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O mundo sobre o “carrinho” : relações ser humano-mundo a partir de vivências do skate

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ADRIANO LIMA SACRAMENTO

O MUNDO SOBRE O “CARRINHO”: RELAÇÕES SER HUMANO-MUNDO A PARTIR DE VIVÊNCIAS DO SKATE

São Cristóvão/SE 2016

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ADRIANO LIMA SACRAMENTO

O MUNDO SOBRE O “CARRINHO”: RELAÇÕES SER HUMANO-MUNDO A PARTIR DE VIVÊNCIAS DO SKATE

Monografia apresentada ao Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenção do grau de licenciado em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Cae Rodrigues

São Cristóvão-SE 2016

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O MUNDO SOBRE O “CARRINHO”: RELAÇÕES SER HUMANO-MUNDO A PARTIR DE VIVÊNCIAS DO SKATE

ADRIANO LIMA SACRAMENTO

Monografia apresentada ao Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenção do grau de licenciado em Educação Física.

Nota: _________________________________ Data de apresentação: _____________ _________________________________ BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Prof. Dr. Cae Rodrigues

(Orientador) _____________________________________________ Prof. Dr. (Membro Convidado) _____________________________________________ Prof. Dr. (Membro Convidado) SÃO CRISTÓVÃO

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Dedico este trabalho a minha mãe e eterna rainha; a meu falecido pai, o qual agora pode considerar de onde estiver que todos os seus filhos alcançaram nível de formação superior; às energias incomensuráveis do universo que habitam nosso espaço-tempo e interagem com nossa força de vontade; ao skate, por tudo que me ensinou e a todos os skatistas; e todos aqueles que vivem numa perspectiva alternativa aos padrões sociais impostos.

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AGRADECIMENTOS

Deixo meus mais sinceros agradecimentos à instituição UFS por todo o suporte prestado, nos mais diversos sentidos, de forma que fosse possível a minha progressiva evolução em seu âmbito. Agradeço de coração ao meu orientador, Prof. Dr. Cae Rodrigues, sem o qual o trabalho não tomaria tais proporções, pois me ajudou intensamente guiando conforme meus próprios passos. Agradeço a minha mãe por fazer com que fosse possível eu chegar até esse momento. Agradeço a todos os meus colegas de turma pelos momentos compartilhados, nesse ambiente que pude conhecer inúmeras pessoas as quais, mesmo não tendo relevância direta para o trabalho, participaram da minha vida paralelamente a ele e ganharam relevância pessoal. Sou muito grato por todo o incentivo recebido pelos meus próximos, que só fez eu me engajar cada vez mais em desenvolver meu tema, concluindo o trabalho com mais que êxito, mas uma sensação de autossatisfação e missão cumprida perante a minha tribo.

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Quem tem boca fala o que quer, só não pode ser mané; Coração de vagabundo bate na sola do pé! Chorão, Charlie Brown Jr. SKATE OR DIE

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RESUMO

Este trabalho investiga o fenômeno skate em Aracaju, visto suas condições estruturais, climáticas e geográficas propícias à prática. O estudo busca identificar e analisar as relações construídas pelo skatista na natureza através de suas experiências com o skate, considerando que a prática originalmente é advinda das ruas. A coleta dos dados foi realizada com 4 indivíduos no Cara de Sapo Skatepark, na Orla de Atalaia, através do viés fenomenológico. O corpus foi constituído por um conjunto de métodos sequenciais: entrevistas com roteiro pré-estruturado; diálogo sobre as entrevistas, autodescrição em narrativa do sujeito participante; descrição do sujeito participante por terceiros; análise de perfis sociais do sujeito participante; narrativas do entrevistado sobre suas vivências na natureza; etnografias em movimento; glossário de expressões; diários de campo; e autonarrativas do pesquisador. A partir da análise desse corpus foram destacadas as unidades de sentido e emergiram 7 categorias para as enquadrar: Relação com meio ambiente/natureza; Relações com a brincadeira, jogo e esporte; Risco; aventura; radical; Benefícios e sensações positivas; Relação sentimental; Opção de lazer; Cultura e identidade. Analisando as categorias ficou evidenciado as dimensões que o skate toma na vida do skatista ativo, o qual acaba absorvendo inúmeros valores da própria relação espaço-temporal da prática, como humildade e persistência, que, ao serem incorporados ao estilo de vida, geram uma maneira própria de vivenciar o mundo a partir de uma percepção relacional dos elementos usuais da cidade, que se tornam obstáculos para mandar manobras.

Palavras-chave: Fenomenologia do corpo; Meio Ambiente; Esporte; Natureza; Cultura; Identidade.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 9 2 MATERIAL E MÉTODOS ... 13 2.1 Metodologia ... 13 2.2 Procedimentos metodológicos ... 14 3 REVISÃO DE LITERATURA ... 21

3.1 A produção acadêmica sobre o Skate no Brasil ... Erro! Indicador não definido. 3.2 O skate na perspectiva da motricidade humana ... 65

4 ANÁLISE DOS DADOS ... 70

4.1 Trocando ideia: análise das entrevistas com roteiro pré-definido/estruturado e dos diálogos sobre as respostas das entrevistas com os entrevistados ... 70

4.2 Quem é tu no rolê? Análise das autodescrições em narrativas dos próprios sujeitos, das descrições dos sujeitos por terceiros e dos perfis sociais ... 75

4.3 Na session: análise das narrativas dos entrevistados sobre suas vivências na natureza, das etnografias em movimento e do glossário de expressões ... 80

4.4 Tô dentro da sessão! Análise dos diários de campo e das auto narrativas ... 82

5 CONCLUSÕES ... 84

6 BIBLIOGRAFIA ... 85

APÊNDICE 1: Aprovação do comitê de ética... 91

APÊNDICE 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido... 92

APÊNDICE 3: Entrevistas... 93

APÊNDICE 4: Unidades de significado selecionadas a partir da análise das entrevistas ... 101

APÊNDICE 5: Relatórios de diálogos entre pesquisador e colaborador sobre as entrevistas ... 105

APÊNDICE 6: Autodescrições dos colaboradores em forma de narrativas livres ... 107

APÊNDICE 7: Descrição dos colaboradores por terceiros ... 109

APÊNDICE 8: Análises de perfis sociais dos colaboradores ... 112

APÊNDICE 9: Narrativas livres dos colaboradores sobre suas vivências na natureza ... 116

APÊNDICE 10: Narrativas livres das etnografias em movimento... 119

APÊNDICE 11: Glossários de expressões ... 123

APÊNDICE 12: Diários de observação de campo do pesquisador ... 126

APÊNDICE 13: Autonarrativas do pesquisador sobre suas próprias vivências com o skate ... 130

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1 INTRODUÇÃO

O skate é uma vivência da cultura corporal de movimento que surgiu nos anos 60 de uma necessidade de dar continuidade a experiências lúdicas de um determinado grupo, os surfistas, que em tempos de verões muito quentes e maré baixa com poucas ondas na Califórnia tiveram a ideia de utilizar pranchas semelhantes às que eram usadas no surf, porém em proporções menores e com rodinhas de patins embaixo, possibilitando simular o surf no asfalto. No início foi uma prática bastante marginalizada devido à forma que atuavam seus praticantes, tendo como espaços para a prática as ruas da cidade. Além disso, as rodinhas eram feitas de metal, o que não proporcionava muito atrito e o número de quedas devido a isso era grande, criando uma imagem negativa perante a sociedade, principalmente entre os pais que não permitiam que os filhos andassem devido a esses riscos.

