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Musculação na educação física escolar: uma experiência no ensino médio noturno

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Academic year: 2021

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www.rbceonline.org.br

Revista

Brasileira

de

CIÊNCIAS

DO

ESPORTE

ARTIGO

ORIGINAL

Musculac

¸ão

na

educac

¸ão

física

escolar:

uma

experiência

no

ensino

médio

noturno

Daniel

Menegon

a

,

Glaucia

Daiana

Kocourek

a

,

Silvia

Bandeira

da

Silva

Lima

b

,

Walcir

Ferreira

Lima

b

,

Claudio

Kravchychyn

a,b,

e

Amauri

Aparecido

Bássoli

de

Oliveira

a,b

aDepartamentodeEducac¸ãoFísica,UniversidadeEstadualdeMaringá(UEM),Maringá,PR,Brasil

bProgramadePós-Graduac¸ãoAssociadoemEducac¸ãoFísica,UniversidadeEstadualdeMaringá

(UEM)/UniversidadeEstadualdeLondrina(UEL),Londrina,PR,Brasil

Recebidoem20dedezembrode2012;aceitoem4deoutubrode2013 DisponívelnaInternetem25dejaneirode2016

PALAVRAS-CHAVE

Educac¸ãofísica escolar;

Unidadedeensino; Musculac¸ão;

Ensinomédionoturno

Resumo O estudo teve como objetivo planejar, aplicar e avaliar a unidade de ensino ‘‘musculac¸ão’’juntoaumaturmado3◦anodoensinomédionoturnodeumaescolapública estadual de Maringá-PR. Trata-se do relato da experiência feita junto a 19 alunos, em trêsmomentos: ‘‘apresentac¸ões einvestigac¸ões iniciais’’,comaapresentac¸ãodoprojetoe aplicac¸ãodoquestionárioinicial,‘‘colocandoamãonamassa’’,aplicac¸ãodeumaunidadede ensinobaseadanasdiretrizescurricularesdaeducac¸ãobásicadoEstadodoParaná,e‘‘avaliando asac¸ões’’,pormeiodeumquestionáriofinal.Concluiu-sequeosalunosdemonstraram inte-resseemotivac¸ãoempraticaramusculac¸ãonoambienteextraescolareemestudarevivenciar novosconteúdosnasaulasdeeducac¸ãofísicaapartirdaexperiênciavivida.

©2015Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

KEYWORDS

Physicaleducation; Teachingunit; Weightlifting; Highschoolnight

WeighttraininginschoolPhysicalEducation:experienceinthehighschoolnight

Abstract Thestudyaimedtoplan,applyandevaluatetheteachingunit‘‘weighttraining’’toa classof3rdyearhighschoolnightofapublicschoolofMaringá-PR.It’sanexperiencereportwith 19students,inthreestages:‘‘presentationsandinitialinvestigations’’withthepresentationof theprojectandimplementationoftheinitialquestionnaire,‘‘gethandsdirty’’applicationofa teachingunitconsistsin10classesbasedonthecurriculumguidelinesofbasiceducationinthe

Autorparacorrespondência.

E-mail:claudiokrav@gmail.com(C.Kravchychyn). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2015.12.013

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StateofParanáand‘‘evaluatingactions’’bymeansofafinalquestionnaire.Itwasconcluded that students show interestand motivation inpracticing weight training at extracurricular environmentandinstudyingandexperiencingnewcontentsinPhysicalEducationlessonsfrom theexperience.

©2015Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrights reserved. PALABRASCLAVE Educaciónfísicaenel colegio; Unidaddidáctica; Musculación;

Ense˜nanzasecundaria nocturna

Musculaciónenla educaciónfísicaescolar:experiencia enlaense˜nanza secundaria nocturna

Resumen El estudio tuvo como objetivo planificar, aplicar y evaluar la unidad didáctica ‘‘musculación’’enunaclasedeltercera˜nodeense˜nanzasecundarianocturnapública esta-tal de Maringá (PR). La investigación se llevó a cabo con 19 estudiantes en tres etapas: ‘‘presentacioneseinvestigacionesiniciales’’,conlapresentacióndelproyectoyla implemen-tacióndelcuestionarioinicial;‘‘ponerlasmanosenlamasa’’,conlaaplicacióndeunaunidad didácticacompuestade10 clasesbasadasenlosdirectricescurricularesdelaeducaciónbásica delEstadodeParaná,y‘‘evaluandoacciones’’pormediodeuncuestionariofinal.Seconcluyó quelosestudiantesdemuestraninterésymotivaciónenpracticarmusculaciónenelentorno extracurricularyenestudiaryvivirnuevoscontenidosenlasclasesdeeducaciónfísicaapartir delaexperienciavivida.

©2015Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todoslos derechosreservados.

Introduc

¸ão

A educac¸ão física escolar no ensino médio passou por mudanc¸aslegaiseconceituaisapartirdaLeideDiretrizes eBasesdaEducac¸ãoNacional(LDBEN) n◦ 9394/96(Brasil, 1996),queatribuiuàdisciplinaacondic¸ãodecomponente curriculardaeducac¸ãobásica.Essacondic¸ãofezcomqueos ParâmetrosCurricularesNacionais(Brasil,1997)indicassem aretiradadaprioridadeabsolutaaoesportee estabeleces-sem entre os objetivos para a educac¸ão física no ensino médioensinaroalunoamonitorar,controlareter autono-miaemseuprogramadeatividadesfísicas,daroportunidade àcriac¸ão,incorporac¸ãoemanutenc¸ãodeumestilodevida saudável.

