TítuloEducação ambiental, escola e sociedade: um curso de formação de professores

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(1)EA NAS ESCOLAS E UNIVERSIDADES eISSN: 2386-4362. Educação Ambiental, Escola e Sociedade: um curso de formação de professores Environmental Education, School and Society: a course of teachers formation Gláucia Soares Barbosa, Jessica Prudencio Trujillo Souza e Marilac Luzia de S. L. Sousa Nogueira. Resumo Unicamp, Brasil, realizou um curso de extensão universitária direcionado a professores da Educação Básica, na intenção de articular seus saberes com os conhecimentos produzidos suas práticas educativas e concepções de Educação Ambiental (EA). O curso contou com de EA apresentadas pelos professores participantes antes e após o curso, com o objetivo trabalho concentra sua análise nessas manifestações, as quais foram registradas por escrito. dos professores pretendiam mudar suas práticas educativas para a perspectiva crítica, o que Astract Brazil, held a university extension course directed to Basic Education Teachers with prepense to articulate their knowledge with the knowledge produced by the research and academic. on the EE concepts presented by the participating teachers before and after the course in order to show whether there was any change in this formative aspect. Thus, this study focuses. its practice. Palabras chave Educação Ambiental, Formação de Professores, Educação básica. Key-words Environmental Education, Teacher training, Basic education.. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. ambientalMENTEsustentable. 733. xullo-decembro 2015, ano X, vol. II, núm. 20, páxinas 733-742.

(2) GLÁUCIA SOARES BARBOSA, JESSICA PRUDENCIO TRUJILLO SOUZA. Introdução. E. MARILAC LUZIA. DE. S. L. SOUSA NOGUEIRA. que acreditamos que quase sempre não é. -. temas que são tratados de forma ilustrati-. -. -. de tratamento de água e outros, conforme. -. Segundo. e LIMA -. para o ambiente escolar, por exemplo, as -. “compreendia um universo pedagógico multidimensional -. que girava em torno das relações estabelecidas entre o indivíduo, a sociedade, a. -. educação e a natureza foi exigindo apro-. -. fundamentos que se desdobraram em. do, entendemos que a compreensão da te-. sucessivas análises e aportes teóricos de. mática ainda é ressentida pela maioria dos. tica educativa mais complexa do que se poderia imaginar”. -. 734. -. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(3) Educação Ambiental, Escola e Sociedade: um curso de formação de professoresJar-. de ambientais serem decorrentes do mode-. da sociedade defendendo-se outro mo-. os recursos naturais de maneira irrespontransformados, educador e educando são -. Assim, a cidadania seria a promessa de se dora tende a manter o modelo de desen-. -. -. ra como aquela que “entende o ambiente em sua totalidade e complexidade e a educação como um processo formador do su-. -. jeito político, que almeja entender e transformar sua realidade” -. automaticamente implicaria na transforsobre sua realidade próxima e relacioná-la. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 735.

(4) GLÁUCIA SOARES BARBOSA, JESSICA PRUDENCIO TRUJILLO SOUZA. E. MARILAC LUZIA. DE. S. L. SOUSA NOGUEIRA. “maneira reduzida e fragmentada e a edu-. -. cação como um processo que molda um. pantes, buscando comparar o momento. comportamento ecologicamente correto, tendendo a manter a sociedade como iniciais desses professores e as concepo ambiente é interpretado de forma antro-. -. com “ênfase na responsabilização do indivíduo pela crise ambiental e no caráter comportamental da educação”. -. Educação Ambiental, Escola e Sociedade. Diante desse contexto, essa temática tem -. -. que atendessem de modo abrangente as. ensino, nas pesquisas acadêmicas brasi-. seguinte modo: Tema 1– Fundamentos mica, os quais foram oferecidos num total. -. 736. em sábados alternados, dois por tema, -. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(5) Educação Ambiental, Escola e Sociedade: um curso de formação de professoresJar-. Metodologia sas, como geógrafos, biólogos, pedagocomo os sujeitos experimentam, enten-. dem, interpretam e participam da realidacoletados nos ambientes reais em que a. O corpo docente do curso de extensão -. Assim, as autoras do presente artigo, enquanto professoras formadoras e em for-. participantes do curso de extensão anaprofessores do ensino básico, diretor da que cada tema era ministrado por dois ou Os dados coletados foram os registros dos til, ensino fundamental e ensino médio, -. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 737.

