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A prática docente na educação ambiental: uma análise da ação educativa dos professores de ciência da rede municipal de João Pessoa

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Academic year: 2021

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(1)1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MESTRADO EM EDUCAÇÃO. GILMAR CARAMURÚ DE SOUSA. A PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DA AÇÃO EDUCATIVA DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS DA REDE MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA. JOÃO PESSOA 2014.

(2) 2. GILMAR CARAMURU DE SOUSA. A PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DA AÇÃO EDUCATIVA DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS DA REDE MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA. Dissertação apresentada à banca examinadora como requisito obrigatório para obtenção do título de Mestre em Educação, do Programa de PósGraduação em Educação, Universidade Federal da Paraíba – PPGE UFPB.. Professor Drº:Jose Antonio Novaes Da Silva Presidente da Banca. JOAO PESSOA 2014.

(3) 3. GILMAR CARAMURU DE SOUSA. A PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DA AÇÃO EDUCATIVA DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS DA REDE MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA. Dissertação apresentada à banca examinadora como requisito obrigatório para obtenção do título de Mestre em Educação, do Programa de PósGraduação em Educação, Universidade Federal da Paraíba – PPGE UFPB.. Aprovado em _______/_______/_______. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Professor Drº Jose Antonio Novaes da Silva Presidente da Banca ________________________________________________ Professora Drª Janine Marta Coelho Rodrigues Avaliadora ______________________________________________________ Professora Drª Maria de Fátima Camarotti Avaliadora externa.

(4) 4. Dedico esse trabalho a... A minha mãe Silvia Caramuru, por ter tido uma dose a mais de paciência para comigo e ser sempre o sustento seguro para as minhas lágrimas de angustias! A minha esposa Mileide e filhos Cristopher e Yvinne, por eles sempre serem o meu pilar e sustentáculo para que eu pudesse estar sempre seguindo em frente, mesmo com todas as pedras que teimam em aparecer nos nossos caminhos. Aos meus irmãos que sempre me deram força para continuar buscando os objetivos!.

(5) 5. AGRADECIMENTOS Quero agradecer a todos aqueles que sempre confiaram em mim, desde sempre e que de alguma forma colaboraram na minha vida enquanto acadêmico e pessoa. . Aos meus pais, por terem me proporcionado, com dificuldades, uma educação exemplar, terem me mostrado os reais valores de um ser humano e por me terem ensinado a trilhar os meus caminhos. A meu pai Zito (in memoriam), que conseguiu me ensinar muito na sua ausência e onde quer que esteja o fruto deste trabalho também tem a sua colaboração. À minha mãe Silvia Caramurú, amor incondicional, que me gerou e me alfabetizou, ensinando-me a ler e escrever, viu mamãe como aprendi direitinho? Agradeço por todos os puxões de orelhas que levei, sei que mereci todos e foram por causa deles que chego hoje aqui. A minha esposa Mileide e filhos Cristopher e Yvinne pelo grande apoio que sempre me deram e pela compreensão quando da minha ausência. É por vocês e com vocês que luto pelo futuro. A todos os meus familiares, avós (in memoriam). Aos meus irmãos Nelmary, Junior, André e Andrea, aos sobrinhos e sobrinhas, primos, primas, tios e tias em especial a tia Bá por ter feito parte da minha vida de uma forma decisiva quando mais precisei. Aos meus grandes e verdadeiros amigos, quase irmãos Nal, Iudi Roberto e Kátia, companheiros de toda uma vida e em todos os momentos, vocês tem uma grande parcela de culpa por eu chegar a realizar esse passo tão importante na minha vida. Não poderia esquecer de amigos como Nino (Adolf) a muito fora do Brasil e Adenio, esse além de amigo cunhado. De maneira mais do que especial, ao professor Drº. Jorge Chaves Cordeiro por ter sido a luz que eu buscava para me guiar quando eu estava perdido em meio a escuridão, pela enorme paciência, por ter me conferido apoio, dedicação e autonomia, sobretudo, nos momentos difíceis dessa caminhada, grande orientador e um mestre pra toda vida! Aos professores doutores, Janine Marta Coelho Rodrigues, Maria de Fátima Camarotti e Jose Antonio Novaes Da Silva pela apreciação e valiosas contribuições ao trabalho na banca de qualificação e, por conseguinte, na conclusão desse trabalho, para o esse ultimo professor, agradeço em especial por ter aceitado caminhar junto na orientação do mesmo, me honrado com a sua preciosa colaboração! Aos demais professores que foram significativos na minha vida, tanto na graduação quanto no Mestrado, pelas lições de competência, coragem e ousadia e as reflexões que juntos realizamos. Aos meus colegas do Mestrado pela possibilidade de conviver de forma humana, fraterna e solidária com todos, aos quais não poderia citar nomes, pois cometeria injustiças..

(6) 6. Às professoras do projeto Cinestésico, projeto de extensão ao qual fiz parte como bolsista da monitoria e do Prolicen, Marília Lopes de Campos e Virginia de Oliveira Silva, pois ainda que inconscientemente influenciaram de forma decisiva nos passos que me permitiram chegar até o Mestrado. A Deus por me fazer persistir e lutar pelos meus sonhos..

(7) 7. “Era uma vez um grão de onde cresceu uma árvore que foi abatida por um lenhador e cortada na serração. Um marceneiro trabalhou-a e entregou-a a um vendedor de móveis. O móvel foi decorar um apartamento e mais tarde deitaram-no fora. Foi apanhado por outras pessoas que o venderam numa feira. O móvel estava lá no adeleiro, foi comprado barato e, finalmente houve quem o partisse para fazer lenha.O móvel transformouse em chama, fumo e cinzas. Eu quero ter o direito de refletir sobre esta história, sobre o grão que se transforma em árvore, que se torna móvel, e acaba no fogo, sem ser lenhador, marceneiro, vendedor, que não vêem senão um segmento da história”. EDGAR MORIN.

(8) 8. RESUMO. Sob uma perspectiva analítica é que este trabalho tem por objetivo identificar as concepções e práticas pedagógicas dos professores de Ciências no que se refere à Educação Ambiental no ensino fundamental, fazendo emergir de seus respectivos discursos as possíveis contribuições do ensino de Ciências para uma tomada de consciência quanto às questões sócio-ambientais. Para tanto, participaram dessa pesquisa professores de Ciências do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º anos da rede municipal de João Pessoa no Estado da Paraíba. Nesta perspectiva foram resgatadas a formação profissional e prática pedagógica dos professores de Ciências, com especial atenção para as questões ambientais. É fácil perceber que muitos dos professores que participaram da pesquisa enfatizam o meio ambiente como sendo a natureza, o local onde se vive e donde se extraem recursos, assim, retrata o meio ambiente numa visão antropocêntrica, cuja origem se deu na ética antropocêntrica humanista e no pensamento cartesiano, que situa o homem fora do ambiente natural. Em grande parte das respostas, as concepções de Educação Ambiental dos professores baseiam-se em conceitos ou informações que comumente se apresentam desvinculadas de uma proposta de trabalho que contribua para a formação de cidadãos críticos, aptos a construírem conhecimento por meio de mudança de valores e de uma postura ética diante das questões ambientais. A análise e interpretação dos resultados evidenciam que a Educação Ambiental será, efetivamente tratada com a relevância que ela merece quando atingirmos, como professores de Ciências, compreensão e consciência constantemente renovadas das relações interdisciplinares dos vários campos do saber. Isto requer compromisso de refletir sempre sobre nossas concepções, atitudes e práticas pedagógicas em sala de aula. PALAVRAS CHAVES: Formação de Professores. Educação Ambiental. Ensino Fundamental..

