a perso na lid ade do ser hu ma no fo r ma va -se no s pr ime iro s a no s d e vid a, qu a ndo s e g er ia m co nflit o s e nt re o s seu s impu lso s bio ló g ico s e as e xig ê nc ia s d a so c ied ade , (Papa lia, O ld s, & Fe ld ma n, 20 01, p. 22) .

Ta l co mo Freu d, t ambé m P ia get7 c it ado e m Fo nsec a, (2005), não est udo u d ire ct a me nt e a id ade adu lt a ne m a ve lh ic e, no e nt a nt o , fo i u m po uco ma is lo nge e co ns id ero u que o des e nvo lvime nt o o corria pr inc ip a lme nt e e nt re a na sce nça at é a id ade adu lt a, d iv id indo -se e m qu at ro est ádio s, no s q ua is s e dese nvo lve u ma no va fo r ma de o perar, de pe ns ar e respo nder ao me io a mb ie nt e, nu m pro ces so adapt at ivo .

Po r vo lt a da s egu nd a met ad e do sécu lo X X, surg e m co nce pçõ es que s e base ara m no press upo st o de que o dese nvo lvime nt o o corre ao lo ngo de t o da a vid a. São as cha mad as t eo rias d es e nvo lvime nt ist as.

Segu ndo Fo nt a ine (2000), o prime iro auto r a co ns iderar que o dese nvo lv ime nt o aco nt ec ia d esde a nasce nça at é à mo rt e fo i Ju ng, po r vo lt a de 1933. N a per spe ct iva de Ju ng o d ese nvo lv ime nt o d ivid ia -s e e m do is

5

Personalidade é definida como ” o conjunto activo de sentimentos e valores, tendências e atitudes que

traduzem um fundo estrutural próprio e especificamente característico de cada indivíduo” . (Fonseca, A., 1997, p. 265)

6

Freud, (1953). A General introduction to psychoanalysis (J. Riviere, Trans.). New York: Perma-Books. (Original Work published 1935)

7

Piaget, J. (1983). «Piaget’s theory», in P.H. Mussen (ed), Handbook of child psychology, Nova Iorque, John Wiley.

(23)

est ád io s d ifere nt es : o jo ve m adu lt o co nfo r mist a e e xt ro ve rt ido e o adu lt o ido so ma is int ro vert ido .

Ma is t arde, po r vo lt a do s ano s set e nt a, Er ik so n8, c it ado e m (Fo nse ca, 2005, p. 44) , de fe nd eu a t eo r ia p sico sso c ia l. Est a per spe ct iva fo i ba sea da no s pressupo st o s que o dese nvo lv ime nt o da perso na lidad e o co rre ao lo ngo da vid a, que o s er hu ma no é u m ser so c ia l, cu ja e vo luç ão é det er minad a pe la s int erac çõ es e nt re a mat uração e a s pre ssõ es a mb ie nt a is . Na co nc epç ão de Er ikso n, t o do s o s seres hu ma no s pa ss a m po r uma s ér ie de cr is es, à me d i d a que at rave s sa m o c ic lo de vida .

E mbo ra Erikso n co nsid ere que a lg u ns aspect o s da perso na lidad e po ssa m s er det er mina do s pe lo fact o r here d it ár io , a reso lu ção de cada fa se d e dese nvo lv ime nt o de ve ser e nt e nd id a, no â mb it o da int erac ção e nt re a s vár ia s e xigê nc ia s co lo cada s pe lo co nt ext o so cia l e pes so a l .

Segu ndo Er ikso n9, c it ado e m (Papa lia, O ld s, & Fe ld ma n, 200 1, pp. 24 -25), o dese nvo lv ime nt o o correr ia po r o it o est ád io s:

O pr ime iro do na sc ime nt o at é ao s 18 me se s, de no mina do d e

confiança básica versus desconfiança”.

O seg u ndo do s 18 me se s ao s 3 a no s, a fa se d a “a utonomi a ve r su s dúvida e vergonha”.

O t erce iro do s 3 ao s 6 ano s, des ig nado de “iniciativa versus culpa”. O quart o est ádio e nt re o s 6 ano s at é a pu b erdade, a qu e de u o no me d e

mestria versus inferioridade”.

O qu int o , da fa se da pu berdade ao jo ve m a du lt o , des ig nado d e

identidade versus confusão de identidade”.

Er ikso n co meço u a fa lar do adu lt o a par t ir do s e xt o est ád io , per ío do que o co rre ent re o s 21 e 40 a no s, o pe r ío do do jo ve m adu lt o , int it u lado d e “intimidade versus isolamento”, o nde o s dese jo s de int imid ade e iso la me nt o represe nt a m o s pó lo s da cr ise. Ne st e per ío do reina o sent ime nt o de nece ss idad e de a mo r.

8

Erikson, E. (1963), Childhood and society, 2ª Ed., Nova Iorque, Norton. 9

Erikson, E.H. (1982).The life cycle completed: a review, Nova Iorque, Norton and Co.

