• No se han encontrado resultados

Dor após cirurgia eletiva ortopédica de grande porte em membro inferior e o tipo de anestesia: isso importa?

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Dor após cirurgia eletiva ortopédica de grande porte em membro inferior e o tipo de anestesia: isso importa?"

Copied!
9
0
0

Texto completo

(1)

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Dor

após

cirurgia

eletiva

ortopédica

de

grande

porte

em

membro

inferior

e

o

tipo

de

anestesia:

isso

importa?

Diogo

Luís

Pereira

a,

,

Hugo

Lourenc

¸o

Meleiro

b

,

Inês

Araújo

Correia

b

e

Sara

Fonseca

a,c

aUniversidadedoPorto,Porto,Portugal bCentroHospitalarSãoJoão,Porto,Portugal

cCentroHospitalarSãoJoão,DepartamentodeAnestesiologia,Porto,Portugal

Recebidoem14deabrilde2015;aceitoem5dejunhode2015 DisponívelnaInternetem14desetembrode2016

PALAVRAS-CHAVE Artroplastia; Anestesiageral; Anestesianeuroaxial; Dorpré-operatória; Dorpós-operatória; Dorcrônica; Dorcrônica pós-operatória Resumo

Justificativaeobjetivos: Aartroplastiatotaldejoelhoeaartroplastiatotaldequadrilestão associadasaodesenvolvimentodedorcrônica.Dentreosestudosqueavaliamosfatores peri-operatóriospara adorcrônica,poucos abordamasdiferenc¸as quepodem surgirdotipode anestesiafeitaduranteacirurgia.

Métodos: Estudoobservacional,prospectivo,feitoentrejulhode2014emarc¸o2015com paci-entessubmetidosàATJunilateraleletivaouATQparaaosteoartrite.A coletadedadosea avaliac¸ãodadorpormeiodequestionáriosforamfeitasemtrêsmomentosdistintos:no pré--operatório,em24horasdepós-operatórioeaosseismesesapósacirurgia.OInventárioBreve daDor(IBD)foiusadoparacaracterizaradoroeoQuestionárioSF-12v2foiusadoparaavaliar melhoroestadodesaúdedaamostra.

Resultados: Foraminscritos43 pacientes: 25,6% homens e74,4% mulheres,51,2% para ATJ e48,8% ATQ,commédiade68 anos. Acirurgia foifeita em25,6% dospacientessob anes-tesia geral, em 55,8% sob anestesia neuroaxial e em 18,6% sob anestesia combinada. No pós-operatório,aanestesianeuraxialapresentoumelhorcontroledador.Nacomparac¸ãoda evoluc¸ão da dorentre os grupos, aanestesia neuraxial foi associada auma diminuic¸ão de ‘‘pior’’,‘‘médio’’e‘‘sem’’dorem seismeses.A anestesiacombinadafoiassociadaauma diminuic¸ãodoescore‘‘médio’’dedoremseismeses.Dostrêsgrupos,apenasaquelesnogrupo neuraxialapresentaramumadiminuic¸ãodoníveldeinterferênciadadorna‘‘capacidadede caminhar’’.ATJ,‘‘pior’’dornopré-operatórioeanestesiageralforampreditivosde desenvol-vimentodedoraosseismeses.

EstudoconduzidonoCentroHospitalarSãoJoão(CHSJ),AlamedaProf.HernâniMonteiro,4200---319Porto,Portugal.

Autorparacorrespondência.

E-mail:mimed09064@med.up.pt(D.L.Pereira).

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.08.001

0034-7094/©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸a

(2)

Conclusões: Ospacientescomgonartroseedorintensanopré-operatóriopodemobterbenefício decuidadosindividualizadosnopréeintraoperatório,particularmentedeanalgesiano pré--operatórioeanestesianeuraxial.

©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigo OpenAccess sobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/). KEYWORDS Arthroplasty; Generalanesthesia; Neuraxialanesthesia; Preoperativepain; Postoperativepain; Chronicpain; Chronic postoperativepain

Painaftermajorelectiveorthopedicsurgeryofthelowerlimbandtype ofanesthesia:doesitmatter?

Abstract

Backgroundandobjectives: Totalkneearthroplastyandtotalhiparthroplastyareassociated withchronicpain development.Ofthestudiesfocusingonperioperativefactorsfor chronic pain,fewhavefocusedonthedifferencesthatmightarisefromtheanesthesiatypeperformed duringsurgery.

Methods:ThiswasaprospectiveobservationalstudyperformedbetweenJuly2014andMarch 2015with patientsundergoing unilateralelectivetotal knee arthroplasty(TKA)ortotal hip arthroplasty(THA)forosteoarthritis.Datacollectionandpainevaluationquestionnaireswere performedinthreedifferentmoments:preoperatively,24hourspostoperativelyandat6months aftersurgery.Tocharacterizepain,BriefPainInventory(BPI)wasusedandSF-12v2Healthsurvey wasusedtofurtherevaluatethesample’shealthstatus.

Results:Fortyandthreepatientswereenrolled:25.6%menand74.4%women,51,2%fortotal kneearthroplastyand48.8%fortotalhiparthroplasty,withameanageof68years.Surgeries wereperformedin25.6%ofpatientsundergeneralanesthesia,55.8%underneuraxial anesthe-siaand18.6%undercombinedanesthesia.Postoperatively,neuraxialanesthesiahadabetter paincontrol.Comparingpainevolutionbetweenanesthesiagroups,neuraxialanesthesiawas associatedwithadecreasein‘‘worst’’,‘‘medium’’and‘‘now’’painatsixmonths.Combined anesthesia wasassociated withadecreaseof‘‘medium’’ painscores atsix months.Ofthe threegroups,onlythoseinneuraxialgroupshowed adecreaseinlevelofpaininterference in‘‘walkingability’’.TKA,‘‘worst’’painpreoperativelyandgeneralwerepredictorsofpain developmentatsixmonths.

Conclusions: Patientswithgonarthrosisandseverepainpreoperativelymaybenefitfrom indi-vidualized pre- and intraoperative care, particularly preoperative analgesia and neuraxial anesthesia.

