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Caracterização química do óleo de palma de São Tomé e Príncipe

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12° Encontro de Química dos Alimentos

Composição Química, Estrutura e Funcionalidade:

A Ponte Entre Alimentos Novos e Tradicionais

12th Meeting on Food Chemistry

Bridging Traditional and Novel Foods:

Composition, Structure and Functionality

Extended Abstracts

Sociedade Portuguesa de Química

Divisão de Química Alimentar

nstituto Superior de Agronomia

10 a 12 de Setembro de 2014

^

SUPERIOR D

1 N S Í 11 U T O

AGRONOMIA

(2)

Título

12° Encontro de Química dos Alimentos

Composição Química, Estrutura e Funcionalidade: A Ponte Entre Alimentos Novos e Tradicionais

12th Meeting on Food Chemistry

Bridging Traditional and Novel Foods: Composition, Structure and Functionality

Editores/Coordenção

Isabel Sousa

Anabela Raymundo

Catarina Prista

Vítor Alves

Edição

Sodedade Portuguesa de Química

ISBN

978-989-98541-6-1

Setembro 2014

Esta publicação reúne as actas enviadas referentes às comunicações apresentadas no 12° Encontro

de Química dos Alimentos. Todas as comunicações foram avaliadas pela Comissão Científica do

(3)

12° Encontro de Química dos Alimentos

Caracterização química do óleo de palma de São Tomé e Príncipe

Nuno Rodrisue^, Antónia Santos Netoa'b, Elsa Ramalhosà1, Suscma CcisaF*, José Alberto

Pereira"*

a Centro de Invesügação de Montairiia (CB40), Escola Superior Agraria, Instituto Politécnico de Bragança,

Campus Sta Apolóida, Apt. 1172, 5301-855 Bragança, Portugal.

b CIAT / Insütuto Superior PoUtécnico de São Tomé. São Tomé e Príncipe.

; REQUIMTE/Laboratório

de Bromatologia e Hidrologia, Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Rua

de Jorge Viteibo Ferrcüa no228 4050-313 Porto

* sucasal@ff. up. pt; jpereira@ipb. pt

Palavras chave: Óleo

de Palma, ácidos gordos, tocoferóis, resistência à oxidação

RESUMO

O óleo de palma, proveniente do fmto da palmeira do dendém, Elaeis guineensís Jacq., é um

dos óleos vegetais mais consumidos e apreciados em São Tomé e Príncipe, sendo um

ingrediente sempre presente nos pratos tradicionais. Neste sentido, com o presente trabalho

pretendeu-se contribuir para a caraterização do óleo de palma extraído da palmeira do

dendém, obtido de forma tradicional em São Tomé e Príncipe, no que respeita à sua

composição química e resistência à oxidação. Para tal, recolheram-se 24 amostras de óleo de

palma bmto provenientes de diferentes zonas da ilha de São Tomé, que foram caracterizadas

em termos de composição química (composição em ácidos gordos, tocoferóis e carotenoides),

e resistência à oxidação pelo método Rancimat.

Nos resultados obtidos verificou-se que as amostras de óleo de palma avaliadas são

maioritariamente constituídas por dois ácidos gordos em proporções muito semelhantes,

nomeadamente o ácido palmítico (C16:0) (entre 36,4 e 42,3%), e o ácido oleico (C18: l) (entre

35, 1 e 42,4%) seguidos pelo ácido linoleico (C18:2) e esteárico (C18:0).

O óleo de palma de São Tomé e Príncipe demonstrou ser uma fonte de antioxidantes naturais

nomeadamente tocoferóis, tendo sido detetados e quantificados oa. P, ye ô tocoferol e a, P e

y-tocotrienol, num teor total a variar entre 978 e 2791 e mg/kg; e carotenóides, com valores

médios a rondar os 600 mg/kg de óleo. Apresentou também apreciável resistência à oxidação,

com o valor máximo obtido de 9,39 horas. Em conclusão, com este trabalho pretendeu-se

fazer uma caraterização do óleo de palma de São Tomé e Príncipe o que é o primeiro passo

para um estudo mais aprofundado sobre esta matriz com vista à sua valorização.

l. INTRODUÇÃO

Em São Tomé e Príncipe, a produção e o consumo de óleo de palma, proveniente dos fmtos

da palmeira de dendém, Ekieis guineensis Jacq., constiUii uma prática enraizada no tempo.