Erikson, E. H.,Erikson, J. M., & . Kivnick, H. Q. (1986). Vital involvement in old age: The experience of old age in our time. New York: Norton

(24)

Do s 40 ao s 60, o ind iv íd uo ent ra no se u me io d e vid a, o u se ja, na idade de maturação, estádio apontado co mo o da “p roduti vidad e v er su s estagnação”. O co nflit o co ns ist e e nt ão , e m e nco nt rar o equ ilíbr io e nt re o se nt ime nt o de int ere ss e pe la g eração segu int e e s e nt ime nt o s de ser a bso rvido e u lt rapas sa do pe lo s co ns t rang ime nt o s. Nest e est ád io é mu it o fre que nt e o co nflit o e nt re o t raba lho e a fa mília . O s e nt ime nt o predo mina nt e ne st e e st ád io é o de at enç ão pe lo s o ut ro s.

Po r últ imo , de a co rdo co m Er ik so n., o per ío do da ve lh ic e, de s ig nado co mo “inte grid ade v er su s desespe ro”, do s 60 ano s e m d ia nt e o nd e e xist e a nece ss idad e de ger ir a co nt rad ição ent re a int egr idad e pes so a l e o desesp ero , e nt re o dese jo de se nt ir praz er e m v ive r e e nve lhe cer co m d ig n idad e e a a ns ie dad e a s so c iada à a nt ec ipa ção da ida de a va nç ada, da perda de aut o no mia e da mo rt e. Nest a fa se o ind iv íduo fa z u ma a va lia ção da d ist ânc ia e nt re o s o bject ivo s a qu e se pro pô s e o s que at ing iu durant e a vida.

Er ikso n des cre ve o enve lhe c ime nt o , co mo u m per ío do durant e o qua l o ind iv íduo re fle ct e so bre a su a vida e re co rda as su as v it ó r ia s e de cep çõ es, int egra ndo no eu a s me mó r ia s sig nific at ivas a cerca d e s i pró pr io e do mu ndo . Se a reso lu ção do co nflit o inere nt e ao respect ivo est ád io fo r negat ivo , o indivíduo desenvo lve um sent imento de “desespero”. O “sent ido da int egr idad e do eu” será a lca nça do se o ind iv íduo fo r capa z de ac e it ar e inco rpo rar as sua s re a liz açõ es e o s seu s fr aca sso s, arc a ndo a re spo nsa b ilidad e po r ambo s ( Fo nsec a, 2005, pp. 45 -45)

Na o p inião de Er ik so n, a pe sso a ne st a fase, o r ie nt a-s e para re la çõ e s so c ia is de nat ureza ma is e sp ir it u a is ( Fo nt a ine, 2000, pp. 136 -139)

Po st erio r me nt e, da ndo co nt inu ida de à s t eorias de se nvo lv ime nt ist a s ma s co lo ca ndo ma is ê nfa s e ao pa pe l do me io a mb ie nt e , no des e nvo lvime nt o do ser hu ma no , surge m as t eo r ias d e fe nd id as po r Albert o Bandur a, Ke ga n e Le vinso n.

No s ano s s et ent a e o it e nt a , Albert o Band ura de fe ndeu qu e o a mbie nt e det er mina o ind iv íduo t ant o co mo o ind iv íduo det er mina o seu a mb ie nt e , co m a t eoria so c io co g nit iva .

(25)

Ba ndur a10 (1977) c it ado po r (Hanse nn, 20 04, pp. 167 -168), de fe nd e que o s fa ct o res ma is impo rt ant es na c o nst rução da p erso na lidad e são o s fa ct o res so c ia is e co g nit ivo s, ins ist indo de que a ma io r p art e do s re fo rço s s ão de nat ureza so c ia l, co mo se ja, a at enção do s o ut ro s, a ace it ação e int eres se.

De aco rdo co m B a ndura é at ravés do s co mpo rt a me nt o s do s o ut ro s que co nst ru ímo s a ide ia de co mo o s no sso s co mpo rt a me nt o s são pro duzido s.

Kega n11 e m 1982, me nc io nado e m ( Fo nsec a, 2005, pp. 45 -46), apres e nt a u m mo d e lo de de se nvo lv ime nt o ps ico ló g ico po r est ád io s que o co rre se mpre nu m det er mina do co nt ext o so c ia l e cu lt ura l, o que fa z co m qu e o s est ád io s não s e ja m u n iver sa is, po is, o mo do co mo no s de se nvo lve mo s depe nd e do me io e m qu e e st a mo s ins er ido s, o que le va a co ns id erar, o qu e po de ser apro priado e m t er mo s de des e nvo lvime nt o nu ma c u lt ura , po de não o ser no ut ra. Dest a fo r ma, para o aut or , o dese nvo lv ime nt o co ns ist e nu m pro cesso e vo lut ivo d e “at r ibu ição de s e nt ido ”, da ndo ênfa s e ao co nt e xt o e m que o se nt ido acerca d e s i pró pr io e do s o ut ro s é a ju st ado e rea ju st ado ao lo ngo do s ano s. Est a t eo ria co ns id era que to do s o s perío do s da vid a co nst it ue m u ma o po rt unid ade para a ide nt ific ação da id e nt idad e p es so a l, po is ao lo ngo da vid a, so mo s co nfro nt ado s co m d ifer e nt es nece s s idad es, d es e jo s , t ensõ es e int erac çõ es.

