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Internacionalização da educação superior: O Programa Ciência sem Fronteiras no Curso Engenharia Elétrica da UFPB

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – MESTRADO PROFISSIONAL. JOÃO DE SOUSA BANDEIRA. INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: O Programa Ciência sem Fronteiras no Curso Engenharia Elétrica da UFPB. JOÃO PESSOA. 2018.

(2) JOÃO DE SOUSA BANDEIRA. INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: O Programa Ciência sem Fronteiras no Curso Engenharia Elétrica da UFPB. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Gestão e Avaliação da Educação Superior - Mestrado Profissional - do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre. Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Edineide Jezine Mesquita Araújo. JOÃO PESSOA 2018.

(3) Catalogação na publicação Seção de Catalogação e Classificação B214i Bandeira, Joao de Sousa. Internacionalização da Educação Superior:o Programa Ciência sem Fronteira no Curso de Engenharia Elétrica da UFPB / Joao de Sousa Bandeira. - João Pessoa, 2018. 141 f. : il. Orientação: Edineide Jezine Mesquita Araújo. Dissertação (Mestrado) - UFPB/CE. 1. Internacionalização. 2. Educação Superior. 3. Mobilidade Estudantil. 4. Ciência sem Fronteiras. I. Araújo, Edineide Jezine Mesquita. II. Título. UFPB/BC.

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(5) DEDICATÓRIA. Ao meu pai Hildo Bandeira (in memoriam) Ao meu irmão Hildo de Sousa Bandeira (in memoriam) À minha mãe Severina À minha filha Mylena Bandeira À minha esposa Maria do Socorro À minha sobrinha Aline e minha irmã Ana À toda família Sousa À toda família Bandeira..

(6) AGRADECIMENTOS. À Deus pela saúde e disposição para lutar em busca desta conquista. Aos meus colegas de curso, pelo incentivo e trocas de conhecimentos. Ao corpo docente do Programa de Mestrado Profissional em Políticas Públicas, Gestão e Avaliação do Ensino Superior – MPPGAV, pela dedicação e compromisso ao longo do curso. Ao Professor Dr. Damião de Lima pelo início da orientação para a dissertação. À Professora Dr.ª Marisete Fernandes de Lima, pelo acolhimento no meio do processo de desenvolvimento da dissertação. À Professora Dr.ª Maria Ivete Martins Correia, pelo acolhimento no meio do processo de desenvolvimento da dissertação. À Professora Dr.ª Edineide Jezine Mesquita Araújo pelo acolhimento no final do processo de desenvolvimento da dissertação. Ao MPPGAV da UFPB, pela oportunidade de realização do curso. Aos colegas de trabalho do DEE/CEAR/UFPB..

(7) RESUMO. O presente estudo teve como objeto de investigação o Programa Ciência sem Fronteiras, com o foco na área tecnológica, no curso de Engenharia Elétrica, que pertence ao Centro de Energias Alternativas e Renováveis da UFPB. A temática situa-se no processo de internacionalização da educação superior, um fenômeno atual em diversos países em todo mundo, em que o fluxo estudantil entre as nações centrais e periféricas é crescente com perspectivas de ser ampliado no futuro. A mobilidade estudantil internacional no Brasil que se materializou através de uma política pública de intercâmbio, em que o governo brasileiro diante da necessidade de melhorar a formação dos nossos profissionais em nível de graduação e pós-graduação do Brasil, criou em 2011 o Programa Ciência sem Fronteiras com o objetivo de melhorar internacionalmente a condição do Brasil no que diz respeito à Ciência e Tecnologia, para isso, priorizou o fortalecimento da indústria e da pesquisa por meio da capacitação de recursos humanos qualificados, especificamente nas áreas estratégicas voltadas para à indústria, visando ao crescimento econômico do país. Nessa perspectiva, o objetivo geral da pesquisa foi analisar a contribuição do Programa Ciência sem Fronteiras para formação acadêmica e profissional dos estudantes de graduação do curso de Engenharia Elétrica da UFPB. No percurso metodológico fizemos a opção por uma abordagem de cunho qualitativo, de caráter descritivo e interpretativo, e como procedimento da pesquisa adotado, o levantamento bibliográfico e a análise documental. O estudo de caso aplicado à pesquisa teve como sujeitos os 21 estudantes egressos do Programa Ciência sem Fronteiras do curso de Engenharia Elétrica da UFPB. Os resultados da pesquisa foram coerentes com os objetivos traçados, foi possível observar às seguintes contribuições: No campo pessoal, o aprendizado de novo idioma em nível de fluência e vivência com outra cultura; na esfera acadêmica, estar em contato com novas metodologias de ensino, cursar disciplinas não ofertadas no seu curso de origem e acesso aos laboratórios com recursos tecnológicos; e, no lado profissional, a oportunidade de estágios em empresas estrangeiras durante o intercâmbio. O Programa Ciência sem Fronteiras no âmbito desse estudo cumpriu os objetivos planejados pelo governo federal em melhorar o nível de formação dos estudantes brasileiros. Palavras-chave: Internacionalização, Educação Superior, Mobilidade Estudantil, Ciência sem Fronteiras..

(8) ABSTRACT. The present study had as object of investigation the Science without Frontiers Program, with focus on the technological area, in the Electrical Engineering course, that belongs to the Center of Alternative and Renewable Energies of the UFPB. The theme is in the process of internationalization of higher education, a current phenomenon in several countries around the world, in which the student flow between the central and peripheral nations is growing with prospects of being expanded in the future. The international student mobility in Brazil that materialized through a public exchange policy, in which the Brazilian government faced with the need to improve the training of our professionals at the undergraduate and postgraduate levels of Brazil, created in 2011 the Science Program without Frontiers with the objective of improving Brazil's position on science and technology internationally, for this purpose, prioritized the strengthening of industry and research through the training of qualified human resources, specifically in the strategic areas aimed at industry, aiming at to the country's economic growth. In this perspective, the general objective of the research was to analyze the contribution of the Science without Frontiers Program for the academic and professional training of undergraduate students of the Electrical Engineering course of the UFPB. In the methodological course we made the option of a qualitative approach, of a descriptive and interpretative character, and as a procedure of the adopted research, the bibliographical survey and the documentary analysis. The case study applied to the research had as subjects the 21 students graduated from the Science without Borders Program of the Electrical Engineering course of the UFPB. The results of the research were consistent with the objectives outlined, it was possible to observe the following contributions: In the personal field, the learning of new language in level of fluency and experience with another culture; in the academic sphere, to be in contact with new teaching methodologies, to study subjects not offered in their course of origin and to access laboratories with technological resources; and, on the professional side, the opportunity of internships in foreign companies during the exchange. The Science without Borders Program within the scope of this study fulfilled the objectives planned by the federal government in improving the level of training of Brazilian students. Keywords: Internationalization, Higher Education, Student Mobility, Science without Borders..

