• No se han encontrado resultados

A GUERRA DO GOLFO E SUA RELAÇÃO COM A DOUTRINA POWELL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "A GUERRA DO GOLFO E SUA RELAÇÃO COM A DOUTRINA POWELL"

Copied!
5
0
0

Texto completo

(1)A GUERRA DO GOLFO E SUA RELAÇÃO COM A DOUTRINA POWELL. Diego Detoni Silveira 1 Renatho José da Costa 2. Resumo: Pouco estudada no Brasil, a Primeira Guerra do Golfo, ocorrida entre agosto de 1990 e fevereiro de 1991 teve um papel nas relações internacionais marcante. Se, por um lado, não é marco de uma nova ordem, é, por outro, símbolo de uma nova era; uma era fora da Guerra Fria, mas não absoluta para os Estados Unidos. Contemporaneamente a agonia final da União Soviética, Saddam Hussein decide tomar uma atitude que ganharia proporções maiores para além da região do Golfo Pérsico. Talvez o ditador não fizesse ideia do tamanho do problema que estava a ser desenrolado. Velho aliado dos americanos que acabava de sair de uma guerra contra o Irã do Aiatolá Khomeini, Hussein se tornaria um pária para o Ocidente a partir de uma guerra que inauguraria a cobertura midiática intensa. Distante do Oriente Médio, nos EUA do governo de George Bush 41 (1989-1993), o comandante-em-chefe das forças armadas, Colin Powell concebia o que ficou conhecida como "Doutrina Powell". Esta era uma doutrina de segurança que balizava estratégias, metas e, principalmente, quando os Estados Unidos deveriam agir militarmente no exterior. Não ignorando os limites de tempo espaço de apresentação e dos resumos, o presente trabalho tem por objetivo relacionar a referida doutrina com a Guerra do Golfo, dissertando brevemente sobre suas influências nas ações e estratégias tomadas pelos EUA no conflito, bem como buscará afirmar que a mesma doutrina foi a razão de os EUA não terem ignorado a ação do antigo aliado iraquiano sobre o Kuait. É sabido que a ação de Saddam Hussein violou totalmente a soberania do pequeno Kuait, porém, é sabido também que por vezes os EUA violaram a soberania de pequenos países. Para a execução do trabalho, é feito um resumo da Guerra e seus antecedentes e, claro, um resumo da Doutrina Powell. O método de pesquisa utilizado é qualitativo, explicativo e de procedimento bibliográfico. No decorrer do trabalho fica claro que a Doutrina Powell foi, sim, razão da entrada americana no conflito. Fica claro também que a doutrina pautou não apenas a entrada, mas as formas de ação militar dos EUA contra o Iraque.. Palavras-chave: Guerra do Golfo, EUA, Doutrina Powell, Bush 41, Hussein.

(2) Modalidade de Participação: Iniciação Científica. A GUERRA DO GOLFO E SUA RELAÇÃO COM A DOUTRINA POWELL 1 Aluno de graduação. diegodetonidd@gmail.com. Autor principal 2 Docente. renathocosta@unipampa.edu.br. Orientador. Anais do 9º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa | Santana do Livramento, 21 a 23 de novembro de 2017.