Le vinso n12 e m 1986, a lud ido e m ( Fo nse ca, 2005, p p. 46 -47) de fe ndeu que o s fa ct o res cu lt ura is p o de m pro vo car , na co nst rução da perso na lida de, o me smo t ipo de a lt eraçõ es que o s bio ló g ico s. Est e aut or inc id e o seu e st udo pr inc ipa lme nt e so bre o ho me m adu lt o e id o so e pro põ e u ma t eo ria bas ead a na se me lha nç a de padrõ es d e vida do s ind ivíd uo s po r ele est u dado s. D ist ingu e t rês épo cas no c ic lo d e vid a do adu lt o . U ma pr ime ira épo ca q ue va i de sd e o s 18 ao s 45 ano s apro xima da me nt e, que des ig no u de id ade adu lt a in ic ia l, segu indo -se a ida de me ia adu lt a, e nt re o s 45 e o s 65 e u ma id ade adu lt a t ard ia do s 65 a no s e m d ia nt e. Est a ú lt ima fa se se r ia caract er iza da pe la reo rga niza ção das pr io r ida de s de vida, da ndo ma is imp o rt ânc ia à fa mília e às re la çõ es do que ao t raba lho , o u se ja, u m p adrão d e vid a ma is de fe nsivo do que o s

10

Bandura, A. (1977), Social learning theory, Englewood Cliffs, NJ, Prentice-Hall, 242 11

Kegan, R. (1982), The evolving self: Problems and process in human development, Cambridge, Harvard University Press.

12

(26)

a nt er io res. Segu ndo Le v iso n, a s e sco lha s são o mo t or do dese nvo lv ime nt o e o su je it o t e m u m p ape l a ct ivo no seu de se nvo lvime nt o .

Ao mes mo t e mpo que se ver ific a m a lt eraç õ es fís ica s e p s ico ló g ic as n a ve lh ice t a mbé m se dão t rans fo r ma çõ es ao níve l so c ia l, se ndo que, o e nve lhe c ime nt o so c ia l é co nsequ ê nc ia d o s papé is so c ia is q ue a so c ied ad e dest ina a est a fa ixa et ár ia. O e nve lhe c ime nt o so cia l depe nde nt e da cu lt ura e da hist ó r ia de cad a so c iedad e e do pap e l e e st at ut o que a co mu nida de at r ibu i ao enve lhe c ime nt o (Co rreia, 2007) .

Na no s sa so c iedad e a ve lh ice car act er iza - se p e la a lt er ação e perda d e papé is, co mo se ja m, o est at uto pro fis s io na l, mud a nç a na s re la çõ es fa miliar e s e das red es so c ia is .

A e nt rada na re fo r ma, que mu it as vez es, segu ndo a act ua l le g is la ção , se d á po r vo lt a do s 65 a n o s, va i d et er mina r vár ia s a lt er açõ es, a níve l fina nce iro , co m reduç ão de recurso s e a níve l so c ia l co m a d iminu iç ão de o po rt unidad e de co nt act o s.

Segu ndo (Co uva ne iro & Ca brer a, 2009, p . 108) , a e nt rada na re fo r ma na so c ied ade co nt e mpo rânea, pro vo ca se nt ime nt o s de perd a de s e nt ido , inut ilidad e e va z io . O su je it o que dura nt e a no s d ed ico u a vida à su a pro fis s ão se nt e co mo que u ma de so r ie nt ação pe la fa lt a de re ferê nc ia s, co mo s e ja m, o lo ca l de t raba lho , o bject ivo s, ho rár io s, co mp a nhe iro s e a migo s.

Para a lé m da e nt rada na re fo r ma, segu n do (Co uva ne iro & Ca br era, 2009, p. 108) , o ut ro s aco nt ec ime nt o s de vid a po derão pro po rc io nar a lt er açõ e s a níve l so c ia l, co mo se ja a p erda d e a mig o s e fa miliare s pró ximo s, a sa íd a do s filho s de ca sa, o u a mo rt e do co njugue.

E m re su mo , o e nve lhe c ime nt o t ranspo rt a se nt ime nt o s de ins egura nça , inst a bilid ad e, a ns ie dad e, ba ixa s e xp ect ativa s, medo e so lid ão , agrava do e m grande part e pe la s it uaç ão de po breza viv ida po r um gra nde nú mero de ido so s.

1.4.

A Solidão nos idos os. Conceptualização

A so lid ão é u ma car act er íst ic a do ho me m mo d er no (Ma y, 1996, p. 23) , no ent a nt o , a lit erat ura des cre ve - a e m vá r ia s épo cas, da ndo - lhe s ig nifica do s d ifer e nt es co nso a nt e o s co nt ext o s hist ó rico s. No séc. XXI, a so c ieda de viv e u m par ado xo e nt re a g lo ba liza ção e o ind iv id ua lis mo , se ndo just a me nt e ne st e

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co nt ext o que a so lid ão se impõ e. Nu ma s o c ieda de qu e va lo r iz a cad a ve z ma is as fut ilid ade s e a s a parê nc ia s, o no vo , o be lo e que de s va lo r iza o s la ço s d e a mo r, a miz ade e so lidar ied ade, e m que a s re laçõ e s co m o s o ut ro s ne m se mpr e são fác e is, o s ido so s s ão , ine vit a ve lme nt e, o s ma is a fe ct ado s.

