Comocitaresteartigo:AyS,etal.Efetividadedokinesiotapingnadoreincapacidadenasíndromedolorosamiofascialcervical.RevBrasReumatol. w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r
REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
Artigo
original
Efetividade
do
kinesio
taping
na
dor
e
incapacidade
na
síndrome
dolorosa
miofascial
cervical
Saime
Ay
a,∗,
Hatice
Ecem
Konak
a,
Deniz
Evcik
be
Sibel
Kibar
aaDepartamentodeMedicinaFísicaeReabilitac¸ão,FaculdadedeMedicina,UfukUniversity,Ancara,Turquia
bDepartamentodeFisioterapiaeReabilitac¸ão,HaymanaVocationalHealthSchool,AnkaraUniversity,Ancara,Turquia
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem18dejunhode2015 Aceitoem20dedezembrode2015
On-lineemxxx
Palavras-chave:
Síndromedolorosamiofascial
Kinesiotaping
Incapacidade Dor
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Investigaraeficáciadokinesiotapingedotapingplacebosobreador,limiardedor àpressão,amplitudedemovimentocervicaleincapacidadeempacientescomsíndrome dolorosamiofascial(SDM)cervical.
Métodos:Ensaioclínicorandomizadoduplo-cegocontroladoporplacebo.Foramalocados emdoisgrupos,aleatoriamente,61pacientescomSDM.Ogrupo1(n=31)foitratadocom
kinesiotapingeogrupo2(n=30)foitratadocomtapingplacebocincovezesemintervalosde trêsdias,durante15dias.Alémdisso,todosospacientesforamsubmetidosaumprograma deexercíciosparaopescoc¸o.Ospacientesforamavaliadosemrelac¸ãoàdor,aolimiarde doràpressão,àamplitudedemovimentocervicaleàincapacidade.Adorfoiavaliadacoma escalavisualanalógica,olimiardedoràpressãofoimedidocomumalgômetroeaamplitude demovimentocervicalativafoimensuradacomagoniometria.Aincapacidadefoiavaliada comoNeckPainDisabilityScale.Asmensurac¸õesforamfeitasantesedepoisdotratamento.
Resultados: Nofimdotratamento,houvemelhoriaestatisticamentesignificativanador,no limiardedoràpressão,naamplitudedemovimentocervicalenaincapacidade(p<0,05) emambososgrupos.Tambémhouveumadiferenc¸aestatisticamentesignificativaentreos gruposemrelac¸ãoàdor,aolimiardedoràpressãoeàflexão-extensãocervical(p<0,05); nãohouvediferenc¸anarotac¸ãocervical,flexãolateralcervicaleincapacidade(p>0,05).
Conclusão:Okinesiotapinglevaàmelhorianador,nolimiardedoràpressãoenaamplitude demovimentocervical,masnãonaincapacidadeemumcurtoperíodo.Portanto,okinesio tapingpodeserusadocomoummétododeterapiaopcionalparaotratamentodepacientes comSDM.
©2016ElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:saimeay@yahoo.com(S.Ay).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2015.12.004
Comocitaresteartigo:AyS,etal.Efetividadedokinesiotapingnadoreincapacidadenasíndromedolorosamiofascialcervical.RevBrasReumatol.
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rev bras reumatol.2016;xxx(xx):xxx–xxxThe
effectiveness
of
kinesio
taping
on
pain
and
disabilty
in
cervical
myofascial
pain
syndrome
Keywords:
Myofascialpainsyndrome Kinesiotaping
Disability Pain
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: TheaimofthisstudywastoinvestigatetheeffectivenessofKinesioTapingand shamKinesioTapingonpain,pressurepaintreshold,cervicalrangeofmotion,anddisability incervicalmyofascialpainsyndromepatients(MPS).
Methods: Thisstudywasdesignedasarandomized,double-blindplacebocontrolledstudy. SixtyonepatientswithMPSwererandomlyassignedintotwogroups.Group1(n=31)were treatedwithkinesiotapingandgroup2(n=30)weretreatedshamtapingfivetimesby intervalsof3daysfor15days.Additionally,allpatientsweregivenneckexerciseprogram. Patientswereevaluatedaccordingtopain,pressurepaintreshold,cervicalrangeofmotion anddisability.PainwasassessedbyusingVisualAnalogScale,pressurepaintresholdwas measuredbyusinganalgometer,andactivecervicalrangeofmotionwasmeasuredby usinggoniometry.Disabilitywasassessedwiththeneckpaindisabilityindexdisability. Measurementsweretakenbeforeandafterthetreatment.