(9) LISTA DE FIGURAS. Figura 1 - Evolução da produção científica e tecnológica do Brasil (%): (1999 a 2011) ........ 58 Figura 2 - Número de pedidos de registro de marca (% do total mundial).(1995-2011) ......... 59 Figura 3 - Gastos em Pesquisa e Desenvolvimento (% do PIB) (2000-2011) ......................... 60 Figura 4 - Distribuição das bolsas de Graduação Sanduíche por região. - Brasil 2012-2016 .. 72 Figura 5 - Idade no momento que participou do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ................................................................................................................................ 83 Figura 6– Gênero dos egressos do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. .................................................................................................................................................. 83 Figura 7 - Faixa salarial da família dos egressos do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ..................................................................................................................... 84 Figura 8 - Tipo de rede de ensino onde cursou o ensino médio egressos do CsF. Estudantes de Engenharia elétrica UFPB 2012-2016. ..................................................................................... 84 Figura 9 - Período/semestre que estava cursando quando foi para intercambio do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ............................................................. 86 Figura 10 - Participação em projetos antes do intercâmbio do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ....................................................................................................... 87 Figura 11 - Bolsistas do Curso Engenharia elétrica UFPB 2012-2016 .................................... 89 Figura 12 - Nível de domínio do idioma do país onde você participou ANTES do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ............................................................. 89 Figura 13 - Nível de domínio do idioma do país onde você participou DEPOIS do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ............................................................. 90 Figura 14 - Pretensões acadêmicas e profissionais após CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ....................................................................................................... 91 Figura 15 - Nível de aprendizado teórico e prático adquirido por meio do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. .................................................................................... 93 Figura 16 - Experiências vivenciadas no CsF além das atividades curriculares. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. .................................................................................... 96 Figura 17 - Capacidade de contribuir para o avanço da ciência e tecnologia brasileira. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ............................................................. 97 Figura 18 - Avaliação sobre o tempo de duração de 12 meses do intercâmbio do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ........................................................... 104 Figura 19 - Avaliação sobre a biblioteca da universidade de destino. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ..................................................................................................... 104 Figura 20 - Contribuições para o curso de Engenharia Elétrica da UFPB. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. .................................................................................. 105 Figura 21 - Questionamento sobre “Disseminou o conhecimento obtido”. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. .................................................................................. 106 Figura 22 - Avaliação sobre a instituição de destino. (Universidade Estrangeira). Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ............................................................................. 107 Figura 23 - Avaliação sobre o curso de Engenharia Elétrica da UFPB. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. .................................................................................. 108.

(10) LISTA DE QUADROS. Quadro 1 - Aspectos da Globalização. ..................................................................................... 29 Quadro 2 - Fases da internacionalização da educação superior no Brasil. ............................... 48 Quadro 3 - Modalidades contempladas no Programa Ciência sem Fronteiras/Brasil (20122016) ......................................................................................................................................... 68 Quadro 4 - Período no qual esteve no intercâmbio. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. ................................................................................................................................ 85 Quadro 5 - País e universidade no qual foi realizado o intercâmbio do CsF. Estudantes de Engenharia Elétrica UFPB 2012-2016. .................................................................................... 87 Quadro 6 - Respostas para a Pergunta 14. .............................................................................. 133 Quadro 7 - Respostas para a Pergunta 14. .............................................................................. 134 Quadro 8 - Respostas para a Pergunta 21. .............................................................................. 135 Quadro 9 - Sugestões metodológicas dos alunos.................................................................... 136 Quadro 10 - Críticas construtivas ou negativas ao Programa CsF. ........................................ 137.

(11) LISTA DE TABELAS. Tabela 1 - Distribuição dos estudantes internacionais por região de recepção (2004-2010). .. 42 Tabela 2 - Distribuição internacional dos estudantes por país de origem. 2008-2010 ............. 43 Tabela 3 - Evolução dos estudantes estrangeiros nos Estados Unidos (1954-2007). ............... 45 Tabela 4 - Publicações Científicas (1995 – 2011). ................................................................... 55 Tabela 5 - Patentes Triádicas (1999 – 2011). ........................................................................... 57 Tabela 6- Metas iniciais previstas para a distribuição de bolsas no Brasil (2012-2015).......... 66 Tabela 7 - Bolsas implementadas por modalidade - Brasil (2012-2016) ................................. 71 Tabela 8 - Comparativo entre as metas iniciais e os resultados de janeiro de 2016 do CsF. – Brasil 2012-2016 ...................................................................................................................... 71 Tabela 9 - Bolsas implementadas por estado brasileiro (posição/números de bolsas). 20122016 .......................................................................................................................................... 73 Tabela 10 - Países de destino para todas as modalidades dos estudantes. Brasil 2012-2016 ... 74 Tabela 11- Quantidade de bolsas implantadas no Brasil por área prioritária. 2012 - 2016...... 75 Tabela 12 - Bolsas implementadas por modalidades nos estados do Nordeste brasileiro. 2012 2016 .......................................................................................................................................... 75 Tabela 13 - Bolsas implementadas por modalidades nas instituições de ES da Paraíba. 20122016 .......................................................................................................................................... 76 Tabela 14 - Bolsas implementadas na UFPB. 2012-2016 ........................................................ 78 Tabela 15 - Bolsas implementadas na UFPB por áreas prioritárias. 2012 - 2016 .................... 78 Tabela 16 - Países de destino dos estudantes da UFPB. 2012 - 2016 ...................................... 79 Tabela 17 - Bolsas implementadas na UFPB por Gênero. (2012 – 2016) ............................... 79.

(12) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CCT - Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática CEAR – Centro de Energias Alternativas e Renováveis CEP/CCS/UFPB – Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde CGPAIC – Coordenação Geral de Programas Acadêmicos e de Iniciação Científica CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CsF – Ciências sem Fronteiras CTA – Conselho Técnico-Administrativo DEE – Departamento de Engenharia Elétrica ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio IES – Instituições de Ensino Superior IFPB – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba MCIT – Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação MCMD – Programa Mais Ciência, Mais Desenvolvimento MEC – Ministério da Educação MERCOSUL – Mercado Comum do Sul OMC – Organização Mundial de Comércio P&D – Pesquisa e Desenvolvimento PIB – Produto Interno Bruto PIBIC – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PINTEC-IBGE – Pesquisa e Inovação Tecnológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística PROGEP – Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas PROPESQ – Pró-Reitoria de Pesquisa PRPG – Pró-Reitoria de Pós-Graduação SODS – Secretariados Órgãos Deliberativos da Administração Superior UEPB – Universidade Estadual da Paraíba UFCG – Universidade Federal de Campina Grande UFPB – Universidade Federal da Paraíba UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas UNILA – Universidade Federal da Integração Latino-Americana UNILAB – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira USP – Universidade de São Paulo.