Anovaperspectivasuscitouestudossobreatemáticada promoc¸ãodasaúdepormeiodapráticaregulardeexercícios físicosestimuladaapartirdeconhecimentosevivênciasna educac¸ãofísicaescolar,comoosdeNahas(1997),Ferreira (2001), Guedes e Guedes (2001), Betti e Zuliani (2002),

Oliveira(2004),Kravchychynetal.(2008),entreoutros.

Nahas (1997) e Ferreira (2001) apontam anecessidade de se ensinarem os conceitos básicos da relac¸ão entre atividadefísica,aptidãofísicaesaúde,proporcionar vivên-ciasdiversificadasaosalunos.Corroborando,BettieZuliani (2002)vislumbramaformac¸ãoparaaautonomia,enfatizam acapacidadedeavaliac¸ão daqualidadedos programasde exercíciosfísicosoferecidosnasociedadeedaidentificac¸ão da prática mais adequada à saúde e o bem-estar indivi-dual.JáGuedeseGuedes(2001)propõemaulascompostas de esforc¸os físicos de adequada intensidade, durac¸ão e

frequência,afimdecapacitarosalunosàpráticacotidiana, induzi-losaadaptac¸õesfisiológicaspositivas.

Emconsonância,Kravchychynetal.(2008),em pesquisa--ac¸ãojuntoaalunosdoensinomédio,abordaramoestudo eavivênciadeexercíciosfísicossistematizadoscomoparte donúcleo‘‘omovimentoeasaúde’’propostoporOliveira (2004),quecompôsaestruturacurricularusadanapesquisa. Houve retorno satisfatório por parte dos alunos quanto à participac¸ãoefetiva,aproveitamentoescolareformac¸ãode umnovoconceitosobreosconteúdostrabalhados.

Mesmodiantedessepanorama,porém,aeducac¸ãofísica escolar brasileira seguiu influenciada porfatores paradig-máticos, como a excessiva esportivizac¸ão e a falta de planejamento e compromisso pedagógico, que afetam a disciplina especialmente em relac¸ão à desmotivac¸ão dos alunos, situac¸ão que tende a aumentar no decorrer das sériesescolareseatingirseuápicenoensinomédio(Bettie Zuliani,2002;Darido,2004;Oliveira,2004;MattoseNeira, 2008). Segundo Oliveira (2004), a motivac¸ão dos alunos dependedoempenhodosprofessoresdadisciplinaem ofere-cerconteúdosdiversificados,interessantes,bemplanejados eaplicáveisaocotidiano.

Talnecessidade de ‘‘conquista’’ doaluno é acentuada diantedaspeculiaridadesdoensinonoturno.Aparticipac¸ão nasaulasdeeducac¸ãofísicaéfacultativaaestudantesque trabalhammaisdeseishoraspordia,têm30anosoumais, prole, algumproblemade saúdeouvínculo comoservic¸o militar(Brasil,2003).

Considerando esses fatores, este estudo baseia-se em doisprincípiosnorteadores:ajustificativaparaoensinode

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conteúdosrelacionadosaotemamusculac¸ão1ea possibili-dadedeseuusonocotidiano.

OprimeiroprincípioéfundamentadonasDiretrizes Curri-cularesdaEducac¸ãoBásicadoEstadodoParaná(Secretaria deEstadodaEducac¸ão,2008),quediscriminamos conteú-dosemestruturantesebásicos(subitensdosestruturantes). Paraoensinomédio,oconteúdoestruturante‘‘ginástica’’ apresentacomo conteúdo básicoa ‘‘ginástica de condici-onamento físico’’, que propõe o estudo e a vivência de elementos relacionados à musculac¸ão, tais como ‘‘[...] tecidomuscular,resistênciamuscular,diferenc¸aentre resis-tênciaeforc¸a,tiposdeforc¸a,[...]diferentesmétodosde avaliac¸ão e estilos de testes físicos, [...] sistematizac¸ão e planejamento de treinos’’ (Secretaria de Estado da Educac¸ão,2008,p.89).

Já o segundoprincípio pressupõe quehá umcrescente interessepelamusculac¸ãoporpartedeadolescentese adul-tosjovens(Santarém, 1995;GuedesJúnior, 2005)e queo conteúdotratadoserámaisatrativoaosalunos namedida emqueseaproximardeseusinteresses,realidadese neces-sidades(Perrenoud,2000;Gasparin,2003).

Diante do exposto, trac¸amos para este estudo o obje-tivo de planejar, aplicar e avaliar a unidade de ensino ‘‘musculac¸ão’’ junto a uma turma do 3◦ ano do ensino médio noturno de umaescola públicaestadual da cidade deMaringá-PR.

O

caminho

metodológico

Decaráterqualitativoeapoiadopordadosquantitativos,o estudosecaracterizacomoumrelatodeexperiênciajunto aumaturmacompostapor19alunos(12dosexomasculino esetedofeminino)entre17e22anos.

Odesenvolvimentodapesquisasedeuemtrês momen-tos:‘‘apresentac¸õeseinvestigac¸õesiniciais’’,‘‘colocando amãonamassa’’e‘‘avaliandoasac¸ões’’.