(9) 9. ABSTRACT. From an analytical perspective is that this study aims to identify the pedagogical conceptions and practices of science teachers in relation to environmental education in elementary school, bringing out their respective speeches the possible contributions of science teaching to an awareness regarding socio-environmental issues. For both, participated in this research Science teachers of elementary school, 6th to 9th grades of municipal Joao Pessoa in Paraiba. In this perspective, training and pedagogical practice of science teachers, with special attention to environmental issues were rescued. It is easy to see that many of the teachers who participated in the survey emphasize the environment as nature, where you live and where resources are extracted, thus portrays the environment in an anthropocentric view, the origin of which gave the humanistic anthropocentric ethics and in Cartesian thought, which places the man out of the natural environment. In most of the answers, conceptions of Environmental Education teachers based on concepts or information that commonly present themselves disconnected from a work proposal that contributes to the formation of critical citizens, able to build knowledge through changing values and an ethical stance on environmental issues. The analysis and interpretation of the results showed that environmental education will be effectively treated with the importance it deserves when we reach, as science teachers, constantly renewed understanding and awareness of the interdisciplinary relationships of the various fields of knowledge. This requires commitment to always reflect on our conceptions, attitudes and teaching practices in the classroom. KEYWORDS: Teacher Education, Environmental Education, Elementary Education.

(10) 10. LISTA DE SIGLAS. AGAPAN -. Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural. APA -. Área de Proteção Ambiental. CETESB -. Companhia Estadual De Tecnologia De Saneamento Básico E Controle De Poluição Das Águas. CONAMA -. Conselho Nacional do Meio Ambiente. CMAJP -. Código de Meio Ambiente do Município de João Pessoa. CNE -. Conselho Nacional de Educação. CNUMAD -. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. DCN-. Diretrizes Curriculares Nacionais. FEEMA -. Fundação Estadual Engenharia Meio Ambiente. EA -. Educação Ambiental. IBAMA -. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. IBGE -. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. LDBEN -. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. MEC -. Ministério da Educação e Cultura. OMS -. Organização Mundial de Saúde. ONGS -. Organizações Não-Governamentais. ONU -. Organização das Nações Unidas. OPAS –. Organização Panamericana de Saúde. PCN -. Parâmetros Curriculares Nacionais. PEA –. Programa de Educação Ambiental. PIEA -. Programa Internacional de Educação Ambiental. PNE -. Plano Nacional de Educação. PNUMA –. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. SEMA -. Secretaria Especial do Meio Ambiente. UICN –. União Internacional de Conservação à Natureza. UNESCO –. Organização das Nações Unidas para a Educação, a.

(11) 11. Ciência e a Cultura UNCSD -. Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável.

(12) 12. SUMÁRIO 1 1.1 1.2 1.3 1.3.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... JUSTIFICATIVA....................................................................................... IDENTIFICAÇÃO DA PROBLEMÁTICA.................................................. OBJETIVO GERAL.................................................................................. Objetivos Específicos................................................................................ 14 14 16 18 18. 2 2.1. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL............................... PERÍODOS DE RUPTURAS E DESCONTINUIDADE COMO FONTE DE ESTAGNAÇÃO DA EDUCAÇÃO......................................... 19. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................... A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNDO ............................................. CONCEITOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E NÃO FORMAL ................................................................................................. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL................................................ OS PCN, DCN E A LEI DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL........................... OS DOMÍNIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................ 32 32 34. 3 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 4 4.1 4.2 4.3 4.4. 5 5.1 5.2 5.2.1. A PRÁTICA DOCENTE DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS NATURAIS PARA EA. ........................................................................... A PRÁTICA DOCENTE DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS PARA EA (DESCONTINUIDADE NA FORMAÇÃO CONTINUADA)................ TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS.............................................................. A AÇÃO EDUCATIVA/REFLEXIVA DO PROFESSOR .......................... RELAÇÕES DISCIPLINARES (INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE)................................................................... PROCEDIMENTO METODOLÓGICO.................................................... SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA.......................................... INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DA PESQUISA........................ EIXO I - Conhecimento e utilização do tema EA nas práticas pedagógicas........................................................................................... 5.2.2 EIXO II - Formação do professores para atuar com a EA no cotidiano escolar................................................................................... 5.2.3 EIXO III - Integração Interdisciplinar significativa............................... 5.3 DISCUSSÃO............................................................................................. 6 7 8 9. 19. 35 38 43 48. 51 51 52 61 62 65 68 70 71 74 77 80. 91 CONSIDERAÇÕES................................................................................. 94 REFERENCIAS....................................................................................... APENDICE............................................................................................... 100 101 ANEXOS...................................................................................................

(13) 13. 1. INTRODUÇÃO. 1.1 JUSTIFICATIVA Na contemporaneidade, pode se compreender uma sociedade identificada completamente com a informação, em que as ciências e a tecnologia estão associadas à globalização, uma sociedade que se movimenta e se modifica rapidamente provocando com isso, mudanças econômicas, sociais e culturais, sobretudo em se tratando de profissão docente. Para o progresso científico e tecnológico do século XX, o que se viu foi à fragilidade do paradigma que dominou a cultura ocidental por um longo período. Sendo possibilitados grandes saltos para a evolução das civilizações pela democratização do conhecimento e pelo desenvolvimento científico-tecnológico. No entanto, sua visão mecanicista e fragmentada do mundo levou o homem a alienar-se da natureza, do trabalho, de si mesmo e dos outros (MORAES, 1997, p. 42). Na compreensão, sobre um modelo educacional, quando ele deixa de satisfazer as necessidades da comunidade, inicia-se um processo de mudança conceitual, com o surgimento de uma forma de pensamento totalmente diferente e finalmente a transição de um modelo para outro (MORAES, 1997, p. 55). Um modelo, que já não satisfaz a uma comunidade científica, é substituído por outro que venha atender às necessidades dessa comunidade. Este processo é lento e gera uma crise de paradigmas. O desafio imposto para os professores de forma geral e mais especificamente para o de ciências naturais da contemporaneidade é superar a fragmentação, que gerou a atual crise nos conceitos fundamentais da escola, na sua concepção do que é ensinar e como fazê-lo, já sendo uma certeza que o modelo tradicional de educação não atende as necessidades das atuais problemáticas educacionais. Um dos grandes desafios para uma educação em uma perspectiva qualitativa que venha atender as necessidades contemporâneas é reformar o pensamento, o que, de acordo com MORIN (2001, p. 89), é: [...] substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. É preciso substituir um pensamento disjuntivo e redutor por um pensamento do complexo, no sentido originário do termo complexus: o que é tecido junto..