Results:Attheendofthetherapy,therewerestatisticallysignificantimprovementsonpain, pressurepaintreshold,cervicalrangeofmotion,anddisability(p<0.05)inbothgroups. Alsotherewasastatisticaldifferencebetweenthegroupsregardingpain,pressurepain treshold,cervicalflexion-extension(p<0.05);exceptcervicalrotation,cervicallateralflexion anddisability(p>0.05).
Conclusion: ThisstudyshowsthatKinesioTapingleadstoimprovementsonpain,pressure paintresholdandcervicalrangeofmotion,butnotdisabilityinshorttime.Therefore, Kine-sioTapingcanbeusedasanalternativetherapymethodinthetreatmentofpatientswith MPS.
©2016ElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Asíndromedolorosa miofascial(SDM)éumdosproblemas musculoesqueléticosmaiscomunseéumacausaimportante demorbidadeemadultos.ASDMéumacondic¸ão caracte-rizadapordorcrônicaeassociadaapontos-gatilhoemum ou mais músculos, bandas tensas, dor referida caracterís-ticaerespostadecontrac¸ãolocal.Ospacienteschegamaos servic¸osdesaúdecomdorlocaloureferida,fraqueza muscu-lar,rigidez,dificuldadedelocomoc¸ão,fraqueza,sensibilidade, disfunc¸õesautonômicaserespostadecontrac¸ãolocalno mús-culoafetado.1,2
AetiologiaexatadaSDMnãoétotalmentecompreendida; porconseguinte,otratamento éfocado emdiminuirador, melhoraraforc¸amusculareproporcionarumaboapostura. Osprogramasdeorientac¸ãoetreinamentodospacientes,os fármacosanti-inflamatóriosnãoesteroides(Aine),asinjec¸ões locais,afisioterapia,aacupunturaeprogramasdeexercícios sãoosmétodosdetratamentomaiscomuns.1
O kinesio taping (KT) tem sido cada vez mais usado em condic¸õesmusculoesqueléticaselesõesesportivas.Essa téc-nica foi desenvolvida no Japão por Kase e, recentemente, tornou-semuitopopularnotratamentodador.3,4Okinesiotape
éummaterialfino,leveeelástico,quenãorestringeo movi-mentoarticular.4,5Encontrou-sequeéeficaznadiminuic¸ão
da doredo espasmomuscular, noaumento da amplitude demovimento(ADM),namelhoriada circulac¸ãosanguínea elinfáticalocal,nareduc¸ãodoedema,nofortalecimentode
músculos enfraquecidos, no controle da instabilidade arti-cularenoalinhamentopostural.6–8Emboraosmecanismos
exatosdoKTnãosejamcompreendidos,mecanismosde feed-backsensório-motoreproprioceptivo,estímulosnociceptivos inibitórioseexcitatórioseacontenc¸ãomecânicaforam expli-cadoscomomecanismossubjacentes.4,6,7
Esteensaioclínicorandomizadoduplo-cegoecontrolado porplacebotevecomoobjetivocompararaeficáciadoKTedo
tapingplacebosobreador,olimiardedoràpressão,aADMe incapacidadeempacientescomSDM.
Material
e
métodos
Foramincluídosnoestudo73pacientes(50dosexofeminino, 23domasculino)encaminhadosaonossoambulatóriocom SDMcervicalqueenvolviaapartesuperiordopescoc¸oeo mús-culolevantadordaescápula.OdiagnósticodeSDMfoibaseado noscritériosdescritosporTravelleSimons(énecessárioque opacienteatendaanomínimocincocritériosprincipaiseum secundárioparaodiagnósticoclínico).9Oscritériosde
inclu-sãodospacientes foram:apresentar pelomenosumponto gatilhoativo nomúsculo levantadorda escápula,ter idade superiora18anoseterdurac¸ãodossintomasdepelomenos trêsmeses.Oscritériosdeexclusãoforamdiagnósticode sín-dromedafibromialgia,lesãodediscocervical,radiculopatia, mielopatia,injec¸ãorecenteemumpontogatilho,participac¸ão emumprogramadetratamentofísiconosúltimosseismeses,
Comocitaresteartigo:AyS,etal.Efetividadedokinesiotapingnadoreincapacidadenasíndromedolorosamiofascialcervical.RevBrasReumatol. Figura1–Técnicadekinesiotaping.
doenc¸asneurológicaseinflamatórias,gravidezouhistóriade cirurgianoombroenopescoc¸o.