O primeiromomentoconsistiu naapresentac¸ãoda pro-postae aplicac¸ão de um questionário,a fim deconhecer as experiências e anseios dos alunos. A primeira ques-tão,aberta, versou sobresuas experiências anteriores na educac¸ão física escolar. As duas questões subsequentes foramobjetivas, como usodeescalasdotipoLikert, com solicitac¸ãodejustificativas(parapossibilitarotratamento qualitativo),tratardasexperiênciascomamusculac¸ãoedo interesseemestudarevivenciaramodalidadenasaulasde educac¸ãofísica.

Osegundomomentofoideplanejamentoeintervenc¸ão. Além de cumprir finalidade diagnóstica, o questionário inicialfoiusadoparaoplanejamentoparticipativodas ati-vidades. Foielaborado umplanodeunidade compostode 10aulas (cincoencontrosde duasaulas geminadascada), que foram ministradas em conjunto pela professora da turmaepesquisadores,contemplaramastemáticas preco-nizadasnas Diretrizes CurricularesdaEducac¸ão Básicado EstadodoParaná(SecretariadeEstadodaEducac¸ão,2008).

1Musculac¸ãoéotermomaisusadoparadenominarotreinamento

compesosfeitocomobjetivosprofiláticos,terapêuticos,estéticos ecompetitivos,fazreferênciaaoaumentodamassamuscular,seu efeitomaisevidente(Santarém,1995).

Nos momentos (rodas) finais de cada encontro os alunos puderamopinarsobreoconteúdotrabalhado,foram apre-sentados aos temas das aulas seguintes e estimulados a procurarinformac¸õespréviassobreosmesmos ea contri-buircomsuasexperiências.Aintervenc¸ãoestádescritapor encontroe,paramelhorvisualizac¸ãodosprocedimentos,um dosencontrosapresenta-senesteestudoanalisadoemtodas assuasfases.

Noterceiro momentoaplicamos umnovo questionário, nointuitodeavaliarasatisfac¸ãodosalunoseamotivac¸ão geradaparaapráticaextraescolardamusculac¸ãoeparao estudoevivênciadenovosconteúdos apartirdessa expe-riência. As questões finais seguiram o formato das duas últimasdoquestionárioinicial.

Osresultadosquantitativosestãorepresentadosemseis tabelas(tabelas1---6). Nasequência decada tabela apre-sentamos os posicionamentos dos alunos expressados na

Tabela1 Conteúdosestudadosevivenciadospelosalunos

Conteúdos N %

Esportescoletivos 6 31,6 Esportescoletivoseoutros 13 68,4

Total 19 100

Tabela2 Práticaextraescolardamusculac¸ão

Experiência N %

Experientes 11 57,9

Semexperiência 8 42,1

Total 19 100

Tabela3 Interesseemestudarevivenciaramusculac¸ão

Níveldeinteresse N % Muitointeressados 9 47,4 Interessados 6 31,6 Poucointeressados 2 10,5 Seminteresse 2 10,5 Total 19 100

Tabela4 Satisfac¸ãocomoconteúdodaunidadedeensino Níveldesatisfac¸ão N %

Muitosatisfeito 9 47,4

Satisfeito 9 47,4

Poucosatisfeito 1 5,2

Total 19 100

Tabela5 Motivac¸ãogeradaparaapráticaextraescolar Níveldemotivac¸ão N %

Muitomotivados 8 42,2

Motivados 9 47,4

Poucomotivados 1 5,2

Desmotivados 1 5,2

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Tabela6 Motivac¸ãogeradaparanovosconteúdos Níveldemotivac¸ão N %

Muitomotivados 9 47,4

Motivados 10 52,6

Total 19 100

respostaàquestãoabertaenasjustificativasdasquestões objetivas. A identidade dos alunos foi preservada, foram classificados em ordem alfabética(de A até S). A discus-sãodosresultados,apresentadaporquestão,foifeitaàluz deestudiosossobreostemastratados.

Osparticipantescomidadeigualousuperiora18anose osresponsáveislegaispelosmenoresdeidadeassinaramum termodeconsentimento livreeesclarecido (TCLE)paraa participac¸ãonoestudo.Oprojetodepesquisafoiaprovado peloComitêPermanente deÉticaemPesquisaenvolvendo SeresHumanos(Copep)daUniversidadeEstadualdeMaringá (UEM)(CAAEN◦0252.0.093.000-10).

Apresentac

¸ões

e

investigac

¸ões

iniciais

Inicialmente,detalhamosoprojetoaosalunoseaplicamos oquestionário inicial. Aprimeira questão versousobre os conteúdosestudadosevivenciadosatéaquelemomento.

Todososalunosestudaramevivenciaramesportes cole-tivosnaeducac¸ãofísicaescolar.Entreos31,6%quetiveram acessoexclusivamenteataisconteúdos,encontramos:

[...]vôlei,futsalehandebol(A);[...]semprepratiquei esportesnaeducac¸ãofísica,estudávamosregrase jogá-vamos (C); [...] só esportes na quadra(F); [...]vôlei, futebolehandebol,umpoucodebasquete(G);[...] sem-pre fiz esporte, às vezes o professor dava treino, mas quase sempre era jogo (H); [...] jogávamos futebol e vôlei,algunsprofessoresdavam exercíciosdepois jogá-vamos,outrossódavamjogo(Q).