Com o passar dos anos os skates começaram a ser fabricados por empresas, que também começaram a patrocinar atletas e foi esse o pontapé inicial para que a prática fosse popularizada no mundo todo, inclusive como esporte. O skate também sofreu diversas alterações em suas proporções. Antes no formato de mini pranchas de surf, ganhou uma inclinação no tail (parte traseira do skate) para que fosse dada mais estabilidade ao skatista, ao mesmo tempo em que foram se adicionando modalidades, entre elas o downhill, o freestyle (nome dado à modalidade que representa a prática mais popular do skate – o “skate de rua”), o slalom e o vertical. Interessante ressaltar o vertical que surgiu inicialmente dentro de piscinas vazias no fundo de propriedades as quais os skatistas invadiam – na maioria das vezes de forma ilegal - para poder ter acesso à prática. Com o tempo os praticantes foram criando rampas de madeiras para terem seus próprios espaços para a prática. Outra modalidade que surgiu e que inclusive hoje é a mais praticada em todo mundo é o street, modalidade essa que envolve manobras em rampas e ultrapassagem de obstáculos, utilizando os obstáculos também como meio para complementar manobras, como, por exemplo, saltar escadarias, escorregar sobre corrimões, subir em calçadas, etc.

No Brasil o skate se difundiu na época da Ditadura Militar, juntamente ao movimento punk, sendo utilizado como instrumento de expressão e rebeldia perante uma sociedade que era extremamente regrada. Atualmente vários brasileiros se encontram entre os melhores skatistas do mundo e a prática se difundiu em todos os

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cantos do país, criando-se espaços para a prática e diversas competições, principalmente nos maiores estados. Inclusive é totalmente possível viver como um profissional do skate atualmente no país, onde existem 4 categorias, respectivamente: mirim (na qual só é permitido participar crianças), iniciante, amador e profissional.

Em Aracaju a prática do skate também se difundiu e inclusive a cidade é berço de vários profissionais reconhecidos mundo a fora. Também foram criados espaços específicos para a prática, como, por exemplo, o Skatepark do Bairro Industrial, sob a ponte Construtor João Alves, que faz a ligação entre Aracaju e Barra dos Coqueiros, espaço esse que ganha manutenção apenas por parte dos skatistas, ficando por suas contas os gastos e mão de obra. Foi criado também – dessa vez pelo governo – o Cara de Sapo Skatepark, que se situa na Orla de Atalaia e é o mais famoso local de prática da região, que leva esse nome em homenagem ao apelido de um skatista profissional local, Fabrizio Santos, além de ser referência em questão de área em todo o Nordeste e que, devido à localização numa região nobre da capital, serve também como atrativo para moradores da região e turistas que constantemente observam a prática do skate.

Além de tudo, o skate também proporciona o ingresso a todo um novo aparato de informações, modo de falar, gírias específicas próprias, que os skatistas usam tanto durante a comunicação, quanto pra caracterizar alguma ação da prática. Devido a ser uma vivência que tem como cenário principal os obstáculos oferecidos pela cidade, o skate também influencia diretamente a visão do indivíduo: bancos de praça, escadarias, corrimãos, antes itens tão comuns do cotidiano que chegavam a passar despercebidos, ganha evidência para o indivíduo devido à possibilidade de vivência do skate. Todos esses fatores contribuem para adicionar visões diferentes à percepção de mundo do skatista e entender a intensidade a qual se dá essa relação criada entre praticante e prática.

Pois é justamente com base nessas interações possíveis entre o skatista e seu ambiente que propomos o objetivo central desse estudo: compreender as formas como o ser humano se relaciona com o meio através da vivência do skate e como essas relações podem influenciar suas percepções sobre o mundo. Tal objetivo se justifica uma vez que compreendemos o skate como uma vivência que conquistou seu espaço mundialmente, especialmente, nas últimas cinco décadas. Nas grandes capitais do Brasil é disseminado de forma intensa e atualmente ganha imenso destaque em Aracaju, de onde já saíram, inclusive, profissionais reconhecidos mundialmente, por exemplo, Adelmo Jr. Aracaju é

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uma cidade quase toda plana, de clima quente praticamente o ano inteiro, tornando-se propícias às vivências do skate.

A cidade também conta com uma boa estrutura para a prática. A orla da Atalaia, região com boa estrutura de equipamentos de lazer, possui um Skatepark, além da ampliação e aprimoramento do espaço que há no Bairro Industrial, abaixo da Ponte Construtor João Alves. Assim, a cidade é um ponto de interesse para estudiosos que querem fazer pesquisas sobre o skate, estudos esses justificados ainda pelos seguintes pontos: a) há um bom tempo já são reconhecidos os benefícios da prática regular da atividade física; o skate é uma alternativa para a essa prática, especialmente em uma cidade como Aracaju pelos pontos já destacados (clima, geografia, estrutura); b) importância de se conhecer as maneiras como práticas corporais e sociais influenciam em nossas construções perceptivas sobre o mundo; c) a possibilidade de se levantar indicadores que possam auxiliar na implementação de políticas públicas em prol do esporte.

O primeiro capítulo da revisão de literatura foi feito através de um levantamento online em revistas de Educação Física para analisar como as produções acadêmicas no Brasil vêm abordando a temática “skate”. No segundo capítulo abordamos o skate a partir de um olhar que tem como base para a discussão a motricidade humana, identificando como a relação criada entre seres humanos e o meio (ambiente) influencia em elementos do cotidiano e como as vivências e as relações de aproximação entre os praticantes são importantes na criação de um universo de significados característicos daquela prática.

O próximo passo foi analisar os dados coletados com os indivíduos skatistas a partir de uma série de instrumentos metodológicos. A partir da análise das entrevistas com roteiro pré-definido e dos diálogos sobre as respostas das entrevistas foram levantadas categorias nas quais foram enquadradas as unidades de significado retiradas dos textos, identificando elementos semelhantes que são significativos entre as diferentes respostas considerando nossa questão de pesquisa. Com a análise de autodescrições em narrativas dos próprios sujeitos, das descrições dos sujeitos por terceiros e dos perfis sociais foi possível construir “perfis” dos sujeitos, pelos quais fora possível identificar elementos discriminadamente construídos na identidade do indivíduo pela relação da prática com o skate. Na análise das narrativas dos entrevistados sobre suas vivências na natureza, das etnografias em movimento e do glossário de expressões foram identificados diferentes contextos em que diversos

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aspectos da prática do skate acontecem, o que elas propiciam e como é construída uma nova linguagem através de termos criados pelos skatistas, como gíria ou como designação de ações técnicas.

Fica perceptível uma gama de elementos que, à primeira vista, talvez não sejam notados, mas que conforme nos envolvemos no mundo do skate – principalmente como praticante, mas também como observador – são percebidas como significados de grande relevância para a prática e para o sujeito que se transforma pela prática, revelando uma simbiose da prática e do sujeito que transpira em seu próprio jeito de ser, no estilo que opta em como vai andar, como também as perspectivas de como os ambientes são vistos e o que representam na óptica do skate e do skatista.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Metodologia

Apesar de podermos caracterizar os métodos utilizados nessa pesquisa como uma metodologia mista, a presente pesquisa tem inspiração principal na fenomenologia, em específico no método Fenômeno Situado. Esse método surgiu por volta do início do século XX na Alemanha, visando atingir além da obtenção dos dados, a essência do fenômeno. A fenomenologia proposta por Husserl não visava o desenvolvimento de um método para realização de pesquisas empíricas, pretendia fornecer os meios para a evolução da chamada base racional das ciências positivistas, formada por as ciências eidéticas (ou ciência das essências).