A so lid ão é u m s e nt ime nt o su bje ct ivo de d ifíc il d e fin ição e a lgu n s aut o res pr efere m de scre ver o s re lat o s das pes so a s que a vive nc ia m.

De aco rdo co m (Pa is, 200 6, p. 19) , ne ss es re lat o s est ão evid e nc ia da s as cau sa s d e a ba ndo no e d es a mparo , rupt ura de laço s a fe ct ivo s, de se nco nt ro s co m o o ut ro o u co ns igo pró prio . Po de t er su bja ce nt es co mo aco nt ec ime nt o s d e vid a, a mo rt e de u m co njug ue, a re fo r ma, migra ção , depe ndê nc ia o u o ut ro s e ve nt o s que co nt e nha m o se nt ime nt o de perda do s p apé is a nt er io re s impo rt ant es.

Segu ndo (Pa is, 2006, pp. 354 -356) a so lid ão po de t er vár io s ro st o s, e xist indo para est e aut o r, a so lid ão do resse nt ime nt o se nt id a pe la pe sso a cu jo dese jo d e a mo r e m re la ção a o ut ro fo i de t a l mo do fer ido o u pert urbado , qu e ma is t arde, d ific ilme nt e po de reviver a e xper iê nc ia se m s e nt ir e ss a do r; A so lidão da perda pro vo cada pe la au sê nc ia , e m e spe c ia l p e la mo rt e de que m s e t inha u m r e lac io na me nt o e xe mp lar, po d e ndo ser o ca so da mo rt e de u m co njugu e, de u m filho o u at é a mo rt e de u m a nima l; A so lid ão , se nt id a pe la separ ação , me s mo que se não de ixe de es t ar unido a o ut ro s, o u se ja, e mbo r a e m co mpa nh ia de o ut ro s, po de sent ir -s e a so lid ão pe la a us ê nc ia do s a fe ct o s perd ido s ; Out ro t ipo de so lid ão é a e xp er ie nc ia da na pro cura d e u m o ut ro ima g inár io , o nd e se co mu nic a a impo s s ib ilid ade d e co mu nic ar, o que o aut or des ig na po r so lidão da pro cura. O e xe mp lo de st a fo r ma d e se nt ir é a do s su je it o s que co nst ant e me nt e pro cura m co mu nic aç ão co m o ut ro s pe la int er net . Out ro mo do de se nt ir so lid ão , no ent ender do me s mo a ut o r, é aque la qu e pro vé m da pro cura de pre e nc her o vaz io do ser co m o de lír io do t er, a que dá o no me de so lid ão po sses só r ia. Est a so lid ão co nt rast a co m a so lid ão do s desa po ssa do s, as so c iada a u ma co nd ição d e pr ivaç ão de be ns es se nc ia is p ara a su bsist ê nc ia. O aut o r fa la - no s t a mbé m nu ma so lidão po r o pção , o nde o ind iv íduo merg u lha e m si, na su a int er io r id ade. São ide nt ificad as p e lo aut o r, a inda, dua s fo r ma s de se nt ir e st e so fr ime nt o : a so lidão da de scre nça e a d a ind ifer e nç a, a pr ime ira é de spro vid a de a fect o s e de esp era nça , de scr it a co mo

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se ndo a so lid ão do s mo r ibu ndo s na so c iedade co nt e mpo râ ne a, a segu nd a a se nt id a pe lo s car e nc ia do s e a fo r ma co mo são o lhado s pe lo rest o da so c iedad e.

Pa is (2006) , fa la- no s t a mbé m nu ma so lidão depress iva co mo se ndo aque la que r esu lt a d e de se nco nt ro s co m o s o ut ro s o u co ns igo pró prio . O aut o r fa z re ferê nc ia a Hege l, que a e st a fo r ma de so lid ão deno mina va d e a lie na ção d ist anc ia me nt o de s i e t a mbé m a Freud que a id e nt ifica va co mo neuro s e mo t ivada pe la repre ss ão de de se jo s e s e nt ime nt o s, le va ndo o ind iv íd uo a se nt ir -s e o ut ro que não o verdade iro .

Aind a na o p in ião d e Pa is (2 006), e xist e a so lid ão de e nc la u sura me nt o e que re su lt a da fa lt a de co mu nic aç ão , po dendo s er o r ig ina da pe la fa lt a d e respe it o pe lo o ut ro , no que o o ut ro t em de d ifere nt e e m re la ç ão ao s de ma is .

Para Pa is (2 006), a so lidão é u m e st ado int er io r de su bje ct ivid ade , e nqua nt o o est ar só se re fer e a u ma sit uaç ão , o iso la me nt o po de ser e xpre ss ão de liber dade de c ada u m e m qu er e st ar só , e nes se c aso é viv ido co mo o pção e não so fr ime nt o . Para est e auto r que m s e nt e so lidão não é ine vit a ve lme nt e que m est á só , mas s im q ue m não po de assu mir u ma aut o no mia de vida. Par a e xist ir o se nt ime nt o de so lid ão há qu e ha ver a ne ce ss id ade do o ut ro .

As p es so as ido sa s , à me d ida qu e o s a no s a va nça m , t ê m t e ndê nc ia po r u m lado a d iminu íre m o s se us co nt act o s so c ia is e po r o ut ro a acu mu la r aco nt ec ime nt o s de v ida pro p íc io s p ara o s e nt ime nt o de so lid ão , po is se s it ua m na recus a do prese nt e e na fixa ção nas me mó r ia s do pass ado .

