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PERFIL DIAGNÓSTICO DOS USUÁRIOS DE UM CAPS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DO SUL

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Academic year: 2020

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(1)PERFIL DIAGNÓSTICO DOS USUÁRIOS DE UM CAPS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DO SUL. Rui Carlos Gomes Dorneles 1 Lidiele Roque Bueno 2 Mariana Ferreira de Menezes Sauceda 3 Susane Graup 4. Resumo: Foi realizada uma pesquisa documental diagnóstica, na qual residentes do Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva da Unipampa, analisaram os prontuários dos usuários ativos de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Ao todo, 348 prontuários foram digitalizados, porém, optou-se pela não inclusão de 27 deles nas análises dessa pesquisa, em virtude da ausência de informações referente ao diagnóstico, totalizando, portanto, 321 prontuários. Os diagnósticos foram agrupados de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID10),em: a) Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes; b) Transtornos do humor (afetivos); c) Retardo mental e d) Outros transtornos. A maioria (37%) da amostra, foi composta por diagnósticos de esquizofrenia. Quando estratificados por sexo, os transtornos de humor, segunda maior prevalência de casos diagnosticados, se apresentaram consideravelmente superiores entre indivíduos do sexo feminino. Os transtornos mentais não apresentaram características que pudessem sugerir sua associação com fatores referente à faixa etária na presente pesquisa. Os achados deste estudo, não visam de forma alguma, sugerir associações entre as patologias e as variáveis analisadas. No entanto, a investigação das morbidades de maior ocorrência nos serviços de saúde, fazem sentido se olharmos pelo espectro de que também se faz necessário um maior preparo no que diz respeito ao tratamento e manejo de tais situações. Desta forma, o entendimento sobre o curso natural, e as características peculiares dessas doenças que compõem o âmbito de atuação da saúde mental coletiva dentro do sistema único de saúde (SUS), ainda são lacunas pontuais na literatura científica. Acredita-se que, pesquisas com tal finalidade possam contribuir tanto num melhor diagnóstico, como numa construção de um plano terapêutico de maior qualidade, eficácia e principalmente humanização..

(2) Palavras-chave: Saúde mental; Transtornos mentais; Esquizofrenia. Modalidade de Participação: Pesquisador. PERFIL DIAGNÓSTICO DOS USUÁRIOS DE UM CAPS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DO SUL 1 Aluno de pós-graduação. ruidorneles7@gmail.com. Autor principal 2 Aluno de pós-graduação. lidielebueno89@gmail.com. Co-autor 3 Aluno de pós-graduação. sauceda.mariana@gmail.com. Co-autor 4 Docente. susigraup@gmail.com. Co-autor. Anais do 9º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa | Santana do Livramento, 21 a 23 de novembro de 2017.

(3) PERFIL DIAGNÓSTICO DOS USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DO SUL 1. INTRODUÇÃO Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) foram criados sob a perspectiva de proporcionar uma nova abordagem de atenção à saúde mental, servindo de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida (AMARANTE, 2008). É cultural nesses espaços de saúde, o sistema manual de registro em prontuários dos cuidados prestados ao paciente. Em geral, todas as informações referentes às ações e observações realizadas pela equipe multiprofissional são registradas como um meio para gerenciar a assistência e avaliar a qualidade do atendimento. Entretanto, compilar essa massa de informação, que cresce em progressão geométrica nos protocolos e registros manuais, torna ineficiente o gerenciamento, além disso, há o fato de que muitas vezes as anotações são inconsistentes, ilegíveis e subjetivas, não havendo uma definição metodológica estruturada (PEREZ; ZWICKER, 2010). Dentre os diversos entraves aos quais esse modelo arcaico de registro colabora, destaca-se as dificuldades ao recuperar dados para fins de pesquisa e análise de informações referentes aos diagnósticos de transtornos mentais (BEZERRA, 2009). Diante dessa problemática, foi realizada uma atualização tecnológica dos registros dos prontuários de um CAPS de uma cidade situada na região da fronteira oeste do estado do Rio Grande do Sul. Essa melhoria no acesso às informações, permitiu a condução de atividades referentes à pesquisa, dentre elas, a elaboração do presente estudo que tem como objetivo avaliar o perfil diagnóstico dos transtornos mentais de maior prevalência no contexto local. 2. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa documental diagnóstica, na qual foram analisados os prontuários dos usuários ativos de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. As informações contidas neste estudo, são oriundas de um procedimento de transcrição para meio digital, dos prontuários dos pacientes. Tal processo de informatização, é parte das ações de matriciamento realizadas pelos residentes do Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva da Unipampa nesse espaço. Ao todo, 348 prontuários foram digitalizados, porém, optou-se pela não inclusão de 27 deles nas análises dessa pesquisa, em virtude da ausência de informações referente ao diagnóstico, totalizando, portanto, 321 prontuários. Todo o procedimento mencionado anteriormente ocorreu entre os meses de maio e junho de 2017. Para uma melhor apresentação dos resultados, os diagnósticos foram agrupados nas grandes áreas de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, frequentemente.