(14) 14. Contudo, isso só será alcançado pela reflexão, que permitirá uma contextualização e o entrelaçamento dos saberes que ainda se apresentam fragmentados e compartilhados. Diante desses desafios paradigmáticos impostos à realidade dos professores de forma geral, surge o professor de ensino ciências naturais, não obstante a sua realidade de lidar com o presente, tendo no passado uma formação insuficiente para preparar um aluno para o futuro, surgem novas problemáticas que proporcionam dificuldades de magnitude cada vez mais complexa para o cotidiano escolar. Juntamente a realidade do professor de ciências naturais, também aparece a necessidade de se buscar alternativas para a problemática ambiental, sobre tudo no que diz respeito a mediação no cotidiano escolar, uma vez que a mesma tem sido pauta de discussão nos mais diversos setores da sociedade e, especialmente, no meio acadêmico, a partir das últimas três décadas do século XX, quando se revelaram a amplitude, a gravidade e a aceleração crescente dos problemas relacionados a Educação Ambiental, a comunidade internacional e brasileira tem direcionado para essa questão, como forma alternativa que pode contribuir para minimizar a atual situação encontrada na Educação Ambiental. Sob o contexto relacionado ao Brasil, os documentos que orientam à Educação Ambiental partem de marcos estabelecidos em âmbito internacional, mas abrem espaços para definições próprias de caráter nacional, regional e local, como constam na Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Segundo os PCN, a perspectiva transversal nos processos educativos diz respeito, principalmente, à dimensão didática. Essa perspectiva aponta para adequação da prática pedagógica que deverá ser voltada à possibilidade de se estabelecerem relações entre a aprendizagem de conhecimentos sistematizados e as questões de vida cotidiana e sua transformação. Dessa forma, compreende-se que para ofertar condição a execução da transversalidade na EA, as escolas necessitam discutir sua relevância, determinar que valores e atitudes que desejam alcançar com o trabalho escolar como um todo e proporcionar a integração entre alunos, professores e comunidade numa dimensão sócio-ambiental..

(15) 15. Diante do exposto, direciona-se tal pesquisa para uma abordagem de grande relevância para a atual sociedade, este referente a busca de analisar os caminhos metodológicos utilizados pelos professores de ciências naturais da rede municipal de João Pessoa no Estado da Paraíba, quanto a sua pratica direcionada para EA. Juntamente na busca pelo conhecimento, surgem questões a serem abordadas, como quais procedimentos metodológicos os professores utilizam no seu cotidiano para prática da EA? Quais correntes ideológicas esses professores estão seguindo? Há uma reflexão direcionada para a ação de mediação da EA no seu cotidiano ?. 1.2. IDENTIFICAÇÃO DA PROBLEMÁTICA A ação do homem sobre a natureza, historicamente, trouxe consequências. para toda a humanidade, exigindo com isso, que a sociedade em geral repensasse tal problemática a fim de estabelecer uma forma de refletir quanto as suas atitudes perante a situação posta. Esse repensar levou à instituição do que vem a ser conhecido hoje como uma educação ambiental, que no entanto, ainda busca se efetivar, na maioria das vezes de forma irregular e pouco sistemática em toda e qualquer rede de educação formal. Sabe-se que hoje herdou-se ações historicamente tomadas, que. pode-se. delimitar como momentos determinantes para o mundo ao qual se tem a responsabilidade na contemporaneidade de fazê-lo melhor, “no entanto, a escala de desperdício efetivado na sociedade moderna, certamente produz situações que ameaçam a sobrevivência da humanidade, sendo necessário evitar-se esse curso de desenvolvimento” (MAZZOTTI, 1998, p. 239). Tal recorrência situacional, coloca a educação como aporte principal pela reorganização do equilíbrio, tanto natural quanto sócio/comportamental, em que as pessoas precisam compreender, que papel elas ocupam na sociedade e o que precisa ser feito para melhorarem as suas ações comportamentais. Junto a escola aparecerá também a representação do professor, responsável pela mediação da situação a qual se encontrada hoje, quando se trata da educação, terá consigo e enorme responsabilidade de levar aos seus alunos as realidades.

(16) 16. postas, tanto historicamente como as quais são encontradas no atual momento histórico. Não obstante a essa realidade, o professor de ciências naturais assumi, perante a sociedade, o principal papel de ser aquele que deve encaminhar e conduzir os elementos necessários para que os alunos de hoje, ocupem o seu posto de futuros cidadãos “consciente” do amanhã. Tarefa que não será nada fácil, uma vez que suas atribuições não se restringirão as questões voltadas para EA, sendo este, mais um elemento didático a ser abordado na sua prática quanto ao seu cotidiano escolar. Tais professores, ainda, serão indagados e postos a prova quanto as suas competências, intencionalidades e utilização reflexiva da sua prática a ser utilizada no espaço educacional, uma vez que a grande maioria dos mesmos ainda necessitam de uma compreensão mais clara das suas atribuições e do seu papel quanto mediação para EA. A deficiência que se verifica no contexto educacional, e particularmente no ensino de Ciências quando se trabalha Educação Ambiental, se justifica, muitas vezes, por não haver uma clareza da definição de Educação Ambiental, decorrendo a partir dai a falta de uma prática reflexiva, consciente e direcionada para um propósito comum. Uma das questões de grande importância hoje no Brasil, diz respeito diretamente a prática metodológica utilizada pelos professores de ciências naturais voltado para EA, sendo gerado consecutivamente questões voltadas para compreensão sobre a forma que se trabalham tais conhecimentos científicos com as novas gerações, trazendo a tona novas questões de relevante discussão quanto as práticas utilizadas pelos professores no seu cotidiano educacional. Dessa forma, cumpre-nos delinear o objeto de discussão quanto analisar quais práticas estão sendo utilizadas pelos professores de ciências naturais do ensino fundamental II do município de João Pessoa, referente à EA e se há intencionalidade reflexiva nessa prática para proporcionar aos seus alunos caminhos e possibilidades a serem suplantados, quanto a EA, para além dos momentos pontuais..