A pesquisa fenomenológica, ao propor “ir à coisa mesma”, alude àqueles que experienciam a coisa e podem falar sobre ela, permitindo-se assim que, na variação eidética (do grego eidos, que significa essência), capte-se na perspectividade um sentido que permita alcançar na coisa uma essência (RODRIGUES e col., 2010, p.83).

Nessa modalidade metodológica estrutural do Fenômeno Situado, o pesquisador em si não precisa se basear em pressupostos ou preconcepções da natureza do fenômeno investigado, como tipicamente se faz nas Ciências Naturais. A única questão que se faz necessária é buscar as descrições das experiências dos sujeitos envolvidos no fenômeno de forma que se possa mostrar a essência desse fenômeno diante dos olhos dos sujeitos participantes, buscando levar ao leitor a possibilidade de compreender como os sujeitos que participam (desse modo, constroem) o fenômeno o vivenciam como experiência ontológica (experiencia do próprio ser enquanto está-sendo).

O Fenômeno Situado possui três momentos: as descrições ou os relatos; a redução; e a interpretação fenomenológica distribuída entre a análise ideográfica e a nomotética. A descrição (ou os relatos) retrata e expressa a experiência consciente do sujeito sintetizada por unidades de sentido. Após o recolhimento das descrições, iniciam-se os momentos de análise ideográfica e nomotética. A primeira procura tornar visível a ideologia que se encontra presente na descrição ingênua dos sujeitos sobre o

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fenômeno. O pesquisador procura por as chamadas unidades de significado, que são como palavras chave vinculadas à temática de sua questão de pesquisa e podem ser encontradas nessas descrições, identificando-as após várias leituras de cada uma das descrições. Após isso, faz-se a transcrição das mesmas para a linguagem do pesquisador. Articulando as compreensões resultantes dessa seleção das unidades de significado, o pesquisador elabora seu agrupamento. Esse agrupamento é utilizado para a análise nomotética, que é a análise das divergências e convergências expressadas nas unidades de significado e influenciadas pela interpretação do pesquisador. O resultado dessa análise serão categorias analíticas que permitiram certo desvelar do fenômeno a partir do olhar interpretativo do pesquisador sobre as vivências relatadas pelos indivíduos que experienciam o fenômeno (RODRIGUES e col., 2010).

Essa inspiração metodológica baseada no método Fenômeno Situado levou os pesquisadores a campo a partir de uma série de métodos diferentes, contextualizando-se, assim, uma estrutura de métodos mistos. No entanto, a intencionalidade fenomenológica de ir à coisa mesma esteve presente sempre, buscando desvelar o fenômeno a partir da experiência ontológica de quem o vivencia e dando a oportunidade para que os sujeitos do fenômeno expressassem suas vivências a partir de uma boa diversidade de representações.

2.2 Procedimentos metodológicos

A coleta dos dados foi realizada no Cara de Sapo Skatepark, na Orla de Atalaia em Aracaju – Sergipe. O corpus (conjunto de descrições que foram analisadas na pesquisa) foi constituído por um conjunto de métodos sequenciais que serão descritos em detalhes a seguir. Esse conjunto de métodos foi desenvolvido pelo Professor Cae Rodrigues como procedimento metodológico para coleta de dados no projeto de pesquisa “A ecomotricidade no estado de Sergipe”, vinculado ao Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (RODRIGUES; ALBUQUERQUE, 2017).

Entrevistas com roteiro pré-definido/estruturado

Descrição: entrevista inicial a partir de roteiro pré-definido/estruturado com quatro indivíduos com vivências regulares com o skate, caracterizada por mais de dois anos de

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vivências com frequência mínima de duas vezes por semana. A entrevista começou com o pesquisador citando o nome do entrevistado para registro, seguido da pergunta inicial, elaborada para breve caracterização de perfil do entrevistado. Os questionamentos seguintes foram realizados de modo sequencial, uma a uma, sem que o entrevistado tivesse conhecimento das próximas perguntas. Nos casos em que o entrevistado não entendeu a questão, realizou-se nova tentativa de leitura da pergunta de forma clara e pausada. Se o entrevistado continuou com dificuldade de entendimento da questão, o entrevistador explicou em suas próprias palavras, sem que se modificasse o teor da pergunta.

De modo geral, as perguntas foram elaboradas buscando percepções sobre três pontos principais, todos alinhados com os objetivos da presente pesquisa: a (construção) estética da experiência; a construção de relações entre a experiência e a vida cotidiana; a personalidade do indivíduo envolvido com a experiência.

Método de coleta dos dados: a entrevista foi filmada, após consentimento do entrevistado (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido). Posteriormente, foi realizada a transcrição das entrevistas em forma de texto. As entrevistas foram transcritas na íntegra trazendo a representação completa do entrevistado, como se recomenda no método Fenômeno Situado (RODRIGUES e col., 2010).

Instrumento de coleta: roteiro estruturado para a entrevista. As perguntas foram elaboradas de forma aberta, possibilitando o discurso ingênuo (autêntico) dos indivíduos, novamente como se recomenda no método Fenômeno Situado

(RODRIGUES e col., 2010). Pergunta inicial (perfil):

Vou iniciar pedindo para que faça uma breve descrição de você mesmo. Então minha pergunta é: quem é (nome do entrevistado)?

Questões:

1. Fale sobre o skate.

2. Como é a sua relação com o skate?

3. Você observa outras pessoas se relacionando de alguma outra maneira com o skate, diferente de como você descreve sua relação? [Quando a resposta é apenas “sim”, pergunta-se: como são essas diferentes maneiras que outras pessoas se relacionam com o skate?]

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4. Conte uma história que aconteceu com você em suas experiências com o skate e que lhe marcou de alguma maneira específica. [Quando há necessidade de maior elaboração d a questão: Um acontecimento que lhe deixou com medo, ou em paz, ou triste, ou tranquilo, ou com nojo, ou feliz...].

5. Descreva um sonho que você tem em relação ao skate. 6. O que você traz do seu dia a dia para o skate?

7. O que você leva do skate para seu dia a dia?

8. Há muitas possibilidades de atividades fora de casa. Por que escolheu o skate? 9. Pare por alguns segundos e pense como se sente enquanto está andando de skate e tente colocar essa sensação em palavras (assegurando que entrevistado pare um pouco e resgate memória da experiência).

Validação dos resultados: a validação da entrevista será realizada no segundo método proposto para coleta de dados (a saber: ‘diálogo sobre respostas da entrevista com o entrevistado’).

Diálogo sobre respostas da entrevista com o entrevistado

Descrição: pesquisador assistiu ao vídeo da entrevista junto com o entrevistado (logo após a entrevista ou em outro momento), dialogando sobre respostas: algo que entrevistado tenha falado e que gostaria de complementar ou retirar da entrevista; dúvidas que pesquisador tem em relação a alguma resposta ou que entrevistado ficou em relação a alguma pergunta; algo que entrevistado queira falar que não tenha sido abordado pela entrevista.

Método de coleta dos dados: anotações do diálogo pelo pesquisador em diário de campo. Para que o diálogo flua melhor o pesquisador realiza anotações pontuais, por vezes até mesmo por palavras-chave. Posteriormente, o pesquisador amplia o diário de campo a partir das anotações pontuais e palavras-chave, elaborando um texto corrido; esse processo é realizado logo que possível após a coleta, potencializando a memória do encontro, como se recomenda no método Fenômeno Situado (RODRIGUES e col., 2010).

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Instrumento de coleta: instrumentos para reprodução do vídeo com entrevista gravada; bloco de notas e caneta para diário de campo.

