CEBOLA ROXA: ANTOCIANINA COMO INDICADOR ÁCIDO BASE

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(1)CEBOLA ROXA: ANTOCIANINA COMO INDICADOR ÁCIDO-BASE. Geovana Santos dos Santos 1 Marcio Marques Martins 2. Resumo: Há uma grande defasagem na utilização de experimentos químicos das áreas da Química Analítica e Físico-Química nas Escolas de educação básica, um ponto alvo desses problemas é o alto custo dos materiais e a falta de reagentes assim como as dificuldades para o descarte correto do mesmo, por vezes o principal empecilho das aulas experimentais é a falta de estrutura dos laboratórios, assim como a ausência de materiais descritivos dos experimentos. Essa carência escolar torna-se o alvo de estudo, no qual a problematização está inserida nos aspectos formativos dos professores, no qual será feito um estudo sobre o preparo e a execução dos experimentos, elaborando assim um material para auxiliar no conteúdo de ácido-base ministrado pelos professores da educação básica. É preciso buscar maneiras de trazer a experimentação para dentro da sala de aula através de técnicas simples e que utilizem materiais seguros e igualmente capazes de produzir resultados instigantes para os alunos. A pesquisa a seguir é baseada na elaboração de uma cartilha experimental didática descritiva para o uso dos professores de química articulando os conteúdos de físico-química com as técnicas de química analítica, baseado no uso de substancias que apresentam antocianinas para a composição de indicadores ácido-base, assim como propostas de aplicação em formato de oficina para os professores da rede de ensino desta cidade.. Palavras-chave: Antocianina, experimentação, cebola roxa. Modalidade de Participação: Iniciação Científica. CEBOLA ROXA: ANTOCIANINA COMO INDICADOR ÁCIDO-BASE 1 Aluno de graduação. geesantos13@gmail.com. Autor principal 2 Docente. marciomarques@unipampa.edu.br. Orientador. Anais do 9º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE Universidade Federal do Pampa | Santana do Livramento, 21 a 23 de novembro de 2017.

(2) CEBOLA ROXA: ANTOCIANINA COMO INDICADOR ÁCIDO-BASE 1. INTRODUÇÃO A nova era do Ensino de Química está revolucionada pelo uso dos recursos pedagógicos, como, a experimentação, que ainda está pouco frequente nas escolas, a justificativa indicados pelos professores são a inexistência de laboratórios, e a ausência de recursos para manutenção dos mesmos, assim como a falta de tempo para preparação das aulas (GONÇALVES, 2005). Compreender e entender a Química, não é decorar nomes, reações, fórmulas e propriedades, e sim compreendê-las para assim relacionar os fenômenos químicos teóricos com as reações cotidianas (SAVIANI, 2000) Sabe-se que a experimentação tem a capacidade de despertar o interesse dos alunos e é comum ouvir de professores que ela promove o aumento da capacidade de aprendizagem, pois a construção do conhecimento científico/formação do pensamento é dependente de uma abordagem experimental e se dá majoritariamente no desenvolvimento de atividades investigativas (GIORDAN, 1999). A utilização de materiais alternativos que proporcionem a interação prática e teoria para o ensino de Química resulta na utilização de alternativas como a presença de decompostos vegetais que contenham em sua estrutura Antocianinas, no qual seu extrato pode ser utilização Como proposta para o ensino, uma alternativa para aulas práticas, relacionando conteúdos de físico-química, química orgânica e analítica, a utilização de compostos vegetais que apresentam antocianina em sua estrutura, para que a sua extração seja utilizada como indicadores ácido-base. Antocianina é um termo grego no qual, anthos, uma flor, e kyanos, azul escuro, este grupo é um dos principais corantes vegetais visíveis a olho nu (HARBORNE e GRAYER, 1988), pertencem a classe dos flavonóides derivadas das antocianidinas, sua característica é ser angiospermas, substâncias na qual o fruto protege a semente, são espécies deficientes de elétrons, portanto, muito reativas..