É so bret udo na ve lh ic e qu e a s p es so as s e vêe m co nfro nt ada s co m a mo rt e do cô njug e, do s ir mão s, a migo s e a lguns at é do s pró prio s filho s.

Segu ndo (Uss e l, J., 2001, pp. 107 -120), a mo rt e do co mpa nhe iro para qua lquer p es so a é se nt ida co mo u m do s ac o nt ec ime nt o s ma is t rág ico s da vid a, se ndo viv id a pe lo s ido so s d e u ma fo r ma a ind a ma is do lo ro sa, po is de sco br e m que a re la ç ão a mo ro sa de mu it o s a no s c hego u ao fim . E st as pe sso a s de vido a sua idad e a va nç ada, d ific ilme nt e irão viv e nc iar u ma no va re la ção , perdera m a pesso a co m que m part ilha va m o s seus se gredo s a s su as inq u iet açõ es a s su a s int imid ade s. Para e st e aut o r o s ido so s viúvo s, po r no r ma, se nt e m so lidão e desilu são co m a vida.

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Nu m est udo co m o o bject ivo de a na lis ar o s ig nific ado da so lid ão para o s ido so s (Pe dro zo & Po rt ela, 2003, p p. 172 -182), co nc lu íra m que a so lid ão era se nt id a d e d ifer e nt es ma ne ir as, a lgu ns ido so s de fro nt a va m a so lid ão co mo mo me nt o s ne ce ss ár io s para u ma re visão d a vida, co mo mo me nt o s de r e fle xão para u m re e nco nt ro pesso a l, ma s para a ma io r ia do s ido so s t inha s ig n ifica do de a fliç ão e mo c io na l e re lat ara m se nt ime nt o s de so fr ime nt o , co mo a ngu st ia e vaz io , est a ndo na sua o r ige m p erda s so fr idas o u co nse quê nc ia s de vida.

Segu ndo Ser ma nt13 (1980) c it ado po r (Neto & Barro s, 2001) , a so lidão é u m s e nt ime nt o a flit ivo , qu e o co rre, qua ndo há u ma d is cre pâ nc ia e nt re o t ipo de re laçõ es so c ia is que t e mo s e o t ipo de re laçõ es qu e des e ja mo s t er .

Per lma n e P ep lau14 (1982) c it ado e m (Net o & Barro s, 2001) , de fin ira m a so lid ão co mo o resu lt ado de impo rt ant es de fic iê nc ia s na s re la çõ es so c ia is d a pes so a só .

A so lid ão fo i d e fin ida po r (Neto F. , 1989) , co mo u ma ins at is faç ão e m re lação ao re lac io na me nt o so c ia l, po de ndo est e s e nt ime nt o surg ir qua ndo est a mo s so z inho s ma s t a mbé m q ua ndo e st a mo s aco mp a nha do s, po is r epre se nt a ma is a ins at is faç ão co m o nú mero o u a qua lid ade do s co nt act o s que u ma pes so a t e m do que co m a au sê nc ia d e co nt acto s . Ou se ja, é u ma d es va nt a ge m do ser e m r e laç ão ao mu ndo , cap az de p ot enc iar o u des e nc adear quadro s d e depres são , ho st ilidad e, a lco o lis mo , ba ixo aut o co nce it o , do ença s ps ico sso mát ica s, po de ndo mes mo , s egu ndo as inve st igaçõ es de (Durk he im, 1897) po t enc ia l iz ar o su ic íd io .

O ho me m de a co rdo co m (Va la & Mo nt e iro , 2000, p. 523) , t e m int r inse ca me nt e nece s s idad es de v iver e m so c ieda de, e na a us ê nc ia de r ede s so c ia is d e supo rt e ver ifica m - se d es equ ilíbr io s qu e po de m gerar d ife re nt e s ps ico pat o lo g ia s.

No sent ido dest es aut o res, fo i o est udo rea liz ado po r (Te ixe ir a, 2010) , cu jo s re su lt ado s de mo nst rara m e xist ir u ma co rrelaç ão po sit iva e nt re a so lid ão e a depre ssão e u ma co rre la ção negat iva e nt re a so lidão e a qua lid ade de vid a.

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Sermant, V.(1980). Some Situational and Personality Correlates of Loneliness. In: Hartog, J.; Audey, J.; Chen, Y. (Eds.). The Anatomy of Loneliness. New York: International Universities Press.

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Peplau, L.; Perlman, D. (1982). Loneliness: a sourcebook of current theory, research and therapy. New York: Wiley-Interscience.