Validação dos resultados: após elaboração final do diário de campo o material é enviado para o entrevistado para que ele possa realizar possíveis alterações ou complementações.

Autodescrição em narrativa do sujeito participante

Descrição: foi solicitado ao sujeito participante que faça uma descrição sobre si mesmo em forma de narrativa, sendo a pergunta orientadora “quem é (nome do sujeito participante)?”. O sujeito participante foi informado de que a linguagem para essa narrativa é livre, podendo usar recursos como poesia, desenhos, fotografias, vídeos ou qualquer outra forma de expressão que julgue pertinente para essa descrição.

Método de coleta dos dados: narrativa elaborada por próprio entrevistado.

Instrumento de coleta: narrativa elaborada por próprio entrevistado.

Validação dos resultados: narrativa elaborada por próprio entrevistado.

Descrição do sujeito participante por terceiros

Descrição: foi solicitada ao sujeito participante a indicação de três nomes de pessoas próximas a ele (amigos ou familiares), especialmente aquelas com quais tem mais convivência. O pesquisador entrou em contato com essas pessoas pedindo que fizessem uma descrição do sujeito participante, sendo a pergunta orientadora “quem é (nome do sujeito participante)?”.

Método de coleta dos dados: os participantes foram informados de que as descrições deveriam ser feitas em forma de texto e, posteriormente, entregues diretamente ao pesquisador. O contato com as pessoas indicadas foi realizado a distância (E-mail; Whatsapp; Facebook) ou presencialmente (de acordo com a disponibilidade do participante).

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Instrumento de coleta: papel e caneta se contato for presencial. Instrumentos de comunicação on-line (E-mail; Whatsapp; Facebook) se contato for à distância.

Validação dos resultados: texto elaborado por próprio entrevistado.

Análise de perfis sociais do sujeito participante

Descrição: análise de contas em perfis sociais do sujeito participante, a saber: a) Facebook; b) Instagram. No Facebook foram analisadas, especificamente: a) linha do tempo (postagens e compartilhamentos do sujeito participante; b) fotos (postadas pelo sujeito participante e fotos de capa). Pergunta orientadora da análise: qual imagem indivíduo quer construir de si em seus perfis sociais? As fotos e postagens foram enquadradas nas seguintes categorias: a) relações sociais (amigos e família); b) viagem; c) trabalho; d) arte; e) política (exceto ambiental, que é marcada na categoria [f]); f) meio ambiente e vivências na natureza (com marcação específica a elementos relacionados ao skate); g) outras (definir subcategorias de acordo com o necessário diante da análise, por exemplo: outras-saúde; outras-lazer; etc.).

Método de coleta dos dados: preenchimento quantitativo em tabelas com categorias pré-definidas. Foram elaboradas três tabelas: a) Fotos Facebook; b) Postagens Facebook; c) Instagram. A análise foi realizada juntamente com o sujeito participante para que houvesse melhor orientação para a categorização dos elementos analisados. Foram analisados, no mínimo, 30 elementos em cada tabela (ao menos que não haja esse número de elementos nos perfis analisados).

Instrumento de coleta: tabelas com categorias pré-definidas. (Tabela ilustrativa) FACEBOOK (FOTOS) Categorias Incidências Relações sociais 6 Viagem 4 Trabalho 7

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Arte 13

Política 2

Meio ambiente e vivências na natureza

12 (15)*

Outras Saúde (3); Lazer (1)

* Número entre parênteses representa elementos relacionados ao skate. No exemplo, o número 12 representa todos os elementos relacionados à categoria “meio ambiente e vivências na natureza”, exceto os relacionados diretamente com o skate; o número 15 representa apenas os elementos relacionados diretamente ao skate.

Validação dos resultados: os resultados foram construídos com colaboração dos sujeitos participantes.

Narrativas do entrevistado sobre suas vivências na natureza

Descrição: sujeito participante descreve, em narrativas livres, suas experiências na natureza. O sujeito participante foi informado de que a linguagem para essa narrativa é livre, podendo usar de recursos como poesia, desenhos, fotografias, vídeos ou qualquer outra forma de expressão que julgue pertinente para a descrição dessa realidade.

Método de coleta dos dados: narrativa elaborada por próprio entrevistado.

Instrumento de coleta: narrativa elaborada por próprio entrevistado.

Validação dos resultados: narrativa elaborada por próprio entrevistado.

Etnografias em movimento

Descrição: observações diretas durante vivências de skate compartilhadas com sujeitos participantes. Posteriormente, o pesquisador elabora narrativas descritivas da experiência. A linguagem para essa narrativa é livre, podendo ser usados recursos como poesia, desenhos, fotografias, vídeos ou qualquer outra forma de expressão que julgue pertinente para a descrição da experiência.

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Método de coleta dos dados: anotações pelo pesquisador (sempre que possível) em diário de campo durante vivência. O pesquisador realiza anotações pontuais, por vezes até mesmo por palavras-chave. Posteriormente, pesquisador usa anotações pontuais e palavras-chave do diário de campo para elaborar uma narrativa sobre a experiência (descritiva, porém sem restrições linguísticas); esse processo é realizado logo que possível após a coleta, potencializando a memória da vivência.

Instrumento de coleta: bloco de notas e caneta para diário de campo.

Validação dos resultados: autonarrativa.

Glossário de expressões

Descrição: elaboração, em diálogo com sujeitos participantes, de glossário com as expressões utilizadas no universo específico do skate.

Método de coleta dos dados: inicialmente, elaborou-se glossário em diálogo com sujeito participante. De forma contínua, durante os procedimentos de coleta de dados da pesquisa, sempre que apareceu uma nova expressão o pesquisador perguntou seu significado e o inseriu no glossário.

Instrumento de coleta: bloco de notas e caneta ou instrumento para elaboração de texto digital para elaboração do glossário.

Validação dos resultados: os resultados foram construídos com colaboração dos sujeitos participantes.

Além dos métodos descritos acima, outros dois procedimentos foram realizados para a construção do corpus:

a) Diários de campo com 4 indivíduos, através de observações do pesquisador sobre vivências no Cara de Sapo Skatepark por um determinado período (entre 30 a 60 minutos), sendo esse local escolhido por ser um espaço compartilhado de vivências de skate no qual há certa regularidade de vivências;

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b) Autonarrativas do pesquisador sobre suas próprias vivências com o skate, uma vez que o pesquisador se encaixa na caracterização de indivíduo com frequência regulares de skate descrita anteriormente. No total, foram elaboradas três autonarrativas.

Depois de reunido o conjunto de descrições, os dados foram submetidos à análise interpretativa inspirada no método Fenômeno Situado.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 A produção acadêmica sobre o Skate no Brasil

Buscando uma base de comparação com os dados coletados nessa pesquisa, a primeira parte da revisão de literatura foi realizada a partir de uma análise bibliométrica do termo “skate” em produções acadêmicas. A bibliometria foi realizada em duas etapas: a primeira com ênfase descritiva-quantitativa; e a segunda com ênfase interpretativa-qualitativa. Para tanto, a palavra-chave “skate” foi referência para buscas em periódicos da área de Educação Física e em ferramentas de busca, a saber, o Google e o Google Scholar (Google Acadêmico).

A pesquisa resultou num corpus de 30 textos que foram, inicialmente, tabulados no Excel (ênfase descritiva-quantitativa) a partir dos seguintes dados: título; lugar de publicação; autores; ano de publicação; resumo; fonte utilizada para encontrar o artigo (busca na própria revista; Google; ou Google Scholar). Após a leitura dos 30 textos, foram levantadas 5 categorias (ênfase interpretativa-qualitativa) que agrupam as principais perspectivas a partir das quais o tema “skate” foi abordado nas produções analisadas, a saber: Cultura e identidade; Esporte; Perspectivas pedagógicas; Produção acadêmica; e Relação com o meio.