(3) A GUERRA DO GOLFO E SUA RELAÇÃO COM A DOUTRINA POWELL 1. INTRODUÇÃO Ocorrida entre agosto de 1990 e fevereiro de 1991, o conflito que veio a ser conhecido por Guerra do Golfo (posteriormente adicionou-VH R DGMHWLYR ³SULPHLUD´ D fim de diferenciar da ocorrida na década seguinte) ou (Primeira) Guerra do Iraque é, de certo modo, relegado nos estudos acadêmicos no Brasil. A Guerra do Golfo pode QmR VHU XP HYHQWR TXH GHILQLX R PXQGR HQWUH VHX ³DQWHV´ H ³GHSRLV´ PDV IRL DR menos, um marco na História e nas Relações Internacionais. Esta inaugura um aumento considerável dos Estados Unidos no Oriente Médio quando já era ultrapassada a Guerra Fria e a União Soviética era quase extinta (o país se esfacelou oficialmente em 25 de dezembro de 1991). Em agosto de 1990, o Iraque invade o Kuait. O presidente iraquiano estava aparentemente enganado pelas circunstâncias do final da Guerra Fria, pela sua relação com os Estados Unidos e por sua ambição na região. O território do Kuwait há muito tempo era reclamado como parte do Estado iraquiano. Além da gigantesca reserva de petróleo, o Kuwait tem uma boa saída para o Golfo Pérsico, enquanto ao Iraque apenas restou uma pequena passagem. Obviamente, Hussein tem suas justificativas formais a serem manifestadas para tal atitude. A intenção inicial era de anexar algumas ilhas e um pequeno território, mas não foi o que aconteceu. De forma pouco estudada, Hussein muda de ideia e no dia 28 de agosto de 1991 anuncia que todo o Kuwait seria anexado, transformando o país em mais uma província do Iraque. Tal feito assusta o grande aliado árabe dos EUA na região: Arábia Saudita que, para garantir sua segurança, aceita uma base americana em seu território. O feito de Hussein também preocupou os EUA. O líder iraquiano passaria de velho aliado dos EUA, útil na contenção do poder do Aiatolá Khomeini, a inimigo público e difamado na imprensa ocidental. O presente trabalho busca estabelecer uma relação direta da Doutrina Powell, isto é a doutrina criada pelo comandante-em-chefe das forças armadas americanas durante o governo de George Bush 41 (1989-1993), Colin Powell com a entrada dos Estados Unidos no distante conflito do Oriente Médio e a forma como os EUA se comportaram, bem como suas estratégias de guerra. A referida doutrina pautava quando e como os EUA deveriam intervir em conflitos externos a fim de limitar gastos monetários e políticos. Ao longo do artigo fica explícito que a Doutrina Powell foi, sim, razão da entrada americana no conflito. O trabalho se objetiva em responder o porquê de os Estados Unidos entrarem em guerra contra o Iraque para garantir a sobrevivência de seu aliado, o Kuait. Considera-se o assunto merecedor de ser abordado tantos anos depois porque a Primeira Guerra do Golfo é o começo da hostilidade entre EUA e Iraque de Saddam Hussein que, mais adiante, desencadeou a Segunda Guerra do Golfo e esta abriu um vácuo de poder cujas consequência ainda estão vivas no presente como a possibilidade de grupos terroristas fortes crescerem no solo fértil que o Iraque se tornou, sendo o caso do Estado Islâmico o mais falado na mídia na atualidade. O grande problema se dá em fazer a ligação entre a participação dos EUA e responder se a Doutrina Powell foi essencial para tal participação. Para tanto, far-se-á uso.

(4) autores brasileiros e estrangeiro que definem o que foi, o período e as razoes da Doutrina. Devido à importância e à centralidade da Doutrina Powell neste trabalho, é cabível aqui fazer um definição sucinta, de acordo com LaFeber (2009) era a doutrina de defesa criada pelo comandante-em-chefe das forças armadas durante o governo Bush 41, Collin Powell. Por tal doutrina, os EUA só deveriam intervir em dois tipos de conflitos: um seria quando envolvesse áreas estratégicas para a segurança de grande aliados dos quais os EUA dependiam e para a economia dos EUA. O outro seria quando envolvesse recursos estratégicos energéticos, sobretudo o petróleo, tão necessários para o Ocidente. Aí reside o problema do Iraque e do Kuwait. 2. METODOLOGIA Como o assunto abordado é de caráter histórico e teórico, o trabalho foi feito através do método de pesquisa qualitativo, explicativo e de procedimento bibliográfico. 3. RESULTADOS e DISCUSSÃO O Iraque vivia forte crise econômica e há pouco havia terminado a guerra contra o Irã do Aiatolá Khomeini. Muito endividado (80 bilhões de dólares), sendo o Kuwait seu principal credor, viu na anexação uma solução para seus problemas. O Kuwait, detentor de 10% das reservas de petróleo mundiais na época, foi acusado por Saddam de estar extraindo petróleo que pertencia ao subsolo iraquiano. Saddam acusou o pequeno vizinho, ainda, de estar excedendo a sua cota de produção de petróleo, fazendo o preço internacional deste cair e prejudicando a economia do Iraque. Além destas razões, acredita-se que Saddam invade o Kuwait por questões históricas e estratégicas (saída para o Golfo Pérsico larga) e, por fim, as ambições de Hussein. O presidente queria e acreditava que assim elevaria o Iraque a um status de potência do Oriente Médio e ele em grande liderança árabe. Por suas boas relações com os EUA, acreditava que não haveria empecilhos por parte do Ocidente para seu projeto (ZARPELÃO, 2006). A alegação oficial de Bagdá para invadir o Kuwait era a cerca da suposta extração irregular de petróleo iraquiano. Exigia-se uma indenização de US$ 2,4 bilhões e perdão da dívida de US$ 10 bilhões. A intenção inicial era de anexar algumas ilhas e um pequeno território, mas não foi o que aconteceu. Diante desse cenário, pode-se perguntar o porquê de Hussein estar errado. Qual seria a razão de os EUA não darem seu aval ou, ao menos, não ignorarem a ambição de Bagdá sobre o pequeno país? A razão foi a regência de política de segurança dos EUA no governo Bush. Colin Powell definiu, entre outros pontos de sua doutrina, quando os EUA deveriam agir. Uma situação em que seria indispensável à intervenção americana era aquela que envolvesse recursos energéticos estratégicos, em especial o petróleo. Apenas por aí já se é possível começar a entender o porquê a Doutrina Powell se liga com essa guerra do final do século XX. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Guerra do Golfo inaugura um processo de maior atividade militar dos EUA no Oriente Médio. Se ela, por um lado, não causou enormes mudanças na região (algo mais concentrado no Iraque), por outro trouxe à tona um debate que viria a ganhar muita força: a ingerência americana na região e as relações com os países árabes e muçulmanos. O trabalho chegou ao resultado de que a Doutrina Powell foi necessária para os EUA entrarem em guerra neste caso. Mostrou a guerra, ainda,.