Jáos68,4%quecitaram tambémesportesindividuaise outrosconteúdosassimseexpressaram:

[...]osprofessoressempredavamesportes,mastiveuma professoraquedeuginásticana7asérie(B);[...]futebol evôlei,àsvezesbasquete,atletismoexadrez(D);[...] quasesempre esporte, mastive aulas dealimentac¸ão, primeiros socorros e xadrez quando chovia (E); [...] aprendiváriosesportesebrincadeiras(I),[...]vôlei, fut-sal,basquete,handebol,capoeira,queimadaetênisde mesa(J);[...]esporteeginástica(K;P);[...]vôlei, fut-sal,basquete,handeboleatletismo(L);[...]jogávamos futebol,vôleiequeimada,àsvezesosprofessoresdavam aulateóricadeoutrascoisas(M);[...]esporte enoc¸ões desaúde(N);[...]futebol,handebol,vôleiebrincadeiras (O);[...]osprofessoresdavamsemprejogo,masum pro-fessorensinoucapoeiraedanc¸a(R);[...]noprimeiroano tiveaulasteóricas,tipopalestrassobrenutric¸ão,fumoe drogas(S).

Ahegemoniadosesportescoletivosencontradanas res-postasvaiaoencontrodosapontamentosdeBracht(2000),

Darido (2004), Kravchychyn et al. (2008), entre outros autores. Essa realidade contribui para o afastamento da

disciplina do corpo pedagógico da escola, é comum a educac¸ãofísicaserconfundidacom purapráticaesportiva (MattoseNeira,2008).

Nãoobstanteoreconhecimento dagrande importância dos conteúdos esportivos para a educac¸ão física escolar, apresenta-seaoprofessoranecessidadedeampliara vivên-cia e os estudos sobre a cultura corporal de movimento, apresentar umconjunto articuladode informac¸ões neces-sáriasàformac¸ãodocidadão,deformademocráticaenão seletiva(Darido,2004;Palmaetal.,2010).

Conformeobservado,osalunosnãovivenciaramtal diver-sidadee amusculac¸ãosequerfoi citada.Porém,partimos dahipótesedeque amodalidadesefaz presenteno coti-dianodeadolescentesejovensadultos.Asegundaquestão investigou,pois,asexperiênciasanterioresdosalunoscom amusculac¸ãoforadaescola.

A maioria da turma (57,9%) pratica ou já praticou musculac¸ão.Osalunosexperientesqueapresentaram justi-ficativascitarammotivosligadosàestética,saúdeeaptidão física.

[...]paraficarcomocorposarado,éoquetodomundo que malhaquer (F);[...]emagrecer e definir(H);[...] umcorpobonitoé bomparaaimagem (K);[...]treino bastante para poder usar roupas justas (Q); [...] para prevenir doenc¸as que ocorremquando ficamos parados (B);[...]paraterumavidasaudável.Tivequepararpor unsdoismeses,masquerovoltar(M);[...]ganharforc¸ae resistência(L);[...]paramelhorarmeucondicionamento eficarcomocorpolegal(S).

Jáentreosinexperientes(42,1%),poucosapresentaram justificativas.

[...]nãogostodefazerexercício,prefiroandar,correre andardebicicleta,amusculac¸ãodevesermuitochata, émeioparada(D);[...]estouesperandomeu desenvol-vimentocorporalcompleto,achoqueamusculac¸ãopode prejudicar(E);[...]nuncaquisfazer,estousatisfeitacom omeucorpo(R).

Apredominânciaverificadaconvergecomaconcepc¸ãode queaprocuraporatividadesquepromovemaestética cor-poralganhaforc¸ana adolescência(Campos, 2002;Darido, 2004).

Com relac¸ão à promoc¸ão da saúde, as maiores preocupac¸õesmanifestadaspelosalunosforamcomoganho demassamusculareaperdadegorduracorporal,aspectos reconhecidamente importantes nessesentido, que coinci-demcomopadrãoestéticoalmejadopelosjovens.Segundo

Santarém(1995),amanutenc¸ãodamassamagra(composta principalmente pormúsculos e ossos) e de baixos índices de gordura corporal são mesmo fatores primordiais para a profilaxia e o tratamento de diversas doenc¸as crônico--degenerativas.

Quanto à aptidão física, características marcantes da musculac¸ãosãodestacadas,comofacilidadedeadaptac¸ão dos exercícios à condic¸ão física individual e desenvolvi-mento deimportantes capacidadesfísicas.Características que, segundo Campos (2002), promovem a crescente popularizac¸ão da modalidade como meio de preparac¸ão física.

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Naterceiraquestão,procuramosverificaronívelde inte-resse dos alunos em estudar e praticar a musculac¸ão nas aulasdeeducac¸ãofísica.

Somados, 79% dos alunos mostraram-se interessados/ muitointeressadospelainclusãodamusculac¸ãonoprograma da disciplina, apresentaram como motivos a novidade, a vontadedeaprendere/oupraticareaintenc¸ãodemelhorar aaptidãofísica.

[...]estoucuriosoparasabercomovãoserasaulas,não tenho a mínima ideia (I);[...] vai ser bom variar, não gostodejogar(J);[...]jápratiquei,masnuncaimaginei estudar(Q);[...]aprendercomofazerdireitoos exercí-cios(C);[...]tenhodúvidassepossopraticarporcausada idade(E);[...]nãoseinadademusculac¸ão,vaiserbom praticar(G);[...]paraentenderamusculac¸ãoe apren-derosexercícios(L);[...]vai serumaoportunidade de melhoraro preparofísico (B); [...]aumentara forc¸ae resistênciadosmúsculos(O).