©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

Artroplastia total de joelho (ATJ) e artroplastia total de quadril (ATQ) são procedimentos eletivos comuns cuja demanda tem aumentado continuamente devido ao envelhecimento da populac¸ão.1 De acordo com o

Regis-tro Português de Artroplastias, 4.234 ATJ primárias e 4.440ATQprimáriasforamfeitasemPortugalem2013,das quais80e63,respectivamente,noCentroHospitalardeSão João.2

O principal objetivo dessas cirurgias é aliviar a dor, melhoraraqualidadedevida,aatividadefísicaea mobi-lidade,proporcionarbem-estarsocialepsicológico.3Vários

autoresavaliaramessascirurgiaseoalíviodadorfoi identi-ficadocomoofatormaisimportanteemrelac¸ãoàqualidade de vida, seguido de bem-estar psicológico e restaurac¸ão da atividade física.4 Apesar das altas taxasde satisfac¸ão

publicadas,5até20%dos pacientesdeATJ5 e7%dos

paci-entesde ATQ6 permanecem insatisfeitos apósa cirurgiae

precisamdetratamentomédicocomplementarapósa cirur-gia,oqueimpõeencargoadicionalaosistemanacionalde saúde.7

Adecisãofinaldesesubmeteràcirurgiatemcomobase oacordocomumentreocirurgiãoeopaciente.Oscritérios clínicossãodiferentesentreoscentrosortopédicos8ea

pro-pensãoentreospacientesdependedaidade,sexo,etnia, condic¸ão socioeconômica e dor.9 Essa diferenc¸a é ainda

maiorentrecirurgiõesortopedistas,reumatologistase pres-tadoresdecuidadosprimários.Oúnicocritériocomumentre todoséadorquenãorespondeàterapiamedicamentosa.10

A dor crônica no pós-operatório foi associada à ATJ e ATQ em vários estudos. Apesar dos avanc¸os técnicos e tecnológicos,11,12 ainda um grupo de pacientes com

dor após a cirurgia.13 Os distúrbios causados pela dor,

como frustrac¸ão, raiva e depressão, não estão correlaci-onados somente com a intensidade da dor, mas também comacrenc¸a,expectativaepercepc¸ãodoindivíduodesua condic¸ão.14

(3)

Durante osúltimos anos, ospesquisadores estiveram à procuradepreditivosdadorcrônicaapósATJe ATQ,com oobjetivodediminuirsuaincidência.Aintensidadedador nopré-operatório,adurac¸ãodadoenc¸aeaansiedade pós--cirúrgicaforamconsideradascomoosprincipaispreditivos parao desenvolvimentoda dorcrônica após umacirurgia simples.15Outrosfatoresquetêmdemonstradorelac¸ãocom

adorcrônicaincluemsexofeminino,faixaetáriamaisjovem nomomentodacirurgia16,17edoremoutroslocais.18

Diferenc¸as no controle da dor no pós-operatório em func¸ãodatécnicadeanestesia(anestesianeuroaxialversus anestesiageral)parasubstituic¸ãodearticulac¸ãoem mem-bro inferior foram demonstradas. A anestesia neuroaxial melhoraosresultadosnopós-operatório,aliviaador,reduz ascomplicac¸õespulmonares,permitemobilizac¸ãoprecoce ereduzooperíododepermanênciahospitalar.19,20Também

estáassociada àdiminuic¸ãodeinfecc¸õessistêmicas21 ede

mortalidade.22

Oobjetivodesteestudofoiavaliarseotipodeanestesia interferena dor nopós-operatório em umapopulac¸ão de pacientessubmetidosàATJouATQ.

Métodos

Apósaaprovac¸ãodoComitêdeÉticadoCentroHospitalarde SãoJoão(CHSJ),naCidadedoPorto,emPortugal,umestudo prospectivoobservacionalfoiconduzidoentrejulhode2014 emarc¸o2015,compacientessubmetidosàATJouATQ ele-tivaunilateral para osteoartrite. Oscritérios deexclusão foram:idade<18anos,incapacidadededarconsentimento informado,incapacidadedeentenderalínguaportuguesa, recusaemparticipar,estadofísicoASA>3(deacordocom aclassificac¸ãodaSociedadeAmericanadeAnestesiologistas [ASA]),alergiaa analgésico,doenc¸apéptica,cirurgia pré-via nomesmolocal, tempoentrecirurgias eavaliac¸ãode dorcrônicaemmenosdeseismeses.Ospacientesinscritos assinaramotermodeconsentimentoinformado.Adefinic¸ão dedorcrônica nãoé consensualna literatura.Osautores consideraramdorcrônicacomodorpresentedurantepelo menosseismesesapósacirurgia.23,24

Osdadosforamobtidosmedianteconsultaeletrônicade prontuáriosmédicoseavaliac¸ãodosquestionáriosaplicados emtrêstemposdiferentes.Primeirotempo(T0), compreen-deuorecrutamentodospacientesduranteumaconsultaao anestesiologista15diasantesdacirurgia,naqualotermode consentimentoinformadofoientregueeassinado.Também foramcolhidos osdados sociodemográficos,tipo de cirur-gia,estadofísicoASA, doreestadodesaúdedopontode vistadopaciente.Segundotempo(T1),dadosobtidos24h apósacirurgia.Registramosotipodeanestesia(anestesia geral [AG],anestesia neuroaxial [na] ouanestesia combi-nada[AC],geral-neuroaxial)eavaliamosador.Osdadosque mencionam a medicac¸ão analgésica usada também foram registrados. Terceiro tempo(T2), avaliac¸ão por telefone, pelo menos seis meses após a cirurgia, quando a dor foi reavaliada.

A cirurgia foi feita por uma equipe de ortopedia na unidade de ortopedia do hospital, sem interferência ou limitac¸ãodaequipedepesquisaparaopropósitodeste tra-balho.Aanestesiafoiclassificadacomogeralapenasquando anestésicosinalatóriose/ou intravenososforamusados no

intraoperatóriocomassistênciaventilatória;como neuroa-xialquandoadministradaporviasubaracnóideaouperidural comousemanalgesiaperiduralnointraoperatórioou pós--operatório e como combinadase osdois critériosfossem usadosemconjunto.

Adorfoiavaliadacomoumavariáveldependente,tanto na intensidadequantonosdomíniosdeinterferência,com oBriefPainInventory(BPI)emT0eT2.EmT1,apenasos domíniosdeintensidade doBPIforamusados paraavaliar a dor. Essesquestionários são validados paraa populac¸ão portuguesa25---27paracalcularacondic¸ãopsicológica,

socio-econômicaeaqualidadedevidarelacionadaàdor. Oestado de saúderelatado pelo paciente foi avaliado com a formareduzida doquestionárioSF-12® Health

Sur-vey(SF-12v2Standard4semanas)emT0deacordocomas normasde2009.Essequestionáriofoivalidado28eaplicado

em estudos anteriores.29 A versão e o formato em

portu-guêsforammodificados.Alicenc¸aparaousodoSF-12v2foi concedida.