Após esse processo de categorização, as respectivas categorias de referência para cada texto também foram adicionadas à tabela no Excel. Nos parágrafos seguintes, serão apresentadas ambas as ênfases dessa análise bibliométrica, primeiro a descritiva-quantitativa (a partir da apresentação dos dados descritivos) e, posteriormente, a interpretativa-qualitativa (a partir da descrição das 5 categorias).

TEXTO 1

Título: A esportivização do skate (1960-1990): relações entre o macro e o micro. Lugar de publicação: Revista Brasileira de Ciências do Esporte.

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Autores: Tony Honorato. Ano: 2013.

Resumo: O objetivo deste estudo foi apresentar elementos da esportivização da prática cultural skate (1960-1990), como conhecimento para o entendimento da relação entre o micro e o macro processo sócio-histórico do skate. Como fonte de pesquisa histórica para a esportivização do skate no Brasil, dimensão macro, utilizamos a Revista Tribo Skate e para a de Piracicaba/SP, dimensão micro, entrevistamos dois colaboradores a partir do método da história oral. Os resultados evidenciaram que o skate surgiu para gerar fortes tensões agradáveis, suas formas de lazer precedem as formas esportivas e, guardadas as particularidades, os seus processos macro e micro-históricos são interdependentes.

Fonte: Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Categorização: Esporte.

TEXTO 2

Título: Skate e mulheres no Brasil: fragmentos de um esporte em construção. Lugar de publicação: Revista Brasileira de Ciências do Esporte.

Autores: Márcia Luiza Machado Figueira; Silvana Vilodre Goellner. Ano: 2009.

Resumo: Considerando que o skate é representado como uma prática culturalmente associada ao masculino, esta pesquisa analisa a pouca visibilidade conferida, no Brasil, às mulheres que dele participam. Para tanto, fundamenta-se em vertentes dos estudos de gênero e culturais pós-estruturalistas para discutir como os discursos que circulam na mídia brasileira sobre o do skate produzem aquilo que nomeiam ou que deixam de mencionar. Foram analisados documentos de diferentes naturezas os quais possibilitaram identificar que o skate é atravessado por relações de poder, promovendo vivências, oportunidades e sociabilidades distintas para homens e mulheres, sendo que para elas, diferente do que para eles, esse parece ser ainda um esporte em construção. Fonte: Revista Brasileira de Ciências do Esporte.

Categorização: Cultura e identidade.

TEXTO 3

Título: Gosto musical e hexis corporal: a questão do estilo na prática do skate de rua em Ponta Grossa-PR.

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Lugar de publicação: Revista Motrivivência.

Autores: Adriano Albuquerque Barreto; Solange Moraes Barros; Constantino Ribeiro Oliveira Junior.

Ano: 2017.

Resumo: Nosso trabalho é uma análise da estética musical incorporada por um grupo de skatistas e sua relação com do estilo de skate desenvolvido pelos praticantes. A hexis corporal na prática do skate de rua, em nosso espaço de investigação, se mostrou associada com o gosto musical do grupo em questão. Deste modo, nosso propósito foi evidenciar essas referências musicais e seu impacto na formação do estilo do skate praticado. Nossa experiência antropológica com os skatistas e o referencial teórico inspirado pela leitura dos trabalhos de Bourdieu sobre estética musical e a hexis corporal foram nossas fontes de pesquisa. Partindo de uma breve história da skatemusic e da exposição dos skatistas sobre a influência do estilo musical no estilo da prática do skate, exploramos o habitus destes enquanto interdependências dos grupos e parte de um charme ou carisma na conformação dos skaters.

Fonte: Revista Motrivivência.

Categorização: Cultura e identidade.

TEXTO 4

Título: Jovens praticantes de skate e seu cotidiano. Lugar de publicação: Revista Motrivivência. Autores: Marcelo Rampazzo; Marco Paulo Stigger. Ano: 2016.

Resumo: Nessa pesquisa, focamos os jovens e seu cotidiano, trazendo elementos que discutem o lazer, família, educação e trabalho. Pesquisa realizada com um grupo de jovens skatistas, numa pista pública de skate na cidade de Porto Alegre - RS. Foram ao todo nove meses de observação direta, cada qual relatada em Diários de Campo. Procuramos compreender como o lazer dos jovens que se dava pela prática do skate, se relacionava como outros aspectos de seu cotidiano. Após concluir o trabalho, consideramos que - para se manter na prática do skate - os jovens necessitam conciliar as cobranças de suas famílias, além das rotulações e estereótipos impostas de fora do universo de praticantes desse esporte. Percebemos, ainda, que os jovens passam por tudo isso com o propósito de manter seus “projetos” no skate.

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Categorização: Cultura e identidade.

TEXTO 5

Título: O Skate e suas possibilidades educacionais.

Lugar de publicação: Motriz: Revista de Educação Física. Autores: Igor Armbrust; Flávio Antônio Ascânio Lauro. Ano: 2010.

Resumo: Os esportes radicais têm sido objetos de discussões, devido ao interesse de aplicabilidade de seus conteúdos relacionados ao lazer, ao esporte e a educação. Todavia, ainda há certo despreparo profissional para empreender essas atividades, o que dificulta implantar tais práticas nos âmbitos educacionais. Este estudo, de natureza qualitativa, teve como objetivo apresentar uma proposta metodológica para organização de um curso de extensão universitária para graduandos e professores de educação física, com a finalidade de promover reflexões sobre os processos de iniciação à prática do skate atrelados ao esporte educacional. O estudo constou de pesquisa bibliográfica, apoiada em levantamentos de artigos, teses, dissertações, livros e sites, em que se relacionavam a prática do skate e sua ação educativa. Além disso, houve uma proposição de implementar uma proposta metodológica, no sentido de complementar os elementos da cultura corporal a ser vivenciada em âmbito escolar e efetivamente contribuir no processo de desenvolvimento do ser humano nos aspectos biológico, psicológico, social e cultural.

Fonte: Revista Motriz.

Categorização: Perspectivas pedagógicas.

TEXTO 6

Título: “O segredo do sucesso”: apontamentos sobre a trajetória social de skatistas profissionais.

Lugar de publicação: Revista Movimento. Autores: Billy Graeff; Marco Paulo Stigger. Ano: 2009.

Resumo: Este artigo aponta, a partir de casos concretos, elementos acerca da trajetória social de skatistas que lograram estar no sub - universo dos patrocínios. Em se tratando de skate, isso significa praticamente a única possibilidade de profissionalização. São considerados detalhes da constituição e do funcionamento do campo do skate em sua

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totalidade e da vida dos informantes, de seu caminho para incorporar disposições e capitais válidos no contexto do skate. Os dados utilizados são provenientes de técnicas de pesquisa como a entrevista semi-estruturada, a observação participante e a coleta de documentos.

Fonte: Revista Movimento. Categorização: Esporte.

TEXTO 7

Título: Skatistas “correndo pelo certo”: normalização e produção de subjetividades na contemporaneidade.

Lugar de publicação: Revista Movimento.

Autores: Juliana Cotting Teixeira; Méri Rosane Santos da Silva. Ano: 2017.