Já 21% dosalunos expressarampouco ounenhum inte-resse,apresentarammotivoscomoincompatibilidadecoma musculac¸ãoedúvidassobrecomoseriatrabalhadanasaulas. [...] nãogosto de levantar peso (D); [...] nãoexistem equipamentosnocolégio,achoquenãodáparaaprender bem,nãoseicomoserãoasaulas(M);[...]émuitochato, temqueficarcontandoosexercícios(N);[...]nãogosto demusculac¸ão,prefiroatividadesmaisdivertidas(R).

Darido(2004)apontaqueasaulasdeeducac¸ãofísicano ensinomédioquasesempre repetemprogramasdoensino fundamental.Naintroduc¸ãodesteestudo,adesmotivac¸ão causada pela repetic¸ão de conteúdos já foi tratada. Em contraponto,colhemosdepoimentosquedemonstram curi-osidadeemotivac¸ãopelanovidadeapresentada.

Quanto à avidezpor aprender ‘‘como fazer’’ expressa nasexpectativasdosalunos,essaprecisaserbemtrabalhada metodologicamente,deformainclusivaeparticipativa.Para

Ferreira (2001), é direito dos estudantes que exercícios físicos sejam ensinadosnas aulas de rducac¸ão física com seguranc¸a,eficiênciaecomvistasàautonomiaparaa prá-ticacotidiana.

Colletal.(2000)preconizamque,alémdasupracitada dimensão procedimental, os conteúdos escolares devem contemplartambémaaquisic¸ãodeconhecimentos (dimen-sãoconceitual)eosvaloresdasrelac¸õessociais(dimensão atitudinal). Tratando especificamente da musculac¸ão na educac¸ãofísicaescolar,Kravchychynetal.(2012)enfatizam que aconquista daautonomiaparaa atividade físicanão significaabrirmãodaorientac¸ãoprofissional,masde esco-lhadarotinadeexercíciosfísicos---considerandoaaptidão físicaindividualeoprazerdaprática---edebons profissi-onaisparaa orientac¸ão.Daí aimportânciadea educac¸ão físicaescolarnãoserestringiràpráticapuraesimples.

As aulas de educac¸ão física são oportunidades de participac¸ão em atividades de forma orientada e cientí-fica, que devem proporcionar vivênciassuficientes para a selec¸ãodeatividadesfísicasquecontemplemas necessida-des e osinteressesdos estudantes ao longodavida, bem como fomentar discussões sobre a veracidade e aplicabi-lidade depseudoconhecimentose mitos sobreo exercício físico (Ferreira, 2001; Mattos e Neira, 2008). Afinal, nem

todososalunos terãoaoportunidade deacessoao conhe-cimentosistematizadosobretaistemas apósotérminodo ensinomédio.

Depossedasinformac¸õesiniciais,partimosparao pla-nejamento e a aplicac¸ão das aulas da unidade de ensino proposta.

Colocando

a

mão

na

massa

Osplanos de aula foram construídos coletivamente pelos pesquisadores,professoradaturmaealunos.Aparticipac¸ão dos alunos sedeu por meio dasinformac¸ões iniciaise da colaborac¸ãoaolongodoprocesso.

Enfatizamos aos alunos a necessidade de frequência e participac¸ão efetiva nas aulaspara a adequada avaliac¸ão daunidadedeensino.Afrequênciafoisatisfatória:15 alu-nos com 100%, dois com 80% e dois com 60%. No fim de cadaencontroavaliamoscoletivamenteocumprimentodos objetivoseaeficáciadametodologiaempregada.

O primeiro encontro, ‘‘introduc¸ão à musculac¸ão’’, foi teórico. Usamos filmes e slides sobre história, conceito, variac¸õeseaplicac¸õesdamodalidade.Houveboainterac¸ão comosalunos, quedemonstraram curiosidadee interesse pelas possibilidades apresentadas, com destaque para o tema‘‘fisiculturismo’’,quesuscitouumdebatesobredrogas ilícitaseexacerbac¸ãodaestética.

Classificamososdemaisencontroscomoteórico-práticos, pois além da prática das atividades os alunos receberam informac¸õesnasfasesdepráticasocialinicialefinal,foram instigadosàinterac¸ãocomosprofessoreseareflexãosobre asaulas.

No segundo encontro, ‘‘avaliac¸ão física aplicada à musculac¸ão’’, após um momento expositivo, fizemos a avaliac¸ão(composic¸ãocorporal,pesoealtura,perimetriae testesmotores)emdoisalunosvoluntários.Osdadosforam cadastrados num software específico, projetados na tela ediscutidos.Também foiabordado ocálculo doíndicede massacorporal(IMC), alternativamaissimplese acessível deavaliac¸ão, e os alunos puderam calcular seus próprios índices.Apósa exposic¸ão, demonstrac¸ão dos procedimen-tosediscussãodosresultados,avaliac¸õesindividuaisforam oferecidasforadohoráriodasaulas,deu-seoportunidadeà materializac¸ãoeàconsolidac¸ãodosconhecimentos.

O terceiro encontro --- descrito na íntegra, a seguir ---, ‘‘exercícios para resistência muscular localizada (RML)’’ marcouoiníciodapráticaespecíficadamodalidade,porse tratardeummétodoindicadoparaaintroduc¸ãodatécnica dosexercíciosainiciantes,combaixoriscodelesões.