Todos os domínios recomendados pela Iniciativa sobre Métodos, Medic¸ão e Avaliac¸ão da Dor em EnsaiosClínicos (IMMPACT),queincluiasfunc¸õesfísicaseemocionais, inten-sidadedador,usodemedicac¸ãoparador,qualidadedador easpectostemporaisdador,foramavaliados.30

Questionários

BriefPainInventory(BPI)

OquestionárioBPIavaliaaperspectivamultidimensionalda dor, isto é, a gravidade, localizac¸ão, interferência funci-onal e asestratégias terapêuticas.31 Tem como base uma

escaladeclassificac¸ão numérica(ECN)de0-10 queavalia aintensidadedador:(0=semdor;1-3=dorleve;4-6=dor moderada; 7-9=dor intensa;10=piordor).O BPI abrange doisamplosdomíniosdador:aintensidadesensorialdador eograuemqueadorinterfereemdiferentesáreasdavida. Os17itensdaescalatambémabrangemalocalizac¸ãodador, ousodemedicac¸ãoparadorearespostaaostratamentos. Essequestionárioéuminstrumentoválido,sensívele repro-dutivodecaracterizac¸ãodadorcomusoextensivoemvários estudos.32---34

Versãoreduzidade12itens(SF-12)

SF-12éumaversãoreduzidademedidagenéricapolivalente doestadodesaúdedopontodevistadopaciente.Os12itens do SF-12são umsubconjuntodos itens contidosnoSF-36 e incluemum ou dois itens de cada um dos oito concei-tosdesaúde:funcionamentofísico,limitac¸õesdasfunc¸ões devido aproblemas físicos desaúde,dor, estadogeral de saúde, vitalidade (energia/fadiga), funcionamento social, limitac¸ões das func¸ões devido a problemas emocionais e mentais(desgastefísico,distúrbiospsicológicosebem-estar psicológico).OsescoresdasEscalasdoCompósitodeSaúde FísicaeMental(PCS&MCS)derivamdosoitoconceitosde saúdeesãotransformadosemumescoreT(média=50, des-vio padrão=10). Umamédia de 45 ousuperior indica um funcionamentoglobaloubem-estar,pelomenos,namédia eescoresinferioresa40indicamcomprometimento signifi-cativo.

(4)

Análiseestatística

Todaa análise estatísticafoi feitacom oprograma SPSS®

versão22.0(IBMCorporation,NewYork,EUA).

Asvariáveiscontínuasforamexpressasemmédiaedesvio padrão, bem como em mediana e amplitude. Os resulta-dosdicotômicosforamexpressosemnúmerodeeventose percentagem.

Os testes denormalidade foram feitoscom o teste de Shapiro-Wilkparaumvalorp<0,05.Quandoadistribuic¸ão anormalfoiconsiderada,otestedeKruskal-Wallisfoifeito paraacomparac¸ãoentreosgruposnaavaliac¸ãodas variá-veiscontínuasouordinais.Anovasimplesfoiusadaquando anormalidadefoiconsiderada.

Tabulac¸ões cruzadas foram usadas para comparar as variáveisnominaisentreosgrupos.OtesteexatodeFisher foi usado para determinar a correlac¸ão quando três gru-pos foramcomparados. Sedois grupos fossem analisados, aequipedepesquisausariaotestedoqui-quadrado.

OtestedesinaisdeWilcoxonparaamostraspareadasfoi usadoparacompararduasamostrasrelacionadas.Seambas asvariáveis seguissem uma distribuic¸ão normal, o teste-t pareadoeraentãousado.

Um modelo deregressão logística foifeito para deter-minar os efeitos do procedimento cirúrgico (‘‘pior’’, ‘‘mínima’’e ‘‘agora’’dor nopré-e pós-operatórioe tipo deanestesia)sobreaprobabilidadedapresenc¸adedorem seismeses.Avariávelassociadaaoescoremédiodedorfoi excluídadomodelodevidoàmulticolinearidade.

Todos os valores-p relatados foram bicaudais, com um valor-pde0,05,oqueindicousignificânciaestatística.

Resultados

Foramavaliadosantesdacirurgia(T0)107pacientesdurante consulta ao anestesiologista,43 tiverama cirurgia cance-ladaoureagendadaparaumadataquenãocoincidiacomo períododoestudo edoisforamexcluídospornão comple-taremoBPIem T0.Dos62pacientesquecompletaramas etapasT0eT1,trêsforamexcluídospornãoapresentaro tempomínimodeseismesespós-cirurgiae16pornão aten-deràchamadatelefônicaemT2(taxaderespostade73%). Restouumaamostrafinalde43.

Demografia

Atabela1mostraosdadosdemográficosdos43pacientes. A amostra foi composta por 25,6% do sexo masculino; 74,4% do sexofeminino; 51,2% submetidos à ATJ e 48,8% àATQ.Amédiadeidadenomomentodacirurgiafoide68 anos e a média do índice de massa corporal (IMC) foi de 29,88.AmaioriadaamostraapresentouestadofísicoASA2 (81,4%)eASA3(14%).Quanto aotipodeanestesia,25,6% dospacientesforamsubmetidosàAG;55,8%àANe18,6%à AC.Adorfoireferida por42pacientesem T0(97,7%),por 40emT1(93%)epor20emT2(46,5%).

Cirurgia (p=0,456), idade (p=1,000), sexo (p=0,648), IMC (p=0,807), estado físico ASA (p=0,321) e estado de saúdedopontodevista dopaciente(PCS,p=0,065; MCS, p=0,147)nãointerferiramnaescolhadotipodeanestesia (tabela2).

Tabela1 Dadosdemográficosbásicosdaamostratotal Sexo

M n(%) 11(25,6)

F n(%) 32(74,4)

Idade(anos) Média±DP 68±9

IMC Média±DP 29,88±4,14

Anestesiageral n(%) 11(25,6) Anestesianeuroaxial n(%) 24(55,8) Anestesiacombinada n(%) 8(18,6) Intervenc¸ãocirúrgica

ATJ n(%) 22(51,2)

ATQ n(%) 21(48,8)

EstadofísicoASA

1 n(%) 2(4,7) 2 n(%) 35(81,4) 3 n(%) 6(14) DoremT0 ATJ n(%) 21(95,5) ATQ n(%) 21(100) Total n(%) 42(97,7) DoremT1 ATJ n(%) 20(90,9) ATQ n(%) 20(95,2) Total n(%) 40(93) DoremT2 ATJ n(%) 15(68,2) ATQ n(%) 5(23,8) Total n(%) 20(46,5)

IMC, índice de massa corporal; ASA, classificac¸ão do estado físicopelaAmericanSocietyofAnesthesiologists(ASA);T0, pré--operatório; T1,24 horasde pós-operatório;T2, 6 mesesde pós-operatório.

Doreresultadosrelacionadosàdor Avaliac¸ãodadornopré-operatório(T0)

EmT0,quandooquestionárioBPIfoiaplicadonosdomínios deintensidade dador, não houve diferenc¸a entreos três gruposnaavaliac¸ãopré-anestésica(tabela3).

Avaliac¸ãodador24hapósacirurgia(T1)

Em T1, no domínio intensidade do BPI, dor ‘‘agora’’ foi estatisticamentesignificativa(p=0,035).Ospacientes sub-metidosàAGrelataramdormediana=4(min=0,max=8), enquanto os pacientes submetidos à AN e AC relataram umamediana=0(neuroaxial:min=0,max=7;combinada: min=0,max=6).