Resumo: Este estudo visou analisar parte dos processos de produção das subjetividades skatistas nas suas relações com determinadas normas sociais em jogo na contemporaneidade, especificamente, através de uma vontade de inclusão de indivíduos e grupos sociais posicionados como anormais. A cartografia social foi usada como referencial teórico-metodológico e o material empírico baseou-se em falas de entrevistas ao rádio e à TV, conversas informais, cartazes de eventos, fotos retiradas de redes sociais no modo público e registros de Diário de Rua. Analisamos vetores de normalização sobre os skatistas articulados a determinadas normas sociais, através de ações e falas moralmente reconhecidas como “do bem”, com vistas a atribuir traços de legitimidade e normalidade estratégicos no jogo incessante das relações de poder e da condução de si mesmos.

Fonte: Revista Movimento.

Categorização: Cultura e identidade.

TEXTO 8

Título: A introdução dos esportes californianos no Brasil: apontamentos para o início de uma discussão.

Lugar de publicação: Fronteiras: Revista de História. Autores: Leonardo Brandão.

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Resumo: Há na contemporaneidade uma grande adesão de jovens aos chamados esportes californianos ou radicais, sendo que, em meio às práticas que configuram estes novos esportes, o skate desponta por possuir, no caso do Brasil, mais de três milhões de praticantes segundo dados do IBGE. Este artigo, ciente do ineditismo que tal tema representa para a maioria dos historiadores do contemporâneo, busca construir articulações históricas que permitam o início de uma aproximação entre eles e estes novos domínios temáticos, enfatizando, todavia, a introdução do skate no Brasil e o surgimento das primeiras revistas destinadas a um público jovem e “radical”.

Fonte: Google Scholar. Categorização: Esporte.

TEXTO 9

Título: Análise etnográfica da circulação de skatistas brasileiros para a cidade de Barcelona.

Lugar de publicação: Anais V REA - XIV ABANNE. Autores: Giancarlo Marques Carraro Machado.

Ano: 2015.

Resumo: A realização dos jogos olímpicos de Barcelona, no ano de 1992, fez com que a paisagem urbana dessa cidade sofresse consideráveis mudanças. Tal como atesta alguns autores (Delgado, 2000; Camino, 2008), ao visar o megaevento que ocorrera e às múltiplas demandas políticas e econômicas impostas, diversos agentes ligados ao poder público local defenderam a ideia de que as áreas degradadas de Barcelona, em especial as de seu centro histórico, deveriam ser reformuladas seguindo tendências arquitetônicas que trouxessem imagens vanguardistas à cidade. Embora as políticas urbanas implantadas seguissem as lógicas econômicas em jogo, ao menos alguns citadinos se beneficiaram das transformações concretizadas: os skatistas. Devido ao fechamento e a má conservação das poucas pistas de skate existentes na cidade até o começo da década de 1990, muitos skatistas encontraram nos espaços públicos certos equipamentos que se tornavam obstáculos propícios para a realização de suas manobras. Em virtude de uma série de representações positivas criadas em torno de Barcelona – a “Meca do Skate”, segundo um jornal – skatistas brasileiros têm se esforçado para ir até lá. O presente paper pretende apresentar certos aspectos que permeiam as redes de relações tecidas entre skatistas, as quais se expandem entre São Paulo e Barcelona. Ao acompanhá-las, vislumbra-se realizar menos uma comparação entre a prática do skate

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feita em tais cidades, mas traçar uma conexão etnográfica entre esses diferentes espaços. Desse modo, intenta-se evidenciar distintos recortes inseridos no circuito skatista, sendo este não definido a priori, mas construído a partir de espaços, discursos, práticas e representações heterogêneas.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Relação com o meio.

TEXTO 10

Título: Relações de poder entre skatistas e escola.

Lugar de publicação: Anais XII Simpósio Internacional Processo Civilizador. Autores: Tony Honorato.

Ano: 2009.

Resumo: Este artigo é uma síntese da dissertação de mestrado intitulada: “A tribo skatista e a instituição escolar – o poder escolar em uma perspectiva sociológica”. Objetivou responder duas questões principais: a) Com quem estaria o poder na relação entre skatista e instituição escolar?; b) Qual a percepção de poder na escola pela ótica do skatista, que colabora com a constituição da configuração escolar? Esta é uma pesquisa empírica com aproximações do enfoque sociológico configuracional. Como documentos, foram utilizados revistas especializadas e discursos dos skatistas da cidade de Piracicaba/SP, coletados pelo uso da técnica de entrevista semi-estruturada. Na análise dos documentos pesquisados encontramos elementos empíricos e teóricos que colaboraram para a leitura do fenômeno poder escolar como algo relacional, dinâmico e sempre em (re)equilíbrio, de acordo com as movimentações das interdependências funcionais, instituindo uma configuração escolar.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Perspectivas pedagógicas.

TEXTO 11

Título: O skate como prática corporal e as relações de identidade na cultura juvenil. Lugar de publicação: Revista Iberoamericana de Educación.

Autores: Emerson Lúís Velozo; Jocimar Daolio. Ano: 2013.

Resumo: Este artigo se propõe analisar o skate como uma prática corporal vinculada à cultura juvenil, portadora de significados específicos, de acordo com os diferentes

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grupos sociais e, ao mesmo tempo, refletir sobre as possibilidades de abordá-lo como uma manifestação da cultura corporal, perspectiva que escapa às iniciativas pedagógicas das instituições escolares. Ao mesmo tempo em que o skate constitui-se como uma prática portadora de importantes significados para os grupos de praticantes, ocupando uma posição central para estes atores sociais, por outros grupos ele é visto de maneira marginalizada. Isso poderá ser observado tanto a partir dos elementos que dotam esta prática de significados «positivos» para os seus adeptos, como pelas características às quais outros grupos atribuem um sentido «negativo». A descrição que será apresentada conta com observações das práticas de um grupo de skatistas e com os relatos de um dos participantes do grupo, aqui caracterizado como nosso informante, um jovem estudante de uma escola de ensino primário e secundário localizada em Lisboa, Portugal.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Cultura e identidade.

TEXTO 12

Título: Dilemas em torno da prática do street skate em São Paulo. Lugar de publicação: Revista Digital Esporte e Sociedade. Autores: Giancarlo Marques Carraro Machado.

Ano: 2012.

Resumo: Entre as várias modalidades que fazem parte do skate, uma delas sempre foi alvo de polêmicas: trata-se do street skate, ou seja, a prática do skate nas ruas. Este artigo parte da análise dos múltiplos sentidos atribuídos à prática dessa modalidade em São Paulo. Por meio da etnografia realizada pretende-se evidenciar não só aspectos em torno do exercício de uma prática esportiva, mas, sobretudo, as implicações em virtude dos usos e apropriações dos espaços urbanos por parte de certos citadinos. Ademais, objetiva-se demonstrar as mediações políticas que possibilitaram a construção de uma pista de skate em uma região considerada nobre, bem como as formas de sociabilidade constituídas em espaços que, a princípio, foram construídos não levando em conta a prática do skate.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Relação com o meio.

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Título: Exercícios de memórias: A prática do skate na cidade de Rio Grande/RS. Lugar de publicação: Anais XVIII CONBRACE.

Autores: Gustavo da Silva Freitas; Juliana Cotting Teixeira. Ano: 2013.

Resumo: Esse estudo compõe os investimentos de pesquisa do projeto “Exercícios de memória: as práticas esportivas na cidade de Rio Grande/RS”, situado na Universidade Federal do Rio Grande/FURG. As inquietações deste trabalho partem de um diagnóstico da produção acadêmica e cultural sobre skate, identificadas como um mimetismo narrativo no que tange a trajetória histórico-cultural dessa prática. Assim, viso construir parte das memórias do skate a partir de outras narrativas, fruto das experiências de skatistas dessa localidade. A história oral, postura metodológica, tem possibilitado construir indícios sobre modos de andar de skate em Rio Grande, em que grupos se constituem em meio a processos de ordenamento do espaço público e de esportivização dessa prática.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Produção acadêmica.

