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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS FOLHAS DE Celtis ehrenbergiana

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Academic year: 2020

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(1)AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS FOLHAS DE Celtis ehrenbergiana. Mylena da Silva Vargas 1 Heloisa Aiolfi Padilha 2 Fabiane Moreira Farias 3 Vanessa Bley Ribeiro 4. Resumo: As folhas de Celtis ehrenbergiana são utilizadas pela população, na forma de decocção para uso tópico, no tratamento de afecções de pele, como cicatrizante de dermatofitose e acne e para tratar micoses de unhas. Porém, na literatura não existem estudos realizados com essa espécie relacionados à sua composição química ou atividade farmacológica. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi avaliar a possível atividade antibacteriana de Celtis ehrenbergiana, buscando verificar se esta poderia ser responsável pela indicação de uso popular da espécie como agente cicatrizante. O material vegetal foi coletado no município de Uruguaiana - RS, entre os meses de novembro de 2016 à janeiro de 2017, as folhas de Celtis ehrenbergiana foram secas em estufa 40 ºC e trituradas em um micromoinho de facas. Para a obtenção do extrato aquoso, as folhas foram extraídas por decocção em água destilada por 30 minutos, com posterior liofilização. Para a obtenção do extrato metanólico, o material vegetal foi submetido à maceração com metanol e o extrato foi concentrado em evaporador rotatório à pressão reduzida para a remoção do solvente orgânico. O extrato metanólico foi submetido ao processo de partição líquido-líquido, com solventes de polaridade crescente, sendo eles: hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol, obtendo-se a fração hexano (FH), fração diclorometano (FDCM), fração acetato de etila (FAE) e fração butanol (FB). Os extratos e as frações de C. ehrenbergiana, previamente preparados na concentração de 4096 µg/mL, foram testados frente à cepas de S. aureus (ATCC 29213), S. aureus (ATCC 25923), E. coli (ATCC 25922), E. coli (ATCC 35218), P. aeruginosa (ATCC 27853), Acinetobacter e S. coagulase negativo. O experimento foi realizado com diluição seriada, de modo que a maior concentração testada foi de 2048 g/mL e a menor de 4 g/mL. As placas foram incubadas por 24 horas e após, os resultados foram interpretados a partir da turbidez dos poços, visualizada a olho nu. De um modo geral, C. ehrenbergiana apresentou CIM maior que 512 g/mL para as bactérias Gram-positivas; enquanto que para as bactérias Gram-negativas, CIM maior que 256 g/mL. Porém o EALCe e a FB não apresentaram inibição em nenhuma concentração testada. Dessa forma, a espécie C. ehrenbergiana, não constitui um agente antibacteriano promissor. Assim, a ausência de atividade antibacteriana para C. ehrenbergiana, sugere que a ação bactericida não é a responsável pelo possível efeito da espécie sobre a cicatrização de feridas, não excluindo a possibilidade de existência de efeito cicatrizante para a planta..

(2) Como os estudos com as espécies do gênero são escassos, os resultados obtidos são relevantes, pois fornecem dados farmacológicos sobre Celtis.. Palavras-chave: atividade, antimicrobiana, Celtis eherenbergiana. Modalidade de Participação: Iniciação Científica. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS FOLHAS DE Celtis ehrenbergiana 1 Aluno de graduação. mylena.vargassilva@gmail.com. Autor principal 2 Aluno de graduação. heloisaaiolfi@gmail.com. Co-autor 3 Docente. fabianefarias@unipampa.edu.br. Orientador 4 Docente. vanebley@gmail.com. Co-orientador. Anais do 9º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa | Santana do Livramento, 21 a 23 de novembro de 2017.