Noquartoencontro,‘‘exercíciosparaodesenvolvimento daforc¸a’’,foramfeitososmesmosexercíciosdoencontro anterior,comosmesmosacessórios(videdescric¸ãodo ter-ceiroencontro), mascom maiordaintensidade(aumento dos pesos, diminuic¸ão das repetic¸ões e intervalos). Para estabelecera carga de cada exercício foi feito umteste de10 repetic¸ões,aumentou-se o peso (tamanho das gar-rafaspet ouadic¸ãodegarrafasatadas)progressivamente, atéadificuldadedeexecuc¸ãonastrêsultimasrepetic¸ões. Apósbrevedescanso,osalunosfizeramtrêssériesdecada exercício,comintervalosdeumminuto.Finalizando,os alu-nospuderamexporsuaspercepc¸õessobreaatividadeeos professoresmediaramumadiscussãosobreosobjetivosdo trabalho.

(6)

O quinto encontro, ‘‘visita a uma academia de musculac¸ão’’, foifeito noCentro deExcelência em Ativi-dadeFísica(academia-escola)daUEM.Divididosemquatro grupos, osalunos fizeram inicialmente umtour pela aca-demia,cadagrupoorientadoporumprofessor/pesquisador. Nasequência,experimentaramosequipamentos e assisti-rama umapalestrasobresistematizac¸ão detreinamento, proferida por um professor da academia. O encontro foi finalizado com umadiscussão sobreos exercícios feitos e ostemasabordados.Aparticipac¸ãodosalunosfoi conside-radaintensaesatisfatória. Ofatodesaíremdoambiente escolareconhecereminlocoumambientedepráticafoia diferenc¸adesseencontrodeencerramentodaunidade.

Para melhor visualizac¸ão da estrutura e dinâmica das aulas, o terceiro encontro está descrito na íntegra, a seguir.Foiconstruídocomumroteirobaseadonapedagogia histórico-crítica,organizadoporGasparin(2003).

Tema:exercíciosparaRML.

Objetivo: proporcionar conhecimentos e experiências sobreexercícios com peso com cargas baixasou mode-radasealtasrepetic¸ões.

Material:quadrodegiz,CD,aparelhodesomegarrafas petcomágua(emparesde2,5;2,0;1,5;1,0;e0,5Kg).

Estratégia metodológica: circuito de 10 estac¸ões, métodoalternadoporsegmento(alternaexercíciospara tronco/membros superiores e para quadris/membros inferiores).

Práticasocialinicial:otemafoiapresentadoese ressal-touqueotreinamentodaRMLébastanteprocurado,com oobjetivodetonificac¸ãodosmúsculoselevehipertrofia muscular. Os alunos semostraram motivados nessa pri-meiraaulaprática,com100%depresenc¸aeparticipac¸ão efetiva.

Problematizac¸ão geral: quem pratica ou já praticou exercícios com pesos? Com que objetivo? O que vocês encontraramnas pesquisassobrea atividade,conforme solicitado na aulaanterior?Havia alunos com experiên-cia.Comoesperado,inicialmenteasmoc¸asdemonstraram maiorinteressepela atividadepor, numprimeiro olhar, contemplarprincipalmentepadrõesestéticosfemininos. Apósexplicac¸õessobreascaracterísticasdaatividade,os rapazespassaramademonstrarmaisinteresse.

Problematizac¸ão específica: sobre o volume (que pre-domina sobre a intensidade) e a organizac¸ão da sessão de treino (alternância dos segmentos corpo-rais a cada estac¸ão). Na transic¸ão para a prática (instrumentalizac¸ão),aprofessoraexplicouaatividade, composta por exercícios executados em predominân-ciadesobrecargametabólica(menorintensidade;maior volume).

Instrumentalizac¸ão:oformatodelineadofoiodecircuito por repetic¸ão. Primeira parte (organizac¸ão e aqueci-mento): alunos dispostos de frente para a professora, tendoemmãososacessórios.Apósaexplicac¸ãodos exer-cícios e do tipo de respirac¸ão ativa (inspira-se na fase concêntrica do movimento e expira-se na excêntrica), foifeitoo aquecimento,envolveupoucasrepetic¸õesde cada exercício. Segunda parte (circuito): os 19 alunos foramdistribuídosemduplas(umdospesquisadores par-ticipoudaaula,completouumadupla),em10estac¸ões: 1)meioagachamento;2)supino;3)afundo(pernadireita

àfrente);4)remadainclinada;5)afundo(pernaesquerda à frente); 6) desenvolvimento; 7) panturrilha em pé; 8) rosca bíceps; 9) agachamento abduzido; 10) tríceps francês. Em seguida, com música e contagem ritmada, osalunos fizeram três sériesde 20repetic¸ões (interva-los:um minuto entre asséries) em cada estac¸ão, com correc¸õesefeedbacknosintervalos.Terceiraparte(volta àcalma):alongamentosdebaixaintensidadeparatodos ossegmentosmusculares.

Catarse:amodalidadeéprocuradaporpessoasdetodas asidades,comobjetivos variados.Foienfatizadoque o conhecimento prévio adquirido nas aulas de educac¸ão física pode evitar riscos na prática de exercícios com pesos,quepodemserfeitossobdiversosmétodos.