(13) SUMÁRIO. 1. O TEMA DA PESQUISA E OS ASPECTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS. ............................................................................................................ 14 1.1.. Aspectos metodológicos da pesquisa .......................................................................... 19. 1.2.. A Estrutura da Dissertação ........................................................................................ 26. 2. A INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: CONTEXTO E TEORIA .................................................................................................................................. 28 2.1.. O Fenômeno da Globalização Econômica Mundial. ................................................ 28. 2.2.. Conceituando a Internacionalização da Educação Superior................................... 32. 2.3. Oportunidades e Desafios do Processo da Internacionalização da Educação Superior. .................................................................................................................................. 36 2.4.. O Programa Ciência sem Fronteiras no Brasil. ........................................................ 45. 2.4.1. Breve histórico sobre as políticas de Internacionalização da Educação Superior no Brasil............................ ............................................................................................................ 46 2.4.2. Políticas públicas de cooperação internacional no Brasil. ......................................... 49 2.4.3. Motivações para a criação do Programa Ciência sem Fronteiras ............................. 52 3.. CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS ......... 61. 3.1.. Perfil institucional do Programa Ciência sem Fronteiras ....................................... 62. 3.2.. Dados do Programa Ciência sem Fronteiras no Brasil ............................................ 70. 3.3.. Dados do Programa Ciência sem Fronteiras no Estado da Paraíba ....................... 76. 4. CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS PARA O CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFPB, SOB A ÓTICA DOS ESTUDANTES EGRESSOS. ................................................................................................ 82 4.1.. Eixo 1: Caracterização do estudante de Engenharia Elétrica da UFPB ................ 82. 4.2.. Eixo 2: Contribuições do Programa Ciência Sem Fronteiras ................................. 91. 4.3.. Eixo 3: Avaliação do Programa Ciência sem Fronteiras ....................................... 103. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 115 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 118 APÊNDICES ......................................................................................................................... 124 Apêndice A - Questionário para os estudantes do curso de Engenharia Elétrica da UFPB/Ciência sem Fronteiras ............................................................................................. 124 Apêndice B - Respostas do Eixo 2 e 3 ................................................................................. 133 ANEXOS ............................................................................................................................... 139 Anexo A - Parecer consubstanciado do Comitê de Ética .................................................. 139.

(14) 14. 1. O TEMA DA PESQUISA E OS ASPECTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS. O fenômeno da globalização vem provocando profundas transformações nas sociedades nas últimas décadas, induzindo mudanças nos segmentos da economia, cultura, ciência, tecnologia, educação e especialmente na formação profissional dos cidadãos. Todas estas transformações mencionadas são comandadas pelos países denominados desenvolvidos que possuem hegemonia nos campos industrial, tecnológico, financeiro e educacional no mundo atual. As políticas desses países industrializados são implementadas ou “impostas” aos demais países em desenvolvimento, através de organismos fortes como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização Mundial do Comércio (OMC), o Banco Mundial (BM), a Organização das Nações Unidas (ONU), que estabelecem diretrizes em termos de políticas econômicas, educacionais e sociais direcionadas às nações periféricas em todo mundo. Estamos diante de um mundo globalizado, gerenciado pelas nações centrais que possuem seus interesses nos campos econômico, tecnológico e na produção do conhecimento, produzindo patentes para suas inovações científicas, e assim conquistando sua hegemonia sobre outras nações concorrentes. Um aspecto específico merece atenção nesse processo: é a influência exercida pelos países desenvolvidos no tipo de formação universitária que os estudantes necessitam conquistar para estarem aptos às novas demandas do mercado de trabalho. A questão que está posta é: como as universidades deverão se portar, enquanto instituições formadoras de profissionais, diante de inúmeros desafios científicos e tecnológicos da nova economia, alicerçada no conhecimento que impõe a necessidade de formar cidadãos capacitados para atender novas demandas do mercado em articulação com as novas tecnologias? Esse novo cenário ensejou a criação de mecanismos para que a educação superior acompanhasse de perto essas transformações e absorvesse todas as influências consequentes da corrida competitiva entre as principais potências econômicas do mundo. Nesse sentido as universidades precisarão dar respostas concretas às novas demandas de formação dos cidadãos para o futuro. Nessa direção, Christinho (2013) afirma que:. A globalização é um fenômeno que influencia a economia mundial, gerando efeitos econômicos, tecnológicos e científicos. Estes avanços impõem mudanças sociais, assim como a demanda de países menos desenvolvidos em estabelecerem alianças com países mais desenvolvidos. Nesse contexto, as Instituições de Ensino Superior também são influenciadas pela globalização, no que se refere ao ensino, propriedade intelectual, e avanço do conhecimento. Dessa forma, estas instituições precisam se preparar para a internacionalização do Ensino Superior, que envolve adaptações no.

(15) 15. currículo, preparação de seus alunos para trabalharem e desenvolverem competências no contexto global, e a realização de parcerias para o desenvolvimento de pesquisas (CHRISTINHO, 2013. p. 13). Para Christinho (2013), a globalização exerce influências em todos os setores da vida em sociedade, e marcadamente, na educação superior. Nessa lógica, as universidades precisam participar do processo de internacionalização do ensino superior, atualizando seus programas, currículos, laboratórios e bibliotecas, abrindo novos campos de estágio, e, principalmente, investindo na pesquisa e na capacitação docente. Neste cenário de globalização a internacionalização da educação superior surge como tema central nas universidades, que buscam ampliar suas fronteiras visando não somente impulsionar o desenvolvimento, mas também consolidar laços, onde permanecerão focadas na responsabilidade de apresentar respostas concretas à sociedade, face às novas demandas do cenário científico e tecnológico mundial. Para suprir a carência de profissionais capacitados, as universidades em todo mundo necessitam incrementar, nas suas ações institucionais, a mobilidade de professores, estudantes e pesquisadores para realizarem estudos em outras universidades estrangeiras, com o objetivo melhorar sua produção do conhecimento para fortalecer a própria instituição e trazer benefícios de longo prazo para seus países de origem. O processo de internacionalização da educação superior é um fenômeno que surgiu com a criação das primeiras universidades e foi se materializando gradativamente com o intercâmbio de estudantes entre diferentes nações. Uma característica que merece atenção quanto à internacionalização da educação, é a mobilidade de professores e pesquisadores com finalidade de participação nas redes de cooperação acadêmica internacional, criando laços e parcerias em pesquisa com outras universidades estrangeiras, consolidadas há décadas, nos centros universitários mais importantes do mundo. Destacamos uma vertente desse processo que é a mobilidade estudantil, tendo uma dinâmica crescente, principalmente entre países asiáticos que a cada ano enviam seus estudantes para os Estados Unidos, contribuindo para um grande fluxo acadêmico mundial envolvendo professores, pesquisadores e estudantes. De acordo com Castro et al. (2012), na conjuntura atual de internacionalização da educação, temos um importante fluxo de estudantes pelo mundo, e alguns países se destacam por receberem estudantes, como é o caso dos Estados Unidos, identificado como o país que mais recebe alunos estrangeiros, e do outro lado, a China, como o país que mais envia seus.