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(5) (2002), em pesquisa realizada com 3.223 pacientes internados em 20 hospitais psiquiátricos do Rio de Janeiro, encontraram a esquizofrenia como diagnóstico mais frequente (42,1%). Os transtornos afetivos (F30-39) foram as patologias com a segunda maior prevalência entre os transtornos mentais apresentados pelos usuários (27%). Essa classificação abrange os episódios depressivos, episódios maníacos e também os transtornos afetivos bipolares e todas as suas derivações, que podem ter ou não, episódios depressivos, variando entre leve, moderados ou graves, com ou sem sintomas psicóticos. Quando estratificados por sexo (Figura 2), é possível perceber que entre indivíduos do sexo feminino, ao menos na presente amostra, as ocorrências de transtornos de humor são mais recorrentes. Tais achados, são também corroborados por Soares e colaboradores (2016), em uma análise-clínica epidemiológica de pacientes com transtorno mental na Amazônia. Em sua discussão, os autores atribuem essa maior prevalência a fatores como violência física, sexual e psicológica, que são uma realidade assombrosa no país, além de situações peculiares à mulher, como a gravidez e o puerpério.. Masculino (N= 133). Feminino (N = 188). 76,75%. 59,30% 53,39% 47,05%. 46,61%. 52,95%. 50,00% 50,00% 40,70%. 23,25%. F20-29 (N= 118). F30-39 (N= 86). F40-48 (N= 17). F70-79 (N= 86). Outras (N= 14). Figura 2. Distribuição dos transtornos mentais classificados pelo Cadastro Internacional de Doenças ± CID 10, disponível também no site DataSUS, conforme o sexo.. Sobre os aspectos relacionados à idade, embora não tenha se testado a associação entre essa variável e os transtornos mentais, é interessante destacar uma sutil tendência linear nos casos diagnosticados como transtornos do humor à medida que a faixa etária se eleva (Tabela 1). Soares e colaboradores (2016), ao analisar o comportamento deste e de outros transtornos em relação à faixa etária, não obtiveram resultados significativos. Destacando inclusive, que a maior parte dos transtornos mentais não seguem padrões pré-estabelecidos de características, fato que dificulta investigações dessa natureza..

(6) Tabela 1. Distribuição de casos diagnosticados por faixa etária Idade/ Diagnóstico F20-29 F30-39 F40-48 F70-79 (N= 117) (N= 86) (N= 17) (N= 86). Outras (N= 13). Até 30. 17. 7. 1. 28. 5. 31 a 40. 19. 16. 2. 22. 3. 41 a 50. 35. 21. 4. 12. 3. 51 a 60. 28. 24. 7. 19. 1. Mais de 60. 18. 18. 3. 5. 1. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS As informações aqui contidas, não visam de forma alguma, sugerir associações entre as patologias e as variáveis analisadas. No entanto, a investigação das morbidades de maior ocorrência nos serviços de saúde (a exemplo da esquizofrenia, que representa a maior prevalência nesse dispositivo de cuidado em saúde mental), fazem sentido se olharmos pelo espectro de que também se faz necessário um maior preparo no que diz respeito ao tratamento e manejo de tais situações. Desta forma, o entendimento sobre o curso natural, e as características peculiares dessas doenças que compõem o âmbito de atuação da saúde mental coletiva dentro do sistema único de saúde (SUS), ainda são lacunas pontuais na literatura científica. Acredita-se que, pesquisas com tal finalidade possam contribuir tanto num melhor diagnóstico, como numa construção de um plano terapêutico de maior qualidade, eficácia e principalmente humanização..

(7) 5. REFERÊNCIAS AMARANTE, P. Saúde Mental, Desinstitucionalização e novas estratégias de cuidado. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2008. BEZERRA, SM. Prontuário Eletrônico do Paciente: uma ferramenta para aprimorar a qualidade dos serviços de saúde. Revista Meta: Avaliação, v. 1, n. 1, p. 73-82, 2009. COUTINHO, ESF. et al. Censo de pacientes internados em uma instituição asilar no estado do Rio de Janeiro: dados preliminares. Cadernos de Saúde Pública, v. 18, n. 6, p. 1803-1807, 2002. MEDEIROS, EN. Prevalência dos transtornos mentais e perfil sócio-econômico dos usuários atendidos nos serviços de saúde dos municípios paraibanos. 119 p. Dissertação (Mestrado). Centro e Ciências da Saúde da UFP, João Pessoa, PB, 2005. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997. vol.2. PEREZ, G; ZWICKER, R. Fatores determinantes da adoção de sistemas de informação na área de saúde: um estudo sobre o prontuário médico eletrônico. RAM. Revista de Administração Mackenzie, v. 11, n. 1, 2010. SOARES, AC. et al. Análise clínica-epidemiológica de pacientes portadores de transtorno mental na amazônia brasileira. Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria, v. 19, n. 2, 2016..

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Figure

Figura 2. Distribuição dos transtornos mentais classificados pelo Cadastro Internacional de  Doenças ± CID 10, disponível também no site DataSUS, conforme o sexo
Tabela 1. Distribuição de casos diagnosticados por faixa etária   Idade/ Diagnóstico  F20-29  (N= 117)  F30-39  (N= 86)  F40-48  (N= 17)  F70-79  (N= 86)  Outras  (N= 13)  Até 30  17  7  1  28  5  31 a 40  19  16  2  22  3  41 a 50  35  21  4  12  3  51 a

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