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Efeito da temperatura no comportamento reológico de méis colhidos na região nordeste de Portugal

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~---==-=-=-Qualidade dos alimentos: novos desafios

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J Bragança, 2012 16-19 Setembro ISBN 978-972-745-141-8

(2)

112 Encontro de Química dos Alimentos

Efeito da temperatura

no

comportamento reológico de méis colhidos

na

região nordeste de

Portugal

Marta Magalhães0

, Marina Castro

0

, Maria João Afonso h. e Elsa Ramalhosa a.*

"Centro de Investigação de Montanha (CIMO), ESA-Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, Portugal

bESTrG-Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, Portugal

*

elsa@ipb.pt

Palavras chave: propriedades reológicas; aquecimento; mel RESUMO

No presente trabalho pretendeu-se estudar o efeito da temperatura sobre as propriedades

reológicas de três méis colhidos no nordeste de Portugal. Para isso, analisaram-se dois méis monoflorais - urze e rosmaninho - provenientes do Parque Natural de Montesinho, e um mel polifloral, recolhido na Freguesia de Morais, local de interesse geológico. O comportamento reológico destes méis foi avaliado às temperaturas de 30, 50, 70 e 95 °C. Todos os méis

estudados apresentaram um fluxo independente do tempo e a sua maioria comportou-se como um Fluido Newtoniano. Apenas o mel de urze à temperatura de 50 °C e o mel de rosmaninho à temperatura de 95 °C demonstraram ter comportamento de Fluido Pseudoplástico. De entre

os méis analisados, o mel de rosmaninho foi aquele que mostrou ser mais sensível à

temperatura, apresentando o valor mais elevado de energia de activação (81 ,3 kJ/mol).

1. INTRODUÇÃO

O mel é um produto biológico produzido pelas abelhas a partir do néctar recolhido das flores e processado pelas enzimas digestivas destes insetos. A sua produção é de elevada

importância, uma vez que o mel apresenta inúmeras aplicações, além de apresentar propriedades antimicrobianas e antissépticas. A viscosidade é considerada uma das mais importantes propriedades do mel. Esta propriedade tem particular interesse para os apicultores porque afeta a vida útil do produto, o processamento e o acondicionamento do mel [1,2]. No que respeita à consistência, o mel pode apresentar-se fluido, espesso ou parcial ou totalmente cristalizado [3]. Como o mercado, em grande parte, favorece a venda do mel líquido, alguns tipos de tratamento são necessários para manter o mel nesse estado, tais como,

a filtração e o aquecimento [4]. O aquecimento é aplicado por inúmeras razões, como por

exemplo, para facilitar o seu manuseio e acondicionamento, retardar o fenómeno de

granulação e destruir microrganismos que possam estar presentes e que possam alterar

negativamente a qualidade do mel. Desse modo, estudos que dêem informação sobre o comportamento reológico do mel quando este é sujeito a diferentes temperaturas, são de

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º

Encontro de Química dos Alimentos

extrema utilidade de forma a melhor prever o comportamento deste alimento quando

submetido a tratamentos térmicos.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Os dois méis monoflorais - urze e rosmaninho - provenientes do Parque de Montesinho, e o

mel polifloral recolhido em Morais, foram transportados à temperatura ambiente para o

laboratório, onde foram mantidos a essa mesma temperatura no escuro.

Os estudos do comportamento reológico dos méis foram realizados num viscosímetro de

cilindros concêntricos da Visco Star plus da Fungilab, acoplado a um controlador de

temperatura (Electro-Temp da Fungilab). Os spindles utilizados foram os TL6 e TL7, tendo a

aquisição de dados sido efectuada pelo software "Data Logger vC/i 1.01 ". As temperatmas

estudadas foram os 30, 50, 70 e 95 °C. Para cada temperatura, detenninaram-se as tensões de

corte, as velocidades de deformação e as viscosidades ao longo das curvas de carga e de

descarga.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Figura 1 encontram-se representadas as tensões de corte em função da taxa de corte para

as temperaturas de 30, 50, 70 e 95

oc

para os méis comerciais de urze e rosmaninho e para o

mel polifloral (Morais). Os gráficos indicam que não se observou dependência do fluxo com

o tempo, uma vez que as curvas da carga e da descarga parecem sobrepor-se. Além disso, na

maioria das situações verificou-se existir uma relação linear entre a tensão de corte e a

velocidade de deformação, passando as retas obtidas pela origem dos eixos. Desse modo, os

presentes resultados indicaram tratar-se de méis com comportamento de Fluidos

Newtonianos . .. ---30~'C ~I ' ~I

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(4)