Este óleo é obtido de forma tradicional. Numa primeira fase, após corte dos cachos e destaque

dos bagos, estes são colocados em tambores, que são cobertos com folhas de gligõ (Morinda

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lúcida Benth) e folhas e caules de bananeira (Musa spp. ), cobertos com água, e cozidos

durante duas horas. Posteriormente, os bagos são arrefecidos à temperatura ambiente, e

esmagados num lagar com os pés até obter uma massa pastosa constituída por fibras,

sementes e óleo bruto, ocorrendo separação do óleo das restantes partes pela adição de água.

O óleo obtido é levado ao lume em diferentes fases para melhor separação das partículas

sólidas (borra) e evaporação da água. Após arrefecimento à temperatura ambiente, o óleo é

embalado e expedido para consumo.

O presente trabalho tem como prinripal objetivo o de contribuir para uma primeira

caracterização do óleo de palma extraído tradicionalmente em São Tomé e Príncipe no que

respeita a alguns parâmetros da sua composição e resistência à oxidação, garantindo assim a

sua qualidade, autenticidade e promovendo a sua valorização.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2. 1. Amostragem e extração dos óleos

Foram recolhidas 24 amostras de óleo de palma, exti-aídas de forma artesanal, provenientes de

diferentes localidades da ilha de São Tomé.

2.2. Ácidos gordos

Os ésteres metílicos de ácidos gordos foram obtidos por hidrólise com uma solução

metanólica de KOH (llg/L), esterifícação com BFs/MeOH e extracção com n-heptano. Os

ácidos gordos foram analisados por cromatografia gasosa (Chrompack, modelo CP-9001),

utilizando uma coluna CP Sil-88 e um detetor de ionização de chama (FD3). A identificação

dos picos cromatográficos foi efetuada por comparação do tempo de retenção dos picos da

amostra com uma mistura padrão de 37 ésteres metílicos de ácidos gordos (Supelco-37

FAMEMix).

2. 3 Vitamina E

Uma porção lipídica foi adicionada do padrão interno tocol (Matreya, EUA) e diluída em

hexano. Os tocoferóis (a, |3, y, ô) e tocotrienóis (a, P, y, 5) foram determinados por

cromatografia líquida de alta resolução (HPLC) (marca Jasco, modelo FP2020 Plus). A

deteção foi efetuada por especü-ofotometria de fluorescência nos comprimentos de onda de

290 nm (excitação) e 330 mn (emissão) após separação numa coluna de sílica da Supelcosil

LC-SI (250 x 4. 6 mm, Supelco) com uma fase móvel de hexano:dioxano (97:3, v/v), à

temperatura ambiente.

2. 4 Estabilidade oxidativa pelo método do Rancimat

A estabilidade à oxidação foi avaliada pelo método de condutividade (Rancimat 743,

M:ethrom Ltd., Suíça). O processo que consiste em fazer borbulhar uma corrente de ar,

filtrada, limpa e seca (20 L/h) através de uma toma de amosti-a (3,0 g) aquecida a 120±1,6 °C

(5)

12° Encontro de Química dos Alimentos

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A composição em ácidos gordos maioritários das 24 amostras avaliadas de óleo de palma

encontra-se na tabela l. De acordo com os dados obtidos verifica-se que os dois ácidos gordos

maioritários, em proporções muito semelhantes, foram o ácido palmítico (C 16:0), que variou

entre 36,4 e 42,3%, e o ácido oleico (C18.-1), cujos teores nas amostras estiveram

compreendidos entre os 35, 1 e os 42, 4%. Dos restantes ácidos gordos e por ordem de

importância, surgem o ácido linoleico (C 18:2), a variar entre os 12,2 e os 17,6% e o ácido

esteárico (C 18:0), com valores compreendidos entre os 4, 1 e os 8,2%. Neste parâmetro, em

algumas amostras, os valores obtidos enconti-avam-se fora dos estipulados para este óleo, no

que respeita aos teores em ácidos linoleico e linolénico, com valores superiores ao

regulamentado.