(17) 17. 1.3. OBJETIVO GERAL A seguinte pesquisa pauta-se em realizar junto aos professores do ensino de. ciências naturais do fundamental II da rede municipal de João Pessoa, uma análise quanto as suas práticas metodológicas voltadas para a EA.. 1.3.1 Objetivos Específicos Pretende-se com os objetivos específicos: •. Identificar quais conceitos de Educação Ambiental os professores do ensino de ciências se utilizam para a sua prática.. •. Identificar as formações especificas dos professores de Ciências Naturais para atuar junto a EA.. •. Realizar levantamento das metodologias dos professores, voltadas para Educação Ambiental.. •. Analisar a ação interdisciplinar dos professores junto a outras disciplinas que compõem o ensino fundamental..

(18) 18. 2. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL. 2.1. PERÍODOS DE RUPTURAS E DESCONTINUIDADE COMO FONTE DE ESTAGNAÇÃO DA EDUCAÇÃO Para se compreender que educação está sendo ofertada hoje no Brasil,. juntamente com as suas práticas previamente adotadas, é de profunda importância que se conheça o que fora passado na história brasileira desde a sua constituição educacional quanto pais. A História da Educação Brasileira é constituída por rupturas marcantes e históricas, descontinuidades ideológicas e com fortes influências políticas ao longo da sua construção enquanto educação formal. É percebido que, através dos períodos delineados, a educação passou desde instrumento “civilizatório” até armas ideológicas com propósito de modificação de estado permanente a democrático. Percebe-se isso no decorrer da trajetória educacional a qual o Brasil foi exposto durante toda a sua história.. Período Jesuítico (1549 - 1759) O Brasil compreendido como colônia, faz parte diretamente do contexto da história colonizadora europeia, fruto do surgimento dos Estados nacionais e da expansão comercial ultramarina portuguesa. Empreendimentos que inicialmente tiveram um alto custo e foram financiados pelo Estado centralizador, tornando-o mais forte, poderoso e ampliando seu império. Somente o Estado nacional tinha condições. de. arcar. com. o. custo. deste. empreendimento. que. envolve. segurança, construção de escolas e navios e, ainda, o apoio da Religião como um freio para toda a população. O sistema adotado para a colônia organizou-se sobre um modo de produção escravocrata. Primeiro sobre os índios e posteriormente, devido a deficiência em lidar com os indígenas, a escravidão se fundamenta basicamente na mão de obra do negro africano. O regime de escravidão como um meio cruel da exploração dos índios e dos negros africanos revelou uma contradição entre a civilização cristã e a realidade econômica social ditada pelos cristãos portugueses (os jesuítas se opunham à escravidão e à mortandade em massa dos recursos naturais da.

(19) 19. terra). Com a implantação dos latifúndios açucareiro e posteriormente de tabaco e algodão, intensifica-se o tráfico de escravos africanos para aumentar, ainda mais os lucros do Estado e da burguesia comercial portuguesa. Neste momento, instrução ainda não era considerada uma atividade social importante e a sua implantação teria que ser conveniente e interessar. a camada dirigente porque esta deveria. servir de articulação entre os interesses metropolitanos e as atividades coloniais. O processo histórico referente ao início da sistematização da educação no Brasil se dá desde 1549, essa sob a tutela e domínio por parte da Igreja católica, sobretudo com relação a sua prática efetiva, definindo quem iria estudar, o que iriam estudar, o modelo que seria adotado, o currículo e as metodologias utilizadas no processo educativo. Nesse contexto visualiza-se que a história da educação brasileira é constituída de várias histórias nas quais pode-se observar marcas próprias que caracterizam a época em que foram construídas. Histórias essas, sem dúvida, reporta-se a educação que estava a cargo da Companhia de Jesus – a chamada educação jesuítica. A ordem dos Jesuítas, fundada em 1534, por Santo Inácio de Loyola, no reinado do Papa Paulo III, realizava operações na igreja para enfrentar as críticas reformistas e a expansão do protestantismo. A Reforma Protestante, constituiu-se em um duro golpe aos domínios da Igreja Católica que para tanto necessitava reagir, sob pena de perder cada vez mais seus adeptos. Assim, era necessário atuar em duas frentes, na arregimentação dos chamados incrédulos e na arrecadação de fundos para o combate a Reforma protestante. Desse modo, os jesuítas, atuaram como verdadeiros “soldados” de cristo atuaram na educação e no ensino. Na Europa. ensinaram. em. seminários,. colégios. e. universidades objetivando recuperar a antiga posição da Igreja Católica Romana, enquanto. nas. áreas. recém. –. descobertas. organizaram, além,. do. trabalho educacional, as missões, com o intuito de conquistar e preservar para a Igreja Católica os povos que não foram atingidos pela expansão protestante. Nesse sentido, os jesuítas exerceram, no Brasil um destacado papel tanto na educação como na catequese do índio e dos colonos. Fausto (2002, p.49), ao analisar a concepção evangelizadora da Companhia de Jesus mostra que a concepção missionária;.

(20) 20. Constituiu no esforço de transformar os índios, através do ensino, em “bons cristãos significava também adquirir os hábitos de trabalhos dos europeus, com o que se criaria um grupo de cultivadores indígenas flexível às necessidades da colônia.. O padrão de educação implantado no Brasil fora trazido da Europa através da Companhia de Jesus, esses como os primeiros professores do Brasil, isso se for compreendida que não houvera educação previa a chegada dos Portugueses, uma vez que não fora levado em consideração o sistema aqui utilizado pelos nativos, tendo em vista que as características não eram compatíveis com as adotadas pelos europeus. A estrutura curricular do ensino jesuítico era pautada em um ensino livresco, humanista ornamental que trazia as marcas da herança. “anticientífica “ do Ratio. Studiorum. O Ratio Studiorum foi promulgada, em 1599 e previa um currículo de método único para os estudos escolares, dividido em dois graus, supondo haver um domínio das técnicas elementares de leitura, escrita e cálculo. Mantendo a unidade de ação e cultivando a disciplina, a tenção e a perseverança nos estudos, os jesuítas adaptaram ao Brasil a proposta de Ratio Studiorum. Além de métodos pedagógicos, os jesuítas, quando da sua chegada da Europa, trouxeram também os costumes e a religiosidade europeia. Nos 210 anos, foi. possível. catequizar. maciçamente. os índios,. educaram os filhos dos. colonos, formaram novos sacerdotes e a elite intelectual brasileira, promoveram o controle da fé e da “moral” dos habitantes e a difusão e unificação da língua portuguesa de Norte a Sul do país.. Período Pombalino (1760 - 1808) Entretanto, em 1759, houve uma modificação na condução da Educação no Brasil, essa modificação teve como protagonista Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (primeiro ministro de Portugal de 1750-1777), em que realizou forte ruptura quanto ao modelo educacional adotado no país..