TEXTO 14

Título: Lazer sobre rodas no cartão postal: identidades e socialização no Skatepark em Aracaju/SE.

Lugar de publicação: Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina.

Autores: Paula Aragão. Ano: 2013.

Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo compreender como as experiências de lazer de skatistas frequentadores do Skatepark Cara de Sapo, espaço do complexo de esportes radicais da Orla de Atalaia em Aracaju/SE, configuram-se como oportunidade à construção de sua identidade cultural e a sua socialização. A condução do estudo transita por aspectos socioculturais e históricos, levando em consideração a discussão da importância e o significado do espaço urbano nesta conjuntura e as divergências que apontam para a formação de um grupo social, o qual se reconfigura a partir das transformações sociais da contemporaneidade. Eleger esse grupo de skatistas como sujeitos da pesquisa revela-se uma abertura a possibilidades de compreensão acerca de um dos estilos de vida que compõe o conjunto das Culturas Juvenis da capital sergipana,

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além de fazer emergir desse contexto as perspectivas dos próprios sujeitos a partir do convívio cotidiano e seus processos, para revelar a convergência entre valores sociais trazidos de outros tempos e aspectos contemporâneos. Trazemos uma pesquisa definida como observação participante e que possui elementos do processo etnográfico de pesquisa. Este caminho foi desenvolvido com os seguintes procedimentos, instrumentos e técnicas de pesquisa: a) produção de diário de campo (DC) a partir de observações, aproximação e envolvimento cotidiano com os sujeitos; b) entrevistas semiestruturadas individuais e em grupo; c) registros em fotos e vídeos; d) acompanhamento na rede social Facebook. Constatamos que o lazer/skate dos skatistas proporciona a construção e reconstrução de identidades e reconfigura continuamente o processo de socialização do grupo a partir do próprio cotidiano; apontamos a necessidade de estudar os grupos sociais a partir de um modelo de pesquisa que permita a apresentação das perspectivas do sujeito sob o prisma interno, ou seja, de dentro do seu cotidiano de lazer; também propomos pensar as Culturas Juvenis a partir da sua heterogeneidade.

Fonte: Google Scholar

Categorização: Cultura e identidade.

TEXTO 15

Título: Lazer sobre rodas no cartão postal: TICs/mídia e socialização de skatistas da orla de atalaia em Aracaju/SE.

Lugar de publicação: Licere.

Autores: Paula Aragão; Giovani De Lorenzi Pires. Ano: 2013.

Resumo: O presente estudo constitui um dos eixos de análise de pesquisa realizada com skatistas do grupo Aracaju Family, frequentadores do Skatepark, equipamento do complexo da Orla de Atalaia em Aracaju/SE. Trazemos apontamentos e reflexões acerca da presença das TICs/mídia no cotidiano skatista, em vistas a esta recorrência como um fator que participa das experiências no espaço e tempo do lazer, e considerando as suas implicações no processo de socialização do grupo. Constatamos, por meio das informações descritas no diário de campo, a partir da observação participante, das entrevistas e do acompanhamento dos perfis no facebook a presença das tecnologias e a mídia em geral, destacando a rede social como um diferencial dentre os elementos encontrados. Consideramos que a amplitude da presença das TICs/mídias

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atinge também o profissionalismo do skatista e, sobretudo, promove a ancoragem territorial à realidade virtual.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Relação com o meio.

TEXTO 16

Título: Etnografando a prática do skate: elementos para o currículo da Educação Física. Lugar de publicação: Revista Contemporânea de Educação.

Autores: Marcos Garcia Neira. Ano: 2014.

Resumo: Parece haver algum consenso em torno da necessidade de práticas pedagógicas da Educação Física que se alinhem ao atual estágio da produção de conhecimentos na área. Dentre as propostas fundamentadas nas ciências humanas que emergiram nas últimas três décadas, as perspectivas culturais buscaram amparo nas teorias críticas (SOARES et. al., 1992) e nas teorias pós-críticas (NEIRA, 2011) da educação. O currículo cultural da Educação Física é uma arena de disseminação de sentidos, de polissemia, de produção de identidades voltadas para a análise, interpretação, questionamento e diálogo entre e a partir das culturas. Caso a escola seja concebida como ambiente adequado para discussão, vivência, ressignificação e ampliação dos saberes relativos às práticas corporais, poderá almejar a formação de cidadãos capazes de identificar e questionar as relações de poder que, historicamente, impediram o diálogo entre os diferentes grupos sociais. O que se tem como pressuposto é que em uma educação democrática não existem brin- cadeiras, danças, lutas, esportes ou ginástica melhores ou piores. Por essa razão, o currículo cultural da Educação Física tem condições de borrar as fronteiras e estabelecer o diálogo entre as variadas manifestações da gestualidade sistematizada, de forma a viabilizar a análise e o compartilhamento de um amplo leque de sentidos e significados.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Perspectivas pedagógicas.

TEXTO 17

Título: O skate como tema na produção de conhecimento em periódicos na área da Educação Física.

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Autores: Juliana Cotting Teixeira; Gustavo da Silva Freitas; Jones Mendes Correia. Ano: 2012.

Resumo: A disseminação do skate pelo Brasil, representada por múltiplas formas de prática e significação, apresenta como um dos efeitos, sua inserção no universo científico. Nesse movimento emergente de apropriação do skate às esferas da produção de conhecimento, esse estudo visa investigar como essa prática tem sido anunciada pela área da Educação Física. Para isso, foi realizado um levantamento da produção acadêmica partindo da busca sistemática em alguns dos principais periódicos abrangentes da área. Mesmo assumindo a provisoriedade desse tipo de estudo, podemos apontar algumas pistas significativas sobre a presença ainda tímida e embrionária da produção sobre skate na Educação Física.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Produção acadêmica.

TEXTO 18

Título: O skate na era dos mega eventos: A Mega Rampa e o espetáculo do ILINX. Lugar de publicação: Revista de História do Esporte.

Autores: Leonardo Brandão; Giancarlo Marques Carraro Machado. Ano: 2013.

Resumo: Com 27 metros de altura e 105 metros de extensão, a pista de skate denominada como Mega Rampa estreou no Brasil no ano de 2008 e, desde então, vem sendo montada para a realização de megaeventos de skate no país. A Mega Rampa representa o skate-show, o espetáculo de voos e manobras que tem a capacidade de unir a prática à noção de vertigem que caracteriza muitos dos chamados “esportes radicais”. O foco deste artigo, produzido a partir de discussão bibliográfica, entrevistas e também de um relato etnográfico, concentra-se no modo como essa modalidade vem inserindo o skate no campo dos megaeventos e, concomitantemente, no campo esportivo.

Fonte: Google Scholar. Categorização: Esporte.

TEXTO 19

Título: Quando você é excluída, você faz o seu: mulheres e skate no Brasil.

Lugar de publicação: Portal de Periódicos Eletrônicos Científicos da UNICAMP / Cadernos Pagu (on-line).

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Autores: Márcia Luiza Machado Figueira; Silvana Vilodre Goellner. Ano: 2013.

Resumo: Fundamentado nos estudos feministas e de gênero, este artigo analisa os modos através dos quais skatistas constroem seus lugares de sujeitos no universo de tal esporte. Foram analisados documentos de diferentes naturezas, os quais possibilitaram identificar que o skate é atravessado por relações de poder, promovendo oportunidades e sociabilidades distintas para homens e mulheres. Em função dessa diferenciação, as mulheres construíram espaços, práticas e discursos tornando visível não só a sua presença, mas, sobretudo, a própria presença dessa modalidade esportiva no Brasil. Fonte: Google Scholar.