(6) GLÁUCIA SOARES BARBOSA, JESSICA PRUDENCIO TRUJILLO SOUZA. E. MARILAC LUZIA. DE. S. L. SOUSA NOGUEIRA. Sobre a etapa inicial, buscamos resgatar as experiências e ideias dos professores,. responda:. momento em que foi solicitada a descri-. de que se tratava de uma atividade de educação ambiental? -. meio da seguinte questão: Discorra breve-. lidade/ concepção) de educação am-. mente, sobre uma atividade que considere. biental você descreveu na ocasião?. representativa de educação ambiental e que realizou em sua prática pedagógica. (Caso nunca haja ministrado uma atividade de educação ambiental, relate alguma com que tenha entrado em contato em alguma. -. situação vivenciada).. dade de educação ambiental indicada. Após todos os encontros do curso, reto-. Por quê?. -. nova abordagem?. te dos professores acerca das suas perOs dados coletados a partir desses registros foram tratados por meio de análise de próprios relatos, foi solicitado para que. tes questões:. -. O que declararam os docentes sobre a Educação Ambiental: interpretação das práticas e dos conceitos. docentes participantes do curso de ex-. 738. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(7) Educação Ambiental, Escola e Sociedade: um curso de formação de professoresJar-. de postura dos professores nos seguintes registros: “Agora, passado o tempo em que muitas. fragmentada de se entender o ambiente, sistêmica das questões ambientais, for-. acredito que, a atividade por mim relatada, tratava-se de uma prática que pouco contribuiu na construção de uma concepção de EA crítica dos alunos e, também, dos acadêmicos em formação envolvidos na prática descrita. Desse modo, acredito que a prática efetuada no contexto de formação de. fragmentadas, com ênfase numa educa-. geógrafos, precisaria de um maior embasamento, tanto teórico quanto metodológico sobre a EA pois, o que na verdade se praticou foi um adestramento dos educandos” (Docente 21). tava de uma atividade de educação ambien-. suposto a interdisciplinaridade, além de. tal porém, fazendo uma revisão da atividade proposta, além de apresentar uma possível solução, procuraria investigar a causa do problema mais profundamente para tentar propor uma maneira de evitá-los ao invés de apenas propor uma solução. Na ocasião. participantes não deixaram claro em seus. minha atividade era adestradora mas ago-. registros em qual tendência suas práticas. ra proponho uma alteração na abordagem para que se torne crítica” (Docente 11).. -. -. -. basamento teórico e metodológico para -. dos professores disseram que mudariam a. portamento ecologicamente correto, pois -. -. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 739.

(8) GLÁUCIA SOARES BARBOSA, JESSICA PRUDENCIO TRUJILLO SOUZA. E. MARILAC LUZIA. DE. S. L. SOUSA NOGUEIRA. -. ticas que abordam a integração curricular e. quências dos problemas ambientais, pro-. propicia uma vivência prática e prazerosa que pode ser o ponto inicial para abordar as. um adestramento ambiental, mas explorar. questões de consumo, reciclagem de lixo e. também as suas causas proporcionando namental de Tbilisi, destacada por. -. “Não mudaria porque considero essa atividade adequada mesmo sendo conservadora – economia ecológica” (Docente 2).. “Ajudar os alunos a descobrirem os sintomas e. Os Docentes 1 e 4 consideram que suas. as causas verdadeiras dos problemas do. -. dos problemas e, em conseqüência, a ne-. -. cessidade de desenvolver o sentido crítico. intimamente relacionada aos interesses. ticipantes alegaram que não mudariam. isso é necessário uma ampla compreen-. -. são da realidade por meio do tratamento. ses alguns assumem que suas práticas já. ma a superar o tratamento fragmentado e. registros a seguir: “Como já possuía grande interesse pela te-. mudar sua forma de abordagem da práti-. mática e uma carga de materiais e estudos referente ao assunto, acredito que realizava uma educação ambiental voltada a modalidade essencial com princípios críticos e emancipatórios. Espero continuar a realizar. -. com estes princípios e aprimorá-los” (Do-. centes sobre mudar ou não a abordagem. cente 1). “Não mudaria a abordagem, porque consi-. -. dero a horta como um tema gerador de prá-. 740. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

(9) Educação Ambiental, Escola e Sociedade: um curso de formação de professoresJar-. aprendeu com a teoria e, que isso foi posnos registros dos docentes entre: a prática Assim, inferimos que a maioria dos profescar no registro abaixo: “Descrevi a atividade realizada no Projeto de Ecoleitura durante o mês de março, co-. -. memorando o dia Mundial da Água com a contação de história “João da Água”, com temas abordados como economia/desper-. -. dício de água, seca, regiões desfavorecidas e sensibilidade (...) Nessa época considero que o meu trabalho seguia a vertente/tendência do adestramento ambiental. Atualmente acredito na tendência crítica por estabelecer aos alunos a possibilidade de rações. Na realidade a mudança que faria não seria na concepção e sim na forma de. Considerações. abordagem. Sempre foram atividades de possibilidade de interpretar efetivamente as. No relato desse professor, o mesmo assu-. -. sentadas pelos professores no momento -. estudos de. -. SA. -. pontual e fragmentada para uma prática. -. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20. 741.

(10) GLÁUCIA SOARES BARBOSA, JESSICA PRUDENCIO TRUJILLO SOUZA. E. MARILAC LUZIA. DE. S. L. SOUSA NOGUEIRA. do curso, que pretendiam mudar suas prá-. -. -. -. de extensão conferindo um salto qualitatienquanto grupo de pesquisa acreditamos. -. -. entendemos com esses resultados, que junto aos seus alunos, de modo que essas. -. -. -. que, embora os professores apresentaspropostas essas não conseguiram ultra-. -. após o curso, esses docentes apresentade modo a perceber o grande descompas-. 742. ambientalMENTEsustentable, 2015, (II), 20.

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