Aseguir,foram feitosumexamefísico eaavaliac¸ãodo hemogramacompleto,davelocidadedehemossedimentac¸ão, daproteínaC-reativaedosmarcadoresbioquímicos.
Trata-sede umensaio clínicorandomizadoprospectivo, duplo-cegoecontrolado porplacebo. Antesdotratamento, todososparticipantesreceberaminformac¸õessobreoestudo eassinaramumtermodeconsentimentoinformado.Oestudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres HumanosdaUniversidadeUfuk.
Randomizac¸ão
Ospacientesforamaleatoriamentedistribuídosemdois gru-pos pelo método de envelopes numerados. Cartões com designac¸ãodosgrupos1e2foramcolocadosseparadamente em envelopes fechados; cada paciente escolhia aleatoria-menteumenvelopeeentregava-oaofisioterapeuta.Osdois médicosexaminadoreseopacienteeramcegos emrelac¸ão àalocac¸ãodetratamento.Somenteofisioterapeutaque apli-couaterapiaestavacientedoprocedimentoeoprofissional registrouosnomesdospacienteseseusgrupos.
Ogrupo1(n=31)foitratadocomkinesiotaping(KinesioTex ouro,2inx103.3ft)conformesugeridoporKaseetal.,porcinco vezes,comintervalosdetrêsdias, por15dias. Otapingfoi feitoporumfisioterapeutacertificadonessemétodo.A téc-nicausada foi a inibic¸ão do músculo,que foi descrita por Kase.Aplicou-seotapingaomúsculolevantadordaescápula. Oombroeradeprimidoeopescoc¸o,posicionadoemflexão lateralerotac¸ãoparaoladooposto.FoiusadaumafitaIde15 a20cmdecomprimento.Aaplicac¸ãoiniciavadoângulo supe-riordaescápula.Aporc¸ãoinicialdafitafoiesticadaaomáximo 4a5cme,emseguida,coladasobreaorigemdomúsculo,que estavaaoníveldosprocessostransversosda1aa4avértebras torácicassemestiramento5(fig.1).
Ogrupo2(n=30) foitratadocom otapingplacebocinco vezes,emintervalosdetrês dias, durante15dias. Otaping
placebofoifeitocomumafitaIdomesmomaterialempartes ineficazesdomúsculo,semtensão,comopescoc¸oemposic¸ão neutra(fig.2).
Figura2–Técnicadetapingplacebo.
Além disso, todos ospacientes foram submetidos aum programa de exercícios domiciliares que incluiu exercícios isométricos-isotônicosparao pescoc¸oeexercíciosde alon-gamentoparaosextensoresdascostastodososdias,durante duassemanas.
NãofoipermitidoousodeanalgésicosouAineduranteo processodetratamento.
Desfechosclínicos
Ospacientesforamavaliadosemrelac¸ãoàdor,aolimiarde doràpressão,àADMcervicaleàincapacidade.
Dor
Adorfoiavaliadacomaescalavisualanalógica(EVA,0-10cm; 0indicaausênciadedor,10indicadorintensa).
Limiardedoràpressão
Olimiardedoràpressão(LDP)nopontogatilhofoimedido comumalgômetro(algômetroCommander,JTECHMedical, Utah).Amedic¸ãofoifeitatrêsvezesefoiregistradaamédia dovalormédio.
Amplitudedemovimentocervical
AADMativadasarticulac¸õescervicais(flexão,extensão, fle-xão paraa direita-esquerdaerotac¸ão) foi medidacom um goniômetrocomopacientenaposic¸ãosentada.