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Segu ndo a t eo r ia de Maslo w (197 0)15, c it a do po r (Hanse nne, 2004), o ser hu ma no t e m nec es s ida de bá sic as, s e ndo que e st as est ão d is po st as nu ma hier arqu ia d e impo rt ânc ia . N a su a o p inião , sat is fe it a s a s nec es s id ade s bá s ic a s de su st ent açã o para a vid a e a nece ss idad e de se gura nça, surge a nec es s id ad e de pert enç a e de a mo r e a nec ess ida de de aut o -est ima. As pr ime ira s co nduze m o ind iv id uo para r e laçõ e s a fe ct ivas co m o ut ras pe sso as e o d ir ec c io na m para a pro cura de u m lug ar no grupo , caso est as ne ce ss id ade s não se ja m s at is fe it a s , po de m surg ir p ert urbaçõ e s da per so na lid a de. A segu nda qu e se d iv id e e m du a s cat ego rias, a aut o -est ima qu e t e m a ver co m a co nfia nça, co mp et ênc ia s e liber dade, a ind epe ndê nc ia e o co nt ro lo e a aut o -est ima qu e se re la c io na co m a e st ima do s o ut ro s e m re la ção a nó s p ró prio s, qu e no s é dado at ravés do reco nhe c ime nt o , a aprec ia ção , o respe it o , o prest íg io , a impo rt ânc ia e a d ig n idad e. A sat is fa ção da nec es sida de de aut o -est ima d et er mina a fo rç a ps ico ló g ic a, as no s sa s ca pac id ade s e o se nt ime nt o de ser út il e nece ss ár io . Po r o ut ro lado , a insat is fa ção dest as nec e ss id ade s co nduz e m o ind iv iduo a se nt ime nt o s de in fer io r idad e, de fraq uez a e de des esp ero .

A so lid ão não cau sa só t ranst o rno s ao níve l p s ico ló g ico , mas d e aco rdo co m (C ac io ppo & Pat r ic k, 2008) , a so lid ão t em u m imp act o so bre a saúd e co mpar á ve l ao e fe it o da pressão art eria l, a fa lt a d e e xerc íc io , a o bes id ade o u o t abag is mo . Segu ndo est e s aut o res, a so lid ão pro vo ca vár ia s reacçõ es fis io ló g ic as que a ce ler a o e nve lhec ime nt o , t e m e fe it o a n íve l do s ist e ma imu nit ár io , nas ho r mo na s do st ress e na s fu nçõ es c ard io va scu la re s, po dendo co nt r ibu ir par a u ma mo rt e pr eco ce. J á o est udo rea liz ado po r (Hawk le y, Ma s i, Berr y, & Ca c io ppo , 2006, pp. 152 -164), t inha d e mo nst rado e xist ir u ma as so c iação e nt re a so lidão e o aume nt o da pressão art eria l s ist ó lica o que po de co nt r ibu ir par a o des e nvo lv ime nt o da do enç a card io va sc u lar.

Ta mbé m o est udo rea liz ado po r (Berka ma n & S yme, 1979) , co m u ma a mo st ra de 692 8 adu lt o s e no ve a no s de segu ime nt o , t inha de mo nst rado que pesso as qu e não t inha m la ço s so c ia is e c o mu n it ár io s era m ma is pro pe nsas a mo rrer dura nt e o per ío do de f ollow-u p do que aque le s co m co nt act o s ma is a mp lo s

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A so lid ão t a mbé m e st á asso c iad a ao d ese nvo lv ime nt o de do e nç a s neuro ló g ic as. O est udo rea liz ado po r (Wilso n, et a l., 2007, pp. 234 -240) , co nc lu iu q ue a so lidão est á asso c iada ao au me nt o de ris co de de mê nc ia d e Alz he imer no fina l d a vida, e mbo ra, não est e ja re la c io nada co m a s s ua s caus as pr inc ipa is. O Est udo fo i r ea liz ado co m a part ic ip aç ão de 823 pes so a s ido sa s, se m s int o mas de d e mê nc ia. A so lidão fo i a va lia da no a ct o da inscr iç ão e de po is a nua lme nt e. Apó s a mo rt e fo i r ea liz ado u m e xa me ao c ére bro . Dura nt e o est udo 76 ind iv íduo s d ese nvo lvera m De mê nc ia d e Alz he imer, se ndo que, o r isco de D A qu as e du p lico u na s pe sso as co m índ ic e e le vado de so lidão e m co mpara ção co m o s ind iv íd uo s que nã o est ava m só s.

Vár io s e st udo s so br e a so lidão t ê m e xa mina do var iá ve is só c io de mo grá fic as, t a is co mo a idad e, o sexo , est ado c ivil, níve l d e e sco lar idade , co nd içõ es eco nó mic as e o s re su lt ado s o bt ido s mo st rara m que a so lidão é ma is frequ e nt e no s grupo s co m ba ixa co nd iç ã o eco nó mic a, me no r e sco lar idad e e que se ver ific a ma is no s grupo s et ár io s do s ado le sc e nt es e ido so s, e nt re aque le s q ue não t êm u m parc e iro , co nt act o s so c ia is co m a fa mília, a migo s, viz inho s, que vive m so z inho s o u e m unid ade s r es id e nc ia is. Os e st udo s t ambé m apo nt a m para u ma ma io r inc idê nc ia d a so lid ão no se xo mas cu lino .