(21) 21. O Marquês de Pombal surge como uma opção viável para contornar a então situação econômica na qual a coroa portuguesa se encontrava naquele momento, uma vez que o mesmo caminhava no sentido de recuperar a economia através de uma concentração do poder real e de exposição de uma visão voltada a modernizar a cultura portuguesa, reforçando o Pacto Colonial sendo assim definido como um conjunto de regras, leis e normas que as metrópoles impunham às suas colônias durante o período colonial. Essas leis tinham como objetivo principal fazer com que as colônias só comprassem e vendessem produtos de sua metrópole. Através deste exclusivismo econômico, as metrópoles européias garantiam seus lucros no comércio bilateral, pois compravam matérias-primas baratas e vendiam produtos manufaturados a preços elevados, iniciando assim, uma tentativa de transformação no século XVII com as suas reformas. Tais reformas foram implantadas e visavam transformar Portugal numa metrópole capitalista, seguindo o exemplo da Inglaterra, além de adaptar sua maior colônia, o Brasil, a fim de acomodá-la a nova ordem pretendida em Portugal. Dentre as decisões tomada por Pombal, tanto em Portugal quanto no Brasil, a expulsão dos Jesuítas foi a que causou mais polêmica, uma vez que de forma imediata ocorreu uma desestruturação do modelo educacional vigente até então. A Companhia de Jesus passou o controle da educação nas colônias para o Estado. O primeiro passo de Pombal foi confiscar os bens e as escolas dos jesuítas. Em seguida, foram propostas as aulas régias de Latim, Grego, Filosofia e retórica para suprimir a carência deixada com a saída dos jesuítas. Para o contexto histórico brasileiro, a expulsão dos jesuítas significou, entre outras coisas, a destruição do único sistema de ensino existente no país, trazendo uma certa desorganização para as ações educacionais realizadas, uma vez que as mesmas não tinham um planejamento, em lugar de um sistema mais ou menos unificado, baseado na seriação dos estudos, o ensino passou a ser disperso e fragmentado, baseado em aulas isoladas que eram ministradas por professores leigos e sem qualificação satisfatória. Historicamente esse momento é compreendido como “a primeira grande e desastrosa reforma de ensino no Brasil”. Assim colocado por Niskier;.

(22) 22. A organicidade da educação jesuítica foi consagrada quando Pombal os expulsou levando o ensino brasileiro ao caos, através de suas famosas „aulas régias‟, a despeito da existência de escolas fundadas por outras ordens religiosas, como os Beneditinos, os franciscanos e os Carmelitas (NISKIER, 2001, p. 34).. Pombal conseguiu desmontar o sistema jesuítico de tal forma que qualquer argumento que pudesse ser cogitado a retornar ao que se tinha quando da existência dos jesuítas frente a educação brasileira, era inviável, tal resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX a educação brasileira estava reduzida e completamente desorganizada.. Período Joanino (1808 – 1821) A Vinda da grande família real de Portugal para o Brasil marcou de forma decisiva os destinos de sua, até então colônia além de permitir uma nova ruptura a situação anterior. Pela primeira vez na história, um rei europeu transferia a capital de seu governo para o continente americano. Escoltados por embarcações britânicas, cerca de 10 mil pessoas fizeram a viagem que atravessou o oceano Atlântico. Quando da chegada de D. João VI, ocorreu mais uma modificação no sistema educacional do Brasil, em que o próprio D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. Mesmo assim a educação, permaneceu tendo uma importância secundária. Quando da Proclamação da República, fora tentado reformas que pudessem atender as novas necessidades que o momento mundial, mas a educação brasileira não sofreu um processo de evolução que pudesse ser considerado marcante ou significativa em termos de modelo.. Período Imperial (1822 - 1888) Nesse período o rei D. João VI volta a Portugal em 1821 deixando o comando do país nas mãos do seu filho D. Pedro I que assumiria em 1822 e proclamaria a independência do Brasil em 1824, outorgando a primeira Constituição brasileira. Em.

(23) 23. que o Art. 179 desta Lei Magna dizia que a "instrução primária é gratuita para todos os cidadãos". Em 1823, na tentativa de se suprir a falta de professores institui-se o Método Lancaster, ou do "ensino mútuo", onde um aluno treinado (decurião) ensinava um grupo de dez alunos (decúria) sob a rígida vigilância de um inspetor. Em 1826 um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias. Em 1827 um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. Propunha ainda a abertura de escolas para meninas. Em 1834 o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. Graças a isso, em 1835, surge a primeira Escola Normal do país, em Niterói. Se houve intenção de bons resultados não foi o que aconteceu, já que, pelas dimensões do país, a educação brasileira perdeu-se mais uma vez, obtendo resultados pífios. Em 1837, onde funcionava o Seminário de São Joaquim, na cidade do Rio de Janeiro, é criado o Colégio Pedro II, com o objetivo de se tornar um modelo pedagógico para o curso secundário. Efetivamente o Colégio Pedro II não conseguiu se organizar até o fim do Império para atingir tal objetivo. Até a Proclamação da República, em 1889 praticamente nada se fez de concreto pela educação brasileira. O Imperador D. Pedro II, quando perguntado que profissão escolheria não fosse Imperador, afirmou que gostaria de ser "mestreescola". Apesar de sua afeição pessoal pela tarefa educativa, pouco foi feito, em sua gestão, para que se criasse, no Brasil, um sistema educacional.. Período da Primeira República (1889 - 1929) A República proclamada adotou o modelo político americano baseado no sistema presidencialista. Na organização escolar percebe-se influência da filosofia positivista. A Reforma de Benjamin Constant tinha como princípios orientadores a liberdade e laicidade do ensino, como também a gratuidade da escola primária..

(24) 24. Esses princípios seguiam a orientação do que estava estipulado na Constituição brasileira. Uma das intenções dessa Reforma era transformar o ensino em formador de alunos para os cursos superiores e não apenas preparador. Outra intenção era substituir a predominância literária pela científica. Essa Reforma foi bastante criticada pelos positivistas, já que não respeitava os princípios pedagógicos de Comte; pelos que defendiam a predominância literária, já que o que ocorreu foi o acréscimo de matérias científicas às tradicionais, tornando o ensino enciclopédico. O Código Epitácio Pessoa, de 1901, inclui a lógica entre as matérias e retira a biologia, a sociologia e a moral, acentuando, assim, a parte literária em detrimento da científica. A Reforma Rivadávia Correa, de 1911, pretendeu que o curso secundário se tornasse formador do cidadão e não como simples promotor a um nível seguinte. Retomando a orientação positivista, prega a liberdade de ensino, entendendo-se como a possibilidade de oferta de ensino que não seja por escolas oficiais, e de frequência. Além disso, prega ainda a abolição do diploma em troca de um certificado de assistência e aproveitamento e transfere os exames de admissão ao ensino superior para as faculdades. Os resultados dessa Reforma foram desastrosos para a educação brasileira. Num período complexo da História do Brasil surge a Reforma João Luiz Alves que introduz a cadeira de Moral e Cívica com a intenção de tentar combater os protestos estudantis contra o governo do presidente Arthur Bernardes. A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes no processo de mudança das características políticas brasileiras. Foi nessa década que ocorreu o Movimento dos 18 do Forte (1922), a Semana de Arte Moderna (1922), a fundação do Partido Comunista (1922), a Revolta Tenentista (1924) e a Coluna Prestes (1924 a 1927). Além disso, no que se refere à educação, foram realizadas diversas reformas de abrangência estadual, como as de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923, a de Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925, a de Francisco Campos e Mario Casassanta, em.