Incapacidade
AincapacidadefoimedidacomaNeckPainDisabilityScale (NPDS).Aversãoturcadessaescalafoiconsideradaválidae confiável.Oquestionárioécompostopor20itensemedeos movimentosdopescoc¸o,aintensidadedador,osefeitodador cervicalsobrefatoresemocionaiseainterferêncianas ativi-dadesdevidadiária.Cadasec¸ãoépontuadaemumaescala declassificac¸ãode0a5eapontuac¸ãototalvariade0a100.10
Análiseestatística
Asmédiasedesvios-padrãoforamdadoscomo estatísticas descritivas. Todosos dadosdenormalidadeforam testados
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rev bras reumatol.2016;xxx(xx):xxx–xxx SDM (n = 73) Analisados (n = 31) Perda no seguimento (n = 5) Discordância com o tratamento no caso de 4 pacientes, reação alérgica em 1 pacienteGrupo 1 (n = 36)
Kinesio taping
Perda no seguimento (n = 7) Discordância com o tratamento no caso de 6 pacientes, reação alérgica em 1 paciente Grupo 2 (n= 37) Taping placebo Analisados (n = 30) Alocação Análise 2 semanas de seguimento Randomização
Figura3–Diagramaquemostraadistribuic¸ãodospacientesaolongodoensaioclínico.
comotestedeKolmogorov-Smirnov.Aanáliseperprotocolo foiusadaparaacomparac¸ãodosgruposdetratamento.Para determinaradiferenc¸apré epós-tratamentoparatodosos grupos,foiusadootestenãoparamétricodeWilcoxon.Para compararasdiferenc¸asentredois grupos,foiusadooteste
UdeMann-Whitney.Foiaceitoumníveldesignificânciade p<0,05.TodasasanálisesforamfeitascomoprogramaSPSS paraosoftwareWindows18.0.
Resultados
Foram incluídos no estudo 36 pacientes do grupo 1 (27 mulherese nove homens) e37 dogrupo 2 (30 mulhe-resesetehomens)comSDM.Apósarandomizac¸ão,quatro pacientesdogrupo1eseisdogrupo2desistiram,poisnão podiamparticiparregularmentedoprogramadeseguimento doestudo.Emseguida,umpacientedogrupo1eumdogrupo 2desistiramporcausadaocorrênciadereac¸ãoalérgica. Com-pletaramoestudo61pacientesenãoforamobservadosefeitos colaterais(fig.3).
Atabela1mostraaspropriedadesdemográficaseclínicas dosgrupos1e2.Não foram detectadasdiferenc¸as estatis-ticamentesignificativasentreosgruposnosvaloresiniciais (p>0,05),excetonoescoredaNPDS(p<0,05).
Osresultadosdohemogramacompleto,davelocidadede hemossedimentac¸ão,daproteínaC-reativaedosmarcadores bioquímicosestavamdentrodanormalidadeparaambosos grupos.
Tabela1–Característicasdemográficaseclínicasdos pacientes
Grupo1(n=31) Grupo2(n=30) p Idade(anos) 44,80±17,19 44,10±17,45 0,76
Sexo(feminino/masculino) 22/9 23/7 0,61
Durac¸ãodador(meses) 14,48±4,99 13,50±2,76 0,97
EVA 5,00±2,00 4,56±2,17 0,38
LDP(N) 61,29±8,92 61,73±5,35 0,61
NPDS 49,77±21,37 39,80±12,51 0,05a
EVA, escala visualanalógica; LDP(N), limiarde dor à pressão, Newton;NPDS,NeckPainDisabilityScale.
a p<0,05.
Depoisdeduassemanasdeseguimento,houvemelhoria estatisticamentesignificativaemambososgruposemrelac¸ão àEVA,LDP,ADMeNPDS(p<0,05)(tabela2).
Após otratamento,foramobservadasdiferenc¸as estatis-ticamente significativas na EVA, LDP e valores de flexão--extensãocervical(p<0,05)entreosgrupos.Noentanto,não foramencontradasdiferenc¸asnarotac¸ãocervical,flexão late-raleNPDS(p>0,05)(tabela2).
Discussão
Asíndromedolorosamiofascialéotranstorno osteomuscu-larmaiscomumenteencontradopormédicosfisiatras.Não háumprogramade tratamentopadrãoaceito paraaSDM.