É exe mp lo d e u m d es se s e st udo s, o public ado po r (Savikko , Ro ut asa lo , T ilv is, St rand berg, & P it ka la, 20 05, pp. 223 -233) cu ja int e nção fo i a va liar a preva lê nc ia e a s ca us as d a so lidão . O e st udo fo i rea liz ado na Fin lâ nd ia, co m u ma a mo st ra a leat ó r ia d e 6,786 ind iv íduo s, inqu er ido s po r quest io nár io po st al, co m ida de super io r a 75 a no s. Os dado s re ve lar a m qu e 39% d a a mo st ra so fr ia d e so lid ão , se ndo que 5% so fr ia de so lid ão per ma ne nt e. Os dado s de mo nst rara m que a so lid ão era ma is se nt id a no s ido so s do me io rura l do qu e no s ido so s da s c ida de s. O est udo re ve lo u t a mbé m qu e o s fa ct o res pot enc ia liza do res da so lidão era m: ida de a va nç ada o u vive r só o u e m res ide nc ia l, viu vez, ba ixa e sco lar idad e e ba ixo re nd ime nt o s, ju nt a me nt e co m precár ia s co nd içõ e s de s aúd e, dé fic e func io na l, ba ixa vis ão e perda d e aud ição . Os aut o res co nc lu íra m qu e a so lid ão parece der ivar d e muda nça s n a vid a da so c ied ade, be m co mo po r e ve nt o s de vida e d ific u ldad es nat ur a is o rig iná r ia s do enve lhec ime nt o .

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A so lidão na ve lh ice é mu it as ve ze s mot ivada, se gu ndo re lat o s do s ido so s, po r um a ba ndo no do s fa miliar es, fe nó me no est e que a u me nt o u , pr inc ipa lme nt e no s ú lt imo s a no s, d e vido a fact o res so c io e co nó mico s e id eo ló g ico s.

Para co mpr ee nd er a so lidão e o s seu s e fe it o s é ne ce ss ár io apree nd er mo s a s sua s cau sa s. Pe lo s e st udo s já re a liza do s s e co nst at a que, não se ver ific a ndo u ma t ipo lo g ia det er minad a, para as ca usa s da so lid ão , est a co nt r ibu i para o au me nt o de ac id e nt es d e nat ureza p at o ló g ica, faz e ndo co m que est es a a gud iz e m ma is.

1.5. Causas do is olamento s ocial nos idos os

Pen sei o quant o des conf ortá vel é s er t ran cado do lado de f ora; e pens ei o quanto é pio r, talve z, se r tran cad o no lado de dent ro.

Virgini a Wolf

Pret ende mo s d e bruçar - no s so bre a lg u ns fact o res da so c ied ad e co nt e mpo râ ne a que influ e nc ia m o iso la me nt o e po t enc ia liz a m a so lid ão na po pu laç ão ido sa.

A p art ir do sécu lo X VIII, so bret udo com a ind ust r ia liza ção dá -se o ê xo do do s t raba lha do res rura is para a s c id ade s. Surg ira m a í mo d ific açõ es a níve l da est rut ura fa miliar, qu e viera m c o mpro met er o apo io da fa mília ao s ido so s. Da fa mília a larg ada ne ce ss ár ia p ara o t raba lho na s t erras pas so u -se para fa mília s ma is r eduz ida s. M a is t arde, no s éc. XX, no vo s fact o res vier a m a in flu e nc iar a e st rut ura fa milia r no mu ndo o c id e nt a l, se ndo u m de le s a ut iliz aç ão do s a nt ico ncep c io na is, que po ss ib ilit o u o co nt ro lo da nat a lida de, gara nt indo a t endê nc ia para a reduç ão da de mo gra fia e o enve lhe c ime nt o do agregado fa miliar . No s t e mpo s qu e co rre m, u m agreg ado fa milia r po de t er o e ncargo de cu id ar de quat ro ido so s, o que e m fa mília s ma is nu mero sa s, ma is d ific ilme nt e aco nt ecer ia.

Out ro fa ct o r que co nt ribu iu p ara a a lt eração das fa mília s fo i a e ma nc ip aç ão da mu lhe r e a sua e nt rada p ara o mu ndo do t raba lho ,

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co nt r ibu indo para a fa lt a de d ispo nib ilid ade p ara a re pro dução e so br et udo para o pape l de c u idado ra do s ido so s.

Para a a lt era ção da fa mília t a mbé m co nt ribu e m a s no va s fo r ma s d e vivê nc ia, cau sa da s mud a nça s id eo ló g ic as. Pre se nt e me nt e s ão fre qu e nt es e ace it es co mo nat ura is, na sc ime nt o s fo ra d o casa me nt o , re la çõ es ho mo s se xua is o u fa mília s mo no pare nt a is po r o pção . Out ro fe nó me no do s d ia s de ho je , so bret udo nas gra nd es c id ade s, é a o pção pe lo ce libat o , o que le va a mu it a s dest as pe s so as a at ing ir e m a ú lt ima fase d a vid a só s.

Para a lé m da s a lt era çõ es fa milia re s re fer ida s, o ut ro s fact o res in flu e nc ia m a fo r ma de vive r da s fa mília s. As fa mília s s ão o br igad as a adqu ir ire m ha bit açõ es ma is pe que nas, po r quest õ es e co nó mic a s e lo c a liz ada s no s me io s ur ba no s , po r se s it uare m ma is p erto do s lo ca is de t raba lho .

O t ipo de ha bit a ção das gra nde s c id ade s, no r ma lme nt e do t ipo vert ic a l, po r um lado , co nd ic io na o s co nt act o s so cia is, po r o ut ro lado , ne st as pequ e na s ha bit açõ e s, ape nas e x ist e lugar p ara o s e le me nt o s da fa mília nuc le ar, fic a ndo e xc lu ído s o s ma is ido so s , que fica m só s nas sua s pró pr ia s ha bit a çõ es o u são inst it u c io na liz ado s.