(3) A cebola roxa contém a antocianina chamada Cianidina [2-(3,4-Dihydroxyphenyl) chromenylium-3,5,7-triol ± IUPAC], a extração do seu princípio ativo é um pigmento vermelho, que apresenta características de indicadores ácido-base, tornando-se uma proposta prática para o ensino experimental.. 2. METODOLOGIA Após realizar um estudo teórico sobre espécies vegetais que indicam presença de antocianinas na sua estrutura, a escolha da cebola roxa como potencial fonte de indicador ácido-base visa sua utilização também por parte dos professores de ensino médio, por ser um material de baixo custo, e de fácil obtenção. O procedimento de amostragem ocorreu segundo as pesquisas teóricas feitas sobre a espécie, a fim de aumentarmos a superfície de contado, as cebolas foram descascadas e picadas. Após, adicionamos as cebolas picadas em um béquer no qual ocorreu a imersão total em metanol por um período de sete dias. Figura 1. Extração alcoólica, cebola roxa imersa no etanol, fonte autora. Após a extração álcoolica, procedeu-se ao processo de filtração manualmente utilizando um coador de cozinha e um béquer para coleta do filtrado, após este processo, transferimos a solução para o balão do rotaevaporador. Este equipamento auxilia na separação do corante da cebola roxa dissolvido no metanol bem como e a retirada do excesso de água. A figura 2 exibe o indicador ácido-base da cebola roxa após concentração realizada no rotaevaporador..

(4) Figura 2. Princípio ativo isolado da cebola roxa, fonte autora.. Em três tubos de ensaios, pipetou-se 10,0 mL de três substâncias distintas a fim de realizar os testes de acidez e basicidade. A substância ácida utilizada foi ácido clorídrico (HCl) como solução-padrão, água destilada, e a como substância básica hidróxido de sódio (NaOH). e Realizou-se o teste utilizando o extrato da cebola roxa como indicador ácidobase.. 3. RESULTADOS e DISCUSSÃO Na figura 3 apresentamos o teste realizado, no qual observamos uma escala de cores distintas, para o experimento realizado. A solução padrão utilizada como referência para os testes, foi dissolver o extrato em água (tubo de ensaio do meio) com coloração violeta. Na presença de substâncias ácidas, a coloração do extrato torna-se roseada, e em solução básica, o resultando foi bem distinto, apresentando coloração verde..

(5) Figura 3. Soluções aquosas ácida (HCl), neutra (água destilada) e básica (NaOH) e as respectivas cores do indicador extraído da cebola roxa. (Fonte: autora). A estrutural geral das antocianinas é policíclica de 15 átomos de carbono com o cátion flavílico5 (2-fenilbenzopirilium), hidroxilas livres nas posições 3, 5 e 7, na qual os substituintes que se ligam definem a estrutura de cada antocianina e um ácido orgânico.. Figura 4. Estrutura genérica das antocianinas (Fonte: http://www.abq.org.br/simpequi/2013/trabalhos/2092-12945.html). A característica marcante das antocianinas está ligada ao fato das soluções aquosas desses extratos, apresentarem variação estrutural e mudança na função conforme as alterações de pH do meio, elas absorvem fortemente luz na região visível espectro, evidenciando uma gama de cores (BROUILLARD, 1982). Esta propriedade, torna as.

(6) antocianinas como indicadores naturais de pH como alternativa para o ensino experimental, pois são substâncias orgânicas, fracamente básicas que apresentam uma versão protonada.. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A ensinar contextualizado, visa a utilização de ferramentas pedagógicas auxiliares, como a utilização de atividades experimentais. O uso de antocianinas como indicadores ácido-base, busca aproximar a teoria da prática, utilizando um recurso de baixo custo e de fácil acesso, no qual os professores possam demonstram a metodologia analítica contextualizando o conteúdo de pH, de maneira a averiguar substâncias cotidianas, utilizando a cebola roxa como indicador. Esta pesquisa é um recorte de um Trabalho de Conclusão de Curso, que visa estudar diversas substâncias que contenham antocianinas em sua estrutura, como aplicação deste trabalho será aplicado oficinas de extensão, como formação continuada de professores, visando o aprimoramento das técnicas e a aplicabilidade do ensino experimental contextualizado, perante a rede de educação básica. Como resultados adicionais, espera-se produzir indicadores ácido-base de outras duas ou três espécies vegetais financeiramente acessíveis aos professores. Também pretende-se produzir um guia de obtenção, preparação e uso desses indicadores em sala de aula. 5. REFERÊNCIAS BROUILLARD, R. The in vivo expression of anthocyanins colour in plants. Phytochemistry, v. 22, p. 311-323, 1983. GIORDAN, M. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. Química Nova na Escola, 1999. GONÇALVES, F. P. e col. O texto de experimentação na educação em química: discursos pedagógicos e epistemológicos. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação Científica. e. Tecnológica,. 2005.. SAVIANI, O. Pedagógia histórico-crítica: primeiras aproximações. 7. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2000..

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