Asqueixasdedorcomo‘‘pior’’, ‘‘mínima’’e ‘‘média’’ foramsemelhantesentreosgrupos(valores-p:0,544;0,185 e 0,456; respectivamente). Em todos os grupos houve pacientesque relataram dordeintensidade máxima,sem diferenc¸a estatística para ‘‘pior’’ dor (AG: mediana=8, min=5, max=10; AN: mediana=8, min=3, max=10; AC: mediana=7,50,min=5,max=10).Emboraosescoresdedor ‘‘mínima’’edamedianatenhamsidosemelhantes,variaram de0-1entreostrês grupos, osgrupos AGe ACindicaram níveis mais elevados de intensidade (AC: mediana=0,

(5)

Tabela2 Dadosdemográficosdeacordocomaanestesia

Anestesiageral Anestesianeuroaxial Anestesiacombinada p

Cirurgia 0,456a ATJ n(%) 4(36,4) 14(58,3) 4(50) ATQ n(%) 7(63,6) 10(41,7) 4(50) Idade 1.000a <65 n(%) 4(36,4) 8(33,3) 3(37,5) >65 n(%) 7(63,6) 16(66,7) 5(62,5) Sexo 0,648a M n(%) 4(36,4) 5(20,8) 2(25) F n(%) 7(63,6) 19(79,2) 6(75) IMC 0,807a <25 n(%) 1(9,1) 2(9,1) 1(14,3) >25 n(%) 7(63,6) 10(41,7) 4(57,1) >30 n(%) 3(27,3) 10(41,7) 2(28,6) ASA 0,321a <3 n(%) 8(72,7) 22(91,7) 7(87,5) =3 n(%) 3(27,3) 2(8,3) 1(12,5) SF-12 PCS Média±DP 27,54±8,21 31,60±5,58 26,20±5,49 0,065b MCS Média±DP 50,68±11,85 43,35±11,94 40,34±12,97 0,147b

ASA:classificac¸ãodoestadofísicodaAmericanSocietyofAnesthesiologists(ASA);IMC:índicedemassacorporal;MCS:MentalComposite

Scale;PCS:PhysicalCompositeScale.

aTesteexatodeFisher.

b Anovasimples.

min=0, max=5; AN: mediana=0, min=0, max=3; AG:mediana=1,min=0,max=6,p=0,185).

Avaliac¸ãodador6mesesapósacirurgia(T2)

EmT2,20pacientes(46,5%)relataramdor.Dentreas anes-tesias,ogrupoACapresentouamaiorpercentagemdecasos

(62,5%).Porém,nãohouvesignificânciaestatísticaentreos gruposemrelac¸ãoaotipodeanestesia(p=0,645).

AC e AN foram associadas a escores menores em dor ‘‘pior’’ e ‘‘mínima’’. Contudo, não houve significância estatísticaentreosgrupos(p=0,352e p=0,496; respecti-vamente).

Tabela3 Variáveisrelacionadasàdordeacordocomaanestesia

Anestesiageral Anestesianeuroaxial Anestesiacombinada

n(%) Média±DP Mediana (min---max) n(%) Média±DP Mediana (min---max) n(%) Média±DP Mediana (min---max) p DoremT0 10(91) 24(100) 8(100) 0,422a Dorpior 7±1,94 7(4-10) 7,50±1,72 8(3-10) 7,25±2,82 7,50(3-10) 0,720b Dormenor 2,20±2,04 2(0-6) 2,29±2,81 2(0-6) 3,13±2,4 3(0-6) 0,525b Dormédia 5,20±2,49 5(2-10) 5,13±1,85 5(2-10) 5,50±2,07 6(2-8) 0,905c Semdor 3,4±3,27 2(0-10) 3,88±3,06 4,50(0-10) 5,50±2,45 6(0-8) 0,311c DoremT1 9(81,8) 23(95,8) 8(100) 0,240a Dorpior 7,89±2,21 8(5-10) 7±2,05 8(3-10) 7,50±2,20 7,50(5-10) 0,544c Dormenor 2±2,45 1(0-6) 0,65±1,03 0(0-3) 1±1,92 0(0-5) 0,185b Dormédia 4,67±2,12 4(2-8) 3,48±1,28 4(0-5) 4±1,85 3,50(2-7) 0,456b Semdor 4,11±2,89 4(0-8) 1,74±2,14 0(0-7) 1,38±2,56 0(0-6) 0,035b,d DoremT2 5(50) 10(41,7) 5(62,5) 0,645a Dorpior 7,40±2,61 8(3-10) 5,40±2,86 4,50(3-10) 6,80±2,95 5(4-10) 0,352b Dormenor 2,80±3,11 2(0-7) 1,60±3,34 0(0-10) 1±1,73 0(0-4) 0,496b Dormédia 2,50±2,65 2(0-6) 2,80±3,55 1(0-10) 2±1,73 1(1-5) 0,930b Semdor 3,20±3,42 3(0-8) 1,70±3,65 0(0-10) 0 0(0) 0,138b

Médiadosescorescomdesviopadrãoemedianadosescorescomintensidademáximaemínimadadorem‘‘pior’’,‘‘mínima’’,‘‘média’’

e‘‘agora’’.EscoresdoBPI,comumaescaladeclassificac¸ãonuméricade0-10(ECN).T0:pré-operatório;T2:pós-operatório.

aTesteexatodeFisher.

b TestedeKruskal-Wallisdevariânciasimples.

c Anovadevariânciasimples.

(6)

0 2 4 6 8 10 Dor “pior”

Dor “mínima”Dor “média”Dor “agora”

Dor “pior”

Dor “mínima”Dor “média”Dor “agora”

Dor “pior”

Dor “mínima”Dor “média”Dor “agora”

Média de intensidade da dor Anestesia geral 0 2 4 6 8 10 Anestesia combinada Média de intensidade da dor a 0 2 4 6 8 10 Anestesia neuroaxial Média de intensidade da dor a' b b' c c' d' d e∗ e'∗ f' f g∗ g' h∗ h' i' i j' j k∗ k'∗ l' l T0 T1 T2

Figura 1 Comparac¸ão da intensidade da dor com todos os domínios de dor no BPI entre T0 (pré-operatório) e T2 (seis mesesdepós-operatório), comousodo testedesinais deWilcoxonparaamostraspareadas.a,p=1,000;a,p=0,586; b,p=0,891;b,p=1,000;c,p=0,144;c,p=0,066;d,p=0,892; d , p=0,588; e, p=0,037; e , p=0,028; f, p=0,102; f , p=0,416;g,p=0,019;g,p=0,412;h,p=0,011; h,p=0,915; i, p=0,581; i ,p=0,257; j,=0,144; j , p=0,157; k, p=0,041; k,p=0,041;l,p=0,066;l,p=0,180;*p<0,05.