112 Encontro de Química dos Alimentos

Na Figura 2 estão representadas as viscosidades em função da taxa de corte para as

temperaturas de 30, 50, 70 e 95°C para os méis comerciais de urze e rosmaninho e para o

mel polifloral. 16:~· - -- - - , -;- t:ooD ~ lC•OOJ :.. SO~) éOOCI ~ .-c-o~ ;; :er ... ~.~ I I I I o ~ I O

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Figura 2. Viscosidade versus taxa de corte.

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95'C

Podemos verificar que, na sua maioria, os méis apresentaram comportamento de Fluído

Newtoniano, uma vez que as suas viscosidades permaneceram constantes mesmo sujeito a

diferentes taxas de corte. Pelo contrário, o mel de urze à temperatura de 50

o

c

e o mel de

rosmaninho à temperatura de 95

oc

demonstraram ter comportamento de Fluidos

Pseudoplásticos, uma vez que as suas viscosidades diminuíram com a taxa de corte.

O efeito da temperatura sobre a viscosidade pode ser descrita pela Equação de Arrhenius:

E a

Jl

=

Jlo X eRT

(I)

onde, J..l. é a viscosidade (Pa.s), J..l.o uma constante (Pa.s), Ea a energia de ativaçào (J/mol), R a

constante dos gases ideais (8,314 J/(mol.K)) e T a temperatura absoluta (K).

Os parâmetros da equação que descrevem a relação da viscosidade com a temperatura foram determinados por regressão linear (ln viscosidade= f (1 I T)) e estão indicados na Figura 3.

Os coeficientes de conelação obtidos foram iguais ou superiores a 0,980. Os valores de

energia de ativação foram iguais a 72,6, 81,3 e 74,5 kJ/mol para os méis de urze,

rosmaninho e polifloral, respetivamente. Uma vez que esse parâmetro reflete a sensibilidade

da viscosidade às mudanças de temperatura [5,6], o mel de rosmaninho foi o que mostrou

ser mais sensível às variações de temperatura entre os três méis estudados por apresentar o

maior valor de Ea. As energias de ativação determinadas no presente trabalho foram

semelhantes às descritas por Lazaridou et al. (2004) para méis gregos (69,1-93,75 kJ/mol)

[ 5], Kayacier e Karaman (2008) para méis turcos ( 63,4-78,5 kJ/mol) [ 1] e Kabbani et al. (2011) para um mel de rosmaninho espanhol (64 kJ/mol) [4].

(5)

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112 Encontro de Química dos Alimentos

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• Mel de Ur:e Mel de Rosrr•ninho Mel Poliiloral

0.0035

Figura 3. Lei de Arrhenius para os três méis estudados.

4. CONCLUSÕES

Todos os méis estudados apresentaram um fluxo independente do tempo e a sua ma10na comportou-se como um Fluido Newtoniano. Apenas o mel de urze à temperatura de 50 °C e o

mel de rosmaninho à temperatura de 95

oc

demonstraram ter comportamento de um Fluido

Pseudoplástico. O mel de rosmaninho foi aquele que mostrou ser mais sensível à temperatura,

apresentando o valor mais elevado de Ea (81 ,3 kJ/mol).

Referências

[1] A Kayacier, S Karaman, J Texture Stud, 2008, 39, 17-27.

(2] I Cohen, D Weihs, J Food Eng, 2010, 100,366-371.

(3] Decreto-Lei n° 214/2003, de 18 de Setembro

[ 4] D Kabbani, F Sepu1cre, J Wedekind, J F ood Eng, 2011, 107, 173-178.

[5] A Lazaridou, CG Biliaderis, N Bacandritsos, AG Sabatini, J Food Eng, 2004, 64, 9-2 I.

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