Práticasocialfinal:narodafinal,osalunosforam instiga-dosàreflexãosobreointeressepelaestéticacorporalque demonstraram na problematizac¸ão, pois a manutenc¸ão da saúde deve ser pré-requisito nessa busca. Também foramressaltados oscuidados na feitura dos exercícios eaplicac¸ãodacarga.Professorese pesquisadores para-benizaramaturmapelaparticipac¸ãoe peloempenhoe mencionaramoutrosmétodosdetrabalho,especialmente o feito em sobrecarga tensional (maior intensidade; menorvolume),temadopróximoencontro.Comotarefa, osalunosficaramincumbidosdepesquisarsobreotema nainterneteformularquestionamentos.

Avaliac

¸ão

das

ac

¸ões

Apósaconclusãodaintervenc¸ão,demosnovamente‘‘voz’’ aosalunos,paraavaliac¸ãodaunidadedeensino.Aprimeira questãoabordouoníveldesatisfac¸ão.

Noiníciodoprocesso,observamosumapequenarejeic¸ão ao tema proposto. Tal índice teve reduc¸ão no fim, 94,8% dos alunos da turma expressaram satisfac¸ão/muita satisfac¸ão. Apenas uma aluna (5,2%) se mostrou pouco satisfeita e declarou: [...] ‘‘prefiro jogar, não me dou bem com a musculac¸ão’’ (R). Ninguém assinalou a opc¸ão ‘‘insatisfeito’’.

Osmotivosdesatisfac¸ãoforamrelacionadosaosfatores novidade,conhecimentoadquirido,organizac¸ão,dedicac¸ão dosprofessoresemetodologiaempregada.

[...]‘‘foimuitobomaprendermaissobremusculac¸ão’’ (C); [...] ‘‘diferente, nunca imaginei praticar isso na educac¸ão física’’ (O); [...] ‘‘aprendi sobre os benefí-cios da musculac¸ão para a saúde, gostei da aula de avaliac¸ão’’(A);[...]‘‘entendiquemusculac¸ãonãoésó praficarforte,tambémmelhoraasaúde,gosteitambém dopasseionaacademia’’(B);[...]‘‘aprendimaissobre exercícioseavaliac¸ão’’(K);[...]‘‘aprendisobrepostura, técnica,respirac¸ão’’(L);[...]‘‘foibomconhecermelhor amusculac¸ãoesuas formas’’(S);[...]‘‘asaulasforam bem preparadas,os professores entendembastante do assunto’’(E);[...]‘‘osprofessoresexplicarambemese dedicaram’’(N);[...]‘‘visitaraacademiafoilegal.Fac¸o musculac¸ão, mas minha academia não tem tanto apa-relho’’ (I); [...]‘‘as aulas foramanimadas, achei bem legalasexplicac¸õesedemonstrac¸ões’’(J);[...]‘‘gostei daauladeavaliac¸ãoedocircuitocommúsica,nãogosto decontarexercício’’(Q).

(7)

Além da satisfac¸ão pela novidade --- expressa no diag-nóstico inicial e também nessa e na última questão ---, o fatorconhecimento(dimensãoconceitual)obtevedestaque.

Oliveira(2004)afirmaque,comocomponentecurricular,a educac¸ãofísicatempapel formativoe informativo,é pre-ciso valorizaro conhecimento transmitido e produzidona disciplina.

Oreconhecimentopelosalunosdaorganizac¸ãodas ativi-dadeseadedicac¸ãodosprofessorescorroboraoconceitode

Perrenoud(2000),queapresentaaoprofessoranecessidade deorganizaredirigirsituac¸õesdeaprendizagemapartirda necessidadedoestudo.Nessesentido,Darido(2004)destaca acriticidadedos alunosdoensinomédio eaconsequente maiordificuldadedeconquistadessesemrelac¸ãoaosmais novos.

A questão seguinte foi inspirada na LDBEN n◦ 9394/96 (Brasil,1996)que,em seuartigo3◦,apontaanecessidade devalorizac¸ãodaexperiênciaextraescolaredevinculac¸ão entreeducac¸ãoescolar,trabalhoepráticassociais.

A partir da experiência, 89,6% dos alunos se declara-ram motivados/muitomotivados àpráticadamusculac¸ão. Asjustificativasapresentadasreferenciaram-seemestética, saúdeeaptidãofísica,itensjáevidenciadosinicialmentee quevoltamaaparecereseentrelac¸ar.

[...]‘‘Assimquepudervoupraticar,achoqueagentetem quecuidardaimagem’’(B);[...]‘‘amusculac¸ãodefinea musculatura,jápraticoenãoconsigoficarsemmalhar’’ (C);[...]‘‘quero emagrecer,aprendiquea musculac¸ão ajudatambém’’(F);[...]‘‘jápratico,masaindaquero melhorar meu físico’’ (L);[...] ‘‘a gente tem que cui-dardasaúdeerespeitarnossoslimites’’(D);[...]‘‘quero malharpelasaúde,masprecisoencontrartempo, traba-lhodedia e estudoà noite’’(H);[...]‘‘paramelhorar asaúde’’(Q);[...]‘‘decidiemagrecereficarmais sau-dável’’(A),[...]‘‘paraasaúdeeparaficarsarado’’[...] (E);‘‘paramelhorarasaúde,emagrecereganharmassa’’ (I);[...]’’melhorarmeucondicionamentofísico’’(M);[...] ‘‘ganharmaisforc¸aeresistência’’(R).

Umaluno(J)semostroupoucomotivadopornãopoder pagarpelo servic¸o: [...]‘‘não dá, academiacusta caro’’.