Aocompararaevoluc¸ãodadorentreostiposdeanestesia dosgrupos(fig.1),ANfoiassociadaaumadiminuic¸ãodador ‘‘pior’’,‘‘média’’e‘‘agora’’(p=0,037;p=0,019;p=0,011; respectivamente)entreT0eT2edor‘‘pior’’entreT1eT2. ACfoiassociadaaumareduc¸ãodosescoresdedor‘‘média’’ entreT0eT2(p=0,041)eT1eT2(p=0,041).

Domíniointerferênciadador

EmT0,todosospacientesquerelataramdorsequeixaram de algum tipode interferência em sua vidadiária devido àdor(tabela4),especialmentenasatividadesemgeral,no

humor,nacapacidadedeandaredetrabalharnormalmente. EmT0,AGfoiassociadaàinterferênciadadornohumorno períodopré-operatório,emcomparac¸ãocomoutrotipode anestesia(p=0,046).

EmT2,atividades emgeral, capacidadedecaminhare trabalharnormalmenteapresentarammedianasmais eleva-das.Porém,nemtodosos pacientesquese queixaramde dorrelataraminterferênciaemsuasvidasdevidoàdor;não houvediferenc¸aestatísticaentreosgrupos emrelac¸ãoao tipodeanestesia.

Embora muitos pacientes tenham relatado uma diminuic¸ãodainterferênciadadorentreT0eT2,somente aqueles do grupo AN apresentaram um nível menor de interferênciaem‘‘capacidadedeandar’’(p=0,007).

Previsãodador

Uma regressão logística (tabela 5) foi feita para deter-minar os efeitos do procedimento cirúrgico (dor ‘‘pior’’, ‘‘mínima’’ e ‘‘agora’’ nopré- e pós-operatório e tipode anestesia)sobreaprobabilidadedapresenc¸adedoremseis meses.

ATJ(p=0,007),dor‘‘pior’’nopré-operatório(p=0,043) eAN(p=0,042)foramassociadasaodesenvolvimentodedor emseismeses.

Discussão

Artroplastia total é o tratamento padrão-ouro para oste-oartrite em ‘‘fase terminal’’.35 Vários fatores de risco

relacionados ao paciente, à cirurgia ou ao período pós--operatório foram recentemente identificados para a dor contínuae incapacidadeapós artroplastia total.As carac-terísticasnãomodificáveisdospacientes,comofaixaetária maisjovem,sexofeminino,baixarendaefaltadeinstruc¸ão, estãoassociadasaumaprobabilidademaiordedesenvolver dor crônica no pós-operatório.16,17,36,37 De forma

seme-lhante,osfatoresmodificáveis,comoansiedade,depressão, catastrofizac¸ãodador,comorbidades,obesidade,IMC,dor basaldealtaintensidade,expectativasirrealistasdos paci-enteseextensão,localetipodeincisão,tambémprovaram

Tabela4 Interferênciadador

Anestesiageral Anestesianeuroaxial Anestesiacombinada

T0 T2 p T0 T2 p T0 T2 p

Interferênciadador,n(%) 10(91) 10(0-10) 24(100) 9(38) 8(100) 5(63)

Atividadesemgeral(Média±D) 7,90±1,85 7±4,47 0,893a 6,71±2,59 5±3,39 0,310a 7,5±1,51 7,50±2,08 1,000a

Humor(Média±D) 8,10±2,2 5,4±4,56 0,416a 4,92±3,51 2±3,42 0,106a 5,63±3,78 1,50±1,92 0,593a

Capacidadedeandar

(Média±D)

8,20±1,62 6±3,84 0,322b 7,88±1,96 5,11±2,98 0,007b,c 8,13±1,89 6,25±2,99 0,174b

Trabalhonormal(Média±D) 8,60±0,97 7±4,12 0,285a 6,79±2,28 5,78±3,73 0,498a 7,63±2,13 4,75±4,57 0,102a

Relac¸õescomoutraspessoas (Média±DP)

3,40±4,22 2,60±3,71 0,109a 3,63±3,49 1,11±3,33 0,136a 3,38±3,38 0 0,317a

Sono(Média±DP) 5,70±3,40 3,80±4,02 0,461a 3,25±3,07 2,78±3,7 0,175a 4,88±3,14 2,50±5 0,180a

Qualidadedevida(Média±D) 4,50±3,87 3,40±2,07 0,144a 4,21±3,30 1,78±3,35 0,671a 4,88±3,9 0 0,180a

Médiadosescoresedesvios-padrãodainterferênciadadoremaspectosdavidadiária.EscoresdoBPI,comumaescaladeclassificac¸ão

numéricade0-10.T0:pré-operatório;T2:pós-operatório.

a TestedesinaisdeWilcoxonparaamostraspareadas.

b Teste-tpareadousado,a‘‘capacidadedeandar’’apresentouumadistribuic¸ãonormalemtantoemT0quantoemT2.

(7)

Tabela5 Regressãologísticaqueavaliouaprobabilidadededesenvolvimentodedoraosseismeses

Estimativa Erropadrão Wald Sig OR 95%ICparaOR Limite

inferior

Limite superior Artroplastiatotaldejoelhob 5,606 2,077 7,286 0,007c 271,924 4,643 15.925,872

PCS −0,052 0,117 0,195 0,659 0,950 0,755 1,194

MCS 0,078 0,055 2,022 0,155 0,925 0,831 1,030

Anestesianeuroaxiala 4,202 2,064 4,144 0,042c 0,015 0,000 0,855

Anestesiacombinadaa 1,437 1,926 0,557 0,456 0,238 0,005 10,358

Dor‘‘pior’’nopré-operatório 0,835 0,404 4,103 0,043c 0,039 2,306 1,044

Dor‘‘mínima’’nopré-operatório 0,018 0,296 0,057 0,811 0,952 1,018 0,570 Dor‘‘agora’’nopré-operatório 0,145 0,220 0,596 0,440 0,510 1,156 0,751 Dor‘‘pior’’em24hdepós-operatório −0,274 0,351 0,563 0,453 0,436 0,760 0,382 Dor‘‘mínima’’em24hdepós-operatório 0,850 0,454 3,294 0,070 0,061 0,427 0,175 Dor‘‘agora’’em24hdepós-operatório 0,070 0,295 0,129 0,720 0,813 1,072 0,602

MCS:MentalCompositeScale;PCS:PhysicalCompositeScale.