O teor total de vitamina E, variou entre 978 e 2791 mg/kg de óleo, tendo sido detetados e

quantificados a, P e y- tocoferol; d, P e y tocotrienol e ô-tocoferol. Na generalidade das

amostras o a-tocotrienol y-tocotrienol foram os mais abundantes. O teor em carotenoides nas

amostras em estudo, quantificado como P-caroteno, variou entre um mínimo de 430 mg/kg de

óleo e o máximo de 812 mg/kg, com um teor médio em carotenoides no total das amostras de

598±101 mg/kg de óleo, é de notar que em algumas amostras os valores detetados são

inferiores ao referido para este óleo.

No que respeita á resistência à oxidação, os valores oscilaram entre as 1, 17 e as 9,39 horas. Os

valores apresentados são variáveis mas no geral indicativos de uma aceitável resistência à

oxidação, o que em condições de armazenamento pode indicar um período de grande

validade. Indicam igualmente prováveis diferenças na metodologia artesanal de obtenção dos

mesmos, com alguma perda potencial de componentes bioativos que poderá ser interessante

identificar.

4. CONCLUSÕES

O óleo de palma é um dos óleos mais utilizados na preparação de pratos tradicionais da

gastronomia São Tomense. De uma maneira geral podemos concluir que as amostras

avaliadas se encontram dentro dos parâmetros de qualidade e composição internacionalmente

conhecidos para este tipo de óleo usado na alimentação humana. Apesar da grande

variabilidade detetada na composição dos diferentes óleos, verifica-se na sua generalidade

cumprem o estipulado no CODEX Stan 210 [l], o que é facilitador para o caso de se

pretender comercializar o óleo de palma de São Tomé a nível internacional.

Agradecimentos

POCTEP - Programa Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal o apoio financeiro através do

Projeto "RED/AGROTEC - Red transfi-onteriza Espafia Portugal de experimenlación y transferencia

para el desarrollo dei sector agropecuario y agroindustrial"

(6)

Referências

[l] Codex Stan 210 Codex Standard for named vegetable oils, 1999.

Tabela l. Coinposiçao em ácidos gordos maioritários (expressa em %). composição em tocoferóis. tocotrieuóis e teor total de vitaiuiua E

(expressa ein in.e/kg) e resistência à oxidação (li) preseiltes em aino.stras de óleo de paüiia de São ïuiué e Piüicipe

Cl li:» C18:« CU:1 C18:2 g-locoferoï a-tccotricnol Y-rocotrienol S-tacoïrleaol Tbtalvlramlna E Resistência à oxidação (h)