(3) AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS FOLHAS DE Celtis ehrenbergiana 1. INTRODUÇÃO A descoberta do antibiótico penicilina por Fleming, no século passado, revolucionou o tratamento de doenças infecciosas bacterianas, expandindo a um amplo arsenal terapêutico antibacteriano, com diferentes mecanismos de ação, até os dias atuais (OSÓRIO et al., 2012). O uso indiscriminado de antibacterianos, associado à capacidade de adaptação bacteriana de sobreviver frente aos antibióticos, tem contribuído de forma significativa para o aparecimento de microrganismos resistentes a múltiplas drogas, preocupando as agências de saúde (CARVALHO et al., 2014). Devido a essa resistência, é necessária a pesquisa de novos agentes para o combate de infecções. Uma excelente fonte de novas substâncias antimicrobianas são os vegetais, pois apresentam uma diversidade molecular superior àquela derivada dos processos de síntese química, e isso tem despertado a investigação para o potencial da flora brasileira (NOVAIS et al., 2003; AYRES et al., 2008). As folhas de Celtis ehrenbergiana são utilizadas pela população, na forma de decocção para uso tópico, no tratamento de afecções de pele, como cicatrizante de dermatofitose e acne e para tratar micoses de unhas. Porém, na literatura não existem estudos realizados com essa espécie relacionados à sua composição química ou atividade farmacológica. Dessa forma, o presente trabalho foi realizado para avaliar a possível atividade antibacteriana de Celtis ehrenbergiana, buscando verificar se esta poderia ser responsável pela indicação de uso popular da espécie como agente cicatrizante. 2. METODOLOGIA O material vegetal foi coletado no município de Uruguaiana ± RS, entre os meses de novembro de 2016 à janeiro de 2017, e foi previamente identificado pelo botânico Renato Záchia, sendo que uma amostra autêntica foi depositada no herbário da Universidade Federal de Santa Maria sob o número SMDB 16.112. As folhas de Celtis ehrenbergiana (Klotzsch) Liebm. foram secas em estufa 40 ºC e trituradas em um micromoinho de facas. Para a obtenção do extrato aquoso de C. ehrenbergiana (EALCe), as folhas foram extraídas por decocção em água destilada por 30 minutos, simulando a forma de preparo no uso popular, com posterior liofilização. Para a obtenção do extrato metanólico bruto (EMBCe), o material vegetal foi submetido à maceração com metanol e o extrato foi concentrado em evaporador rotatório à pressão reduzida para a remoção do solvente orgânico. Ambas as extrações se deram até o esgotamento do material, acompanhadas por cromatografias em camada delgada. A partir do EMBCe foi realizado o processo de partição líquido-líquido, com solventes de polaridade crescente, sendo eles: hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol, obtendo-se a fração hexano (FH), fração diclorometano (FDCM), fração acetato de etila (FAE) e fração butanol (FB). Os ensaios in vitro para avaliação da possível atividade antibacteriana de C. ehrenbergiana foram realizados pelo método de microdiluição em caldo, conforme descrito nas recomendações do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI,.

(4) 2015). Os EAL, EMB e as frações (FH, FDCM, FAE, FB) de C. ehrenbergiana, foram testados frente à cepas de S. aureus (ATCC 29213), S. aureus (ATCC 25923), E. coli (ATCC 25922), E. coli (ATCC 35218), P. aeruginosa (ATCC 27853), Acinetobacter e S. coagulase negativo. Os inóculos bacterianos foram preparados em caldo Mueller Hinton na concentração de 106 UFC/ml, e os extratos foram preparados na concentração de 4096 µg/mL, a partir da qual foram realizadas diluições seriadas, de modo que a maior concentração testada foi de 2048 µg/mL e a menor de 4 µg/mL. As placas foram incubadas por 24 horas e após, os resultados foram interpretados a partir da turbidez dos poços, visualizada a olho nu. A CIM foi definida como a menor concentração capaz de inibir o crescimento bacteriano. A fim de garantir a confiabilidade dos resultados, foram utilizados no experimento controles de crescimento e esterilidade. 3. RESULTADOS e DISCUSSÃO De um modo geral, C. ehrenbergiana apresentou CIM maior que 512 µg/mL para as bactérias Gram-positivas; enquanto que para as bactérias Gram-negativas, CIM maior que 256 µg/mL. Porém o EALCe e a FB não apresentaram inibição em nenhuma concentração testada, conforme tabela 1. Tabela 1 ± Concentração Inibitória Mínima (µg/mL) dos extratos e frações das folhas de C. ehrenbergiana.. Cos e colaboradores (2006) sugerem que extratos vegetais devem ser considerados ativos somente se apresentarem CIM até 100 µg/mL, sendo que amostras com CIM >100 µg/ mL são consideradas inativas. Dessa forma, a espécie C. ehrenbergiana, não apresentou ação antibacteriana. Em estudo realizado por OTA e colaboradores (2017), o extrato aquoso de C. australis apresentou CIM de 2500 ug/mL para E. coli; >10000 ug/mL, para P. aeruginosa e 5000 ug/mL frente a S. aureus. O extrato etanólico da mesma espécie apresentou CIM de 1250 ug/ml frente a S. aureus. Comparando os resultados, foi possível perceber que a C. ehrenbergiana apresenta valores de CIM mais baixos para o extrato metanólico bruto e algumas frações orgânicas obtidas a partir deste. Preparações aquosas das folhas de C. ehrenbergiana são empregadas popularmente no tratamento e cicatrização dermatoses, coceira, manchas e feridas. Embora o efeito cicatrizante possa derivar de diversos mecanismos de ação, muitos dos medicamentos de uso tópico dispensados como cicatrizantes são compostos por fármacos antibacterianos (como a pomada de neomicina + bacitracina Nebacetin®), antifúngicos, anti-inflamatórios ou associações destes (cetoconazol + betametasona + neomicina = Trok-N®) (BRUNTON et al., 2012; ANVISA, 2013). Assim, a ausência de atividade antibacteriana para C. ehrenbergiana, sugere que a.