(25) 25. Minas, em 1927, a de Fernando de Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de Janeiro), em 1928 e a de Carneiro Leão, em Pernambuco, em 1928.. Período da Segunda República (1930 - 1936) A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção. A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção industrial. A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda inexistentes. Tais Decretos ficaram conhecidos como "Reforma Francisco Campos". Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época. Em 1934 a nova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos. Ainda em 1934, por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931. Em 1935 o Secretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do Distrito Federal, no atual município do Rio de Janeiro, com uma Faculdade de Educação na qual se situava o Instituto de Educação.. Período do Estado Novo (1937 - 1945) Refletindo tendências fascistas é outorgada uma nova Constituição em 1937. A orientação político-educacional para o mundo capitalista fica bem explícita em seu texto sugerindo a preparação de um maior contingente de mão-de-obra para as.

(26) 26. novas atividades abertas pelo mercado. Nesse sentido a nova Constituição enfatiza o ensino pré-vocacional e profissional. Por outro lado propõe que a arte, a ciência e o ensino sejam livres à iniciativa individual e à associação ou pessoas coletivas públicas e particulares, tirando do Estado o dever da educação. Mantém ainda a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário. Também dispõe como obrigatório o ensino de trabalhos manuais em todas as escolas normais, primárias e secundárias. No contexto político o estabelecimento do Estado Novo, segundo a historiadora Romanelli (2010), faz com que as discussões sobre as questões da educação, profundamente ricas no período anterior, entrem "numa espécie de hibernação". As conquistas do movimento renovador, influenciando a Constituição de 1934, foram enfraquecidas nessa nova Constituição de 1937. Marca uma distinção entre o trabalho intelectual, para as classes mais favorecidas, e o trabalho manual, enfatizando o ensino profissional para as classes mais desfavorecidas. Em 1942, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos do ensino. Essas Reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do Ensino, e são compostas por Decretos-lei que criam o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e valoriza o ensino profissionalizante. O ensino ficou composto, neste período, por cinco anos de curso primário, quatro de curso ginasial e três de colegial, podendo ser na modalidade clássico ou científico. O ensino colegial perdeu o seu caráter propedêutico, de preparatório para o ensino superior, e passou a se preocupar mais com a formação geral. Apesar dessa divisão do ensino secundário, entre clássico e científico, a predominância recaiu sobre o científico, reunindo cerca de 90% dos alunos do colegial.. Período da Nova República (1946 - 1963) O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoção de uma nova Constituição de cunho liberal e democrático. Essa nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Além disso, a nova Constituição fez voltar o preceito de que a educação é direito de.

(27) 27. todos, inspirada nos princípios proclamados pelos Pioneiros, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, nos primeiros anos da década de 30. Ainda em 1946 o então Ministro Raul Leitão da Cunha regulamenta o Ensino Primário e o Ensino Normal, além de criar o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, atendendo as mudanças exigidas pela sociedade após a Revolução de 1930. Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946, o Ministro Clemente Mariani, cria uma comissão com o objetivo de elaborar um anteprojeto de reforma geral da educação nacional. Essa comissão, presidida pelo educador Lourenço Filho, era organizada em três subcomissões: uma para o Ensino Primário, uma para o Ensino Médio e outra para o Ensino Superior. Em novembro de 1948 esse anteprojeto foi encaminhado à Câmara Federal, dando início a uma luta ideológica em torno das propostas apresentadas. Num primeiro momento as discussões estavam voltadas às interpretações contraditórias das propostas constitucionais. Num momento posterior, após a apresentação de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda, as discussões mais marcantes relacionaram-se à questão da responsabilidade do Estado quanto à educação, inspirados nos educadores da velha geração de 1930, e a participação das instituições privadas de ensino. Depois de 13 anos de acirradas discussões, foi promulgada a Lei 4.024 em 20 de dezembro de 1961, que fixava as diretrizes e bases da educação nacional, mas esse texto final sem a pujança do anteprojeto original, prevalecendo as reivindicações da Igreja Católica e dos donos de estabelecimentos particulares de ensino no confronto com os que defendiam o monopólio estatal para a oferta da educação aos brasileiros. Se as discussões sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional foi o fato marcante, por outro lado muitas iniciativas marcaram esse período como, talvez, o mais fértil da História da Educação no Brasil: em 1950, em Salvador, no Estado da Bahia, Anísio Teixeira inaugura o Centro Popular de Educação (Centro Educacional Carneiro Ribeiro), dando início a sua ide ia de escola-classe e escolaparque; em 1952, em Fortaleza, Estado do Ceará, o educador Lauro de Oliveira Lima inicia uma didática baseada nas teorias científicas de Jean Piaget: o Método Psicogenético; em 1953 a educação passa a ser administrada por um Ministério.

(28) 28. próprio: o Ministério da Educação e Cultura; em 1961 tem início uma campanha de alfabetização, cuja didática, criada pelo pernambucano Paulo Freire, propunha alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos; em 1962 é criado o Conselho Federal de Educação, que substitui o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação e, ainda em 1962 é criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire.. Período do Regime Militar (1964 - 1985) Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação brasileira, sob o pretexto de que as propostas eram "comunizantes e subversivas". O Regime Militar espelhou na educação o caráter anti-democrático de sua proposta. ideológica. de. governo:. professores. foram. presos. e. demitidos;. universidades foram invadidas; estudantes foram presos e feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e professores. Nesse período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. Para acabar com os "excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório. Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, aproveitando-se, em sua didática, do expurgado Método Paulo Freire. O MOBRAL propunha erradicar o analfabetismo no Brasil... Não conseguiu. E, entre denúncias de corrupção, acabou por ser extinto e, no seu lugar criou-se a Fundação Educar. É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 5.692, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em.