(16) 16. estudantes as outras nações. Países como Japão e Coréia do Sul enviam cada vez mais seus jovens para estudarem nas melhores universidades americanas. Por outro lado, a Europa se destaca como polo de atração para estudantes estrangeiros, principalmente da América Latina. No campo da mobilidade estudantil, o Brasil participa do processo de internacionalização da educação superior, ainda de forma pouco expressiva se comparado aos países asiáticos. Temos programas regulares de intercâmbio internacional nas universidades federais com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que privilegiam os cursos de pós-graduação desde a sua criação com a concessão de bolsas de estudos. Porém, como apenas uma pequena parcela da população tem acesso aos altos estudos, à ação da CAPES e do CNPQ é quantitativamente reduzida, direcionando seus processos seletivos e áreas de interesse majoritariamente para a mobilidade internacional de professores e pesquisadores. Outras ações de mobilidade estudantil são realizadas pelos governos estaduais através de suas universidades públicas como a Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) que também impulsionam a mobilidade estudantil no Brasil, em processos ainda mais seletivos, e, portanto, excludentes das camadas menos favorecidas. Temos, ainda, bancos como o Santander e instituições privadas que promovem o intercâmbio internacional concedendo bolsas de estudo para estudantes brasileiros. As primeiras ações do governo brasileiro no sentido de ampliar o processo de internacionalização da educação, e promover a cooperação acadêmica com outros países, se efetivaram com a criação, no Brasil, de instituições que possibilitassem a cooperação acadêmica com países vizinhos e com nações do continente africano, configurando-se como um formato de internacionalização da educação superior de caráter solidário, sem fins lucrativos. A inserção do Brasil de forma mais efetiva no cenário da internacionalização da educação superior, se efetivou por meio do Ministério da Educação (MEC), com a implantação das duas universidades federais: Universidade Federal da Integração LatinoAmericana (UNILA) em 2010, e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) em 2010, como propósito de criar redes de cooperação acadêmica com países latino-americanos e países de Língua Portuguesa, sobretudo os africanos. Estas iniciativas tornaram real a participação brasileira no contexto do ensino superior globalizado..

(17) 17. Todavia, o grande passo que o Brasil deu para consolidar sua participação no cenário da internacionalização da educação superior mundial, foi à criação de uma política pública direcionada à mobilidade estudantil internacional, com o Programa Ciência sem Fronteiras que foi criado no mandato da Ex. Presidente Dilma Rousseff, pelo Decreto nº 7.642, de 13 de dezembro de 2011, com o objetivo de enviar 101 mil estudantes de graduação e pósgraduação para cursarem parte de seus estudos em universidades estrangeiras, não restritas à América, nem a países de língua portuguesa. Outro objetivo do programa foi buscar atrair pesquisadores estrangeiros para trabalharem em parceria com pesquisadores brasileiros. O CsF foi idealizado pelo governo através do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e executado por duas agências de fomento federais: a CAPES e o CNPq. O Programa Ciência sem Fronteiras foi formulado por parte do governo, contemplando três áreas consideradas como estratégicas para o desenvolvimento do nosso país: as Engenharias, a Saúde e a Tecnologia da Informação. É este Programa que tomamos como objeto do presente estudo, partindo de sua dimensão global, até chegarmos à sua dimensão local, qual seja, o Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Inserido no contexto da internacionalização da educação superior, decorrente do processo de globalização econômica, o Programa Ciência sem Fronteiras é alvo da nossa atenção como objeto desta dissertação, o que para nós é justificável, tendo em vista o seu caráter inovador como política pública estendida à graduação e a pós-graduação, quando, historicamente, a oportunidade de educação fora do país era restrita às elites econômicas que podiam arcar com seus elevados custos, e às elites intelectuais nos diferentes níveis da pósgraduação. Consideramos também como justificável à realização deste estudo, a escassez da produção científica avaliativa sobre os resultados e impactos do Programa, tanto para o Brasil, quanto para as universidades que acolheram estudantes brasileiros, mais especificamente, para a UFPB, e, em especial o curso de Engenharia Elétrica. Os possíveis impactos na inovação tecnológica brasileira e as contribuições para ensino, pesquisa e extensão nas nossas universidades, pretendidos pelo Programa Ciência sem Fronteiras, são fatores importantes que mobilizaram nossa curiosidade e direcionaram nossa intenção na realização deste estudo..

(18) 18. Justificamos, ainda, a escolha deste objeto, em razão da nossa proximidade ao Programa Ciência sem Fronteiras, enquanto servidor técnico-administrativo do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro de Energias Alternativas e Renováveis da UFPB, lotado no Laboratório de Eletrotécnica, onde é operacionalizada a dimensão prática do curso de Engenharia Elétrica que, conforme as estatísticas oficiais, foi amplamente contemplado entre os demais cursos de graduação oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior. O fato de estar profissionalmente vinculado ao referido curso nos propicia um contato direto com os alunos egressos do Programa Ciência sem Fronteiras. O Mestrado Profissional em Políticas Públicas, Gestão e Avaliação da Educação Superior, aprovado pela Resolução nº 13/2012 do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal da Paraíba, oferecido pelo Centro de Educação e acolhido pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) no âmbito da Política de capacitação dos servidores técnicos administrativos, nos oferece a oportunidade de realizar está pesquisa, e, em consequência, aprofundar o conhecimento sobre a nossa realidade profissional para melhor contribuir, enquanto servidor técnico-administrativo, no contexto específico de uma área considerada prioritária para a implantação do Programa Ciência sem Fronteiras e estratégica para a pesquisa e a inovação tecnológica. As inquietações que despertaram a atenção, à investigação e a incursão nos documentos e teorias que orientaram a formulação dos objetivos estão representadas nas seguintes questões parciais sobre o objeto de estudo: . Qual o quadro de motivações políticas sociais, econômicas e educacionais, que ensejou a institucionalização do Programa Ciência sem Fronteiras ?. . Quais os fundamentos legais, científicos, econômicos e educacionais do CsF ?. . Em que medida os objetivos e metas concebidas pelo programa correspondem aos declarados pelos bolsistas ?. Tais questões parciais estão sintetizadas na seguinte problemática: Qual a contribuição do Programa Ciência sem Fronteiras na formação acadêmica e profissional dos estudantes do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Paraíba ? A hipótese que nos guia na busca de respostas à problemática é a de que a política de internacionalização da educação superior brasileira, a partir do Programa Ciência sem Fronteiras vem consolidando o intercâmbio acadêmico e favoreceu novas perspectivas de formação aos sujeitos participantes..