Omodeloexplicou65%(NagelkerkeR2)dapresenc¸adedoreclassificoucorretamente82,5%doscasos.

aComparadocomacategoriadereferênciaAnestesiaGeral.

b Variáveldicotômica:ATJ=1;ATQ=0. c p<0,05.

estar associados ao desenvolvimento da dor.38,39 Desses,

obesidadee IMC mostraram ter impactonegativo sobrea doreafunc¸ãoapósATJeATQeletivasprimárias.40,41

Aanalgesianopós-operatórioéumaáreaem desenvol-vimentoeaanestesiaéumaparteessencialnaescolhado protocolodeanalgesia.Otipodeanestesiadependede múl-tiplosfatoresrelacionadosàscaracterísticasepreferências dopaciente,àexperiênciadoanestesiologistaeàs exigên-ciasdacirurgiaedareabilitac¸ão.

Nesteestudo,exploramososfatoresquepodem influen-ciarocontroledadornopós-operatórioeodesenvolvimento dadorcrônicaapósATQeATJ,arelac¸ãoentreessesfatores eatécnicadeanestesia.

A maioria dos pacientes deste estudo foi selecionada paraAN(55,8%).Essaescolhanãodependeudefatores pré--operatórios,comointervenc¸ãocirúrgica,idade,sexo,IMCe estadofísicoASA,eprovavelmenterefletiuaspreferências dosanestesiologistas oudo Departamento de Anestesiolo-gia.Em umarevisãoretrospectivadeATQeATJ,feitaem 400hospitais dos EUA,Memtsoudis etal.42 relataram que

74,8% dos pacientes foram submetidos à AG, 11% à AN e 14,2%àAC,oquetambémpodeterrefletidoas preferên-ciaslocaisoupessoaisouotempodecoletadosdados(2006 até2010).

Atividades diárias, como vestir-se, caminhar, subir ou descerumlancedeescadapodemrepresentarumdesafio paraa maioria dos pacientes nopré-operatório. Por isso, é compreensívelque asexpectativas dos pacientessejam altasapósacirurgia,naesperanc¸aderecuperaraatividade e melhorar a dor.43,44 Neste estudo, todos os pacientes

querelataramdornoperíodopré-operatórioqueixaram-se dealgumainterferênciaemsuavidadevidoàdor, particu-larmentenasatividadesemgeral,nohumor,nacapacidade deandaretrabalharnormalmente.Porém,apenasaAGfoi associada à interferência da dor nohumor. Não podemos excluir que o humor dos pacientes podeter influenciado aescolha datécnicapelo anestesiologista.Em seis meses

após a cirurgia, não observamos relac¸ão entre anestesia e interferência da dor nas atividades da vida cotidiana. Muitos pacientesrelataram umareduc¸ão dainterferência dadorentreT0eT2.Noentanto,apenasospacientesdo grupoANapresentaramumnívelmenordeinterferênciana capacidadedeandar.

AATJfoiassociadaaumaprobabilidademaiorde desen-volvimentodedorcrônicanopós-operatóriodoqueaATQ.12

Defato,umnúmeromaiordepacientessubmetidosàATJ relatoudoremseismeses,conformedemonstradoporWylde etal.em2011ePintoetal.em2013.18,45Osautores

corrobo-ramessesresultadosaodescobrirque68,2%dospacientes do grupo ATJ e 23,8% do grupo ATQqueixaram-se de dor seismesesapósacirurgia.Pintoetal.tambémrelatarama interferênciadadornasatividadesdiárias,comresultados maiselevadosencontradosemnossaamostra.Issopodeter ocorridodevidoanossamédiamaiordeidade.

Doraguda pós-cirurgia foi descrita como umpreditivo dedorcrônicanoperíodopós-operatório.46---49Noentanto,a

dorpré-cirurgiamostrouumvalorpreditivomaisforte,50,51o

quepareceplausíveldiantedainfluênciaemlongoprazoque podeexercernosprocessosneurofisiológicossubjacentesao desenvolvimentodedorcrônicanopós-operatório.15,52Em

nossomodelo,todasasvariáveisdeintensidadedador pós--cirurgianãoapresentaramsignificânciaparapredizerador emseismeses.Apenasador‘‘pior’’nopré-operatório mos-troucapacidadedeprevisão,oquecorroborouaimportância dadorpré-cirurgiacomopreditivo.

Nestaamostra,ANmostrouumatendênciadeprotec¸ão nodesenvolvimentodadoremseismeses,emcomparac¸ão com AG (OR<1). De fato, AN foi associada a menos dor ‘‘pior’’, ‘‘média’’ e ‘‘agora’’ entreT0e T2.Embora não tenhamos encontrado quaisquer estudossemelhantes que avaliaramaprevisãodedorcrônicanopós-operatóriaentre ATQ/ATJ e o tipode anestesia, essaprevisão foi demons-trada em outrosmodelos cirúrgicos. De fato,herniorrafia inguinal,53 cesariana50,54 ou histerectomia55 apresentaram

(8)

maiorprobabilidadeparaodesenvolvimentodedoremseis mesescomAG,emcomparac¸ãocomAN.

Os pacientes dos grupos AN ou AC apresentaram um melhor controle da dor na escala de intensidade da dor ‘‘agora’’em24hdepós-operatório.Esseéprovavelmente o resultado do protocolo de analgesia nopós-operatório. De fato, o protocolo de analgesia para os pacientes dos grupos AN e AC foi mais robusto (baseado em opiáceo neuroaxiale anestésicolocal+analgésicos sistêmicose/ou Aine)doqueodogrupoAG(baseadoemAinessistêmicos, paracetamoleopiáceosfracos,comopiáceosfortesusados comomedicamentosderesgate).Macfarlane,emuma revi-sãoextensiva,relatouresultadossemelhantes.ANmostrou benefíciossobreadornasprimeiras72hesobreoconsumo deopiáceos.19 Outrosestudosdemonstrarambenefíciosda

raquianestesiaapenasnasprimeiras6hapósATJ56ouATQ,57

masnessescasosospacientesreceberamapenasanestésico localintratecal(semopiáceo).Noentanto,ummelhor con-troledadorfoiassociadoaumtempomenorderecuperac¸ão emobilizac¸ão ealta maisrápidas,o quepodemelhorara qualidadedevida.58

Reconhecemos algumas limitac¸ões neste estudo que podem comprometer sua validade externa. A amostra foi pequena devido às perdas de acompanhamento; todos ospacienteseramdeumaúnicainstituic¸ãoacadêmica;não avaliamos ascomplicac¸ões resultantesdaanestesia ouda cirurgia,nem oseventosapós aalta, e nãoconsideramos outrosmétodosdeanestesia/analgesia,comobloqueiosde nervosperiféricos.

Conclusão

Nesteestudoprospectivo,artroplastiatotaldejoelho,dor ‘‘pior’’noperíodopré-operatórioeanestesiageralsão pre-ditivosdedesenvolvimentodedorcrônica.

Os pacientes com gonartrose e dor intensa no pré--operatório podemobterbenefício de cuidados individua-lizadosnosperíodospré-eintraoperatório,especialmente analgesianopré-operatórioeanestesianeuroaxial.