Comocitaresteartigo:AyS,etal.Efetividadedokinesiotapingnadoreincapacidadenasíndromedolorosamiofascialcervical.RevBrasReumatol. Tabela2–Comparac¸ãodosparâmetrosdeavaliac¸ãoemambososgruposeentreosgrupos
Variável(independente)EVA Grupo1(n=31)
(média±DP) Grupo2(n=30) (média±DP) p Inicial 5,00±2,00 4,56±2,17 Pós-tratamento 2,35±1,99 3,93±1,96 0,004b p 0,000a 0,000a LDP Inicial 61,29±8,92 61,73±5,35 Pós-tratamento 78,09±7,18 71,43±10,25 0,003b p 0,000a 0,000a Flexãocervical Inicial 64,58±7,66 59,86±7,01 Pós-tratamento 71,90±7,54 64,86±6,79 0,001a p 0,000a 0,001a Extensãocervical Inicial 51,93±12,83 44,83±12,42 Pós-tratamento 55,96±13,63 47,20±14,21 0,015 p 0,007b 0,003b
Flexãolateraldireita
Inicial 39,64±13,77 33,83±5,52
Pós-tratamento 42,61±14,78 35,93±5,80 0,357
p 0,001a 0,003b
Flexãolateralesquerda
Inicial 40,93±14,4 33,83±5,52 Pós-tratamento 43,90±14,94 42,43±17,97 0,390 p 0,000a 0,001a Rotac¸ãodireita Inicial 60,58±11,58 61,36±12,31 Pós-tratamento 64,74±11,04 63,60±9,55 0,348 p 0,001a 0,006b Rotac¸ãoesquerda Inicial 63,09±12,43 67,53±8,24 Pós-tratamento 66,83±13,01 67,93±7,97 0,907 p 0,001a 0,10 NPDS Inicial 49,77±21,37 39,80±12,51 Pós-tratamento 35,67±20,27 36,10±12,16 0,558 p 0,000a 0,000a
EVA,escalavisualanalógica;LDP,limiardedoràpressão;NPDS,NeckPainDisabilityScale;DP,desviopadrão. a p<0,001.
b p<0,05.
OpontoprincipalnotratamentodaSDMéforneceralívioda dornospontosgatilho,melhoraraincapacidadeeaumentar omovimentocervical.1,2Okinesiotapingéumatécnica
opcio-nalnovausadanaSDM.3,4Esteestudofoiplanejadocomoum
ensaioclínico randomizadoduplo-cegocontrolado por pla-ceboemquefoi avaliadaa eficáciadométodoKT etaping
placebosobre ador, LDP, ADM dasarticulac¸ões cervicais e incapacidadenotratamentodaSDM.Depoisdeduassemanas detratamento,todososparâmetrosdeavaliac¸ãomostraram melhoriaestatisticamentesignificativaemambososgrupos KTetapingplacebo.Houvediferenc¸aestatisticamente signifi-cativaentreosgruposemrelac¸ãoàEVA,LDPeflexão-extensão cervical,masnãonarotac¸ãocervical,flexãolateralcervicale escorenaNPDS.
Embora haja uma grande quantidade de estudos na literaturasobreoefeitodotapingemlesõesdosistema mus-culoesqueléticoeesportivas,háumaquantidadelimitadade
ensaiosclínicosrandomizadosecontroladosnaSDM.3,11,12No
entanto,nãoháensaioclínicorandomizadoduplo-cego con-troladoporplaceboqueavalieaeficáciadoKTnador, LDP, ADMdasarticulac¸õescervicaiseincapacidadenotratamento daSDM.UmestudodecasosugeriuqueoKTpodeser bené-ficoparaotratamentodeumpacientecomdornoombrode origemmiofascial.Elesobservaramumamelhoria significa-tivanostestesfuncionaisdeamplitudedemovimentoativa doombroenãohouvealterac¸ãonaEVA.13Emumensaio
clí-nicorandomizadoduplo-cegofeitoem50pacientescomSDM, aeficiênciadoKTfoicomparadacomadoagulhamentosecoe foiobservadadiminuic¸ãosignificativanador,LDPe incapaci-dade.OsautoresmostraramqueoKTfoipelomenostãoeficaz quanto oagulhamento seconotratamento da SDM.14
Her-nandezetal.compararamaeficáciadoKTedamanipulac¸ão cervicaletrustnadorcervicalmecânicade36pacientes;eles observaramqueoKTouamanipulac¸ãocervicaletrustlevam
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rev bras reumatol.2016;xxx(xx):xxx–xxxauma reduc¸ão semelhantena gravidade da dor, incapaci-dadeeaumentonaADM.15 EmboraGonzalezetal.tenham
encontradoumamelhorianadoreADM depacientescom lesõescervicais agudas com oKT, essas forampequenas e nãosignificativasclinicamente.8Nopresenteestudo,ogrupo
KTmostrou melhoriaestatisticamentesignificativanaEVA, LDP, ADM eNPDS. Emboratenha sido observadamelhoria estatisticamentesignificativanador, LDPeflexão-extensão cervical em comparac¸ão com o grupo placebo, não houve alterac¸ãonarotac¸ãoeflexãolateralcervicalnemnosescores daNPDS.