(19) 19. Tomamos como objetivo geral analisar a contribuição do Programa Ciência sem Fronteiras para a formação acadêmica e profissional dos estudantes de graduação do curso de Engenharia Elétrica da UFPB. E como objetivos específicos, buscamos: . Situar as razões sócio-políticas, econômicas e educacionais que motivaram a institucionalização do Programa Ciência sem Fronteiras.. . Caracterizar o Programa Ciência sem Fronteira, em suas bases conceituais legais e institucionais e com seus dados estatísticos no plano nacional e local.. . Analisar sob a ótica dos estudantes participantes do Programa Ciência sem Fronteiras, as contribuições para a sua formação acadêmica e profissional.. 1.1.. Aspectos metodológicos da pesquisa. O percurso metodológico adotado no desenrolar da pesquisa tomou como ponto de partida, o estudo de um vasto referencial teórico alinhado ao objeto do nosso estudo e à sua finalidade última, que é de captar e ao mesmo tempo oferecer uma contribuição cientificamente fundamentada para uma análise do Programa Ciência sem Fronteiras, enquanto política pública de formação acadêmica e profissional dos estudantes brasileiros. Nesta direção, acolhemos a noção de que:. A Pesquisa Científica visa a conhecer cientificamente um ou mais aspectos de determinado assunto. Para tanto, deve ser sistemática, metódica e crítica. O produto da pesquisa científica deve contribuir para o avanço do conhecimento humano. Na vida acadêmica, a pesquisa é um exercício que permite despertar o espírito de investigação diante dos trabalhos e problemas sugeridos ou propostos pelos professores e orientadores (PRODANOV e FREITAS, 2013 p. 49).. Lakatos e Marconi (2010) reiteram essa noção de pesquisa como procedimento formal fundamentado em um método reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui caminho para se conhecer um objeto e para descobrir verdades que são sempre parciais, uma vez que influenciadas pelas forças do contexto, pelas teorias que dão suporte ao pesquisador, e pela intencionalidade deste, como também dos sujeitos envolvidos na pesquisa. O universo de uma pesquisa, segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 98), “é a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um determinado estudo”, seu locus é o Centro de Energias Alternativas e Renováveis da Universidade Federal da Paraíba, e é constituído pelos estudantes do curso de Engenharia Elétrica da UFPB, que participaram do Programa CsF em universidades americanas, europeias e asiáticas. Para.

(20) 20. melhor compreensão do significado de universo e amostra, acolhemos a seguinte contribuição:. Universo ou população é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas características. Comumente fala-se de população como referência ao total de habitantes. Amostra é um subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população (GIL, 2008. p. 89-90).. Entretanto, nesta pesquisa, universo e amostra se fundem, pois, foi possível trabalharmos com a totalidade da população assistida pelo Programa Ciência sem Fronteiras no curso de Engenharia Elétrica da UFPB, nos quais foram de 21 estudantes. No esforço de adequar esta pesquisa aos modelos propostos pelos autores que postulam as normas epistêmicas e metodológicas para a produção do conhecimento, classificamos nosso trabalho nas nomenclaturas que se seguem: Quanto ao método de abordagem, optou-se no presente estudo por utilizar o método fenomenológico, dada a natureza do objeto definido. Nos estudos realizados sob a abordagem fenomenológica Gil (2008, p. 14) afirma que, “o pesquisador preocupa-se em mostrar e esclarecer o que é dado. Não procura explicar mediante leis, nem deduzir com base em princípios, mas considera imediatamente o que está presente na consciência dos sujeitos”. O objeto desta pesquisa buscou e descreveu as contribuições do Programa Ciência sem Fronteiras através do olhar dos bolsistas do curso de Engenharia elétrica da UFPB Campus I. Quanto ao seu objeto de estudo e às fontes de investigação, a pesquisa caracteriza-se como teórica, bibliográfica e documental, porquanto exigiu ampla revisão de literatura técnica, análise documental da produção legal e governamental, e estudo conceitual no âmbito do assunto investigado. Consoante com a epistemologia do conhecimento, a pesquisa bibliográfica e a análise documental são fundamentais aos trabalhos científicos, sendo consideradas como pontos de partida em todo e qualquer estudo.. A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, querem publicadas, quer gravadas (LAKATOS e MARCONI, 2010, p. 183)..

(21) 21. Para encontrar embasamento para a pesquisa bibliográfica desta dissertação, tivemos como fontes: as revistas acadêmicas, os artigos, dissertações, teses, livros nos portais Google Acadêmico, Scielo, Capes e Banco de dissertações e teses da USP (Universidade de São Paulo) e UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) e outras publicações nos sites de internet. Em relação aos seus objetivos, trata-se de uma pesquisa básica que atende a nossa curiosidade pelo tema de mobilidade estudantil internacional e as nossas indagações enquanto profissional engajado no curso de Engenharia Elétrica. Para Prodanov e Freitas (2013, p. 51) a pesquisa básica “objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais”. Quanto ao enfoque predominante, a opção foi por uma pesquisa de caráter qualitativo, tendo em vista que nossa busca objetivou coletar resultados que possam refletir valores, contribuições, possibilidades, significados e interpretações dos atores envolvidos, como os estudantes egressos do CsF do curso Engenharia Elétrica na UFPB. Conforme Minayo (2001), a pesquisa qualitativa tem sua particularidade nas Ciências Sociais, seu objeto de trabalho foca os significados, motivos, valores e atitudes que são características humanas e que podem ser entendidas com parte da realidade social. A opção por pesquisa de cunho qualitativo consistiu no objetivo de analisar as contribuições do Programa Ciência sem Fronteiras para os estudantes egressos do intercâmbio, que benefícios que eles alegam terem logrado nos planos pessoal, acadêmico e profissional; os valores e o grau de satisfação como o programa. Sendo assim, a análise dos resultados dependeu apenas do pesquisador, onde o mesmo descreveu e interpretou as respostas do questionário aplicado. Nessa linha de pensamento, temos os argumentos que: A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Tal pesquisa é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem (PRODANOV e FREITAS, 2013 p. 70). No que diz respeito ao tipo de pesquisa, quanto aos objetivos procedimentos, foi classificado como pesquisa descritiva e interpretativa, valendo-se de questionário com perguntas fechadas e abertas, enquanto instrumento que possibilitou abarcar a totalidade do universo estudado, e, ao mesmo tempo, abstrair, nas respostas livres, o caráter qualitativo do estudo..