(29) 29. 1971. A característica mais marcante desta Lei era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante.. Período da Abertura Política (1986 - 2003) No fim do Regime Militar a discussão sobre as questões educacionais já haviam perdido o seu sentido pedagógico e assumido um caráter político. Para isso contribuiu a participação mais ativa de pensadores de outras áreas do conhecimento que passaram a falar de educação num sentido mais amplo do que as questões pertinentes à escola, à sala de aula, à didática, à relação direta entre professor e estudante e à dinâmica escolar em si mesma. Impedidos de atuarem em suas funções, por questões políticas durante o Regime Militar, profissionais de outras áreas, distantes do conhecimento pedagógico, passaram a assumir postos na área da educação e a concretizar discursos em nome do saber pedagógico. No centro da nova Constituição, um Projeto de Lei para uma nova LDBEN foi encaminhado à Câmara Federal, pelo Deputado Octávio Elísio, em 1988. No ano seguinte o Deputado Jorge Hage enviou à Câmara um substitutivo ao Projeto e, em 1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996, oito anos após o encaminhamento do Deputado Octávio Elísio. Nesse período, do fim do Regime Militar aos dias de hoje, a fase politicamente marcante na educação, foi o trabalho do economista e Ministro da Educação Paulo Renato de Souza. Logo no início de sua gestão, através de uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de Educação e criou o Conselho Nacional de Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura. Essa mudança tornou o Conselho menos burocrático e mais político. Mesmo que se possa concordar com a forma como foram executados alguns programas, há necessidade de reconhecer que, em toda a História da Educação no Brasil, contada a partir do descobrimento, jamais houve execução de tantos projetos na área da educação numa só administração. O mais contestado deles foi o Exame Nacional de Cursos e o seu "Provão", onde os alunos das universidades têm que realizar uma prova ao fim do curso para.

(30) 30. receber seus diplomas. Essa prova, em que os alunos podem simplesmente assinar a ata de presença e se retirar sem responder nenhuma questão, é levada em consideração como avaliação das instituições. Além do mais, entre outras questões, o exame não diferencia as regiões do país. Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é mais o de manter o "status quo", para aqueles que frequentam os bancos escolares, e menos de oferecer conhecimentos básicos, para serem aproveitados pelos estudantes em suas vidas práticas. Por fim pode se dizer que a História da Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. Ela é feita em rupturas marcantes, onde em cada período determinado teve características próprias. É necessário que se diga que, apesar de toda essa evolução e rupturas inseridas no processo, a educação brasileira não evoluiu muito no que se refere à questão da qualidade. As avaliações, de todos os níveis, estão priorizadas na aprendizagem dos estudantes, embora existam outros critérios. Embora os PCN estejam sendo usados como norma de ação, nossa educação só teve caráter nacional no período da Educação jesuítica. Após isso o que se presenciou foi o caos e muitas propostas desencontradas que pouco contribuíram para o desenvolvimento da qualidade da educação oferecida. É provável que se esteja próximo de uma nova ruptura e que se espera é que ela venha com propostas desvinculadas do modelo europeu de educação, criando soluções novas em respeito às características brasileiras. Como fizeram os países do bloco conhecidos como Tigres Asiáticos, que buscaram soluções para seu desenvolvimento econômico investindo em educação. Ou como fez Cuba que, por decisão política de governo, erradicou o analfabetismo e trouxe para a sala de aula todos os cidadãos cubanos. Na evolução da História da Educação brasileira a próxima ruptura precisaria implantar um modelo que fosse único, que atenda às necessidades da população e que seja de fato eficaz..

(31) 31. 3. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL. 3.1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Em se tratando de EA, não se pode iniciar tal tema sem falar em Meio. Ambiente, uma vez que as discussões voltadas para esse tema perpassam a historia da humanidade, sendo encontrados relatos de situações datadas de períodos de mais de 4 mil anos, como afirma Penna (1999) em que aponta nos registros da historiografia humana, que há quase quatro milênios muitas cidades sumérias foram abandonadas em decorrência da infertilidade agrícola, cuja causa foi o alagamento e a salinização do solo, tendo a passagem pela idade média e encontrando um triste apogeu em meio a revolução industrial, momento esse em que as torres esganavam as cidades, deixando nuvens oblíquas, levando poluição e danos permanentes para o meio ambiente. Com inicio no século XVIII, a revolução industrial, iniciada na Grã-Bretanha, fora caracterizada pela troca dos trabalhos manuais, pelos trabalhos executados pelas máquinas nas grandes fábricas, isso com o intuito de dinamizar a produção. Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que consumia. De maneira artesanal o produtor dominava todo o processo produtivo. Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como a França e a Inglaterra, possuíam manufaturas. As manufaturas eram grandes oficinas onde diversos artesãos realizavam as tarefas manualmente, entretanto subordinados ao proprietário da manufatura. A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos fatores, entre eles: possuir uma rica burguesia, o fato do país possuir a mais importante zona de livre comércio da Europa, o êxodo rural e a localização privilegiada junto ao mar o que facilitava a exploração dos mercados ultramarinos. Juntamente com uma maior produção e ganhos para os empresários, vieram consequências históricas, modificando profundamente a relação homem-meio ambiente e causando desgastes e danos junto ao solo, a fauna e a flora. Essa nova configuração fez com que as pessoas migrassem do campo para a cidade de forma desorganizada, ocasionando um alto índice de concentração populacional com.

(32) 32. poucas condições de infra-instrutura física para habitação e de higiene conforme narra Gonçalves (1989, p.89) Essa concentração industrial engendra problemas de poluição do ar e da água, gerando situações de graves riscos a saúde da população, sobretudo para as famílias mais pobres que passam a residir exatamente nos lugares mais poluídos.... A importância secundarizada que fora dada as questões do meio ambiente nesse período, pode ser percebida de forma clara, em que, não apenas o meio ambiente estava sendo posto a prova, mas também a população fora tomada pelas consequências dessa despreocupação quanto as questões relacionadas aos seus próprios comportamentos, sendo percebido isso quanto à higiene, ponto esse percebendo na relação direta com o meio ambiente. A harmonia previamente existente entre o ser humano e meio ambiente passa a não mais coexistirem, havendo apenas um domínio exploratório do homem exclusivamente para obter benefícios financeiros, sem qualquer preocupação com a modificação que viera a ocorrer. Portanto este momento pode ser considerado como um marco negativo para discussão do meio ambiente no mundo, trazendo questões que até hoje são motivos para discórdia entre nações, pois cada uma continua demonstrando menos preocupação referente às suas contribuições para o equilíbrio ambiental, mais uma vez secundarizando o futuro da humanidade. Mas com toda interferência negativa ocasionada por esse momento (Revolução Industrial), ainda sim seria o pós 2ª Grande Guerra Mundial que traria danos ainda maiores pra humanidade, segundo Duarte e Wehrmann (2002), isso ocorrera porque os elevados índices de produção e consumo foram aumentados ao extremo, dinamizando o crescimento populacional juntamente com a intensificação dos processos de urbanização que concorreram para o surgimento de uma crise ambiental de características e alcance globais. O movimento ambientalista surge em meio a esse cenário, trazendo consigo questões relacionadas aos maciços impactos ambientais ocasionados pela guerra e outros aspectos inicialmente relacionados ao naturalismo. Esse movimento contribuiu para reflexões e discussões sobre as questões ambientais de forma geral..