l l 3 4 ;; 6 7 8 D 10 11 12 13 u l? 16 17 l» I» 2t 11 22 23 24 37, 76±6,56 4Í301C31 3».02tí. OO 3B87d, 2i 4Ci..i8.kO,-l l .lï. do. i.o. io ^0, 04*0.2U ^I.UtO.IO 39.a4*0.2( 10. 74±0, 84 40,3!*0.4« 37.8Srf.4i 38. 5;d. ?l 38, <Md. l3 38. >0*0. -1( 40.57*0,21 3880*0, -17 36, 40*3, 61 3«51*1. 7( 37.40*0. 18 39. 0;*0, -14 3C, 95*11,20 UW±l,s4 4221*3. 70 3.34±0.15 5.08UI.' 5J7±0,.14 4.41*003 4.07±00; 4.30.t(i03 4.94tCi!)2 4.89*0.11 5.55*0,03 5. 16±0.43 4.37*0. 87 i.9-)tl. ll »,04*2,3i 4. 88*0. 12 3. 88*0. 03 5, lta0, 13 ». 85t]. 53 i,3-l*0, II ;, 43*0»S 8. ;5*0. 15 4.!M*0.0; (,<i:*1.69 S,35ttl..l8 5.33t[1. 45 40. 3fa5,44 31>, IS.t<l. lS 39. 76*2,62 39, 3;ri), 20 3'). 4Sï0. 33 37. 9U1. 2S 39.21»tl. l7 36, <0d). 12 39, y«o, iis 38.0fel.l4 39, S4*1,OE] », 20>0.21 Í7. 05.3. 54 i7. 9M, 02 38, 28-(). -12 3i. l4dl. 3C 31, 43a0. 33 3?, 48sl, 17 38, 4(. 1, 61 38, 18*0. 36 .10.97.0. 11 4:,37-3. 75 38. 0fc3.3i 37. 72s:3,7S i-rjitO.jB I4.;S±0,Oi l;. 92±0, 6i ISfltOW 13,li7*0,;0 li, 13±0, 13 13, 17*0, 05 ]-1, ?4*0,OS 13. 53±0, 01i I4. 1ih0. 14 14. 06*0, 32 I6, 5;*l, 12 K?:*],»? 16, 51)*0.1)(i 15, 56*0. 17 17,3&l:0, 13 I3.33±I.O? 17.62*4. 11 1-1, 30*1, 5« 13. 73*0. 08 13.79*0,35 l:. :<i*].74 13, 2'*0. (« 12.36±0,S6 :.60.fc43.6 571.3*178.7 677,.1*}7.4 817.8*1^.4 382. ;t0,6 463.4*87.8 717,.!*1M,I 753, 7=13.5 701, fe;;.9 823. 2*1. 11.3 sa. iho.a 51P.fe56.0 5W, ;^W5 47S.O.C6.8 W.. hW m, hss 397, 7=38,5 I06.4±6,!> 1"1,)*[1.^ 179. 4*».; I15. !>*1>.5 133.5>53.l w. s. n.s 120, 0±tíJ 4i(l,I±14.0 44:. -1*66J 37i^t;0,5 ii3 9-6.6 338. 1Í. O.} i21.8±;l? 31i9, l*89.P 11;:, 8«M,1 3P7, 1*1S,7 .107.9*70.1 346.4d).4 344.«d6,2 . l'M.«.t«OS ;(i5,Sdl.5 l!)». 8ri3 l 34. 8*1.8 327.9*29.3 ;0:,S±48,.l . <13. 3. 1,1 M4, 5»0.8 168. 8x1,9 185. 7*70,0 I8?. 9t75,6 ;48. 7tl03.(i . ;:S?. El-1.7 4i77»tíf.O 4.1S,21s22I,0 MS'i.11,0 4Q0. 9±4,0 Ó60,4»l[1.5 403,0*9,9 061, 1=23,0 .iï8, fc23,i .njfi.í! 338, 1*1.0 505, 3±5.I) 477 ?*] 6 3<?. 9*5,0 33?. 0*4..' 47S, 0±0.6 318.0*4.1) 732, t±lS7J 111;, 3*0° 10tí, !>*5. -l 926, 0*7,5 864. 5*336,2 t^i. 7*14!l,8 8}tl. 8*23!>,3 l;8.!fe;,7 10;. ltí5,-1:5,8=9.0 64, 3147 103. 7.7..1 2;?.7dj.l g6, 0±I9,C ;08. 5ri4,l I32, 8*U,Ï I40.itíl,l li», 5=(l,^ 69, at2a,« 14ft«.tl;7 12-1, 5^140 118, 1*176 145.4s0.1 I;7. 8tí00 ]il3, 7t33,6 11>, -'»1,; 117.1W.1 70, 4*0.( (S8.5*1.8 Itlil, <*;3,7 10;. i±13 8 1118 1582 1651 1«76 IW HC9 1SS2 279] 17<1 188: im 1546 ]64f 1.MIS Ç78 1081 1231 1327 1780 17°3

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9.39

Referencias

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