(22) 22. Pesquisa descritiva: quando o pesquisador apenas registra e descreve os fatos observados sem interferir neles. Visa a descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 103). Nosso estudo também guarda pertinência ao Estudo de Caso enquanto procedimento aplicável a um grupo específico com características próprias e com perfil definido, como é o caso dos bolsistas do Programa Ciência sem Fronteiras no âmbito do curso de Engenharia Elétrica do Campus I da UFPB. Na concepção de Prodanov e Freitas (2013), o estudo de caso é uma ferramenta de coleta de dados que pode ser aplicada de forma individual e em formas de grupos, com objetivo de estudar fenômenos variados de sua vida de acordo com a natureza da pesquisa. Com a finalidade de atender ao objetivo de identificar as contribuições do Programa Ciência sem Fronteira a partir das concepções dos bolsistas, em termos de sua formação acadêmica e profissional, realizamos ações intercaladas para chegar aos resultados da pesquisa. O primeiro passo para a realização desta pesquisa foi a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde (CEP/CCS/UFPB), por se tratar de uma pesquisa que envolve seres humanos. Foram enviados os documentos comprobatórios em formulários exigidos e cópia do Projeto de Pesquisa para cadastro no Portal da Plataforma Brasil1. Logo após a aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética (CEP/CCS/UFPB) enviamos uma solicitação para CGPAIC (Coordenação Geral de Programas Acadêmicos e de Iniciação Científica) da PROSPESQ (Pró-Reitoria de Pesquisa) da UFPB, com objetivo de fazer um levantamento junto ao setor sobre o quantitativo de alunos do curso de Engenharia Elétrica que participaram do Programa Ciência sem Fronteiras. O CGPAIC nos forneceu uma lista, encaminhada por e-mail, com os nomes de todos os estudantes de graduação do referido curso que foram bolsistas do CsF durante o período de 2012 a 2016. De posse de dados, partimos para a elaboração do questionário com perguntas fechadas e abertas, as quais foram divididas em três eixos de questionamentos:  1. Caracterização do Estudante de Engenharia Elétrica da UFPB.. A Plataforma Brasil é uma base nacional e unificada de registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEP/CONEP. Disponível em: <http://portal2.saude.gov.br/sisnep/Menu Principal.cfm>.

(23) 23. . Contribuições do Programa Ciência sem Fronteiras.. . Avaliação do Programa Ciência sem Fronteiras.. Escolhemos o questionário como instrumento de coleta de dados, pois, possibilita atingir um maior número de pessoas, independe de sua localização geográfica, garante o anonimato, além de ser flexível com o tempo e com a disponibilidade dos sujeitos da pesquisa produzir as respostas (GIL, 2008). Optamos pelo questionário do tipo “on-line”, por se tratar de uma ferramenta virtual teoricamente mais rápida, de fácil aplicabilidade e de maior eficiência no alcance dos sujeitos da pesquisa. O Google Forms foi o programa eletrônico escolhido para formular as perguntas abertas e fechadas do questionário, tendo em vista sua praticidade em organizar as perguntas de acordo com que o pesquisador pretende, e de fácil manejo. Esse último recurso do questionário permitiu que tivéssemos respostas de 100% dos questionários enviados.. O Google Forms é um serviço da gigante das buscas que tem por objetivo facilitar a criação de formulários e questionários diversos. Disponível gratuitamente para todos que possuírem uma conta Google, o serviço pode ser acessado em diversas plataformas, como web, desktop e celular. Ele é útil para todos aqueles que queiram fazer um formulário de pesquisa ou de coleta de opiniões (ALENCAR, 2017).. Como foi feita uma opção por uma pesquisa de caráter qualitativo, decidimos trabalhar com questões abertas e fechadas adequadas, como já dissemos antes. A estratégia em usar um questionário com partes das questões abertas é podermos dar mais condições do entrevistado de discorrer com uma maior liberdade, podendo aparecer respostas mais espontâneas que nos permitam fazer uma leitura de atitudes e opiniões pessoais e visões do pesquisado.. Questões abertas são aquelas que dão condição ao pesquisado de discorrer espontaneamente sobre o que se está questionando; as respostas são de livre deliberação, sem limitações e com linguagem própria. Com essas respostas, pode-se detectar melhor a atitude e as opiniões do pesquisado, bem como sua motivação e significação (FACHIN, 2005, p. 163).. Fachin (2005), reforça que a opção por trabalhar com questionários com questões abertas vai nos trazer fidelidade em termos de significados, valores e concepções características de uma abordagem qualitativa que será o tipo de pesquisa que iremos trabalhar..

(24) 24. Fizemos um pré-teste com questionários a uma pequena amostra de estudantes do curso de Engenharia Elétrica da UFPB que participaram do Programa Brafitec2, um acordo entre uma universidade na França, que possibilita um intercâmbio para os estudantes de Engenharia Elétrica do Centro de Energias Alternativas e Renováveis da UFPB. É sempre importante a aplicação do pré-teste antes do questionário definitivo pelas razões de que:. Depois de redigido, o questionário precisa ser testado antes de sua utilização definitiva, aplicando-se alguns exemplares em uma pequena população escolhida. A análise dos dados, após a tabulação, evidenciará possíveis falhas existentes: inconsistência ou complexidade das questões; ambiguidade (sic) ou linguagem inacessível; perguntas supérfluas ou que causam embaraço ao informante; se as questões obedecem a determinada ordem ou se são muito numerosas etc. Verificadas as falhas, deve-se reformular o questionário, conservando, modificando, ampliando ou eliminando itens; explicitando melhor alguns ou modificando a redação de outros. Perguntas abertas podem ser transformadas em fechadas se não houver variabilidade de respostas. O pré-teste pode ser aplicado mais de uma vez, tendo em vista o seu aprimoramento e o aumento de sua validez. Deve ser aplicado em populações com características semelhantes, mas nunca naquela que será alvo de estudo (LAKATOS e MARCONI, 2003, p. 203).. Depois do pré-teste e, feitos os ajustes que achamos necessários ao questionário, passamos a aplicá-lo aos estudantes do Curso. Tivemos uma dificuldade em localizar os contatos com estudantes, em função de alguns terem de sido desligados do curso de Engenharia Elétrica, por motivo de conclusão do curso e por isso, esses estudantes acabam por dispersarem-se. Para resolver essa dificuldade de acesso aos egressos do CsF, tivemos a iniciativa de tentar achá-los através de buscas nas redes sociais – Facebook e WhatsApp – como alternativa de estabelecer o contato com esses estudantes. Outra forma de contato com os estudantes ocorreu pessoalmente, devido aos mesmos frequentarem os laboratórios do curso, inclusive onde trabalho. Reiteramos que antes de colocar o questionário em prática, ou seja, o envio do mesmo para os estudantes, o submetemos à análise do Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde da UFPB, obtendo a aprovação em 24 de novembro de 2017, conforme o Anexo A Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética. Com uma proposta de verificar as contribuições do Programa Ciência sem Fronteiras para a formação acadêmica e profissional dos estudantes do curso Engenharia Elétrica da. 2. O BRAFITEC é um convênio entre a UFPB e duas Universidades Francesas: Instituts Nationaux dês Sciences Appliquées (INSA) e o Institut Polytechnique de Grenoble (Grenoble–INP) e que concede bolsas de estudo no valor mensal de 870€ (oitocentos e setenta euros). http://www.ufpb.br/aai/contents/noticias/brafitec-2018-editalaberto.