(5) que para um aliado se tornar um inimigo inescrupuloso basta que os interesses divirjam. Inaugurou também a era de coberturas midiáticas sobre guerras, sendo essa amplamente exibida pela CNN. 5. REFERÊNCIAS ANAIS DO XX ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA: HISTÓRIA E LIBERDADE. ANPUH/SP ± UNESP-FRANCA, 2010, Franca. A GUERRA DO GOLFO (1991): UMA ANÁLISE DAS OPERAÇÕES ESCUDO E TEMPESTADE DO DESERTO. Franca: Online, 2010. 14 p. Disponível em: <http://www.anpuhsp.org.br/sp/downloads/CD XX Encontro/PDF/Autores e Artigos/Sandro Heleno Morais Zarpelao.pdf>. Acesso em: 03 set. 2017. ARRAES, VirgÍlio Caixeta. Guerra do Golfo: a crise da nova ordem mundial. Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, p.112-139, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v47n1/v47n1a06.pdf>. Acesso em: 03 set. 2017. CAMPBELL, Kenneth J.. Once Burned, Twice Cautious: Explaining the WeinbergerPowell Doctrine. Inter-university Seminar On Armed Forces And Society, Chicago, v. 24, n. 3, p.357-374, abr. 1998. Disponível em: <http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0095327X9802400302>. Acesso em: 07 set. 2017. COLLINS, Joseph J.. Desert Storm and the Lessons of Learning. Naval Postgraduate School Monterey CA. Monterey, p. 83-95. set. 1992. Disponível em: <http://www.dtic.mil/dtic/tr/fulltext/u2/a529112.pdf>. Acesso em: 07 set. 2017. HALLIDAY, Fred. The Gulf War 1990-1991 and the study of international relations. Review Of International Studies,Cambridge, v. 2, n. 20, p.109-130, 1994. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/files/67/221421.pdf>. Acesso em: 06 set. 2017. LaFEBER, Walter. The Rise and Fall of Colin Powell and the Powell Doctrine. Political Science Quarterly, Nova Iorque, v. 124, n. 1, p.71-93, mar. 2009. Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/j.1538165X.2009.tb00642.x/full>. Acesso em: 07 set. 2017. TRAUMANN, Andrew Patrick. Os falcões pousaram: o papel da ONU no conflito EUA-Iraque (1990-2003). Disponível em: <http://www.urutagua.uem.br/015/15traumann.htm>. Acesso em: 05 set. 2017. ZARPELÃO, Sandro Heleno Morais. A CRISE NO ORIENTE MÉDIO: A GUERRA DO GOLFO, AS DISCUSSÕES HISTORIOGRÁFICAS E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (1990-1991). 2006. 132 f. Tese (Doutorado) - Curso de História Social, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2006. Disponível em: <http://www.dhi.uem.br/labtempo/files/Monografi__.pdf>. Acesso em: 04 set. 2017. ZARPELÃO, Sandro Heleno Morais. A Guerra do Golfo (1991), os EUA e a Doutrina Powell. Disponível em: <http://www.uel.br/grupopesquisa/gepal/terceirosimposio/sandroheleno.pdf>. Acesso em: 07 set. 2017..

(6)

Referencias

Documento similar

uma ampla autonomia aos interessados. O princípio da gestão democrática das cooperativas deve ser obrigatoriamente observado como um princípio fundamental, na constituição

Com especial relevância para o nosso estudo, no âmbito da matéria de direito, a ré instou o Tribunal da Relação de Lisboa para que este analisasse a medida e o alcance do

Na hipótese de o princípio da especialidade do fim constituir tão-somente uma manifestação da necessidade de respeito pelo fim das organizações, e não uma consequência

é possível que o processo de desenvolvimento da relação entre corpo do reino e corpo do rei, que se desenvolve em Portugal durante a dinastia de Avis, soma- da à necessidade

Em relação à análise do conceito exemplificado, considera- -se que para além de investigações científicas adicionais que compreendam a relação entre o HIV/Aids e o câncer

O objetivo desta tese é investigar sobre a relação entre identidade, alteridade e alteração entre grupos indígenas da família linguística Tukano, que migraram da Terra Indígena do

En el caso particular de la empresa de conducción Sportmancar, es una empresa que busca formar profesionales al volante, en miras de garantizar una seguridad social en las vías del

Nesse sentido, busca-se investigar a relação entre o contexto de trabalho e o adoecimento dos profissionais de enfermagem que trabalham em UTI, procurando