Esteestudofoiobservacionaleosresultadospodemser umreflexo dascaracterísticas dos pacientesou devidos à pequenaamostra,emvezdosefeitoscausadospelotipode anestesia.Umestudorandomizadoecontroladopara com-pararotipodeanestesiaeodesenvolvimentodadoremseis mesesparacadaartroplastiaespecíficaérecomendado.

Porém,esteestudoémaisumimportantepassono sen-tidodemelhoraracompreensãododesenvolvimentodedor crônicaapósumaartroplastiadegrandeporteemmembro inferior.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.Hootman JM, Helmick CG. Projections of US prevalence of arthritisand associatedactivity limitations.Arthritis Rheum. 2006;54:226---9.

2.Traumatology P.S.o.O.a. 2014 [cited 09-11-2014]. Available

from:http://www.rpa.spot.pt/Main-Sections/Hospitals.aspx].

3.MancusoCA,SculcoTP,WickiewiczTL,etal.Patients’ expecta-tionsofkneesurgery.JBoneJointSurgAm.2001;83-a:1005---12.

4.Yoo JH, Chang CB, Kang YG, et al. Patient expectationsof totalkneereplacementandtheirassociationwith sociodemo-graphic factors and functional status. J Bone Joint Surg Br. 2011;93:337---44.

5.BourneRB,ChesworthBM,DavisAM,etal.Patientsatisfaction aftertotalkneearthroplasty:whoissatisfiedandwhoisnot? ClinOrthopRelatRes.2010;468:57---63.

6.AnakweRE,JenkinsPJ,MoranM.Predictingdissatisfactionafter totalhiparthroplasty:astudyof850patients.JArthroplasty. 2011;26:209---13.

7.Azevedo LF, Costa-Pereira A, Mendonc¸a L, Dias CC, Castro-LopesJM.Theeconomicimpactofchronicpain:anationwide population-basedcost-of-illnessstudyinPortugal.EurJHealth Econ.2016;17:87---98.

8.Cobos R,LatorreA, AizpuruF,etal. Variabilityofindication criteriainkneeandhipreplacement:anobservationalstudy. BMCMusculoskeletDisord.2010;11:249.

9.MotaRE,TarriconeR,CianiO,etal.Determinantsofdemandfor totalhipandkneearthroplasty:asystematicliteraturereview. BMCHealthServRes.2012;12:225.

10.CrossWW 3rd, SalehKJ,WiltTJ,KaneRL. Agreement about

indicationsfortotalkneearthroplasty.ClinOrthopRelatRes. 2006;446:34---9.

11.HetaimishBM,KhanMM,SimunovicN,etal.Meta-analysisof navigation vsconventionaltotal kneearthroplasty.J Arthro-plasty.2012;27:1177---82.

12.Gothesen O, Espehaug B, Havelin LI, et al. Functional out-comeandalignment incomputer-assistedandconventionally operated total knee replacements: a multicentre parallel--grouprandomisedcontrolled trial.Bone JointJ. 2014;96-b: 609---18.

13.BeswickAD,WyldeV,Gooberman-HillR,etal.Whatproportion ofpatientsreportlong-termpainaftertotalhiporknee repla-cementforosteoarthritis?Asystematicreviewofprospective studiesinunselectedpatients.BMJOpen.2012;2:e000435.

14.Jeffery AE, Wylde V, Blom AW, et al. It’s there and I’m stuckwithit:patients’experiencesofchronicpainfollowing totalkneereplacementsurgery.ArthritisCareRes(Hoboken). 2011;63:286---92.

15.PintoPR,McIntyreT,FerreroR,etal.Riskfactorsformoderate and severepersistent paininpatientsundergoing totalknee andhiparthroplasty:aprospectivepredictivestudy.PLoSOne. 2013;8:e73917.

16.BonninMP,BasigliniL,ArchboldHA.Whatarethefactorsof resi-dualpainafteruncomplicatedTKA?KneeSurgSportsTraumatol Arthrosc.2011;19:1411---7.

17.SinghJA,GabrielS,LewallenD.TheImpactofgender,age,and preoperativepainseverityonpainafterTKA.ClinOrthopaedics RelRes.2008;466:p.2717---23.

18.WyldeV,HewlettS,LearmonthID,etal.Persistentpainafter jointreplacement:prevalence,sensoryqualities,and postope-rativedeterminants.Pain.2011;152:566---72.

19.Macfarlane AJ, Prasad GA, Chan VW, et al. Does regional anesthesiaimproveoutcomeaftertotalkneearthroplasty?Clin OrthopRelatRes.2009;467:2379---402.

20.HuS,ZhangZY,HuaYQ,etal.Acomparisonofregionaland generalanaesthesiafortotalreplacementofthehiporknee:a meta-analysis.JBoneJointSurgBr.2009;91:935---42.

21.Liu J, Ma C, Elkassabany N, et al. Neuraxial anesthesia decreases postoperative systemic infection risk compared with general anesthesia in knee arthroplasty. Anesth Analg. 2013;117:1010---6.

22.HuntLP,Ben-ShlomoY,ClarkEM,etal.90-Daymortalityafter 409,096 total hip replacements for osteoarthritis, from the NationalJointRegistryforEnglandandWales:aretrospective analysis.Lancet.2013;382:1097---104.

(9)

23.SchugS,P.-Z.E.Chronicpainaftersurgeryorinjury.Painclinical

updates.2011.

24.ChristaHarstallMO.Howprevalent ischronicpain?Pain Clin Updates.2003.XI(N.2).

25.AzevedoLF,CostaPereiraA,DiasC,etal.Traduc¸ão,adaptac¸ão cultural e estudo multicêntrico de validac¸ão de instrumen-tospararastreio eavaliac¸ãodoimpactodadorcrônica.Dor. 2007;15:6---65.

26.Ferreira PL. Development ofthe Portuguese version of MOS SF-36.PartII.Validationtests.ActaMedPort.2000;13:119---27.

27.Ferreira PL. Development ofthe Portuguese version of MOS SF-36.PartI.Culturalandlinguisticadaptation.ActaMedPort. 2000;13:55---66.

28.BullingerM,AlonsoJ,ApoloneG,etal.Translatinghealthstatus questionnairesandevaluatingtheirquality:TheIQOLAProject Approach.JClinEpidemiol.1998;51:913---23.

29.SilveiraMF,AlmeidaJC,FreireRS,etal.Psychometric proper-tiesofthequalityoflifeassessmentinstrument:12-itemhealth survey(SF-12).CienSaudeColet.2013;18:1923---31.

30.DworkinRH, TurkDC,FarrarJT,etal. Coreoutcome measu-resforchronicpainclinicaltrials:IMMPACTrecommendations. Pain.2005;113:9---19.

31.CleelandCS,RyanKM.Painassessment:globaluseofthebrief paininventory.AnnAcadMedSingapore.1994;23:129---38.