(25) 25. UFPB foi formulado um questionário (Apêndice A) com 09 questões abertas e 16 fechadas, totalizando 25 perguntas divididas em três eixos de categorias mencionadas neste subcapítulo. O primeiro eixo, denominado de “Caracterização do estudante de Engenharia Elétrica da UFPB”, teve como objetivo traçar um perfil dos estudantes bolsistas do CsF através de dados como a idade, renda, onde cursou seu ensino médio (rede pública ou privada), semestre do curso quando participou do intercâmbio e seu nível em relação ao idioma estrangeiro do país onde realizou seus estudos. Essa primeira abordagem buscou conhecer informações básicas sobre o aluno bolsista. O segundo eixo, denominado de “Contribuições do Programa Ciência sem Fronteiras”, teve como objetivo verificar as contribuições efetivas para a formação dos estudantes do curso de Engenharia Elétrica da UFPB. Consideramos essa parte do questionário a mais direcionada ao foco do objetivo geral desta pesquisa, nos quais nossos sujeitos pesquisados responderam às perguntas e confirmaram ou não às inquietações desta investigação. O terceiro e último eixo deste questionário, denominado de Avaliação do Programa Ciência sem Fronteiras, buscou identificar, a partir dos critérios de análises dos estudantes bolsistas, quais as opiniões desses acadêmicos sobre os questionamentos do tipo “como era a qualidade da biblioteca e dos professores das universidades estrangeiras?”; “Como estava o nível do seu curso comparado aos seus pares nas universidades estrangeiras?”. E finalizando esse eixo de questionamento, deixamos os estudantes livres para comentários construtivos ou críticas em relação ao CsF. Realizada todas as etapas e procedimentos para a formulação do questionário para ser aplicado aos participantes, à pesquisa chegou a seu momento prático, quando foi disponibilizada na plataforma online do Google Formulários a partir de 14/03/2018 para os estudantes do curso de Engenharia Elétrica da UFPB egressos do CsF. Observamos que até no dia 27/03/2018 todos os 21 estudantes requisitados responderam todas as indagações do questionário. O tratamento de dados desta pesquisa foi dividido em duas partes. A primeira foi direcionada para o capítulo 3 “Caracterização do Programa Ciência sem Fronteiras” diretamente relacionado com o segundo objetivo específico desta pesquisa. A segunda foi direcionada para o capítulo 4 “Contribuições do Programa Ciência sem fronteiras” para o curso de Engenharia Elétrica da UFPB, sob a ótica dos estudantes egressosque esteve relacionado ao terceiro objetivo específico desta pesquisa..

(26) 26. No capítulo Caracterização do Programa Ciência sem Fronteiras, os dados foram coletados no Portal do Programa Ciência sem Fronteiras, através do link Painel de Controle, nos quais estão disponibilizadas todas as informações estatísticas importantes sobre o Programa CsF até o mês de janeiro de 2016. Após a coleta, os dados foram tabulados com as citações diretas das leis e objetivos do Programa CsF, também tabulamos por meio de quadros trazendo resumos dos requisitos para o candidato efetuarem as inscrições nos editais publicados pela CAPES e CNPq. Outro formato de tabulação de dados foi o uso da tabela no qual descrevemos diversos aspectos do Programa CsF como a quantidade de bolsas implementadas, modalidades, áreas prioritárias, estados e regiões com maior número de bolsas implementadas, países de destino dos estudantes brasileiros e da UFPB. Neste capítulo os dados foram dispostos na ordem decrescente para uma melhor interpretação do leitor. Na segunda parte, o tratamento de dados foi focado no capítulo 4 que buscou analisar as contribuições para formação acadêmica e profissional dos sujeitos participantes do Programa Ciência sem Fronterias do curso de Engenharia Elétrica do Campus I da UFPB. Para o capítulo 4 parte dos dados foram tabulados em quadros nos quais foram demonstrados o tempo de intercâmbio e os países de destino onde os participantes denominados de sujeitos 01 a 21 foram enviados. A outra parte dos dados em sua maioria foram apresentados em gráficos nos formatos de figuras. Outro caminho adotado para demonstrar as informações desta etapa da pesquisa foram as citações diretas obtidas no questionário mencionadas ao longo do capítulo 4. Para finalizar foram disponibilizados no Apêndice B todas as respostas das questões abertas contidas do questionáriono do Apêndice A desta dissertação.. 1.2.. A Estrutura da Dissertação No primeiro capítulo, denominado “O Tema da Pesquisa e os Aspectos Teóricos e. Metodológico” apresentou o objeto do estudo e o ordenamento lógico da pesquisa que comporta a justificativa, a problemática, a hipótese, os objetivos e o percurso metodológico, apresentamos a estrutura do trabalho, conforme o que se segue: No segundo capítulo, denominado de “A Internacionalização da Educação Superior: Contexto e Teoria”, apresentamos uma contextualização conceitual sobre o fenômeno da internacionalização da educação, partindo da globalização como fenômeno mundial e suas.

(27) 27. repercussões na internacionalização da educação superior no mundo, depois chegamos a discussão no Brasil, com as motivações para a criação do Programa Ciência sem Fronteiras. No terceiro capítulo, apresentamos uma caracterização do Programa Ciência sem Fronteiras: sua conceituação, seu perfil institucional e sua dimensão em nível nacional e em nível de Estado da Paraíba. No quarto capítulo, apresentamos e analisamos os resultados da nossa pesquisa empírica, que revela o Programa Ciência sem Fronteiras na percepção dos 21 alunos do Curso de Engenharia Elétrica da UFPB. Ao final do trabalho, apresentamos às proposições conclusivas inferidas a partir dos achados da pesquisa confrontados com as referências teóricas e documentais que respaldam o estudo, no propósito de demostrar as contribuições do Programa Ciência sem Fronteiras para o curso de Engenharia Elétrica da UFPB. Anexamos ao trabalho as Referências Bibliográficas consultadas e em seu Apêndice, o instrumento utilizado na coleta dos dados da pesquisa empírica..

(28) 28. 2. A INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: CONTEXTO E TEORIA. A compreensão do fenômeno de internacionalização da educação superior requer que interroguemos as razões sócio-políticas, econômicas e educacionais que motivaram a institucionalização do Programa Ciência sem Fronteiras. Para tanto, partimos do contexto mais amplo da globalização e das suas influências no processo de internacionalização da educação. superior,. situando. a. universidade. como. um. campo. preferencial. de. internacionalização e disseminação no “espírito” da globalização por meio da mobilidade educacional, cujos efeitos esperados são os avanços científico-tecnológicos que otimizem a economia global e elevem a condição humana. Deste modo, este capítulo está subdividido em quatro tópicos. No primeiro trataremos da internacionalização da educação superior mundial no contexto da globalização neoliberal. No segundo serão trabalhados os conceitos da internacionalização da educação superior, para melhor compreendermos o significado desse processo que tem provocado às mudanças no cenário da educacional mundial. No terceiro discutiremos as oportunidades e os desafios do processo da internacionalização da educação superior. No quarto tópico abordaremos as políticas públicas de internacionalização da educação superior no Brasil e as motivações governamentais para a criação do Programa Ciência sem Fronteiras.. 2.1.. O Fenômeno da Globalização Econômica Mundial.. A globalização e o neoliberalismo continuam sendo temas atuais de debates entre sociólogos, economistas, sociedades e governos. Por trás das ideias neoliberais estão as estruturas do poder mundial, comandadas pelos países centrais, pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial do Comércio. Tais organizações estão a serviço dos oligopólios econômicos e das megaempresas mundiais que controlam as atividades econômicas, como bancos, aglomerados de comunicação, indústrias, comércio, dentre outros negócios. Desta forma, a globalização é um processo articulado pelas nações mais ricas do mundo, que determinam as diretrizes para orientar a condução das políticas sociais, educacionais e econômicas a serem perseguidas pelos países em desenvolvimento. Nessa linha de pensamento:.