(33) 33. Percebe-se nesses movimentos uma grande vontade de se levantar contra as ameaças feitas à Natureza, surgindo grupos esporádicos que aos poucos foram se organizando e constituindo os movimentos sociais que hoje são conhecidos.. 3.2. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNDO Os anos de 1970 trazem consigo o início das lutas sociais organizadas em. nível mundial, dentre as quais a luta de negros americanos em busca do reconhecimento pela cidadania, às lutas das mulheres pela igualdade de direitos com os homens, entre outras. Juntamente a esses acontecimentos, tiveram início os movimentos de defesa da ecologia e do meio ambiente. Militantes de movimentos ambientalistas e a Organização das Nações Unidas (ONU) realizaram inúmeros eventos internacionais que abordaram a questão da preservação e da EA. Como o primeiro grande evento, a Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente ocorrida em 1972, sendo mais conhecida como Conferência de Estocolmo, contou com a participação de cerca de 113 países. Esse evento, que denunciou a devastação da natureza que ocorria naquela época em especifico deliberou que o crescimento humano precisaria ser repensado imediatamente (PEDRINI; 1998, p. 26). No encontro, foram elaborados dois documentos: a “Declaração Sobre Meio Ambiente Humano” e o “Plano de Ação Mundial”. A conferência orientou que deveria existir um foco mais estreito junto as questões referentes a educação ambiental, isso como forma de se criticar e combater os problemas ambientais existentes na época (DIAS; 2000, p. 79). Vale. salientar. que. nesse. evento. ocorreu. forte. crítica. dos. países. subdesenvolvidos contra os países tidos como desenvolvidos, por acreditarem que estes queriam limitar o desenvolvimento econômico dos países pobres “usando políticas ambientais de controle da poluição como meio de inibir a competição no mercado internacional” (DIAS; 2000, p.79)..

(34) 34. Em 1975 foi realizada a Conferência de Belgrado na Yuguslávia, contando com a participação de pesquisadores e cientistas de 65 países, tendo como resultado a construção da carta de Belgrado, tratando pontos quanto a ética para promover a erradicação da pobreza, do analfabetismo, da fome, da poluição, da exploração e de todas as formas de dominação humana e diretrizes para o programa internacional de educação ambiental, de caráter contínuo e multidisciplinar, que levava em conta as diferenças regionais e os interesses nacionais. Utilizando as bases conceituais, ideológicas e documentais da UNESCO, foi criado o Programa Internacional de EA (PIEA), com expressiva atuação internacional, objetivando publicações e divulgação dos relatos e experiências ocorridas no mundo, experiências essas voltadas para preservação e educação ambiental. O programa criou também uma base de dados voltados à preservação do meio ambiente.. 3.3. CONCEITOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E NÃO FORMAL No decorrer evolutivo das concepções referentes a EA, é possível identificar. as mais diversas formas de abordagens conceituais, trazendo com isso a incorporação definitiva/permanente e transitória para os conceitos quanto a EA, tanto de forma mais específica como de forma abrangente, com uma visão macro. Como forma de compreensão inicial é importante citar o tratado de EA para as sociedades sustentáveis e a responsabilidade Global, celebrado por diversas organizações da sociedade civil, esse advindo da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, em que reconhece que “EA para uma sustentabilidade equitativa é um processo de aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de vida”. A Conferência de Tbilisi (1997), evento reconhecidamente como marco histórico para novas discussões e posturas referentes a EA, procurou definir como sendo: Uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada para a resolução dos problemas concretos do ambiente,.

(35) 35. através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade.. Para o IBAMA (BRASIL,1992) é definido um conceito de EA como processo interativo relacionado ao conhecimento, crescimento e transformação, em nível individual e social, voltado para a obtenção de melhor qualidade de vida. Pereira (1993, p.77) define assim EA: “é a adaptação contínua do homem ao ambiente onde vive e ao seu nicho ecológico, tentando sempre manter o equilíbrio harmônico em suas relações com o meio e com as populações que o rodeiam”. Pode ser percebido em Dias (1992) a EA valorizando as atitudes nas relações previamente estabelecidas, dizendo que: É um processo de reconhecimento de valores e clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio ambiente, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos (DIAS, 1992, p.29).. Tal conceito foi sugerido pela UICN (União Internacional de Conservação à Natureza), percebendo que ao abordar a educação como um processo continuo, em que as pessoas estão apreendendo o saber dentro das relações sociais e naturais, com o objetivo de transformação comportamental e de ação para o meio aonde vive, com a intenção de organizar e reorganizar as relações tanto com o ser humano quanto o meio ambiente ao qual se encontra inserido. Para Sato e Santos (1997, p.21) a EA: É uma proposta de mudança de realidade, fundamentada na integração do ser humano com o ambiente, considerando os aspectos sociais, onde as pessoas terão que ser sensibilizadas como os problemas de caráter sócio-ambiental, com o intuito de se estabelecer uma nova lógica social, ou seja, uma sociedade sustentável, buscando o equilíbrio da humanidade com a natureza.. A EA está inter-relacionada com a prática das tomadas de decisões, das ações, das posturas assumidas e disseminadas, além da ética que guiam para a melhoria da qualidade de vida. Na compreensão visão plural de Silva e Silva (1997, p.7) EA se estabelece como “um processo contínuo de capacitação do cidadão para que, sem sacrificar a.

(36) 36. necessidade do desenvolvimento, ele participe ativamente da conservação do meio ambiente, contribuindo, portanto, para melhorar a qualidade de vida”. Pedrini (1997, p.15) defende EA como uma das possibilidades de reconstrução permanente, sem apegos as formas tradicionais do saber cientifico ou popular. É defendido ainda pelo autor que a chamada EA deve ter o seu saber construído socialmente na estrutura interdisciplinar na linguagem, e transdisciplinar na ação. No Brasil, mediante aos acontecimentos e transformação comportamental e a busca de adequação das indicações dos organismos internacionais, a Primeira Conferência Nacional de EA em Brasília (1999) é realizada e define a EA da seguinte forma: É um processo no qual o indivíduo assimila conceitos e interioriza atitudes, de modo a adquirir capacidades e comportamentos, que lhe permitam compreender e avaliar as relações de interdependências estabelecidas na sociedade em que vive. (BRASIL, 1999).. Para Medina (2001,p.25) a EA “é a incorporação de critérios socioambientais, ecológicos, éticos e estéticos, nos objetivos didáticos da educação”. Para Dias, (2003, p.100) a EA é um processo por meio do qual as pessoas aprendem como funciona o ambiente, como dependemos dele, como o afetamos e como promovemos a sustentabilidade. A EA visa formar e preparar cidadãos para uma ação social corretiva ou transformadora do sistema, de forma a tornar viável o desenvolvimento integral dos seres humanos […] se coloca numa posição contrária ao modelo de desenvolvimento econômico vigente no sistema capitalista selvagem, em que valores éticos de justiça social e solidariedade não são considerados nem a cooperação é estimulada (PHILIPPI JR. A; PELICIONE. MFC, 2005, p.03).. A Política Nacional de EA, Lei 9.795/99, Art. 1º, conceitua da seguinte maneira: Entende-se por EA os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999)..

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