Segu ndo ( Wirt h, 1938) , no s e spa ço s ur ba no s as pe sso a s e st ão perto u ma da s o ut ras, ma s não se co nhe ce m, o s co nt act o s so c ia is são mu it o fraco s, de vido ao rit mo de vid a. Os laço s so c ia is são t énue s. As so c ied ade s ur ba na s são apo nt adas co mo respo nsá ve is pe la e xc lu são do s ind iv íduo s do me io so c ia l press io na ndo -o s para o ind iv id ua lis mo . E mbo ra e xist a u ma mo bilid ad e fa c ilit ad a e se viva ho je e m d ia na era da g lo ba liz aç ão est es fa ct o res co nt r ibue m par a que mu it a s pe sso as viv a m só s, pr inc ip a lme nt e na s gra nde s c idade s.

Out ro fact o r que influe nc ia o iso la me nt o e po t enc ia liz a a so lid ão é o fa ct o que na s c idad es mu it a s ha b it açõ e s a nt iga s t ê m d ifíc e is co nd içõ e s d e ace sso , pe lo que mu it o s ido so s enco nt ra m -se iso lado s nas pró pr ias ha b it açõ e s. O iso la me nt o So c ia l t a mbé m é s e nt ido no s me io s rura is , e mbo ra a í, e xist a m ma is red es d e so c ia bilid ade, t ant o a níve l fa milia r , co mo d e viz inha nça. No e nt a nt o , derivado ao iso la me nt o geo grá fico , a lgu ma s ha bit açõ e s e st ão iso lad as, co m d ifíce is a c esso s, fa lt a de me io s d e t ranspo rt e e

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de co mu n ica ção . Algu ma s po pu laçõ es são co nst it u íd as ape nas po r pesso a s ido sa s, na se quê nc ia da e migr ação , do s seus e le me nt o s ma is no vo s.

Decert o que o sent ime nt o da so lid ão será no fut uro aind a ma is in flu e nc ia do pe lo fe nó me no da e migra çã o , t ant o nas c id ade s co mo no me io rura l.

De vido a act ua l co nju nt ura po lít ic a, eco nó mic a e so c ia l mu it o s do s jo ve ns po rt ugueses s ã o o br iga do s a e migrar , de ixa ndo o s ma is ve lho s par a t rás. De aco rdo co m o s dado s d ivu lg ado s pe la Orga n iza ção para a Co o peraç ão e Dese nvo lv ime nt o Eco nó mico , c it ado s pe lo (Obser vat ó rio da e migraç ão , 2012), ma is de 70 mil po rt ugues es est ã o a e migr ar po r ano , se ndo que, a ma io r ia são jo ve ns co m me no s de 29 a no s.

Po r o ut ro la do , a so c ieda de e st á vaz ia d e va lo re s, o suces so impõ e -se a qua lquer pr eço , não há t e mpo para o própr io ind iv íduo , qua nt o ma is p ara o o ut ro . Segundo ( Lipo vet sk y, 1983, pp. 4 3 -46) vive mo s na era do vaz io , do desert o , o ho me m fr io at raves sa só o deserto , carrega ndo -se a s i pró pr io s e m qua lquer apo io t ransc e nde nt e, cara ct er izado pe la s ua vu lne ra bilid ade. O ind iv íduo o bce cado ape na s po r si me s mo , se m fo rç a e xt er io r é u m ho me m desar ma do . A so lid ão to rna -se u m fact o , po is co m a ba ndo no do s va lo r es é a re lação co m o o utro que não re sist e ao pro cesso da ind ifere nça. O re lac io na me nt o apaga -s e s e m raz ão , nu m de sert o de auto no mia e d e neut ra lid ade. O ser hu ma no co nt e mpo râne o pede p ara fic ar só , para se ma nt er no seu e spa ço . Dest it u ído , co nt udo, da sua red e de o rige m e s e m supo rt e so c ia l fic a c ada ve z ma is só , se ndo - lhe d ifíc il de su po rt ar est a co nd iç ão . Para est e aut o r vive -s e u ma dua lid ad e e nt re o dese jo e a do r de ser -se só .

Ho je e m d ia, a inst it u ição da fa mília é mu it as da s ve ze s cr it ic ada, po r não cu id ar do s se us e le me nt o s ma is ve lho s, a ba ndo na ndo -o s e m lar es, o u de ixa ndo so z inho s a viver, iso lado s e ent regue s a so lidão , No ent ant o , e xist e m cau sa s que ne m se mpr e são s inó n imo d e a ba ndo no , de não quer sa ber do s ido so s, mas s im qu e , po r vár io s mo t ivo s, não lhes é po ss íve l pre st ar o apo io que e le s nec essit a m ( Le a l, 2 010 ) , po is p ara cu id ar do s ido so s é nece ssár io que ha ja t e mpo , recurso s eco nó mico s e pe s so a is d ispo níve is .

De aco rdo co m (Fig ue iredo , 2009) a fa mília mu do u na s u a co nst it u ição , pe lo au me nt o da mo bilid ade geo grá fica e d a inc lu são da mu lhe r

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