(5) ação bactericida não é a responsável pelo possível efeito da espécie sobre a cicatrização de feridas. Por outro lado, estes resultados não excluem a possibilidade de existência de efeito cicatrizante para a planta, o que motiva e direciona as próximas investigações com respeito às atividades farmacológicas da espécie e corrobora com a produção e disponibilização de dados sobre o gênero Celtis. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos resultados de CIM dos extratos da C. ehrenbergiana, é possível sugerir que a planta não constitui um agente antibacteriano promissor. Porém, como os estudos com as espécies do gênero são escassos, os resultados obtidos são relevantes, pois fornecem dados farmacológicos sobre Celtis. 5. REFERÊNCIAS AYRES, M.C.C.; BRANDÃO, M.S.; VIEIRA, G.M.JR.; MENOR, J.C.A.S.; SILVA, H.B.; SOARES, MJ.S.; CHAVES, M.H. Atividade antibacteriana de plantas úteis e constituintes químicos da raiz de Copernicia prunifera. Brazilian Journal of Pharmacognosy, v.18 (1): p.90-97, Jan./Mar. 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Bula para profissional da saúde: Nebacetin®. Brasília, DF: ANVISA; 2013 [acesso em 22 set 2017]. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=21 331052016&pIdAnexo=3776379. BRUNTON, L.L.; LAZO, J.S.; PARKER, K.L. Goodman & Gilman: As bases farmacológicas da terapêutica. 12ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012. CARVALHO, A.F. SILVA, D.M.; SILVA, T.R.C.; SCARCELLI, E.; MANHANI, M.R. Avaliação da atividade antibacteriana de extratos etanólico e de ciclohexano a partir das flores de camomila (Matricaria chamomilla L.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v.16, n.3, p.521-526, 2014. CLSI. Clinical and Laboratory Standards Institute. Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing; Fifteenth Informational Supplement. Document M100-S25 (ISBN 1-56238-556-9). Clinical and Laboratory Standards Institute, 940 West Valley Road, Suite 1400,Wayne, Pennsylvania 19087-1898 USA, 2015. NOVAIS, T.S.; COSTA, J.F.O.; DAVID, J.P.L.; DAVID, J.M.; QUEIROZ, L.P.; FRANÇA, F.; GIULIETTI, A.M.; SOARES, M.B.P.; SANTOS, R.R. Atividade antibacteriana em alguns extratos de vegetais do semi-árido brasileiro. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 13 supl 2, p. 05-08, 2003. OSÓRIO, T. M.; MONACHE, F.D.; CHIARADIA, L.D.; MASCARELLO,A.; STUMPF, T.R.; ZANETTI, C.R.; SILVEIRA, D.B.; BARARDI, C.M.; SMÂNIA, E.A.; VIANCELLI, A.; GARCIA, L.T.; YUNES, R.A.; NUNES, R. J.; SMÂNIA, A. Antibacterial activity of chalcones, hydrazones and oxadiazoles against methicillin-resistant Staphylococcus aureus, Bioorg. Med. Chem. Lett., v. 22, p. 225±230, 2012..

(6) OTA, A.; VISNJEVEC, A.M.; VIDRIH, R.; PRGOMET, Z.; NECEMER, M.; HRIBAR, J.; CIMERMAN, N.G.; MOZINA, S.S.; BUCAR-MIKLAVCIC, M.; ULRIH, N.P. Nutritional, antioxidative, and antimicrobial analysis of the Mediterranean hackberry (Celtis australis L.). Food Science & Nutrition, v.5(1), p.160±170, 2017..

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Tabela 1 ± Concentração Inibitória Mínima (µg/mL) dos extratos e frações das folhas de C

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