Váriasteoriastêmsidopropostasparaexplicaros meca-nismosdoKT,incluindomelhorarapropriocepc¸ão,melhorar mecanorreceptorescutâneos,melhoraracirculac¸ão sanguí-nea e linfática, reduzir a intensidade da dor, realinhar as articulac¸ões, auxiliarno alinhamentoposturalerelaxar os músculos acionados em excesso.4,7,11 Como resultado do KT, observou-seque ador, o LDP, aADM easmedidas de incapacidade mostraram melhoria estatisticamente signifi-cativanogrupoKT.Aestimulac¸ãodomecanismodeteoria das comportasresultounadiminuic¸ão da dorpormeio do aumentonofeedbackaferenteencontradonapele.Outra teo-ria sugereque amelhoria na ADM ena dor é decorrente deumaumentonomecanismodefeedbackproprioceptivoe facilitac¸ãomuscular.4,7,8,11
Oestudo de Thelenet al. encontrou queo KT melhora aamplitudedemovimentolivrededordoombro,massem efeitosobreadoroufunc¸ão.TambémobservouqueoKTea manipulac¸ãoetrustcervicalreduzemaincapacidade.16Uma
sériedeensaiosclínicospublicadossugerequeoKTpodeser benéficonotratamentodasíndromedolorosapatelo-femoral, síndromedo impacto doombro, espasticidade de membro inferiorereabilitac¸ãoposturalnadoenc¸adeParkinson.6,7,17,18 AlgumasrevisõessistemáticasavaliaramoefeitodoKTem condic¸õesmusculoesqueléticasediferentestranstornos clí-nicos.EssesensaiosclínicosrandomizadoscompararamoKT comotapingplaceboououtrasintervenc¸ões.Osresultados dasrevisõessugeremqueoKTnãoinduziuabenefício sig-nificativo ouqueo seuefeito foi pequenodemaispara ser relevantenapráticaclínica.Noentanto,essesensaios clíni-coseramdequalidadebaixaamoderada,estudaramamostras pequenasetinhamperíodosdeseguimentomuitocurtos.4,7,8
Adiferenc¸amaisimportantedopresenteestudofoiteruma amostramaioreterumametodologiadeensaioclínico ran-domizadoduplo-cegocontroladoporplacebo.
Arestric¸ão da ADMcervical ocorreuprincipalmente em razão do espasmo muscular na SDM. Estudos mostraram melhoria nos valores de ADM após o KT.8,15 No presente
estudo,obteve-seumaumentosignificativoemduas sema-nasnaADMcervicaldeambososgrupos.Emboratenhasido observadamelhoriaestatisticamentesignificativana flexão--extensão cervical em comparac¸ão com o grupo placebo, nãohouve alterac¸ão narotac¸ão eflexão lateral cervical.O aumentona ADMcervical podeserdecorrente da reduc¸ão nosespasmosmuscularescervicaisdospacientesoudo pro-grama de exercícios aplicado aos pacientes. No presente estudo, todos os pacientes foram submetidos a um pro-gramadeexercíciosdomiciliaresefoiobservadamelhoriana ADMcervicaldeambosos grupos.Alimitac¸ãodopresente estudofoinãoterumgrupoquefezapenasexercícios,que
poderiasercomparadoaosgruposKTetapingplacebo.Além disso,investigaram-seapenasosresultadosemcurtoprazo doKT.
Emconclusão,oKTéummétodonãoinvasivoeindolor quetempoucosefeitoscolateraiseébemtolerado,temsido usadonaSDM.EsteestudomostraqueoKTresultaem melho-rianador,LDPeADM,masnãonaincapacidadeemcurto prazo. Portanto,oKT podeserusado comoum métodode terapia opcionalpara otratamentode pacientescomSDM. Contudo,sãonecessáriasmaispesquisasparadeterminaros efeitosclínicoseemlongoprazodatécnicakinesiotaping.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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