32.Caraceni A, Cherny N, Fainsinger R, et al. Pain measure-menttoolsandmethodsinclinicalresearchinpalliativecare: recommendations of an Expert Working Group of the Euro-peanAssociationofPalliativeCare.JPainSymptom Manage. 2002;23:239---55.

33.Keller S,Bann CM,DoddSL, etal. Validityofthebriefpain inventoryforuseindocumentingtheoutcomesofpatientswith noncancerpain.ClinJPain.2004;20:309---18.

34.TanG,JensenMP,ThornbyJI,etal.Validationofthebriefpain inventoryforchronicnonmalignantpain.JPain.2004;5:133---7.

35.ChoongPF,DowseyMM.Updateinsurgeryforosteoarthritisof theknee.IntJRheumDis.2011;14:167---74.

36.Clement ND, Muzammil A, Macdonald D, et al. Socioecono-micstatusaffectstheearlyoutcomeoftotalhipreplacement. JBoneJointSurgBr.2011;93:464---9.

37.LaverniaCJ,AlcerroJC,ContrerasJS,etal.Ethnicandracial factors influencing well-being, perceived pain, and physical functionafterprimarytotaljointarthroplasty.ClinOrthopRelat Res.2011;469:1838---45.

38.SinghJA,LewallenDG.Medicalandpsychologicalcomorbidity predictspoorpainoutcomesaftertotalkneearthroplasty. Rheu-matology(Oxford).2013;52:916---23.

39.SinghJA,LewallenDG.Medicalcomorbidityisassociatedwith persistentindexhippainaftertotalhiparthroplasty.PainMed. 2013;14:1222---9.

40.Dowsey MM, Liew D, Stoney JD, et al. The impact of pre--operativeobesityonweightchangeandoutcomeintotalknee replacement:aprospectivestudyof529consecutivepatients. JBoneJointSurgBr.2010;92:513---20.

41.JarvenpaaJ, KettunenJ,Soininvaara T,et al. Obesityhasa negativeimpactonclinicaloutcomeaftertotalknee arthro-plasty.ScandJSurg.2012;101:198---203.

42.MemtsoudisSG,SunX,ChiuYL,etal.Perioperativecomparative effectivenessofanesthetictechniqueinorthopedicpatients. Anesthesiology.2013;118:1046---58.

43.Palazzo C, Jourdan C, Descamps S, et al. Determinants of satisfaction 1 year after total hip arthroplasty: the role of expectationsfulfilment. BMC Musculoskelet Disord.2014; 15:53.

44.NakaharaH,OkazakiK,Mizu-UchiH,etal.Correlationsbetween patientsatisfactionandabilitytoperformdailyactivitiesafter totalkneearthroplasty:whyaren’tpatientssatisfied?JOrthop Sci.2015;20:87---92.

45.Pinto PR,McIntyre T, Ferrero R, et al. Persistent painafter totalkneeorhiparthroplasty:differentialstudyofprevalence, nature,andimpact.JPainRes.2013;6:691---703.

46.HanleyMA,JensenMP,SmithDG,etal.Preamputationpainand acutepainpredictchronicpainafterlowerextremity amputa-tion.JPain.2007;8:102---9.

47.EisenachJC, PanPH,SmileyR, etal.Severity ofacutepain afterchildbirth, butnottypeofdelivery,predictspersistent pain,andpostpartumdepression.Pain.2008;140:87---94.

48.PetersML,SommerM,deRijkeJM,etal.Somaticand psycholo-gicpredictorsoflong-termunfavorableoutcomeaftersurgical intervention.AnnSurg.2007;245:487---94.

49.Puolakka PA, Rorarius MG, Roviola M, et al. Persistent pain following knee arthroplasty. Eur J Anaesthesiol. 2010;27: 455---60.

50.BrandsborgB,NikolajsenL,HansenCT,etal.Riskfactorsfor chronic painafterhysterectomy:a nationwide questionnaire anddatabasestudy.Anesthesiology.2007;106:1003---12.

51.LingardEA,KatzJN,WrightEA,etal.Predictingtheoutcome of total knee arthroplasty. J Bone Joint Surg Am. 2004;86-a:2179---86.

52.LewisGN,RiceDA,McNairPJ,etal.Predictorsofpersistentpain aftertotalkneearthroplasty:asystematicreviewand meta--analysis.BrJAnaesth.2015;114:551---61.

53.PaajanenH, ScheininT, Vironen J.Commentary: nationwide analysisofcomplicationsrelatedtoinguinalherniasurgeryin Finland:a5yearregisterstudyof55,000operations.AmJSurg. 2010;199:746---51.

54.Nikolajsen L, Sorensen HC, Jensen TS, et al. Chronic pain following Caesarean section. Acta Anaesthesiol Scand. 2004;48:111---6.

55.Gupta A, Gandhi K, Viscusi ER. Persistent postsurgical pain afterabdominalsurgery.TechRegAnesthPainManag.2011;15: 140---6.

56.Harsten A, Kehlet H, Toksvig-Larsen S. Recovery after total intravenous general anaesthesia or spinal anaesthesia for total knee arthroplasty: a randomized trial. Br J Anaesth. 2013;111:391---9.

57.HarstenA,KehletH,LjungP,etal.Totalintravenousgeneral anaesthesiavs.spinal anaesthesiafor totalhiparthroplasty: a randomised, controlled trial. Acta Anaesthesiol Scand. 2015;59:298---309.

58.Husted H, Lunn TH, Troelsen A, et al. Why still in hospi-talafter fast-track hipand kneearthroplasty?Acta Orthop. 2011;82:679---84.

Referencias

Documento similar

Das nossas interrogações sobre esta problemática e da dificuldade que temos manifestado, em diversas ocasiões, em compreender as razões deste desfasamento entre a

El contar con el financiamiento institucional a través de las cátedras ha significado para los grupos de profesores, el poder centrarse en estudios sobre áreas de interés

En nuestra opinión, las cuentas anuales de la Entidad Pública Empresarial Red.es correspondientes al ejercicio 2010 representan en todos los aspectos significativos la imagen fiel

En nuestra opinión, las cuentas anuales de la Entidad Pública Empresarial Red.es correspondientes al ejercicio 2012 representan en todos los aspectos

La Intervención General de la Administración del Estado, a través de la Oficina Nacional de Auditoría, en uso de las competencias que le atribuye el artículo 168

La Intervención General de la Administración del Estado, a través de la Oficina Nacional de Auditoría, en uso de las competencias que le atribuye el artículo

La campaña ha consistido en la revisión del etiquetado e instrucciones de uso de todos los ter- mómetros digitales comunicados, así como de la documentación técnica adicional de

Constitución italiana del 47, que distingue entre regiones con estatuto especial y regiones con estatuto ordinario” (Ortí Bordás), de que en Italia “la lengua toscana no