Darido(2004), emestudo tambémfeitojunto aalunos do ensinomédiodeescolaspúblicas,ressaltouessarestric¸ão. Outroaluno(N)expressoudesmotivac¸ão,porsimples desin-teresse:[...]‘‘prefirooutrasatividades’’.

O padrãoestético vigenteexige corposcom baixo per-centualdegordura emúsculosaparentes.Osadolescentes sãoinfluenciadosporessaimposic¸ãoeainsatisfac¸ãocomo própriocorpoeabuscapelamelhoriadaautoimagemeda autoestimaparecemserdecisivasnaescolhadamusculac¸ão (GuedesJúnior,2005).

Direcionando o foco à saúde, além da preservac¸ão das estruturas musculares e articulares, a musculac¸ão ajuda no processo de emagrecimento--- umadas maiores preocupac¸õesdemonstradaspelosalunos---emfunc¸ãodeo metabolismopermaneceraltoporváriashorasapósotreino, entreoutrosbenefícios(WilmoreeCostill,2001).

Os princípios norteadores do estudo e a característica denovidade atribuídaàunidadede ensinoministrada nos induziram a questionar osalunos sobrea motivac¸ão para

estudarevivenciarnovosconteúdosnadisciplinaeducac¸ão física.

Todos os alunos se mostraram motivados/muito moti-vados,mas nem todosjustificaram sua resposta. Dos que justificaram,obtivemos:

[...]‘‘Gosteidasaulas,foramdiferentes’’(A);[...]‘‘foi bem legal, espero termais aulasdiferentes’’(B); [...] ‘‘gosto dejogar, masgosteidas aulas,podeter outras novidades’’ (C); [...]‘‘as aulas foramexcelentes, gos-tariadeestudartambémalimentac¸ãoesuplementac¸ão, achoquesótreinonãodáresultado’’(E);[...]‘‘gostaria depraticarmaisalongamentos,ajudam arelaxar’’(F); [...] ‘‘foi muito bom experimentar uma matéria nova, nãogostavadesójogar’’(H);[...]‘‘gosteimuito,aturma participou bem, antes a professora ficava pedindo por favorparaopessoaljogar’’(I);[...]‘‘nãolevojeitopra musculac¸ão,masfoibomestudar’’(J);[...]‘‘gostariade maisaulas diferentessim, vamos conversarcom a pro-fessora’’ (K); [...]‘‘as aulas forammassa, gostaria de ter outrosesportese capoeira’’(L);[...]‘‘acheilegal, gostariadepraticarlutas,paradefesapessoal’’(M);[...] ‘‘temqueterbastanteesporteedevezemquandooutras coisas’’(N);[...]‘‘gostariaquetivesserugby’’(O). Corroborando os dados apresentados, autores como

Darido(2004)eMattoseNeira(2008)enfatizamqueos con-teúdosesportivosprecisamserensinados,masaeducac¸ão físicaescolar tem deixado de lado conhecimentos impor-tantes, que podem se constituir em objeto de ensino e aprendizagem.Dessaforma,éreforc¸adoaquiopressuposto de que os alunos se interessam por temas e conteúdos novos, sentem-se estimulados à prática quando viven-ciamexperiênciasdiferenciadas, paraalém doparadigma técnico-desportivo.

Lembramos queas Diretrizes CurricularesdaEducac¸ão Básica do Estado do Paraná (Secretaria de Estado da Educac¸ão,2008),sobasquaisnossoestudofoiconstruído, trazemindicadores para algumasdas ‘‘novidades’’ --- que assimtêmsidotratadas,masquejánãomaisdeveriamser ---almejadas pelos alunos e idealizadaspela literatura da área.

Considerac

¸ões

finais

Apropostadedesenvolveroestudojuntoaumaturmatão representativadaspeculiaridadesdoensinomédionoturno trouxe umaexpectativa de resistênciapor parte dos alu-nos.Porém,encontramos umamaioria absolutadispostaa estudarevivenciarotemaproposto.

Compusemos com a professora da turma uma equipe pedagógica, que planejou e aplicou a unidade de ensino ‘‘musculac¸ão’’, com plena participac¸ão e integrac¸ão da turmaemtodasasfases.

Embora reconhecendoa limitac¸ão doestudo, feito em umarealidade escolarespecífica,entendemosque o inte-resseeamotivac¸ãodosalunosempraticaramusculac¸ãoa partirdaexperiênciaeemestudarevivenciarnovos conteú-dosnasaulasdeeducac¸ãofísicareforc¸amalgumasdasteses defendidasna literatura daárea:a) osconteúdos escola-resdevemserbuscadosdarealidadedosalunosque,afinal, serãomaistardeaelaremetidos,munidosdeconhecimentos

(8)

evivênciasfundamentais;b)osesportescoletivostêm rele-vadaimportâncianaeducac¸ãofísicaescolar,porém,diante dasinúmeraspossibilidadesdepráticassociaisdeelementos daculturacorporaldemovimento,ahegemonia ouoferta exclusivadessesconteúdos---fatoresaindaevidenciados ---jánãosejustificam;c)ostemassaúde,estéticaeaptidão física,comosquaisamusculac¸ãorelaciona-sediretamente, despertamgrandeinteresseporpartedopúblicojovem;d)o trabalhodocenteexigeocompromissocomatransformac¸ão darealidadee,paraisso,osprofessoresdeeducac¸ãofísica precisamsairdesuas‘‘zonasdeconforto’’,planejar, apli-car, refletir sobre e, se necessário, modificar suas ac¸ões pedagógicas.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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