(29) 29. A estrutura de poder que governa o mundo, por meio da globalização, está concentrada no Grupo dos Sete, no Conselho de Segurança das Nações Unidas e no Fórum de Davos, Suíça. Essa estrutura hegemônica de poder pode ser vista também como incluindo: 1) as megaempresas: 96% delas têm sua sede em oito países, só 2% dos membros da sua diretoria são estrangeiros, 85% do seu desenvolvimento tecnológico tem origem no país da empresa-sede (suas operações são transnacionais, mas sua propriedade e gerenciamento são inteiramente nacionais); 2) os governos dos países centrais, especialmente seus ministérios da Economia e das Finanças, localizados no cume da estrutura de poder mundial, juntamente com as megaempresas; 3) as instituições criadas pelos acordos de Bretton Woods (FMI, BM, OMC); 4) as empresas de comunicação de massa, inclusive jornais, rádio e televisão; 5) os economistas que legitimam a ordem neoliberal (BERNHEIM e, CHAUÍ, 2008, p. 32).. O que podemos observar, de acordo com os autores citados, é que o fenômeno da globalização se caracteriza da seguinte forma: os países centrais dominam os países periféricos através de suas empresas que atuam em diversas partes do planeta, com domínio em vários segmentos da indústria e do comércio. Dessa forma, controlam a maior parte da produção de tecnologia, da indústria, das propriedades de patentes e de toda a informação que circula ao redor do mundo. No Quadro 1 - Síntese dos aspectos da globalização que mais se destacaram.. Quadro 1 - Aspectos da Globalização. GLOBALIZAÇÃO Aspectos socioculturais Aspectos Geopolíticos Aspectos Econômicos Língua inglesa – “língua mundo. Queda das barreiras físicas, Queda de barreiras comerciais. Cria-se a expressão cidadão do espaciais, políticas entre mundo Criação de um mercado global e mundo. Crise de identidade e capitalista e mundo socialista (de regional flexíveis fragmentação do Estado Nação Berlin-1989) (internacionalização dos mercados) Novas formas de socialização e Crise do Welfare State – Reformas Grupos econômicos em expansão conexão entre as pessoas – do Estado (fim da dec. 70 e início global (consórcios) fusão de grupos avanço das TIC da dec. 80) (oligopólios) Novas relações de trabalho. No Brasil, redemocratização (CF Criação de Blocos Econômicos e Mobilidade internacional. 1988). Década de 90 – fechamento de acordos bilaterais e Colaboração e Competição entre desestatização, criação de agências multilaterais. Ex.: Mercosul, Nafta, países e instituições reguladoras, LDB 9.394/96 União Europeia Novas formas de ensinar e Agências de Fomento passam a Políticas econômicas nacionais aprender (e-learning). Sociedade interferir nas Políticas Públicas no voltadas para o mercado financeiro do conhecimento ou Sociedade Brasil e no mundo. Ex.: BM, FMI, nacional e internacional – Mercado Informacional UNESCO rentista O conhecimento como Valor “Mercado internacional da Educação Políticas Públicas de financiamento Estratégico. Devido aos avanços (OMC)”. Destaque para a Educação através de padrões de avaliação tecnológicos cresce a demanda Superior (Mobilidade Acadêmica quantitativa (padrão internacional) por mão de obra Internacional) Fonte: Elaborado a partir dos autores Libâneo, Oliveira e Torchi (2011) e Santos (2014)..

(30) 30. Para entendermos o significado da globalização, será necessário verificarmos três aspectos: cultural, político e econômico que estão interligados numa dinâmica de transformações, onde o político atua no econômico, que produz mudanças no cultural. Para Santos (2002), a globalização é um fenômeno que ultrapassa diversos segmentos da vida em sociedade, navega nos sistemas produtivos, financeiros, produz revolução na tecnologia da informação e comunicação, muda a relação entre o estado e a sociedade produzindo problemas sociais, contribui para movimentações de emigrantes, facilita a internacionalização das empresas e do sistema bancário mundial e influencia a cultura de consumo de uma nação. Por sua vez, Dias Sobrinho (2005), salienta que a globalização tem aspectos positivos, porque trouxe conquistas para a sociedade em todo o mundo, como a democratização das comunicações, o incremento da produção, a multiplicação do conhecimento técnico e científico, os avanços no combate a doenças antes consideradas incuráveis, o aumento da produção industrial, do agronegócio e a facilidade no comércio de mercadorias entre países distantes geograficamente. Essa mesma globalização aprofundou a distância entre os países ricos e os países pobres, provocando exclusão econômica, social e digital aos mais pobres. Deste modo, alguns críticos apontam efeitos danosos sem precedentes, provocados pela globalização no mundo atual, como a violência, o desemprego, e o endividamento das nações periféricas. Comparando as visões dos autores, conforme Bernheim e Chauí (2008) a globalização se caracteriza como uma estrutura de poder econômico comandado pelos países centrais, resultando no enfraquecimento dos países periféricos. Sendo que Dias Sobrinho (2005), complementa esta visão apontando para os efeitos positivos ofertados pela globalização e aborda também os aspectos negativos da onda global que vivemos na atualidade. Santos (2002), transita entre esses autores enfatizando o poderio econômico, destacado por Bernheim e Chauí (2008), e as consequências negativas elencadas por Dias Sobrinho (2005). Outra contribuição sobre como funciona o processo da globalização reside em que:. A globalização intensifica a interdependência mundial nos níveis econômico, político, cultural e social, caracterizando, assim, um crescente transnacionalização dos sistemas de produção, o desenvolvimento dos meios de comunicação e informação, possibilitando a constituição de organizações supranacionais, de âmbito global ou regional, governamental ou não. No entanto, e essencial entender que, no contexto das relações globalizadas, os países de maior poder econômico e político exercem uma hegemonia em todos os campos (econômico, político, cultural, educacional), de modo que os países em desenvolvimento se inserem, de forma subordinada, nessa nova dinâmica (CABRAL NETO e CASTRO, 2013, p. 3)..

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