Categorização: Cultura e Identidade.

TEXTO 20

Título: Skateboard para além do esporte: manifestação social e movimento cultural. Lugar de publicação: Dissertação (Mestrado) – Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília.

Autores: Giuslaine de Oliveira Dias. Ano: 2012.

Resumo: Esta pesquisa tem como campo de problemática analisar questões relacionadas à cultura, as esferas de sociabilidade, as inter-relações sociais no universo do skate, as relações entre os skatistas do Distrito Federal e os espaços da cidade. É possível perceber o skate como um elemento de expressão sócio-cultural, cada vez mais difundido no país, o qual possui grande influência na cultura da juventude contemporânea. Ao andar pelas ruas da cidade percebe-se que este grupo social possui semelhanças em seu modo de se vestir, estilos musicais, discursos, composição corporal, movimentos e gírias. Diria que o grupo se identifica através de elementos presentes em suas vivencias cotidianas. Nesse sentido, problematizo suas trajetórias, práticas, identidades, seus códigos e discursos. Interessa-me perceber os processos que engendram a socialização e a formação de identidades no interior desse grupo.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Cultura e identidade.

TEXTO 21

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Lugar de publicação: Licere.

Autores: Heloisa Heringer Freitas; Anna Carolina Martins Cassani; Gelsimar José Machado; Liana Abrao Romera.

Ano: 2016.

Resumo: Este estudo analisa práticas corporais desenvolvidas no litoral capixaba, elegendo o skate como modalidade de lazer vivenciada por uma parcela de jovens. O objetivo foi o de conhecer as percepções de skatistas sobre tal prática e as possíveis relações com o consumo de substâncias lícitas e ilícitas na vivência da modalidade. Trata-se de pesquisa exploratória de campo com abordagem qualitativa desenvolvida por meio de observação não participante, utilizando diários de campo e entrevistas semiestruturadas com dezenove skatistas. Foi detectado maior consumo de álcool em comparação ao uso de outras drogas, muito embora a maconha exerça a função socializante que outros grupos ainda atribuem à bebida.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Cultura e identidade.

TEXTO 22

Título: Um olhar socioetnográfico sobre a prática dos skatistas na "Trinda" - Florianópolis/SC.

Lugar de publicação: TCC de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Catarina.

Autores: Júlio Gabriel de Sá Pereira. Ano: 2015.

Resumo: Este trabalho pretende refletir sobre as relações que os skatistas constroem em um determinado espaço da cidade de Florianópolis, a saber, a pista de skate do bairro Trindade – a Trinda. Partimos de uma investigação de cunho etnográfica, com o auxílio de entrevistas semiestruturadas e observação participante, trazendo para a reflexão o discurso dos interlocutores. É abordado também, ainda que de forma introdutória, o histórico da prática do skate em Florianópolis. Para a devida complexificação do tema, segue-se a discussão sobre o campo skatista, a partir do que Pierre Bourdieu pensou sobre campo esportivo, espaço onde circulam discursos que disputam o monopólio da definição de certa prática. Apresentamos a discussão sobre a disposição do habitus, considerado produtor das práticas e de seus esquemas de percepção e julgamento dos skatistas, neste caso. A sociabilidade, entendida como aspecto que perpassa o campo

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skatista, é analisada segundo estudos de José Magnani e suas pesquisas sobre o meio urbano, principalmente quando trata do conceito de pedaço. Como resultado, percebeu-se a importância de estudar a prática do skate, no que percebeu-se refere à participação dos atores estudados no desenvolvimento dos discursos sobre o meio urbano.

Fonte: Google Scholar.

Categorização: Relação com o meio.

TEXTO 23

Título: “A praça é nossa”: embates em torno da regulamentação da prática do skate de rua na cidade de São Paulo.

Lugar de publicação: Anais V Congresso em Desenvolvimento Social. Autores: Giancarlo Marques Carraro Machado.

Ano: 2016.

Resumo: Os skatistas ocupam a Praça Roosevelt – espaço público situado na região central da cidade de São Paulo (Brasil) – desde o final da década de 1980, no entanto, com a sua revitalização em 2012, essa ocupação se intensificou e fez com que ela se tornasse um importante pedaço para citadinos provenientes de todas as regiões da metrópole. O local em questão oferece múltiplas oportunidades aos adeptos do skate, que fazem dele um lugar privilegiado não só para a realização de uma prática esportiva, mas também, para a constituição de formas de sociabilidade. Por conta de sua intensa utilização, uma série de problemas tem ocorrido no âmbito da Praça Roosevelt. Diversos equipamentos urbanos, por exemplo, foram rapidamente danificados devido à ação das manobras: bancos quebrados, corrimãos trincados, pisos táteis retirados, etc. Com efeito, os skatistas passaram a ser taxados de vândalos por não zelarem pelo bem público recém inaugurado. Apesar de ser um espaço notadamente reconhecido, o pedaço dos skatistas tem a sua permanência sob constante suspeita, visto que, por se constituir como intermediário entre a casa (o privado) e a rua (o público), não se estabelece como algo fechado nem impermeável. A pesquisa pretende analisar etnograficamente não só as apropriações da Praça Roosevelt, mas também, os conflitos decorrentes das mesmas. Ao levar em conta a atuação de múltiplos agentes e instituições, vislumbra-se não tratar o pedaço dos skatistas como um território consolidado na paisagem urbana, mas, ao contrário, evidenciar as negociações e a dinâmica relacional que o mantém provisoriamente enquanto tal. Desta forma, ao dar visibilidade à prática do skate no âmbito da Praça Roosevelt, tentarse-á introduzir outros

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pontos de vista sobre a dinâmica da cidade para além do olhar competente que decide o que é certo e errado.

Fonte: Google.

Categorização: Relação com o meio.

TEXTO 24

Título: A prática do skate como tema de pesquisas em antropologia. Lugar de publicação: Anais 29ª Reunião Brasileira de Antropologia. Autores: Rodrigo Balza Moda.

Ano: 2014.

Resumo: Em decorrência de significativas transformações socioculturais em diferentes esferas da vida social (economia, cultura, política) durante as três últimas décadas do século XX, responsáveis por uma reorganização de caráter estrutural das sociedades contemporâneas, se intensifica o desenvolvimento da prática do skate em diferentes países. Por apresentar características referentes à realização pessoal e ao tempo livre de seus adeptos, foi vista, em princípio, como uma espécie de atividade de lazer ou “brincadeira”. Essa atividade se populariza estritamente relacionada a processos de “marginalização e esportivização”, este último responsável por boa parte de sua migração para outros países, como o Brasil por exemplo. O desenvolvimento do skate em nível mundial é relacionado “ao crescimento exponencial de novas indústrias culturais impulsionados pelas tecnologias de informação”. Isso resulta, por sua vez, na consolidação de um amplo universo cultural de códigos, símbolos e bens conhecido por milhões de pessoas. Com efeito, o mundo do skate (produtos, indústrias, marcas, mercados, consumidores, tecnologias, etc.) está marcado pelo processo de globalização das sociedades contemporâneas. Certamente, em virtude da “transnacionalização da vida econômica e cultural”, as informações e objetos desse universo podem rapidamente circular entre os limites territoriais e as fronteiras nacionais.

Fonte: Google.

Categorização: Produção acadêmica.

TEXTO 25

Título: As skatistas de Porto Alegre: comportamentos emergentes de consumo entre as adolescentes praticantes do esporte.

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